A Rosa e O Escorpião escrita por Lari


Capítulo 13
A Vida na França


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi gente linda do meu coraçãoooo! Como avisei, não estive postando porque estava viajando, mas eu volteeeeeei e a Rose também! :3



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–Beatrice eu não vou comprar isso, está entendendo? Chega de tranqueiras!

–Mas mamãe... Só mais esse, eu prometo!

–Está me prometendo isso desde o oitavo brinco que te comprei hoje.

Puxei Beatrice para fora da loja pelo braço e me abaixei para olhar em seus olhos.

–Você não pode ter tudo o que quer sempre Beatrice, ok? – disse severamente, ela tinha os olhos azuis acinzentados de seu pai. Ela fez biquinho e eu suspirei, odiava quando ela fazia aquilo, porque era mais uma característica que ela havia puxado de Scorpius e eu não resistia àquilo. – Meu anjo, você não vai comprar mais nada hoje, entendeu? Não adianta fazer biquinho Tris.

–Isso costuma te convencer – diz ela decepcionada.

Observo mais atentamente minha filha, ela cresceu tanto nesses últimos oito anos, parece que foi ontem mesmo que descobri estar grávida. Coloco uma mecha de seu cabelo loiro claro atrás da orelha e me levanto.

Beatrice é doce e delicada como seda, sempre usando seus vestidos estilo princesa, como hoje que ela está vestindo o seu modelo lilás com um cinto de cetim e uma flor. Sempre muito madura pra idade dela, uma das razões pelas quais minha família sempre diz que ela seria uma cópia fiel minha. Não fosse por sua inacreditável igualdade na aparência com o pai, parece que tudo em seu rosto foi feito especialmente para me lembrar Scorpius Malfoy, mas eu não pensava muito nisso.

–Vem, vamos almoçar mon petit ange – digo pegando sua mão e a conduzindo até nosso restaurante favorito em Paris.

Eu havia voltado sim à Londres, mas só fiquei por lá até alguns meses depois que Beatrice nasceu. Depois voltei à França novamente, pois já tinha um emprego garantido aqui devida à minha excepcional capacidade escolar.

Naquela época achei mesmo que era o melhor que eu poderia fazer, eu precisava ficar longe de tudo aquilo, porque tudo aquilo no fim sempre acabava por me lembrar dele, e eu não queria ficar remoendo o passado. E ao mesmo tempo também seria bom para Beatrice, pois ela já cresceria aprendendo uma nova língua, uma nova cultura e o mais importante é que o pai dela não poderia simplesmente esbarrar na gente por ai e começar a fazer perguntas que eu não iria querer responder.

Mas depois acabei percebendo que viver longe da nossa família, isoladas de todos e só nós duas, também tinha suas desvantagens, quando percebi elas já eram mais numerosas do que as vantagens já era tarde. Minha filha cresceu longe de todos, e eu sempre vivi cercada da família, cresceu longe dos padrinhos, cresceu longe da família Weasley que era sempre tão unida que me parecia impossível que aquilo realmente pudesse ter acontecido comigo, que era uma das mais ligadas a ela.

Maman – Tris me chamou, ela costumava falar muitas palavras em Francês, mesmo que não precisasse, afinal ela cresceu na França. – Sei que já lhe perguntei isso, mas, por favor, não fique zangada comigo. – Ela me olhou com aqueles olhos azuis brilhantes enquanto nos sentávamos à mesa do restaurante, parecia com medo de dizer o que queria, e só por isso eu já sabia o que estava por vir. – Por que eu não tenho um pai maman? E por que você não pode me dizer quem é ele, e por que nos deixou?

Ela já havia me perguntado isso tantas vezes, mas eu sempre acabava contornando a história e mudávamos de assunto, eu não conseguia falar sobre o pai dela com ela e principalmente não conseguia arranjar uma desculpa boa o suficiente para engana-la.

Mas eu decidi não contorna-la e nem engana-la hoje, talvez porque um dia eu teria mesmo que acabar lhe dizendo.

–Seu pai não nos deixou, Beatrice – respondi finalmente. – Ele me deixou, quero lhe deixar bem claro isso.

Ela me olhou surpresa, eu nunca continuava a conversa, nunca a respondia.

–Não quero que você pense em hipótese alguma que seu pai lhe deixou, tudo bem? – continuo. – Ele me deixou quando eu ainda não havia lhe contado sobre você, que eu estava gravida. Eu não lhe contei sobre você porque... Porque seu pai me magoou muito e eu não queria que ele tirasse você de mim, entende?

Ela faz que sim com a cabeça e depois fixa seu olhar para baixo.

