–Ótimo tudo que eu queria era levá-la a festa, fazê-la se apaixonar por mim e todos ficariam felizes...

–Nem todos... – disse baixinho.

–O que foi?

–Ahn, nada... Pouca coisa você quer também não?!

–Ei!Não é muito! Alguns querem dinheiro, outros fama, outros beleza, inteligência...

As duas ultimas características que ele mencionou realmente não lhe faltava!

–Ah, nem vou mais à festa então... Para ver-la com outro...

Uma idéia brilhou na minha cabeça.

–Já sei! Você deveria ir sim, e tira-la para dançar... E a fazer-la se arrepender por não ter te levado ao baile, pois vocês dois vão arrasar na pista de dança!

–Você realmente é um gênio, deveria ir para Harvard! Aquelas aulas de dança que fui obrigado a fazer com a minha prima vão me valer para alguma coisa! – ele ergue uma sobrancelha, arruma a postura e me estende a mão. – Me concede uma dança?

Eu olhei para os lados, a praça da frente da escola estava deserta exceto por nós dois, pensei “porque não?”. Estendi-lhe minha mão e ele a segurou forte e logo estava me girando e conduzindo, parou me abraçando de costas para ele.

–Pronta? – ele sussurrou no meu ouvido.

–Sempre – apesar da certeza na resposta, falei com uma voz esganiçada típica de quando estou nervosa.

Ele me girou e me puxou para perto agora de frente com ele, com uma mão na minha cintura e a outra segurando delicadamente minha mão me guiando em passos de dança que nem sei identificar. E dançamos ali, assim mesmo sem musica, sem pista de dança, só nos em uma praça vazia e com o barulho da cidade. Ele parou cansado e sentamos sincronizado no banco.

–Nossa!Quando me disse que sabia dançar não imaginei que soubesse mesmo. Você é bom, deveria investir nisso, quase uma bailarina de programa de televisão.

–Haha - ele riu, irônico – obrigada minha cara amiga, guardo isso em segredo para não expor meu talento.

Sorri junto com ele, mas por dentro doeu aquele “amiga”.

–Lari... – ele me olhou serio - A Isa já tem um acompanhante para o baile e eu meio que estou sozinho agora, será que você não gostaria de ir comigo?

“Gostaria? Eu adoraria! Sim, sim, sim mil vezes sim”

–Ah, como não tenho outra escolha eu faço esse favor por você – disse sorrindo.

–Obrigado Lari, amiga como você não existe! – aquela palavra estava me deixando nervosa, mas não demonstrei não poderia deixá-lo suspeitar de nada. Ele ficara em silencio e continuara serio- Posso te perguntar uma coisa?

–Claro. - ele demorou para responder me fazendo quase enlouquecer com sua demora.

–Eu nunca te vi observando ou comentando sobre algum rapaz, eu sempre correndo atrás da Isa, mas e você? Não esta interessada em alguém? Ninguém da escola ou da cidade? Ou você já tem alguém em mente e não me contou?

–Não, ninguém. – engoli em seco - Não gosto de me interessar por caras apenas pela beleza e ir atrás deles por isso. Gosto de deixar as coisas acontecerem naturalmente como deve ser. Como me disseram uma vez que não devemos correr atrás das borboletas, mas sim cuidar do nosso jardim e esperar que elas venham até nós.

Ele continuou serio só por alguns segundos e depois começou a gargalhar e ate de desdobrar de rir como se eu tivesse contado a piada do ano.

–Ei! É sério! – dei um soco forte em seu braço.

–Ta bom, desculpa ta?! – ele disse esfregando o local do soco, ainda rindo – mas não é possível ninguém no mundo te interessar!

–Não é assim também ne? Tem um cara... Que eu gosto muito dele... Do seu jeito, sorriso... – olhei para baixo, não conseguiria encará-lo dizendo isso, senti meu rosto corando.

–Sabia!Eu posso te ajudar com ele! Se for alguém que conheço posso apresentá-lo...

–Ah... Mas não tem como você me ajudar com ele, mesmo! Se eu fosse pedir ajuda para alguém em relação a ele você seria a ultima pessoa a qual eu iria recorrer...

Ele me observava com uma expressão pensativa enquanto eu olhava ao longe o sol começando a se esconder por trás das arvores e dos prédios.

–O que você quis dizer com isso?

Uma buzina soou e eu saltei do banco pegando minha mochila apressadamente e acenei de longe para ele enquanto entrava no carro.