Feliz Natal, Molly. - de Fred II para Molly II escrita por Luna


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Eu sei que o ship é um pouco diferente, mas a ideia é essa. Espero que gostem da história! ;)P. S. A música é "Let me love you (until you learn to love yourself)", do Ne-yo.



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Sentada no parapeito da janela do quarto que dividia com a irmã e as primas, Molly observava a neve cair em flocos do lado de fora d’A Toca. Era véspera de Natal. Dominique, Louis, Lucy, Roxanne, James, Alvo, Rose, Hugo e Lily estavam nos jardins congelados, fazendo a tradicional guerra de bolas de neve, observados de perto por Teddy e Victoire, “os juízes da competição”. A vovó Molly estava na cozinha com Andrômeda, Fleur, Audrey, Angelina, Hermione e Gina, preparando a ceia. Do quarto, Molly podia sentir o cheiro do peru e ouvir as gargalhadas que intercalavam as conversas no campeonato de xadrez bruxo promovido por Arthur, Bill, Charlie, Percy, George, Ron e Harry, na sala de estar.

E mesmo com toda a alegria que parecia transbordar de cada canto da casa, Molly simplesmente não conseguia sentir o mesmo. Embora quisesse. No íntimo, queria muito poder sentir a alegria de um “Feliz Natal”, como todos os Weasley estavam desejando uns aos outros.

Encostou a testa na vidraça da janela, observando Hugo ajudar Lily a se levantar. Pensava, às vezes, em como seria bom ter dez anos de idade, assim como os primos mais novos. Porque a vida seria bem menos complicada.

A ruiva se acomodou no parapeito da janela, abraçando as pernas junto ao corpo. Ouviu alguém empurrar a porta, mas não se deu ao trabalho de olhar quem era. No mínimo, devia ser Audrey novamente, chamando-a para descer ou vindo lhe falar por que não deveria ficar triste.

– Mollynha? – chamou uma voz que ela não escutava há uns dois anos. E só havia uma pessoa que a chamava daquele jeito.

– Fred? – respondeu, no mesmo instante, virando-se para encará-lo. Sentiu o coração disparar no peito – de susto, obviamente – ao ver o primo mais velho à sua frente, com os cabelos ruivos um pouco mais longos. Mas com o mesmo sorriso maroto, as mesmas sardas, os mesmos olhos castanho-claros e os quase dois metros de altura.

– Olá, priminha. Como você está? – perguntou o rapaz, puxando um pufe para se sentar perto dela. Colocou uma caixa de violão no chão, e voltou-se para encará-la, ainda sorrindo.

– O que você está fazendo aqui? – quis saber Molly, ainda sem acreditar que Fred estava ali.

– Puxa, Mollynha, isso é jeito de receber o primo que você mais ama? – disse ele, desfazendo o sorriso e fingindo-se chateado.

Molly sorriu, tristemente mais animada. Era uma bobagem, mas Fred tinha esse efeito sobre ela. E ele era realmente o primo que ela mais amava. Fato.

– Você não mudou nada mesmo, Fred.

– Ao contrário da senhorita. – comentou ele, seriamente, observando-a com atenção. – Mollynha, cara de velório não combina com Natal, sabia?

– Tanto faz. – retrucou, abraçando ainda mais as pernas junto ao corpo, em uma atitude defensiva.

– Tia Audrey me contou, toda orgulhosa, que você conseguiu um estágio no Departamento de Execução das Leis da Magia. Que você passou em primeiro lugar na prova. Fez vinte pontos a mais que o segundo lugar. E ainda nem terminou o seu curso de Direito Bruxo. – comentou Fred, lentamente, observando as reações da prima. Ela se limitou a encarar o chão. – É algo de que você devia se orgulhar, Mollynha. Você queria tanto esse estágio, desde que estudava em Hogwarts. Mas aí eu chego e te encontro toda triste. E eu que pensei que você estivesse escondida aqui planejando uma queima de fogos de uma maneira bem Weasley para mais tarde.

– Esse é você, Fred, não eu. – disse, baixinho, sorrindo involuntariamente.

– Puxa vida, é mesmo! – comentou o ruivo, dramaticamente, dando um tapa na própria testa. – Você é a Molly Weasley II certinha e eu sou Fred Weasley II, o bagunceiro. Tá vendo o que dá ficar dois anos longe da família?

