Zoey olhou confusa para a porta e tentou procurar a primeira desculpa que vinha em sua cabeça, seu pai a encarava a espera de uma resposta. Calvin estava do lado de Zoey rindo da situação mais o Sr. Perkins não conseguia vê-lo muito menos ouvi-lo.

– Eu? falando? – Ela se sentou na cama. – Eu estava falando com alguém?

– Estava você disse “Mas são sete da manhã e você não está com cara de sono.” – Ele estava ficando preocupado.

– Ham, eu estava conversando pelo meu celular e um amigo meu me enviou uma foto, daí eu perguntei se ele tinha dormido. – Ela mordeu os lábios. – Mais e você porque está acordado há essa hora?

– Zoey, são sete da manhã acho que você não deveria estar em casa e sim na escola. – Ele disse num tom raivoso.

Ela havia esquecido que era terça-feira então, pulou da cama e correu rapidamente para o chuveiro, se arrumou, desceu as escadas rapidamente e fez o que fazia sempre, deu uma mordida na torrada.

Ao chegar no colégio, Zoey tentou procurar Maison e o achou no meio de uma roda de garotos na qual deduziu ser da mesma classe, caminhou até ele e logo ele se despediu dos amigos.

– Onde você estava? – Ele parecia preocupado. – Eu liguei para o seu celular mais você não atendia. – Zoey pegou o celular e visualizou as notificações. – “8 ligações perdidas: Maison Miller.”

– Desculpa eu perdi à hora. – Ela segurou na mão dele e o puxou para um canto. – Eu tive um sonho muito estranho Maison, eu sonhei que os “outros” estavam atrás de mim e a mulher do Calvin queria me matar.

– Você deve ter dormido pensando nisso. – O sinal tocou. – Eu tenho que ir Zoey, tenho aula de gramática. – Ele deu um beijo na testa de Zoey e partiu.

– Obrigado. – Ela virou-se para andar até sua sala. – Por nada. – Ela bufou.

Três tempos. Três tempo inicias onde Zoey ficou ouvindo as “camarões” jogando indiretas para ela e o professor falar algo sobre radio atividade mais ela não ligou pois, assim que escutou a palavra radio atividade lembro de quando ela e Maison haviam se conhecido, os dois se sentaram no chão e começaram a ouvir musica, a musica que tocava era Radioactive. – “Zoey foco, foco no quadro e não no Maison.”

– O que houve em chernobio foi algo surpreendente. – O professor falava com entusiasmo. – Muitas mortes aconteceram naquele ano. – E Zoey novamente começou a sonhar acordada.

“Será se as pessoas mortas continuam vagando por lá?” “Calvin. Porque será que ele está sendo tão legal comigo?” “Ele nunca me chamou de Zoey e ontem a noite ele me chamou.” “Ele é tão lindo.” “Para Zoey, ele não é. Ele é um fantasma, o Maison que você gosta.”

– Srta. Perkins, você tem alguma pergunta sobre radio atividade? – Zoey ainda estava em transe. – Srta. Perkins.

– Oi, eu. Não, não tenho não.

– Preste atenção na aula Srta. Perkins. – Reclamou o Sr. Maxin.

Do outro lado da escola Maison estava voando nos tempos de aula, pensando em Zoey, no quanto ela estava linda de toalha e pensava também no retardado do irmão e no aviso que ele avia dado “Eu não vou conseguir trancá-los por muito tempo.”. Maison observava o Sr. Figgs falar algo sobre guerra, mas a sua mente não deixava-o voltar a realidade, ele estava preso nos seus pensamentos.

– Sr. Miller, - Ele bateu com a mão no quadro e a turma inteira olhou em sua direção. – Pode fazer um resumo para a turma sobre o que foi a guerra fria? – Ele encarou Maison com uma expressão de “Quero ver desenvolver agora Maison.”

– Guerra Fria não foi tecnicamente uma guerra, - Ele encarou o Sr.Figgs. – Foi uma batalha indireta entre duas superpotências, os Estados Unidos e a URSS, União Soviética para alguns dos meus amigos que talvez não saiba. Então, como eu estava dizendo foi um conflito político-ideológico entre Estados Unidos que era capitalista e a União Soviética que defendia uma forma socialista, o termo fria foi designado por não ter nenhum combate direto, eles apenas se envolviam em conflitos de outros países. – A turma encarava Maison enquanto ele olhava diretamente nos olhos do Sr. Figgs. – Está bom para o Sr.? Sr. Figgs.

– Para diretoria agora Sr. Miller. – Maison se levantou e com a cabeça erguida saiu de sala pois em dois anos Maison foi o único da Hollis que havia respondido ao Sr.Figgs.

Após algum tempo observando o Sr. Maxin escrever no quadro negro sobre raios Alfa, Beta e Gama o sinal do intervalo tocou e Zoey foi a primeira a pular para fora de sala, sentou-se na mesma escada que o dia anterior, pôs os fones nos ouvidos e colocou a musica no volume mais alto.

