δεποις - Depois escrita por Mayah No Virgo


Capítulo 1
Vazio.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa pequena One :3
Obs: as partes em negrito são da narradora (Eu XD)
As partes itálico são os pensamentos do Hades.



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Silencio...

Então era isso?

A sensação de estar suspenso entre o tempo e o espaço...

Era isso o que vinha depois?

Escuridão, mesmo com os olhos abertos, preso num topor e ali só havia uma sensação de...

Pairando sem rumo sobre o nada...

Vazio...

Por que fora mesmo que viera parar ali? Forçou sua mente em branco a se lembrar dos acontecimentos, tentou transpor a água negra que ocultava suas memórias, tantas vezes até que ficou mentalmente cansado, na verdade nem lembrava o porquê de querer lembrar, o vazio era em si, realmente acolhedor, mas seu corpo sabia que faltava algo... O que era? Sentia que era algo importante... Algo que não deveria ser esquecido... Franziu o cenho frustrado, o que havia acontecido?

Cabelos lilases... Um breve flash das melenas passou por sua mente e um ódio incontido aflorou em seu peito fazendo-o tremer.

Um sorriso... Masculino, não podia ver o rosto, apenas o sorriso, seu rosto estava envolto em sombras, mas pode distinguir os cabelos loiros, agora havia dor em seu peito, uma dor tão pungente que fora obrigado a se encolher em si mesmo.

Uma flecha... Ela estava envolta em cosmo dourado, ela fora dividida em quatro, e a vira acertar o dono dos cabelos loiros, Gritou para o nada quando a dor piorou e sua voz foi engolida pelo vazio.

Uma sucessão de imagens indistintas de uma guerra, ele havia adormecido novamente, sua alma procurava um novo hospedeiro, encontrando-o, séculos depois, uma nova guerra, uma nova reencarnação para aquela que matara seu companheiro, seu hospedeiro era mais forte do que pensou... Expulsou sua alma do seu corpo humano, mas ele levara a garota, um erro gravíssimo ao usar seu corpo original, mas queria vê-la morrer com seus próprios olhos, queria que ele fosse a última coisa que ela visse em vida, mas havia um problema... Uma armadura divina... a mesma armadura, com o mesmo espirito que o ferira Eras atrás, esse fora seu erro, agora haviam mais quatro o ajudando, todos com armaduras divinas e ele fora derrotado mais uma vez... O báculo trespassando seu peito, não havia dor, apenas a frustração de não ter matado aquela que tirou seu amor, depois... O vazio, a grande escuridão em que ele agora pairava.

Nomes... Sua mente clamava por nomes, precisava lembrar-se da pessoa por quem se machucara tanto, precisava reconhecer aquele rosto, aquele sorriso que o fazia tão feliz...

Athena... Foi o sussurro fraco da sua mente, quando visualizou a mulher de cabelos lilases, seu corpo tremeu novamente, uma nova onda de ódio cego, o furor tomando conta de seu ser.

ATHENAA! – Gritou, fazendo a escuridão em volta de si se abalar e o grosso véu do esquecimento afastar-se da sua mente. Agora se lembrava da pele alva, dos cabelos loiros e do sorriso sincero que sabia ser só seu, lágrimas de sangue escorreram por seus olhos relembrando novamente a dor, quando não pode estar ao seu lado para ajuda-lo. – MORPHEUS! – Seu grito agora se equiparava ao de um animal ferido, abalando novamente a escuridão ao redor de si, criando uma pequena fissura de onde saia uma suave e acolhedora luz, tentou esticar o braço procurando tocá-la, mas não conseguia mais se mover, agora estava completamente preso no nada, arregalou os olhos lutando para se movimentar e chegar até aquele parco fio de esperança.

A escuridão agora subia pelo seu corpo como tentáculos de um ser invisível que não queria que ele saísse dali, se é que ele sairia.