– Não seja bobo, Fred. – comentou Molly, observando-o com carinho. Sentira falta dele. – E o que você fez nesses dois anos?

– Desenvolvi uma bomba disfarçada de Fogos Filibusteiro para explodir o mundo caso tio Voldy resolva renascer das cinzas, como uma fênix. – murmurou o ruivo, em tom de urgência, como se contasse um segredo.

Molly gargalhou, afastando as pernas do corpo, esticando-as.

– Ah, Fred, fala sério. O que você fez, hein? – insistiu a menina.

– Só o que eu combinei com meu pai, mesmo. Pesquisar novos mercados para a Gemialidades Weasley, abrir novas filiais, desenvolver novos produtos... – contou, assumindo uma postura séria. – Conseguimos abrir cinco filiais na Europa, mas tenho que visitá-las de dois em dois meses. França, Alemanha, Itália, Dinamarca e Portugal.

– “Conseguimos”? – repetiu Molly, curiosa. – Você foi acompanhado?

– É óbvio que fui! O Jerry foi o melhor companheiro de viagem de todos os tempos!

– Quem é Jerry?

– O meu violão. – respondeu Fred, abrindo o zíper da caixa e mostrando o violão a Molly. O instrumento, de fato, tinha o nome “Jerry” escrito nele.

– Não me diga que você pôs nome em um violão. – comentou Molly, aparentemente chocada.

– E daí? Você e as nossas primas e irmãs não colocavam nomes nas bonecas? O princípio é o mesmo. – respondeu, sem se afetar.

– Ah é, a mesma coisa. – disse Molly, irônica.

– Não seja chata, Mollynha. – falou Fred, guardando o violão na caixa novamente.

– Chato é você. – retrucou, mostrando a língua para ele.

– Não sou não, sou o primo que você mais gosta... – comentou Fred, abrindo um sorriso maroto, lembrando-se de algo que Molly deixara escapar no último aniversário dele na Toca.

– Vê se me erra, Fred. Tenho mais o que fazer. – resmungou, voltando o olhar para a janela, sem querer admitir. Porque era a mais pura verdade.

– Ah, olhar a neve caindo. Muito emocionante.

– Não seja irônico.

– Não estou sendo. – respondeu o ruivo, empurrando as pernas de Molly para sentar na outra metade do parapeito da janela. – Até vim ver a neve com você. – comentou, despretensiosamente. Estavam de frente um para o outro. Molly sorriu, maléfica, e colocou os pés no colo do primo. – Hei, garota, o que é isso?

– Já que você está sendo tão bonzinho... o que custa eu colocar as pernas em cima de você? – questionou a moça, observando um sorriso maroto reaparecer no rosto do primo.

– Ótimo, facilita meu trabalho. – disse Fred, tirando as meias de lã dos pés de Molly tão rápido que ela nem teve como impedi-lo.

– Fred, o que voc... – no minuto seguinte, ele estava fazendo cócegas nos pés da ruiva, que ria sem parar. – Para, Fred. – dizia, tentando se desvencilhar do alcance das mãos dele. – Para, Fred, para...

Quando Molly conseguiu se soltar, saiu correndo de perto do parapeito da janela e foi parar do outro lado do quarto, ofegante.

– Puxa, Mollynha, como você foi rápida dessa vez. – disse Fred, fingidamente lamentando.

– O chão tá frio, Fred. Preciso das minhas meias de volta. – reclamou, sentando-se na cama mais próxima.

– Vem pegar.

– Você não vai fazer cócegas em mim de novo, vai? – perguntou, receosa, hesitando em caminhar até ele.

– Claro que não, Mollynha. Que espécie de primo você acha que eu sou? – falou, seriamente.

– Um maroto. – respondeu Molly, na mesma hora.

– Não, não, você tem que vir pegar. Aqui tem a paisagem maravilhosa de flocos de neve caindo lá fora e aí não. Puxa, caiu um floco em forma de Papai Noel... vem ver, Mollynha. – chamou Fred, olhando pela janela com atenção.

Molly sorriu internamente. Sabia que Fred a estava pirraçando por ficar sentada no parapeito da janela em pleno Natal e, ao mesmo tempo, tentando animá-la. Principalmente porque eles eram os Weasley que mais zoavam a estranha tradição das crianças trouxas de acreditarem em um “Papai Noel”.

