Pov'Roberta
Uma culpa tão grande tomou conta de mim ao ver meu pequeno gritando de dor por mim causa. Assim que entrei em meu quarto e vi Ana Luíza dormindo tranquilamente porque ja estava de banho tomado, e alimentada, pensei em Pietro, tão novinho quanto ela e ja chorando de dor. Meu coração doia, minha consciência pesava, desci disposta a pegar ele e cuidar assim como deveria ter feito desde o primeiro dia. Coincidência ou não quando o vi ele chorava, peguei-o no colo e coloquei em meu seio, assim que sua boquinha encontrou o meu seio ele sugava desesperadamente meu leite, de sua boquinha saia um som parecido com estalinhos, me emocionei, a culpa cresceu, o peso na consciência ficou ainda maior...
― Resolveu aceitar que tem mais um filho? Resolveu ser mãe dele?
― Me deixa quieta, Diego! Não fica jogando na minha cara tudo que eu ja sei, se você soubesse o quanto estou mau por isso.
― Agora imagina o quanto esse menino sofreu, não precisa fingir que gosta dele, não precisa ser mãe dele.
― Não fala bobeira, Diego, eu o amo, ele é meu filho! Ele nasceu de mim
― Pra infelicidade dele. ― Olhei pra Diego com os olhos marejados― Você o nega desde quando ele ainda estava em seu ventre, o culpava pelas dores que sentia. ― Pietro engasgou com o leite, tirei ele de meu seio e o desengasguei, ele chorou.. ―
― Shiu meu amor ― coloquei ele novamente em meu seio.―
― Ta vendo, ate pra dar de mamar a ele você faz de mau gosto. ― Eu via raiva no olhar de Diego.―
― Diego pelo amor de Deus cala essa boca ― respirei fundo tentando me acalmar, ele ja estava me tirando do serio ― que bebê que nunca engasgou ao mamar? Eu tenho bastante leite, ele suga mais do que consegue engolir e engasga, mas ele esta bem, olha. ― mostrei o bebê que continuava a mamar―
― Me arrependo de ter me relacionado com você! Voce é uma vergonha ― Ao ouvir isso meu mundo desabou, senti uma dor tão grande no coração, o meu namorado, o meu Diego sentindo vergonha de mim.―
― A CARLA DEVE SER MAIS INTERESSANTE NÉ? CARLA NÃO TEM OS PEITOS DESSE TAMANHO, NÃO TEM BARRIGA NENHUMA. EU PERCEBI A FORMA QUE VOCÊS ESTAVAM SE OLHANDO ESSES DIAS, VAI LÁ FICA COM ELA! Quer saber, Diego? No fundo você nunca mudou, você continua sendo aquele galinha, o MOLEQUE comedor, que pega todas. Vai saber se você e Carla não tem um caso pela minhas costas. ― Cuspi todas aquelas palavras―
― CALA A BOCA! ― Gritou e me deu um tapa no rosto, Carla e minha mae correram ate a sala pra ver o que estava acontecendo.―
― Você me bateu ― Lagrimas teimosas escorriam pelo meu rosto, levei a mão ate o local em que ele havia me dado um tapa, ardia, latejava, mas a dor fisica era o de menos....―
― DIEGO O QUE VOCÊ FEZ?! ― Minha mãe gritou desesperada, Carla estava com os olhos arregalados em um canto da sala.― Você bateu nela, ela é meu bebê Diego, você não tem esse direito.
― Desculpa dona, Claudia ― se desesperou.― eu só - eu só fiquei nervoso com ela e quando vi ja tinha feito isso. Perdão meu amor ― Veio me abraçar.―
― NÃO TOCA EM MIM. Diego eu sei que eu errei de ter feito isso com o Pietro mas nesse quase um ano que estamos juntos eu nunca levantei a mão pra você, nunca te desrespeitei.
― Me desculpa, por favor. Eu não queria ter feito isso...
― Eu te desculpo, Diego. Só que acabou o respeito entre nós, quando acaba o respeito acaba tudo.
― Não, Roberta, eu amo você.
― Acabou, se é que tínhamos algo ainda...― Sequei as lagrimas do meu rosto.― Mãe me ajuda aqui ― me ajudou a levantar, Pietro ainda mamava.― Você também, Carla obrigada por cuidar do meu filho, mas chega, não quero mais você como minha amiga.
― ROBERTA― ja chorava, a vida toda fomos amigas, isso estava doendo em mim também, mas era o melhor a se fazer.― Por favor, eu não consigo ficar longe de você, são 11 anos sem desgrudar de você, não faz isso... Eu amo esses bebês.. ― engoli seco e ignorei o que ela disse.―
― Mãe estou com meus filhos no meu quarto. ― Subi as escadas lentamente com Pietro no colo sem olhar pra trás―