– Morpheus! – Gritou mais alto, reunindo sua força de vontade e cosmo para chegar onde queria, aumentando a brecha, iluminando o local, viu um reflexo loiro em sua visão periférica e virou-se para o objeto, não era algo, era alguém, os fios loiros brilhavam com a claridade obtida. – Morpheus? – Indagou, lutando ainda mais contra a escuridão que tomava conta de si para ir ao encontro do loiro adormecido.

A escuridão grudava em sua Sapuri dificultando seus movimentos, retirou-a peça por peça, ficando assim livre do peso extra, e tendo mais liberdade para se mexer, forçando-se ao limite de encontro ao loiro.

– Morpheus! Acorde! – Chamou sentindo a escuridão pegajosa subir pelas suas pernas, travando seus movimentos, subindo pelo seu peito até alcançar sua mão estendida tentando encobri-lo para que não pudesse tocá-lo. – Mas que droga Morpheus! Acorde! – Quase implorou ao perceber que estava quase completamente envolto em trevas, esticou-se ainda mais tentando alcançar o braço do menor. – Droga! – Praguejou quando as trevas tomaram conda de seu braço alcançando sua mão e engolindo seu corpo. Um leve roçar das peles, semelhante aos ventos ligeiros e semelhante ao sonho que voa*.

– Hades... – Foi o sussurro suave escutado antes que tudo se apagasse, foi o suficiente para que aquela pequena fenda se abrisse ainda mais derramando a suave luz sobre a escuridão que o cobria, fazendo-o sentir o calor aconchegante da vida novamente.

Uma explosão súbita, um cosmo vermelho e quente como o sol, dissipando as trevas que envolviam a ambos, o moreno rasgou a capa de trevas com sua espada segurando o loiro que ainda estava preso pelos calcanhares o arrastando até a fenda que agora se transformara em um buraco suficientemente grande para passar um deles. Cortando o último fio de escuridão que o segurava e fazendo o loiro passar pelo buraco em direção a luz, mas antes que também pudesse passar a escuridão tomou forma atrás de si segurando-o com mãos pegajosas, arrastando-o de volta as profundezas.

Uma mão firme em seu braço o segurou antes que ele fosse arrastado e o puxou para a luz, podia distinguir as feições determinadas do homem a sua frente e com um golpe da espada decepou a mão da criatura que guinchou de dor, ganhando tempo suficiente para que saísse dali.

Respirava com dificuldade apoiando-se um pouco na espada e no homem a sua frente, sua pele ardia onde a criatura o tinha tocado, levantou a cabeça encarando as orbes alaranjadas a sua frente, o mesmo olhar que sentira falta durante séculos e agora ele estava ali a sua frente, o dono do sorriso que o fez acordar novamente, acariciou a face alva dedilhando a pele suave, redescobrindo sua textura.

– Morpheus – Sussurrou beijando-lhe os lábios delicadamente, tendo a certeza que aquilo era real.

– Hades... – Viu o loiro sorrir e o apertou entre os braços.

– Nunca mais... Vá lutar conta aquela pirralha insolente, nem que seu pai o ordene, eu sou seu governante e o proíbo disso. – Passou o nariz pelo pescoço dele fazendo a pele se arrepiar, aspirando aquele cheiro único.

– Eu prometo... – Foi o sussurro rouco em resposta.

Onde eles estavam? Bom isso não importava naquele momento, apenas em estarem juntos já era o suficiente, deuses imortais não precisariam se preocupar com a morte e agora eles tinham toda a eternidade para que pudessem se resolver e descobrir que local era aquele, mas só por agora um abraço era o suficiente, junto com a certeza que não iriam mais se separar.


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Notas finais do capítulo

*"semelhante aos ventos ligeiros e semelhante ao sonho que voa" essa é uma frase tirada da Eneida de Virgílio.

Doooooooooooooccccce >.< sim eu sei kkkkk

Espero que tenham gostado :3Beijinhos e até a próxima

OBS: Tenho que atualizar eu sei ;-;