Mentecapto escrita por Sofiapm


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único.



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Mentecapto

Levantou-se da cama, sonolenta. Estava atordoada de sentimentos que pesavam sua mente. Seguiu pela casa,como se seu corpo estivesse dominado por uma força desconhecida. Continuou seu trajeto ate o quintal,achou que ia parar por ali,mas não,seu corpo andou ate a casa vizinha onde morava uma amiga. Alcançou a chave no esconderijo e entrou. Com muita cautela seguiu pela casa e parou no quarto do bebe. Sem pensar nem contrariar seu atos,agarrou o bebe e saiu daquela estranha casa. Voltando ao seu quintal, encontrara o machado de seu marido,que no dia anterior cortara algumas árvores, e o segurou com uma das mãos. O bebe resmungava em seu colo e, impaciente o levou ao celeiro,onde iria executar o plano que não era sabido pela criatura. Colocou o pobre bebe no chão e com apenas um golpe rápido e certeiro,fez rolar aquela pequena cabeça aos seus pés.

Era uma manhã comum. Frio,como de costume. Nublado,como sempre. Um clima típico de uma cidade nada típica. Talvez não um dia tao comum,pois algo acontecera noite passada. Uma lagrima rolou em seu rosto,e ao abrir os olhos Lilian viu que amanhecera. Preferia que não tivesse amanhecido,mas é como evitar o inevitável. Recapitulou aquilo em sua mente. Nao conseguia acreditar. Olhou para o lado e la estava seu lindo marido adormecido,em sonhos profundos,sem nada a temer. Pensou em contar a Hugo o que bajulava em sua cabeça,a barbaridade da noite passada. Mas reprimiu-se. Era algo que ninguém podia sequer sonhar. Ou talvez fosse um sonho. Não se lembrava de tudo. Levantou-se da cama e sentiu algo estranho,uma sensação macabra. Seguiu sua rotina normalmente;tomou café da manha,lavou louças,varreu o chão,ate que,foi ao celeiro pegar a caixa de ferramentas do marido. Ao entrar no local sentiu uma onda de desespero passar pelo seu corpo. Não podia acreditar. Acontecera. Como no sonho,que na verdade não era um sonho. Lilian teve de tomar providencias,antes que alguém avistasse aquela cena horrenda. Limpou logo o local,e colocou o corpo em um lugar inimaginável .

Não sabia como pudera ser tao cruel. Não sabia como pudera deixar a inveja dominar seu corpo. Inveja por nunca ter engravidado,e sua amiga sim. Quando Anna dara à luz àquele pequenino,César,Lilian ficou possessa,mas não imaginou que poderia agir de tal forma.

Messes se passaram,e Lilian ja estava vivendo sua vida normalmente,ate que recebera uma notícia surpreendente. Estava grávida. E de um garotinho. Perfeito,como sempre quisera. Os nove meses voaram,e foram os mais ansiosos de sua vida. O grande dia chegou,e finalmente daria à luz. Após horas de espera o pequeno chegou. Benjamin. Loiro de olhos castanhos profundos,como os de sua mãe.

Em uma noite nada diferente das outras,Benjamin chorava à espera de sua mãe. Lilian foi de encontro ao berço e viu que seu bebe estava todo coberto. Ao descobri-lo,Lilian gelou. Benjamin não estava no berço,ou melhor,quem estava no berço não era o bebe quem dara à luz. No lugar de Benjamin estava César,que supostamente estava enterrado no quintal da casa. Lilian pegou a criança e retornou ao celeiro. Com o machado,que estava por perto,golpeou o garoto diversas vezes. Satisfeita,voltou para casa e foi ao quarto do bebe. Benjamin não estava em lugar algum. Lilian e Hugo se desesperaram,ate que a única saída de Lilian foi contar ao marido o que acontecera. Atordoado,Hugo se dirigiu ao celeiro e não pode acreditar no que vira. Chorava desesperadamente. Lilian correu para ver o que estava acontecendo,e viu a cena que nunca queria ter visto. Benjamin esquartejado nos braços do marido.”Mas como isso aconteceu? Tenho certeza de que o garoto que machuquei não era meu próprio filho!” Pensava repetidas vezes. Hugo não se conformava,e não aguentaria viver ao lado de uma louca assassina.

Lilian acordou em um lugar diferente. Com roupas diferentes. Cheiros diferentes. Sabia onde estava ,mas não sabia o porquê. Chamavam aquele lugar de manicômio. Lilian não gostava de la,e esperava que qualquer um também não gostasse. Ao longo de sua estadia naquele terrível lugar que a prendia,Lilian teve seu corpo dominado pela culpa. Culpa de algo que não sabia identificar.

Em uma noite sombria e silenciosa,levantou-se de sua cama e vagou-se pelo lugar atormentador. Descobriu no percurso uma grande janela destravada. Bonita ate então. Observou a oportunidade a sua frente,e decidiu encará-la. A abriu. Todos seus sentimentos voltaram à tona. Coberta pela mais pura culpa,que agora entendia do que se tratava,subiu na grande janela e suspirou. Seu ultimo suspiro nesse lugar que tanto a atormentara. Pulou. Sem arrependimento nem culpa agora,pode deixar rolar sua ultima e sincera lagrima de então sanidade. Talvez descanse em paz,mas talvez não alcance essa tao procurada paz.


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