Fred devolveu as meias à Molly e ela as calçou, satisfeita por poder esquentar os pés novamente.

– Tô sentindo falta de alguém por aqui. – comentou Fred, assim que Molly se sentou no parapeito da janela novamente. Estavam de frente um para o outro.

– Do floco de Papai Noel que derreteu? – perguntou ela, um ar de riso na voz.

– Roxanne escreveu para mim no início do ano para contar que você, finalmente, apresentou seu namorado para a família. Cadê ele? – questionou Fred, agora com uma postura bastante séria.

Molly sentiu a pouca alegria que Fred lhe trouxera de volta esvair lentamente.

– Roxanne não te contou que ele terminou comigo? – murmurou Molly, tentando lutar contra as lágrimas que se formavam.

– Mollynha... me desculpa, eu não sabia. – pediu Fred, arrependido, sem saber o que fazer.

– Não tem problema, Fred. Não precisa ter pena de mim. – retrucou, mal educadamente, voltando o olhar embaçado para a janela. – Eu não era a namorada que ele queria ter, e coitado do homem que se casar comigo, então realmente é melhor que eu fique sozinha. – acrescentou, baixando a guarda e deixando as lágrimas correrem livres pelo rosto.

– Mollynha, não... – Fred não sabia o que dizer. Não gostava de ver ninguém chorando, muito menos Molly. No minuto seguinte, ele a estava abraçando, e ela estava, finalmente, permitindo-se chorar tudo o que guardara ao longo do ano. – Shhhh.... – Fred fazia, acariciando o topo da cabeça da prima, que escondera o rosto no peito dele. Depois de longos segundos, quando parecia que Molly já tinha se acalmado um pouco, Fred perguntou – De onde você tirou essas ideias, Mollynha? Que é melhor ficar sozinha? Que quem se casar com você será um coitado?

– Foi ele quem me disse. – murmurou, a voz abafada pelo suéter de Fred. – Ele disse que eu nunca tinha sido a namorada que ele queria ter. Que eu não dava atenção para ele. Que eu deixava ele sozinho em casa a semana inteira. E que eu era muito desleixada comigo mesma. – agora Molly tinha deixado de esconder o rosto no suéter de Fred, e estava com a cabeça encostada meio de lado no peito dele. – Mas, Fred, eu estou fazendo um curso de Direito bruxo! Estava estudando para uma prova de estágio! Ligava para ele todo dia, mesmo que só o visse aos fins de semana. Foi ele quem viajou durante uma semana e não me ligou nem uma vezinha. Não me mandou nenhuma mensagem. Nem mesmo uma carta! E foi ele quem saiu sozinho com duas amigas – Molly fez aspas no ar com os dedos – e ainda teve a cara de pau de dizer que não tinha nada demais. Mas eu conheço aquelas garotas, elas eram totalmente a fim dele.

Fred ficou em silêncio enquanto a prima desabafava. Então era aquilo que tinha acontecido. Ele mentira, sabia que Molly não estava mais namorando desde fevereiro, mas precisava entender o que tinha acontecido para deixá-la tão para baixo. Saber o que tirara o sorriso doce do rostinho alegre dela. Porque ela não contara para ninguém o que tinha acontecido. Nem para Audrey ou Lucy.

– Ele não te merecia, Molly. – limitou-se a dizer o rapaz, fazendo cafuné na prima.

– E sabe do que mais?

– O quê? – questionou Fred, interessado.

– Ele reclamou comigo que eu era muito ciumenta de achar estranho ele sair com as amigas. E de eu achar ruim ele assistir jogos de quadribol com os amigos dele no dia em que a gente sairia. Fala sério, Fred, ele fica um mês sem me ver e, quando chega, vai assistir jogo com os amigos e sair com as amigas?

– Mas ele não viajou por uma semana? – questionou Fred, confuso, observando Molly, ainda encostada em seu peito.

– Ele viajou por uma semana. Mas ficou um mês sem me ver, porque Lucy e eu estávamos na casa dos nossos avós. Eu estava de férias do curso durante janeiro. – explicou, enquanto lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto. – E tem mais.

– Mais? – repetiu Fred, a indignação crescendo dentro de si.

