_Estamos perdidos – Marco disse tentando acalmá-la nos seus braços.

_Vamos conseguir, tenho certeza! – falei rindo.

_Certeza? Vamos ver... Oh menininha agitada Francesca! Acho que puxou você! – ele disse balançando minha lindinha.

_Me dá aqui! – falei e ele me entregou ela. Ninei-a um pouquinho, e depois a amamentei. Ele ficou um pouquinho quieta e logo adormeceu. – É assim que se faz! – falei colocando-a no “berço”.

_Tá entendi! – ele disse. – Olhe Fran... Dois anjos dormindo. – ele disse com os olhos brilhando.

_Sim... Dois perfeitos anjos... – concordei sorrindo. A felicidade era evidente entre nós.

....................3 horinhas.................................

Estávamos lá conversando... De repente a porta se abre... Era a Vilu, com cara de morta, coitada, ela estava trabalhando muito e seu cansaço era visível. León apenas tratava de ajudá-la e acompanhá-la nos afazeres. Ela sorriu assim que viu meus “filhotes” nos berçinhos.

_Fran, só você para me tirar da cama essa hora! – ela disse com a voz um pouco rouca, devido o cansaço. Eu ri. – São lindos! – ela disse pegando Lucas no colo, ele estava acordado. – Que menino mais lindo da tia Violetta! – ela exclamou. E eu e Marco rimos.

_Tem razão! – falei. Logo Julie começa a chorar no berçinho. E devido aos berros da minha menininha, Luquinhas se agitou e começou a chorar também. Violetta que estava com ele no colo se assustou. Eu quis rir, quando ela começou a se desesperar. Peguei Julie no colo, e ela logo se acalmou. Marco pegou Lucas e também conseguiu o acalmar.

_Eu só acho que sua querida filha, vai ser um tanto manhosa! – Violetta disse rindo.

_Também acho! – Marco falou. – Ela só para quieta quando está no colo da Fran. – ele disse colocando o Lucas no berçinho, pois já havia adormecido.

_Não tenho culpa se ela me ama... – falei rindo.

_Violetta... Você tá com uma cara... – Marco disse rindo, e eu lhe dei um tapa sutil no braço.

_Ah... Acabei de acordar né! E olha que eu nem dormi direito... – ela disse bocejando.

Por Violetta #

Ah! Sim... Eu estava cansada, muito cansada por sinal! Minha voz rouca demonstrava isso, e minhas olheiras também, eu nem passei maquiagem antes de ir ao hospital, foi tudo tão rápido, que eu nem sei com eu não vim de pijama! León não estava assim... Sério, ainda bem que eu não iria trabalhar amanhã, aquela gravadora está me matando!

_Quando vai ter alta amiga? – perguntei.

_Amanhã mesmo, quer dizer hoje... Já é meia noite e meia! – ela disse rindo.

_Nossa... – bocejei. – É tarde, muito tarde! – falei.

_Fran! Não é por nada não, mas eu acho que seu filho está com fome... – León disse sorrindo. – Ele está com os dedos na boquinha, e parece querer mordê-los. – ele disse rindo.

_Passa pra cá! – ela disse rindo também.

_Bom amiga... Eu já vou indo – falei coçando os olhos tentando mantê-los abertos. – León, se você quiser ficar mais um pouco, tudo bem, mas eu preciso descansar... – continuei.

_Não... Eu vou com você. – León disse pegando a minha bolsa, nos despedimos e fomos em direção a nossa casa... No carro, minha cabeça começou a explodir... Até a voz do León estava me irritando. Desliguei o som, minha cabeça estava gritando!

_León... Se não se importar, você pode fechar a boca? – perguntei tentando não ser grosseira, mas não deu certo. Ele não disse nada. E o caminho foi silencioso. Chegamos em casa, e deitei em minha cama de barriga para baixo, como de costume. E afundei minha cabeça no travesseiro.

Comecei a chorar baixinho quando a minha cabeça, literalmente, ameaçou estourar. O que era isso? Doía muito, ela gritava, gritava demais, e eu queria gritar também, gritar de dor e de medo, não sei o que está havendo comigo... Acho que preciso de repouso rapidamente. Meu choro saia abafado, por conta deu estar com a cara enfiada no travesseiro. León estava sentado na cadeira do quarto, mexendo no computador, provavelmente sem sono.

Senti mãos quentes tocarem minha cintura, e logo me virarem. Olhei e vi León, me olhando preocupado. Ele se sentou, e colocou minhas pernas sobre o seu colo, eu continuei deitada.

_O que você tem...? – ele perguntou baixinho.

Não respondi e comecei a chorar mais, agora além de encharcar meu rosto com minhas lágrimas, comecei a soluçar sem parar. E minha cabeça... Nem falo nada... Tava acontecendo um bombardeio dentro dela.