–Então... Papai era mau? – ela pronuncia as palavras bem devagar e cuidadosamente, como se alguma letra que ela dissesse errado pudesse estragar toda a nossa conversa.

Balanço a cabeça negativamente e respondo:

–Seu pai não era mau, Beatrice. Muito pelo contrário, ele... Ele era o garoto mais romântico e lindo que eu já conhecera, mas ai ele...

–Ele?

A mera lembrança de Scorpius me faz divagar e querer chorar, mas permaneço forte e então decido encerrar a conversa.

–Você é muito nova pra entender ainda, mas um dia eu prometo te contar, ok?

–Sempre acaba com o mesmo papo furado – ela revira os olhos.

***

Ouço uma batida na porta e o telefone não tocou antes, o que só pode significar uma coisa.

–Luke! – Beatrice grita olhando por cima do sofá da sala, quando abro a porta.

–Oi princesinha!

Luke Walker é um transferido do Ministério da Magia da Inglaterra para a França, trabalha no Departamento de Esportes, enquanto eu estou no Departamento de Execução das Leis da Magia.

A minha relação com ele é um tanto complicada, o conheço há três anos e o vejo apenas como um amigo, ele é como um irmão para mim. Mas Luke vem tentando me persuadir a sair com ele desde que me conheceu, só que eu nunca me permiti sair com mais ninguém desde o ocorrido, nunca desejei ter o coração quebrado mais uma vez e por parte eu realmente não conseguia me envolver com mais alguém sem pensar nele.

Sei que deveria seguir em frente e que o passado deveria ficar completamente para trás, mas eu simplesmente não consigo. Para mim agora minha vida se resume em nós, eu e Beatrice.

Luke desvia o olhar de Beatrice e olha diretamente em meus olhos, seus olhos são cor de avelã e ele tem uma aparência jovial, com os cabelos dourados feito ouro. Seria uma idiota se não dissesse que ele é sim atraente, com seu físico definido e seu rosto todo perfeitinho. Eu admito isso, ele é sim atraente, mas não me atrai especificamente.

–Princesa – arqueio as sobrancelhas quando ele diz isso, ele sempre diz isso. – Como vai?

–Bem – digo indiferente e faço sinal para que ele entre, depois fecho a porta.

Quando me viro ouço risadas ecoando e vejo Luke fazendo cocegas em Tris. Cruzo os braços e reviro os olhos, Beatrice sempre gostou muito de Luke, e sempre me lembro dela me dizendo que queria que ele fosse seu pai, ela dizia que nós combinávamos.

Ele se vira novamente para onde estou e quando me vê de braços cruzados abre um pequeno sorriso e vem até mim.

–Não precisa ter ciúme – então começa a fazer cocegas em mim, e eu não consigo impedi-lo.

Rio até o meu estomago doer e eu implorar para que ele pare.

–Luke... Pare – digo arfando e afastando suas mãos de minha barriga.

Ele para então e segura minha cintura, olhando em meus olhos. E essa é outra coisa que eu odeio que ele faça. Tentar me conquistar com o olhar, eu sou muito fraca em relação a isto.

Lanço-o um olhar de repreensão e vejo que atrás dele Beatrice nos olha ainda sentada ao sofá e sorri.

–Quer sair comigo hoje à noite? – pergunta ainda segurando minha cintura e ainda olhando em meus olhos. – E antes que diga que não pode por causa de Beatrice, a minha irmã se despôs a ficar com ela. Vamos, por favor, Rose. Prometo que sairemos apenas como amigos.

Abro a boca para responder que não posso, mas não consigo achar um bom motivo.

–Por favor, maman – Beatrice faz biquinho enquanto se aproxima de nós.

–É Rose, como você pode dizer não a uma carinha de anjo tão fofa como esta?

Respiro fundo, não quero me relacionar com alguém novamente, é perigoso. Não quero entregar meu coração a alguém novamente, isso pode fazer o estrago ficar maior ainda.

Mas, por outro lado, vamos sair apenas como amigos, e amigos são amigos.

–Tudo bem – digo finalmente e Luke abre um sorriso. – Como amigos.

Ele assente com a cabeça, se virando para a porta.

–Vejo você à noite então, mon ami – e sai, fechando a porta e dando uma piscadela em minha direção.

Não sei o que posso esperar para hoje à noite, não quero esperar nada.


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Notas finais do capítulo

Rose com o seu dilema que ela não cumpre "não queria ficar remoendo o passado", mas tá difícil esquecer Scorpius, não? :c não a culpem, foi um sentimento muito forte e um estrago muito grande no coração... Haha... Então, o que acharam da Tris? Eu amo tanto ela gente



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