– Ele disse que eu era desleixada. Que não escovava o cabelo, não me maquiava para sair com ele, não calçava sapatos de salto, que eu nem fazia as unhas... mas, Fred, meu cabelo é liso. E eu não posso simplesmente passar maquiagem e não tirar tudo, porque estraga a pele. Tinha dias que eu estava tão cansada que não tinha ânimo nenhum para tirar a maquiagem. Se eu calçasse sapatos de salto, ficaria maior do que ele, porque a gente tinha a mesma altura. E por que eu não podia ficar sem fazer as unhas? Às vezes, eu tinha que ficar estudando para um monte de provas e...

– Mollynha – interrompeu Fred, franzindo a testa – me desculpe a sinceridade, mas acho que esse cara aí era gay. Putz, que homem termina com uma mulher por que ela não faz as unhas? Caramba, será que gostosura e beleza natural não contam?

– Acho que ele nunca gostou de mim pelo que eu sou. – murmurou Molly, afastando-se de Fred e sentando-se de frente para ele. Ela encarava o parapeito da janela.

– E o que você acha de tudo isso? Digo, de vocês terem terminado? – quis saber o ruivo, observando a prima com atenção.

– Aliviada. Apesar de ter sido doloroso, porque eu realmente gostava dele. De verdade. Mas tudo isso acabou, Fred. Não consigo sentir mais nada por ele. E agora eu posso fazer as coisas por mim mesma, e não por alguém. Não preciso mais deixar o cabelo crescer até o meio das costas. Gosto do meu cabelo mais curto um pouco, e ele não gostava. – respondeu Molly, voltando o olhar para o primo.

– Se você não gosta mais desse idiota – Molly deu um sorrisinho fraco – por que continua tão triste, Mollynha? – quis saber Fred, confuso.

– Bem, você se lembra que eu disse que ele falou que o homem que se casasse comigo seria um coitado, lembra? – Fred assentiu. Molly respirou fundo e continuou – Nos dias em que eu ainda estava mais para baixo, logo depois de ter ouvido isso tudo, um dos professores lá do curso de Direito Bruxo disse para a sala que as meninas que estavam ali podiam dedicar todas as horas do dia para estudar bastante. Porque, segundo o professor, mulher que faz Direito não se casa. Está condenada a ficar sozinha para sempre, porque homem nenhum gosta de mulheres que fazem Direito.

– Não entendo a lógica por trás disso. Porque eu gosto de você. – disse Fred, sem pensar, fazendo Molly corar. – Você entendeu, quero dizer... como primo. – acrescentou, rapidamente, fazendo o coração de Molly dar uma cambalhota esquisita. E o dele também.

– Eu também não. Mas eu comecei a achar que ele tem razão. Porque, desde fevereiro, menino nenhum nunca me chamou para sair ou algo do tipo. – disse a menina, lentamente. – E às vezes eu me sinto tão sozinha. Quando eu passei na prova de estágio, eu fui olhar o resultado. Não tinha ninguém para me parabenizar. Ou para segurar minha mão antes de a gente olhar a lista e dizer que, fosse lá qual fosse o resultado, continuaria me amando.

– Você tem os seus pais. A Lucy. E todos nós, os Weasley. – apontou Fred, observando Molly voltar o olhar para a janela novamente.

– É diferente, Fred. E você sabe disso.

Um silêncio tomou conta do quarto. É, Fred sabia que era diferente. E como sabia.

– Eu vejo a Victoire com o Teddy e tudo o que eu consigo pensar era em como eu queria ter alguém como ele do meu lado. A Domi fica sozinha porque quer, ela mesma disse. Ela tem uma fila de caras esperando por ela em tudo quanto é lugar. E a Roxanne, a Lucy, a Rose e a Lily ainda são novinhas, não ligam muito para isso. Mas aí eu vejo meus pais, os meus avós, e todos os meus tios alegres e apaixonados um pelo outro. E eu sozinha. – lamentou-se Molly, ainda observando os flocos de neve caírem do lado de fora da janela.

Fred ficou em silêncio por alguns longos segundos. Por fim, ele disse:

– Esse cara não te amava, Mollynha. Provavelmente, você ainda não sabe o que é amor.

Molly voltou os olhos castanhos para o primo:

– Você por acaso sabe o que é amor?

– Com certeza. – respondeu, com firmeza. Molly ergueu uma sobrancelha, desconfiada. Fred se levantou e pegou o “Jerry” de dentro da caixa, sentando-se no parapeito da janela novamente. – Vou mostrar para você.

