A Rosa e O Escorpião escrita por Lari


Capítulo 2
Veneno


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, gente, eu vi que algumas pessoas estão acompanhando, mas se for possível deixem reviews pra me animar, por favor =)
Rose pra vocês, boa leitura =3



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Depois de ter conduzido os alunos da Grifinória para os dormitórios, procuro atentamente por meu primo na sala comunal. Há uma balbúrdia incomodável à minha volta, todos estão conversando sem parar, colocando o papo em dia depois de terem passado taaaanto tempo separados.

Finalmente avisto Alvo, sentado em uma poltrona perto da lareira, Molly no sofá ao seu lado.

–Alvo Severo Potter! – eu praticamente grito, andando nervosamente ao seu encontro. Ele arregala os olhos em minha direção, percebendo o meu estado de espirito. – Por que diabos não me disse que Scorpius Malfoy seria o monitor chefe deste ano?

Alvo muda sua expressão de assombro para divertimento. Olho para ele cinicamente, o idiota do meu primo.

–Mas claro, com certeza disse ao Malfoy que eu seria a monitora chefe, porque ele não parecia nadinha surpreso quando me viu, muito pelo contrário – respiro fundo e conto até três, resistindo a tentação de matar Alvo. – Pode esperar Alvo Severo, converso com você depois, tenho que ir fazer a ronda noturna. Com seu amiguinho.

Quando eu me viro e começo a andar em direção a porta, ouço um risinho abafado atrás de mim. Eu paro de caminhar por um instante, pensando em protestar. Não Alvo, você ainda vai ter o que merece.

Continuo andando sem olhar para trás, não vou dar a meu primo esse gostinho de me ver irritada pelo motivo de uma mera brincadeira.

Minutos depois encontro Scorpius me esperando no topo das escadas. Arrumo minha postura e vou até ele, dou um sorrisinho falso e ele retribui o gesto. Idiota.

Sério? Um turno inteiro com o Malfoy? Não, isso definitivamente não vai prestar.

–Sem gracinhas, por favor, Malfoy – aviso-o.

–Sem frescores, por favor, Weasley – ele retruca e nós começamos a descer as escadas, para checar se não há nenhum aluno rondando o corredor das salas de aula.

Eu já disse que gostaria muito de saber como o Malfoy conseguiu a proeza de virar Monitor Chefe?

Ah Merlin, como ele consegue ser indesejável!

–Olha ali – ele aponta para o corredor da saída e começa a andar mais rápido. – Ei!

–Mas o que...? – começo a protestar, mas então vejo o que ele visualizou. Observo um vulto preto indo em direção à Floresta Proibida e corro atrás de Scorpius.

Consigo alcança-lo e nós começamos a gritar algo como “ei” para a pessoa parar, mas ela continua correndo sem nem mesmo olhar para trás. Quando ela adentra na floresta, eu a perco de vista, e quando Scorpius me olha confuso, percebo que ele também não mais consegue vê-la.

–Vamos ter que entrar na floresta Weasley, vamos – Scorpius caminha apressadamente em direção à Floresta. Não há tempo para discussão sobre o que fazer ou não, por isso eu simplesmente o sigo.

–Ali – ouço sua voz e o farfalhar das folhas sendo pisadas logo depois, mas quando me viro não há ninguém, continuo procurando por ele, mas não há nada além de grandes árvores e uma intensa escuridão a minha volta.

–Malfoy? – grito, na esperança de que eu o ache. – Ora, era só o que me faltava agora.

Começo a andar, procurando por ele – eu não acredito que estou fazendo isso – e também ficando atenta para ver se acho a tal da pessoa, sem contar que a Floresta Proibida é mesmo perigosa.

Ouço um barulho atrás de mim e nem me dou ao trabalho de me virar, apenas saio em disparada, sem olhar para trás, com medo do que possa estar me seguindo.

O único problema é que eu também me esqueço de olhar para frente e para o chão, o que causa um tropeço e um barulho de uma Rose atrapalhada caindo no chão totalmente assustada.

Tudo bem, você pode me chamar de medrosa porque tenho um medo do escuro inacreditável. Mas é meio que um medo de infância, eu não consigo controlar. E a Floresta Proibida também sempre me retém um medo inexplicável – soube que uma vez, meu tio Harry encontrou o próprio Voldemort vagando por aqui.

Não consigo me levantar, seja pelo meu apavoro, seja porque meu tornozelo dói demais e eu acho que o torci.

Ouço um sibilo em algum lugar perto de mim. Quando me viro é só para me deparar com uma cobra atacando meu braço, e por um momento nada, sinto apenas a dor pungente do veneno que se espalha por todo o meu corpo instantaneamente.

Viro a cabeça, não quero ver a cobra me matando. Belo modo esse de morrer, claro! Picada por uma cobra...