_Vilu... – León me chamou, eu o olhei, e minha dor de cabeça só aumentava... Isso é horrível. Eu parecia querer delirar.

Meu choro foi parando, os soluços continuaram, e as minhas lágrimas pararam, meus olhos embaçados, queriam apenas descansar agora. León colocou uma das mãos atrás de meu pescoço, e a outra atrás de meus joelhos, me ergueu e me arrumou na cama. Após me soltar, ele me olhou preocupado, colocou a mão em meu pescoço, e logo depois em minha testa.

_Febre! – ele disse por fim.

_Pegue a minha caixinha, lá dentro tem os meus remédios – falei com a mão sobre os olhos, minha cabeça ainda não havia parado de doer, até a luz sobre mim, me incomodava.

Sentei devagar na cama, e encostei-me no meu travesseiro, estava com frio... Estava começando a me dar calafrios. León veio com minha caixinha rosa e azul nas mãos, e também tinha uma bolsa de água fria na mão. Entregou-me a caixa, e pôs a bolsa em minha testa. Peguei um remédio para dores fortíssimas na cabeça. Peguei meu espelhinho e vi a minha aparência! Eu estava literalmente acabada.

_Estou ridícula – falei baixinho passando os meus dedos sobre minhas olheiras. Estava fraca, estava horrível...

_Não fica assim – ele tentou me acalmar.

_Para, não está ajudando em nada! – falei nervosa. Ele se calou e se afastou de mim. Voltou para o computador, com a cabeça baixa. Mas em vez de continuar o que ele estava fazendo, ele apenas desligou o computador, e ia saindo do quarto.

_León... – o chamei quase sem voz.

_Não Violetta, eu já entendi. Não quer me ver por perto. Está me evitando desde cedo! Tá, eu sei que está cansada, mas isso não justifica você me tratar mal! Fala sério... Até quando eu estava te perguntando algo dentro do carro, você me manda calar a boca! – ele disse irritado. E eu não o escutei falando comigo no carro.

_Tecnicamente eu não te mandei calar a boca – falei em legítima defesa.

_Deu na mesma! – ele alterou o tom. – Era só falar “Olha León, eu não estou te suportando, então será que pode ficar distante de mim”, seria melhor do que me evitar o tempo inteiro, e depois ficar toda nervosinha pra cima de mim – ele disse, com uma dose pequena de tristeza na voz. – Era só falar... – ele disse abaixando a cabeça. – Eu... Vou dormir na sala, se... Precisar de algo é só... Chamar... – ele disse quase sussurrando.

_León... – eu o chamei novamente. Ele não voltou e saiu do quarto, pensei que ele fosse bater a porta, mas não, ele apenas a encostou vagarosamente. Eu sei que não justifica o que eu fiz com ele, mas eu estou muito mal, cansada e com dores... Não me controlo diante desses meus probleminhas.

León pensou coisas totalmente contrarias, eu não estava evitando ele, só estava apenas querendo que a dor passasse, mas não, ele não me ouve, não me escuta, só sabe pensar em bobagens! Tentei esquecê-lo e tentar dormir... Mas eu não conseguia... León tomava conta da minha mente, e controlava os meus sentimentos! Levantei-me da cama e fui para sala, tentar conversar com ele...

Ele estava sentado e “esparramado no sofá, e dormia, profundamente, digamos. Sentei ao seu lado e acariciei seu rosto. Dei um beijo em sua bochecha e me aconcheguei em seus braços, o mesmo me abraçou, embora ele esteja dormindo, era costume fazer isso... Todas as noites nós dormimos assim... Abraçados um no outro. Então era sempre assim, mesmo ele estando “sem consciência”.

_León... – sussurrei. – Saiba que eu te amo tá? – falei baixinho. Ele não respondeu, apenas expressou algo no rosto, como um sorriso...

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Ah! Acordei, vamos dizer que bem! Estava nos braços ele, então... Tá tudo certo!

Olhei para cima de mim, e León ainda dormia tranquilamente. Depois de uns minutos ele começou a se mexer, muito, ele estava acordando. Fechei meus olhos, e fingi estar dormindo, queria ver a reação dele.

_Hã? – foi tudo o que ele disse.

Abri os olhos lentamente, e ele me olhava curioso, dei um meio sorriso, e esfreguei meus olhos.

_Bom dia – falei me espreguiçando.

_O que aconteceu? – perguntou.

_O que? – perguntei.

_O que, pergunto eu! – ele disse.

_Ai... Eu sei que discutimos... Mas, não posso dormir sem você criatura! – falei séria.

_Ah – ele disse sem muito animo.

Levantei-me, e sai de lá. Ele está incrivelmente chato!

...