A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 37
Duvidas




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Quando acordei tentei me levantar mas não consegui ficar totalmente sentada. Eu estava em um quarto todo branco, com uma mesa de madeira. Parecia um consultório médico.

Meus braços estavam enfaixados, minhas pernas também , meus seios e minha barriga, tudo coberto por faixas. Eu sentia algumas dores ainda, principalmente nas mãos.

–Toc toc. –Olhei para a porta e vi ela um pouco aberta. –Posso entrar?

–Pode. –Eu nem sabia quem era, mas deixei entrar mesmo assim.

–Oi tchuca. –Ver o Alex entrando foi como um alivio. –Ta tudo bem? –Ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

–Estou bem e você?

–Nada que uma terapia de cinco anos não resolva. –Nós demos risada.

–Onde eu estou? –Perguntei.

–Esse é o consultório do Killan. Trouxemos você pra ca, já que não podíamos ir ao hospital. –Alex abaixou um pouco a cabeça e colocou a mão sobre a minha. –Por que não contou pra gente que é diferente?

–Porque eu não queria assustar vocês. Eu sei que foi errado Alex, e espero que isso não mude a nossa amizade.

–Não sou amigo da criação, aquela boneca sem sentimentos que Henry me contou. Sou amigo dessa Margot aqui. –Ele colocou a mão em cima do meu coração. –Essa que me faz rir, e que mesmo sofrendo me arrumou um boymagia.

–Eu arrumei? –Perguntei.

–Depois eu te explico melhor. –Olhei para a porta e vi Brenda entrar.

–Oi amiga. –Ela falou enquanto se sentava do outro lado.

–Oi amiga. –Respondi. –Você está bem?

–Claro que estou. Sou muito mais forte do que pareço. –Eu estava com Alex segurando uma mão e Brenda segurando a outra. Ter eles comigo é algo realmente bom.

–A gente tem um babado pra te contar. –Alex falou. –A Brenda ta de love com o Samuel. –O rosto da Brenda estava todo vermelho e ela tinha um sorriso iluminado no rosto.

–É sério? Parabéns! –Falei. Eu queria abraça-la mas não conseguia ainda.

–É. Depois que o Henry deixou ele lá todo machucado eu fui cuidar dele e sem querer eu disse que gostava dele.

–Você gritou que gostava dele. –Alex interrompeu.

–É... Depois disso ele me chamou pra sair e bom, meio que estamos juntos. Não é nada oficial ainda. Mas espero que se torne.

–E vai. Samuel é um amor de pessoa, tenho certeza que vocês dois vão ser muito felizes. –Falei.

–Pode deixar que eu vou cuidar dela. –Samuel então entrou e ficou em pé atrás da Brenda. As mãos dele estavam nos ombros dela, fazendo uma leve massagem.

–Eu queria agradecer a vocês por terem ir me salvar. Mas eu quero saber o que aconteceu.

–Essa parte vamos deixar para o médico explicar. –Samuel falou.

Os três se levantaram e saíram. Logo em seguida Killan entrou. O braço esquerdo dele também estava machucado.

–Oi Margot. –Ele falou pegando uma prancheta.

–Oi Killan. –Respondi enquanto voltava a deitar.

–Você dormiu por três dias, ficamos preocupados. –Ele se aproximou e colocou uma luz nos meus olhos. –Sente alguma dor?

–Um pouco na cabeça e nas mãos. –Killan fez uns rápidos exames e se sentou ao meu lado.

–Durante o incêndio as suas mãos foram as que mais se queimaram, por causa dos fios que estavam nelas. –Eu lembrei de todo aquele fogo.

–O que aconteceu?-Perguntei.

–A caixa de eletricidade explodiu e a maior carga foi pra sua mão. Depois disso um incêndio começou, mas por sorte conseguimos sair.

–Onde está Henry?-Ele ainda não tinha vindo me ver, e isso me preocupava.

–Ele está na outra sala. Henry conseguiu algumas queimaduras enquanto te salvava e também aqueles cortes que Angelina fez.

–Isso no seu braço, foi porque me salvou? –Ele olhou para o braço enfaixado e deu um sorrisinho.

–Não. Henry e Samuel foram quem te salvaram. Fiz isso enquanto soltava o braço do Alex que estava preso na cadeira. – Agora entendi o que Alex quis dizer com “Boymagia”.

–Posso ver o Henry?

–Ainda não. Espere até ele acordar. –Killan se aproximou um pouco mais. –Margot, posso fazer uma pergunta pessoal?

–Pode.

–Você sabe que não vai envelhecer, nem ter filhos, e mesmo assim ainda quer ter uma relação com o Henry? Desculpas ser intrometido, mas, eu acho que vai ser duro para você ver ele envelhecendo, morrendo, e você sempre assim.

–Killan, eu já parei para pensar nisso. Na verdade eu não sei como vamos fazer daqui alguns anos e isso tem realmente me preocupado. Quando Edgard me fez ele não me imaginou velha. Mas como ultimamente eu tenho visto que boa parte minha tem se tornado humana, a minha esperança é de que eu envelheça, talvez não tão rápido quanto Henry, mas o suficiente para estar próxima a aparência dele.

–Mas e o seu coração? Você sempre vai estar com ele batendo.

–Meu coração sempre foi e sempre vai ser do Henry. Quando a hora certa chegar, eu saberei o que fazer.

–Isso foi lindo. –Killan disse antes de se levantar. – Fique deitada por mais alguns dias, seus machucados ainda vão doer um pouco. –Concordei com a cabeça.

Esperei a porta fechar e ter certeza de que ninguém estava por perto para levantar e ir até a porta. Espiei pela fresta e vi um corredor, mas logo tudo que vi foi uma blusa azul.

–Onde pensa que vai mocinha? –Era Alex.

–Quero ver o Henry.

–Eu vou ir para o outro quarto porque estou com muita dor de cabeça e preciso ver o médico. Sendo assim, nem reparei que você estava saindo. –Ele deu uma piscadinha pra mim e saiu andando.

Henry estava a um quarto depois do meu. Quando abri a porta vi a pessoa que eu tanto amo deitada, em um sono profundo.

Me aproximei e me sentei ao seu lado com dificuldade, meu corpo ainda doía um pouco. Peguei a mão de Henry e vi que também estavam enfaixadas. Coloquei meus lábios em cima das faixas como forma de beijo e lágrimas escorriam do meu rosto.

–Eu sinto muito. Eu não queria que você se machucasse por minha causa. –Deitei minha cabeça no braço dele e continuei falando. –Estive pensando em tudo que aconteceu, e acho que você precisa viver e não ficar preso a uma pessoa como eu. Sempre vão ter pessoas querendo me pegar e não acho justo você perder a sua vida comigo. Você me ensinou o que é amor e como amar as pessoas, Edgard me criou, mas você me deu a vida Henry, e eu sempre vou te amar por isso.

–Amar você me da tonturas. Mas amar você foi a melhor escolha que eu já fiz. –Levantei a cabeça e vi Henry sorrindo pra mim.


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