Um feixe de luz passa zunindo por mim. E quando vejo a cobra desapareceu. Estou zonza, o veneno da cobra se apoderando cada vez mais de meu corpo, e este se entregando cada vez mais.

Olho para frente e vejo Scorpius vindo em minha direção com a varinha em mãos. Mas isso é a ultima coisa que focalizo, pois logo em seguida o desmaio é súbito.

Abro os olhos e a primeira coisa que vejo são um par de olhos azuis me observando. Madame Pomfrey suspira aliviada quando vê que eu acordei. E que por algum milagre estou viva, aliás.

Franzo o cenho, confusa.

–Quem...? – começo, mas ela me interrompe.

–O garoto loiro, Srta. Weasley, Scorpius Malfoy presumo ser o seu nome – diz enquanto abre o gabinete de remédios procurando algo. – Aliás, ele ficou excessivamente preocupado com você, se me permite dizer. O garoto passava aqui em quase todos os intervalos para ver como você estava.

–Tem certeza de que está falando de Scorpius Malfoy, Madame Pomfrey? E... por quanto tempo fiquei desacordada ? – eu me levanto, aturdida, ela não deve estar falando do mesmo garoto que conheço desde os meus onze anos de idade.

–Tenho certeza sim, Srta. Weasley. A Srta. Ficou desacordada por um dia inteiro.

Coloco as pernas para fora da cama apressada, mas fico zonza na mesma hora. Um dia inteiro? Essa não...

–Não, não, não Srta. – diz Madame Pomfrey alarmada, ela volta com a medicação e a coloca em um copo. – Vai ter que ficar de repouso por mais um dia, nada de estudos.

A maioria dos alunos gostaria de ouvir aquilo, mas eu não sou a maioria. Como é que eu vou ficar? Completamente perdida com a matéria e com falta nas aulas. Completamente inadmissível para uma aluna exemplar.

– E nada de “mas” – ela me repreende antes que eu possa ao menos queixar-me.

Ouço uma batida na porta, Madame Pomfrey deixa o medicamento na cabeceira da minha cama e vai atender.

–Rose! – me deparo com um Alvo aliviado entrando correndo na enfermaria, e também percebo uma Madame Pomfrey irritada, mas que não protesta, à porta. – Ah, Merlin! Nós ficamos tão preocupados.

Alvo me abraça tão profundamente que quase não consigo mais respirar, até que ele me solta e vejo que mais gente vem em minha direção: Lily, Hugo, Dominique e Molly.

Todos me abraçam e dizem que ficaram preocupados, Molly me diz que Lucy não pode vir me ver porque tinha aula dupla de poções, mas me garantiu de que ela também ficara aflita por mim.

–O que é que deu na cabeça de vocês dois para adentrarem na floresta proibida, em Rose? – Molly, que agora está sentada a minha frente, com Lily e Hugo ao seu lado, me questiona.

–Nós vimos um aluno saindo do castelo e ele seguiu para lá – respondo. Alvo, que está ao meu lado, faz uma cara de confuso.

–Por que alguém sairia do castelo há essas horas, para ir para a Floresta Proibida?

–Eu não sei – respondo. – Só sei que esse é o nosso trabalho, tínhamos que segui-lo.

–Bem, temos que ir pessoal – Alvo me da um beijo protetor na testa. – Fique bem, Rosinha.

Rosinha? Você vai ver a Rosinha quando eu tiver uma conversa séria com você. Eu não esqueci não viu, Alvinho – digo me referindo à nossa última conversa antes do ocorrido.

Ele me mostra a língua, e depois sai, com Dominique e Molly atrás dele. Apenas Lily sobra no quarto.

–Então? – falo, sem assunto em mente. – Não tem aula?

–Nossa Rose, tudo bem. Se você quer que eu vá em bora é só dizer.

–Eu estou brincando, meu Merlin, Lily! – rio e dou com o travesseiro nela, o que não dá muito certo, porque o travesseiro acaba caindo no chão. É, eu realmente não estou muito forte. – Escuta, eu não quis perguntar isso na frente dos outros, mas... você sabe se o Scorpius... quer dizer, o Malfoy, está bem?

Tá bem, eu perguntei, e dai? Se ele ficou preocupado comigo não sei por que diabos, qual é o problema de eu pelo menos perguntar se ele se machucou ou alguma coisa? E além do mais, ele meio que salvou minha vida, e eu meio que devo isso e muito mais a ele.

–Que eu saiba, ótimo. Um tanto preocupado com você, mas fora isso, ótimo.

– O que você quer dizer com “um tanto preocupado comigo”?

Eu me arrumo um pouco desconfortável na cama, olho para baixo e só então percebo que o meu tornozelo, antes quebrado, está perfeitamente saudável. Madame Pomfrey deve ter usado um feitiço para cura-lo.

–Quero dizer o que você acha que eu quero dizer Rose, não se faça de boba.