– Cantando? Ah, Fred, qual é. Da última vez que você disse que ia cantar, desafinou total e tocou um violão que já tava enfeitiçado. – comentou Molly, com um ar enfadonho.

– Eu vou cantar para você, Mollynha. Puxa, por que não me dá um voto de confiança? E eu aprendi a tocar, sim. – pelo tom de voz do rapaz, a ruiva notou que ele estava claramente chateado com o comentário dela, e não apenas fingindo.

– Pode cantar. Prometo que vou prestar atenção. – pediu Molly, observando o primo com atenção.

Fred começou a tocar. Uma melodia suave. Ele conseguiu prender a atenção de Molly na mesma hora. Depois de uns instantes, começou a cantar:

Much as you blame yourself (por mais que você se culpe)

You can't be blamed for the way that you feel (não pode ser culpada pelo jeito que se sente)

Molly sorriu com as primeiras palavras de Fred. Parecia que ele tinha escolhido a música com cuidado.

Had no example of a love (não teve um exemplo de amor)

That was even remotely real (que fosse remotamente verdadeiro)

How can you understand something that you never had? (Como você pode entender algo que nunca teve?)

Ooh baby if you let me I can help you out with all of that (Se você deixar, posso te ajudar com tudo isso)

Agora, ela tinha certeza de que Fred escolhera a música a dedo.

Girl let me love you (garota, deixe-me te amar)

And I will love you (e eu te amarei)

Until you learn to love yourself (até você aprender a se amar)

Girl let me love you (garota, deixe-me te amar)

And all your trouble (e todos os seus problemas)

Don't be afraid, girl let me help (não tenha medo, deixa eu te ajudar)

Girl let me love you (garota, deixe-me te amar)

And I will love you (e eu te amarei)

Until you learn to love yourself (até você aprender a se amar)

Girl let me love you (garota, deixe-me te amar)

A heart of numbness, gets brought to life (um coração adormecido, voltará a bater)

I'll take you there (eu te levarei até lá)

Molly apoiou o queixo em uma das mãos, pensativa. Era aquilo mesmo que tinha entendido? Fred queria amá-la? Até ela aprender a se amar? Em que sentido?

I can see the pain behind your eyes (posso ver o sofrimento em seus olhos)

It's been there for quite a while (ele está aí há um bom tempo)

Bem, isso era verdade. Molly bem que tinha se esforçado para não ficar triste durante todo o ano. Mas não conseguira grandes progressos até então.

I just wanna be the one to remind you what it is to smile (eu quero apenas ser quem te lembrará do que é sorrir)

Isso Fred já conseguira. A simples presença dele era o suficiente para que Molly tivesse vontade de voltar a sorrir.

I would like to show you what true love can really do (eu gostaria de lhe mostrar o que o verdadeiro amor pode fazer)

Girl let me love you

And I will love you

Until you learn to love yourself

Girl let me love you

And all your trouble

Don't be afraid, girl let me help

Girl let me love you

And I will love you

Until you learn to love yourself

Girl let me love you

A heart of numbness, gets brought to life

I'll take you there

Com mais alguns segundos dedilhando o violão, Fred finalizou a música.

– Que lindo, Fred. – suspirou Molly. – E você nem tinha enfeitiçado o violão.

– Obrigado. – ele sorriu, presunçoso, guardando Jerry novamente.

– Mas eu não entendi o propósito da música. – comentou Molly, curiosa, ainda observando o primo com o queixo apoiado em uma das mãos. – É para eu deixar você me amar até eu aprender a me amar? Não faz sentido.

Fred se levantou e estendeu uma mão na direção de Molly. Ela não questionou. Levantou-se e segurou a mão que ele lhe oferecia. Ele a levou para perto da porta. Havia um enorme espelho atrás dela, que Victoire e Dominique haviam arrumado há algum tempo. Fred colocou Molly de frente para o espelho e se colocou atrás da menina. Por ser muito mais alto, conseguia ver claramente o reflexo de ambos no espelho.

– Me diz o que você vê, Mollynha. – pediu Fred, desfazendo o coque frouxo em que os cabelos da prima estavam presos. – Você cortou o cabelo? – questionou, ao ver os fios ruivos caírem só até um pouco abaixo dos ombros dela.

– Cortei. Prefiro assim. E ele nunca gostou que eu cortasse o cabelo, então eu deixava maior por causa dele. – explicou Molly, tirando a franja de cima dos olhos.