– Sob uma lua prateada, temperatura tropical, - Zoey começou a sussurrar. - Sinto minha lótus florescer, chegue mais perto, eu quero sua energia, eu quero sua aura, - Por que aquela musica à fazia lembrar de Calvin? - Você é meu destino, meu mantra. – “Para Zoey, para de pensar nele, ele não é uma pessoa legal.” Ela disse a si mesma.

Zoey sabia que sentia algo por Calvin, mas não queria que fosse verdade, a um dia atrás ela não acreditava em espíritos e hoje estava sentindo algo por um, para ela tudo era muito confuso, e também tinha o Maison ela também gostava dele, mas ele começou a ficar estranho com ela depois que Calvin apareceu.

– Zoey. – Ela escutava alguém lhe chamar ao longe. – Zoey. – Maison se sentou ao seu lado e ela tirou os fones. – Feliz aniversário. – Ele sorriu e entregou uma caixinha para ela.

– Para Maison, não precisava. - ela rasgou o embrulho rapidamente e pegou uma pequena caixinha, abriu e lá dentro tinha um cordão com um pingente de coroa. - Coroa?

– Porque você é uma princesa. - Ele soltou altas risadas e ela deu um soco no ombro dele.

Maison colocou o cordão no pescoço de Zoey e depois ficaram conversando. Zoey contou detalhadamente o sonho tirando a parte que Calvin dormiu junto com ela. Ele disse para ela ficar tranqüila que não era nada de mais e quando Zoey iria responder o sinal tocou novamente.

– Não me espera hoje, eu tenho que ir ao centro com a minha mãe depois da escola. – Maison avisou-a antes de voltar para sua sala.

– Tudo bem. – Ela concordou com a cabeça e pós os fones nos ouvidos.

Os últimos três tempos de aula passaram voando, Zoey não prestou a mínima atenção na aula ao contrário ela preferiu observar as camarões e o quanto elas eram burras. O sinal tocou e Zoey saiu corredor a fora.

No caminho de casa Zoey estava pensando no que iria fazer. – “Esqueça o Calvin, esqueça o Calvin.” Ela repetia mentalmente diversas vezes. – Quando voltou a realidade, percebeu que estava parada em frente a sua casa olhando para a janela do seu quarto.

– É isso que eu vou fazer. Eu vou esquecer você. – Ela disse decidida.

(...)

Zoey fez algo para comer, subiu para seu quarto e colocou um filme na TV, ela assistia ao filme atentamente, concentrava toda a sua atenção em qualquer coisa que fosse para não se lembrar de Calvin.

O celular de Zoey estava ao seu lado na cama e der repente o visor acende. “Porque não consigo falar com você? Calvin Miller.” Estava escrito no bloco de notas do celular, ela apenas apagou e bloqueou a tela, voltou sua atenção novamente para a televisão e a tela da TV desligou. Ela pegou o controle e ligou, a TV desligou novamente, com raiva Zoey ligou novamente. As roupas no guarda-roupa de Zoey despencaram para o chão e ela gritou.

– Para caralho, para com isso Calvin, agora. – Ela explodiu. – Calvin aparece. – Ela pediu.

– Calvin aparece. – Ela gritou.

– Calvin para de bobeira aparece logo. – Mas ele não apareceu.

Logo depois do incidente, a mente de Zoey não parava de pensar em Calvin, ela chamou pela nome dele varias vezes durante a tarde, mas ela não aparecia. Durante a noite Zoey fez mais uma tentativa, mas não aconteceu nada, ela desceu, jantou com seu pai, assistiu um pouco de TV com ele e logo ele subiu para dormir, deixando-a sozinha. Ela assistiu voltou sua atenção para a TV mais não parava de pensar em Calvin.

– Calvin? Me desculpa por hoje. Eu só.. eu não.. Há esquece. – Ela se levantou e subiu para seu quarto.

– Porque eu não consigo me lembrar de te esquecer?

(Can’t remember to forget you – Shakira ft Rihanna.)

Zoey deitou na cama e logo adormeceu, sonhou com Calvin e durante a manhã antes de abrir os olhos ela teve o desejo de acordar e vê-lo deitado ao seu lado na cama, o despertador suou e ele não estava lá. Ela se levantou e escreveu um bilhete no bloco de notas e colou na cabeceira da cama. – “Não repita os erros de ontem.” Ela escreveu. Tomou seu banho e voltou para seu quarto para se arrumar. Ao caminhar em direção a porta ela se fechou e Calvin apareceu atrás dela. Ela se virou.

– O que você está fazendo aqui? – Ele não respondeu apenas a empurrou contra a parede. – O que você está fazendo?

– O que eu queria fazer a muito tempo. – E ele a beijou.

Quando seus lábios se encontraram Zoey pode sentir um arrepio na nuca, uma sensação de está fazendo algo errado, mas ela estava gostando. Ela recuou um pouco.

– Porque não fez isso antes? – Ela perguntou e ele respondeu com outro beijo e assim seguiram por um longo tempo. O corpo de Zoey vibrava a cada movimento dos lábios de Calvin.