–Lily, isso é meio confuso...

Não consigo terminar, pois a porta é aberta e Scorpius aparece, entrando.

–Hã, desculpe – ele diz quando Madame Pomfrey lança a ele um olhar mais que reprovador. – É que...

Ele para quando vê que eu estou acordada, nossos olhares se cruzam por um momento e então ele desvia rapidamente.

–Eu vim ver se você tinha acordado, a diretora Minerva quer nos ver na sala dela – diz ele, voltando ao seu tom de voz frio e calculista de sempre.

Assinto com a cabeça e ele sai imediatamente.

Levanto-me da cama e então me despeço de Lily. Madame Pomfrey me permite sair para ir à diretoria.

O tempo todo eu e Malfoy caminhamos lado a lado – e isso se tornou de extremamente irritante para extremamente desconfortável.

Imagino que a diretora esteja nos solicitando para falar a respeito do que aconteceu ontem a noite – um acontecimento muito estranho, aliás.

Quando estamos andando em direção à sala de nossa diretora, eu subitamente sinto uma fraqueza e não fosse pelo Malfoy ter me segurado eu teria caído. Eu olho para cima e o vejo me olhando, Scorpius me ajuda a me levantar e também a andar.

–Tudo bem? Eu vou te ajudar – ele passa o braço por minha cintura e eu passo o meu por suas costas. É uma sensação estranha a que sinto a seguir, não nego, mas decido deixar para lá.

–Deve ser o veneno – digo, tentando desviar a atenção do fato que Scorpius está preocupado comigo, e me ajudando. Passado alguns segundos eu finalmente tomo coragem para continuar falando. – Obrigada. Você sabe, por ontem à noite. Não fosse você eu provavelmente estaria morta.

Eu realmente não acredito que eu, Rose Granger Weasley, estou dizendo isso a ele, Scorpius Malfoy. Eu quase peço um termômetro pra ver se estou com febre.

–Não diga isso. Afinal, eu te odeio Rose, mas também não quero que você morra, obrigado.

Arqueio as sobrancelhas para ele e ele faz o mesmo, o que nos faz parar de andar por alguns instantes, mas logo continuamos novamente.

Dou um sorriso fechado olhando para o chão. Posso até achar estranho, porque é mesmo, e a preocupação dele até me assombra um pouco, mas chego a sorrir involuntariamente.

–Srta. Weasley, Sr. Malfoy – a diretora nos avista perto do elevador-gárgula que leva até a sua sala e sobe conosco até lá.

–Como já devem ter previsto, eu os solicitei aqui para saber o que realmente aconteceu noite passada – nada de “nossa Srta. Weasley, que bom que está viva!” ou “Srta. Weasley, você acordou! Que ótimo que não morreu”, com a diretora Minerva o papo é direto e reto.

Eu começo a falar e Scorpius também, o que nos deixa mais desconfortáveis ainda. Por fim, Minerva pede a Scorpius para que ele prossiga e ele o faz, contando tudo o que havia acontecido.

–E então nós nos perdemos um do outro e... Depois eu encontrei a Rose caída e sendo picada por uma cobra.

–E ai a matou, não vi mais nada depois disso – termino.

Vejo que Scorpius cora um pouco – não sei por que – e olha para baixo um pouco incomodo.

–Muito bem – diz Minerva. – E o tal do aluno, vocês viram quem era?

–Não – respondemos juntos, o que me faz enrubescer um pouco também.

Minerva olha para nós e respira fundo.

–Sendo monitores, acredito que devam saber mais do que ninguém que é proibido entrar na Floresta, então eu realmente confio de que não iriam entrar lá por pura diversão. Vou investigar quem foi o aluno, podem deixar. Se vocês o avistarem novamente saindo do castelo, venham direto a mim. E, Srta. Weasley, que bom que está bem.

Ela da um sorrisinho e eu balanço a cabeça afirmativamente.

Quando eu me levanto da cadeira, fico demasiadamente zonza mais uma vez, mas desta vez muito mais intensamente do que a anterior. E eu acho que você já deve estar adivinhando quem é que vai me segurar, não é?

Pois é, acertou.

Quando estou a ponto de cair repentinamente no chão, dois fortes e grandes braços me seguram prontamente. Eu olho para cima, um par de grandes olhos cinzas me encaram, olhos cortantes e gélidos, mas também olhos cheios de desespero, como se a ideia de não me segurar e eu cair fosse desesperadora...

E então a ficha cai.

É nesse momento que percebo que o veneno da cobra é o que tem menor efeito sobre mim com relação a este.


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Notas finais do capítulo

Awwwwn que lindinho o Scorp preocupado com a Rose, e segurando ela *----* eu sou apaixonada por esse menino, gente kkkkk
Comenteeeeeeeeeeeem por favor, a história vai ser movida a reviews daqui pra frente ;)
Mil beijooooooos da Lari!