– Agora, me diz o que você vê. – pediu Fred novamente, sem fazer comentários.

– Dois ruivos. Um alto e a outra, uma anãzinha. – respondeu. – Fred, qual é o propósito de tudo isso? – encarando o olhar dele pelo reflexo no espelho.

– Está vendo essa ruiva aí? – perguntou, ignorando a pergunta dela. – O que você acha dela? Bonita?

– Não tanto quanto a Victoire. Ou a Dominique. Ela é só uma ratinha de livros que não liga para ninguém e vai acabar sozinha. – respondeu devagar, tristemente.

– Sabe o que eu vejo? – perguntou Fred, encarando Molly pelo reflexo no espelho. – Uma garota ruiva, linda. Dedicada. Que se propõe a vencer todos os desafios que aparecem, um por um.

– Fred... – começou Molly, os olhos castanhos se enchendo de lágrimas.

– Ela é a garota mais bonita que eu já vi, sabia, Mollynha? Toda charmosa, com algumas poucas sardas no rosto. – ele apontou para as bochechas de Molly no reflexo. – E ela é uma menina muito especial. Que ama a família. Sempre ajuda quando pode. – Molly sorriu, tristemente, lembrando-se de todas as vezes em que ajudou os primos mais novos e a irmã com deveres de casa e trabalhos. – Ela tem um ótimo coração. Mas ela não sabe reconhecer o próprio valor. Ela deixou que um canalha a destruísse por dentro. E eu só queria que ela voltasse a sorrir. Que ela se lembrasse de que tem um valor inestimável. Que ela é especial. Muito especial.

Molly não aguentou mais. Deixou que as lágrimas escorressem novamente pelo rosto e abraçou Fred de novo, com força.

Girl let me love you (garota, deixe-me amar você)

And I will love you (e eu te amarei)

Until you learn to love yourself (até você aprender a se amar)

Girl let me love you (garota, deixe-me amar você)

A heart of numbness, gets brought to life (um coração adormecido, voltará a bater)

I'll take you there (eu te levarei até lá) – cantarolou Fred, novamente.

– Obrigada, Fred. – agradeceu Molly, enxugando as lágrimas e se afastando dele.

– Ao seu dispor, Mollynha. – ele sorriu, vendo a prima sorrir para ele com doçura.

– Você está coberto de razão. Não posso me deixar abater. – comentou, dando uma olhadela para o espelho. – Mas eu tenho uma dúvida.

– Pode perguntar. – falou Fred, encorajando-a.

– Você realmente acha que eu sou a garota mais bonita que você já viu? – perguntou, devagar, encarando o chão.

– Com certeza. – respondeu Fred, na mesma hora, fazendo o coração de Molly acelerar. – Agora, eu tenho uma pergunta. – disse o rapaz, segurando o queixo da menina, fazendo com que ela o encarasse. – Você vai deixar?

– Deixar o quê? – perguntou Molly, meio abobada, encarando os olhos castanhos de Fred.

– A música. – murmurou.

Deixe eu amar você. E eu te amarei. Até você aprender a se amar.

– Fred, eu… eu não entendo. – disse ela, baixinho, encarando-o. – Você me ama?

– Amo, Mollynha. Muito. – ele respondeu, sem pesar exatamente o valor das próprias palavras. Mas sabia que era a mais pura verdade. Por ora, era mais do que suficiente.

Molly sentiu um frio na barriga. Fred não brincava. Ela também o conhecia bem demais para saber quando ele estava falando sério.

Ok, ele a amava. Mas... em que sentido?

– Tudo bem. Eu deixo. – sussurrou Molly, querendo saber o que viria a seguir. Fred a encarava com muita determinação.

Ele sorriu de lado e aproximou o rosto do dela, sem pensar no que estava fazendo. Molly sentiu o coração pular no peito, e Fred também. Por uma estranha razão, ela só queria que ele a beijasse, como achava que ele faria.

Em vez disso, Fred apenas roçou os lábios nos de Molly. Quando se seu conta do que fazia, ele se voltou para a testa da menina. Ela suspirou ao sentir que Fred lhe beijava a testa com ternura.

– Feliz Natal, Molly. – murmurou o ruivo.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se de comentar, favoritar, recomendar... :)E digam, por favor, se seria melhor colocar a música só com a tradução. Porque aí eu conserto.Beijos!



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