– Medo.

– Idiota. – Ela o puxou novamente para perto do seu corpo. – Eu tenho que ir. – Ela recuou e ele puxou-a pelo pulso.

– Espera. – Ele a beijou mais uma vez. – Fica entre nós. – E ele soltou seu pulso.

(...)

Zoey caminhava distraidamente pela rua, com seus fones no ouvido. No meio do caminho para a escola, ela ouviu alguém atrás dela gritando, ela tirou os fones e pode ouvir Maison chamar pelo seu nome.

– Zoey! – Maison gritou do outro lado da rua. – Vem aqui. – Ela atravessou a rua de volta.

– Que foi?

– Vem aqui comigo. – Ele a puxou pelo pulso até uma casa abandonada.

Ao entrar na casa eles desceram as escadas em direção ao porão. Estava tudo escuro lá em baixo, mas Zoey não ligou muito.

– O que agente está fazendo aqui? – Ela perguntou. Maison estava de frente para ela e seus corpos estavam tão perto que era possível ouvir a respiração um do outro.

– Está com medo de mim? – Ele perguntou segurando o rosto dela.

– Não. – Ela tirou as mãos dele e caminhou em direção as escadas, mas ele a puxou de volta.

– Vem cá vem. – Ele a agarrou.

– Maison me solta. – Ela sibilou, mas ele ainda a segurava. – Me solta Maison. – Ela gritou.

– O que foi. Eu só estou com saudade de você. – Ele a soltou.

– Eu sei, também estou mais agora não. – Ela subiu as escadas e sozinha caminhou de volta para a escola.

(...)

– Onde será que essa maluca mora? – Perguntou Lana para as outras duas amigas.

– Não sei. – Sam respondeu.

– Não faço idéia. – Brooke também respondeu.

– Vamos seguir ela hoje? – Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto.

– Não você está louca? Essa garota é uma canibal eu quero distância dela. – Brooke estava preocupada demais com suas unhas.

– Para de lixar essas unhas Brooke está me dando nervoso. – Sam disparou, e voltou-se para Lana. – Eu também não vou. Ela me da medinho.

– Medrosas, então eu vou suas cagonas. – Ela fechou a cara e voltou a olhar para o quadro.

(...)

O sinal do fim das aulas tocou e rapidamente as salas ficaram vazias, Zoey disparou corredor a fora com intenção de fugir de Maison, ela andava rapidamente com os fones nos ouvidos bem alto e sem olhar para trás.

Lana acompanhava os passos de Zoey e ao observar que ela havia entrado em uma casa ela parou e se escondeu no quintal de uma casa. Analisou com atenção a frente da casa e observou Zoey abrir a janela do cômodo do segundo andar.

– Vou te pegar vadia.- E ela andou em direção a porta da casa.

Ao entrar na casa, Lana fechou a porta lentamente para não fazer barulho algum, encarou as escadas e a subiu. Já no segundo andar ela caminhou lentamente pelo corredor e parou em frente à porta do banheiro, encostou o ouvido na porta e deduziu que Zoey estava tomando banho, caminhou até o quarto de Zoey, fechou a porta e olhou para o guarda-roupa.

– Coleção do ano passado é. Você não vai ter coleção de ano algum, bitch. – Ela caminhou até o guarda roupa e abriu a primeira porta.

– O que você está fazendo aqui? – Uma voz perguntou atrás de Lana e ela se virou.

– Quem está ai? – Não havia ninguém no quarto.

– Vai embora. – Uma voz masculina sussurrou.

– Quem está ai?

– Relaxa loira, - Ele estava sendo irônico. - Você não vai se lembrar de nada. – A voz sussurrou novamente.

– Quem está ai? – O Black out e as cortinas do quarto fecharam, deixando o cômodo no completo escuro.

– Buh. – Um voz suou no ouvido de Lana e ela foi jogada em direção a porta e ela bateu a cabeça com força.

– Quem está ai? – Ela pegou o celular, se levantou desajeitadamente e ligou a lanterna do celular. A luz do celular atingiu o corpo de Calvin e ela viu um homem pálido demais para estar vivo. – Ai meu Deus o que você é? – Ela berrou.

– Seu pior pesadelo. – A voz dele suou demoníaca, ele vôo em direção a Lana e jogou o celular dela para longe. Ele agarrou o pé dela e a arrastou pelo quarto.

– Socorro. – Ela gritou e logo em seguida foi jogada contra o guarda-roupa. Zoey entrou no quarto desesperadamente.

– O que está acontecendo aqui? – Zoey gritou apavorada, mas só observou Lana gritando sozinha no chão.

– Sua psicopata eu vou te denunciar. – Ela gritou enquanto corria para o corredor. Ao chegar na porta Calvin apareceu na frente dela e ela berrou.

– Boa noite loira. – Ele pegou a cabeça dela e bateu contra a parede fazendo-a desmaiar. Quando ela já estava deitada no chão ele se abaixou ao lado do ouvido dela e sussurrou – Você nunca vai lembrar de ter me visto.