Eu saí do porão e Noah estava me esperando na sala.

– Ah, é... Sua roupa está ao contrário. – falou.

Fiquei mais vermelha ainda, mas mesmo assim, subi correndo. Aquela mulher apareceu na minha frente quando estava botando a calça. Eu já estava cheia daquilo.

– Temos que conversar sobre bater na porta antes de entrar. – falei.

– Não consigo bater na porta. – ela falou decepcionada.

– Incompetente. – bufei. – Você queria que eu fosse ao porão para fazer aquilo?

– Não. – falou. – Definitivamente não. Surpreendi-me. Você é como Allie, uma Allie mais jovem. Uma doente.

– Tenho que ir para a escola. – falei e desci ao encontro de Noah. Quando cheguei à sala, minha mãe e Noah estavam conversando, estranhei aquilo, mas saí arrastando ele dali. Vai que minha mãe resolve abrir a boca, não sei como ele reagiria sabendo o que eu fiz ontem, talvez ele gritasse ou saísse pulando por aí me chamando de doente, mas mesmo assim, ele percebeu que não estava bem.

– Zoey... – ele estava olhando para a janela da escola, que a vista dava para uma floresta nublada. – O que aconteceu com você?

– Como assim? – perguntei.

– Ora, por favor! – Exclamou. – Te conheço há 3 anos, você não consegue me esconder nada.

Olhei pra ele e ele me olhava de volta, com um olhar totalmente terno, me lembrou do olhar do meu pai. Noah me passava segurança, gostava dele. Foi aí que eu resolvi contar tudo. Ele ficou em silêncio absoluto por alguns minutos, e então resolveu falar.

– Foi bom?

– Não me lembro. – falei. – Você não achou estranho?

– Cara. – me olhou rindo. – Você é maravilhosa. Sabia que eu te amo.

– Sabia.

– Sabia que eu minto? – perguntou ele, risonho.

– Sabia também.

Saímos da escola e fomos ao Bob's, ele me pagou um milkshake de ovomaltine. Depois da noite de ontem, era tudo que eu estava precisando.