A Friendzone de uma Nerd na Merda escrita por Vick Yoki


Capítulo 17
Demonic guitar, Uende-Food-Evil strikes again and party spoiled children Part 2


Notas iniciais do capítulo

Antes de me matarem, vou explicar o porque da demora para atualizar a fic.
Seguinte, minha internet sempre foi um cocô, só que esses dias ela superou a expectativa de um cocô '-'
Meu pai falou que vai colocar uma internet melhor aqui, mas até isso acontecer, vou ter que tentar usar a net do jeito que tá.
Agradeço sinceramente a quem continua acompanhando a fic, apesar de tudo. Saibam que eu nunca vou desistir da fic, nem de vocês ~ecidois pra todu mundu~
Obrigada a Rachel Nelliel, Milleeh Redfox (melhoras, tá?), Laura Redfox, AChan, Verona Mort, Gabi Chan, Chi, O Lado Bom do Yaoi, Karol Louise, Darkane, GumSamA, yukupictucho e Mile Fail, que comentaram o capítulo anterior.
Agradeço também a quem favoritou e recomendou a fic. Leitores fantasmas? Apareçam, Vick não morde! ~mentira, Vick morde quem merece~

Então é isso, até mais



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Guitarra demoníaca, Uende Mal-Comida ataca novamente e festa de crianças mimadas (Parte 2)

Durante esse ano que se passou, muitas coisas mudaram, inclusive minha personalidade. Mas se tem uma coisa que nunca vai mudar é a minha timidez. Ás vezes eu me sinto envergonhada perto do Gajeel. Algo estranho, já que somos amigos, quase namorados e moramos na mesma casa. Só que ele é mestre em me fazer ficar rubra, em me fazer gaguejar e principalmente, em me fazer ter raiva.

– Levy, você ainda tá viva?

~ignora~ Ás vezes quando estamos juntos, eu penso em como é legal tê-lo por perto, apesar de ás vezes eu sentir vontade de fazê-lo voar da minha casa. Mas Gajeel é uma pessoa boa, bem como o cara (im)perfeito pra mim. Só que ele vive atrapalhando meus devaneios e adora me incomodar...

– Hey, você não disse que ia sair?

Pra vocês terem noção do que está acontecendo, eu vou descrever a cena. Vou descrever em terceira pessoa, porque sim.

“Dentro de um quarto com paredes azul-bebê, estão deitados de forma atravessada em uma cama de solteiro, Levy McGarden e Gajeel Redfox. Levy está olhando atentamente para o teto branco de seu quarto, enquanto Gajeel usa uma de suas mãos para fazer um cafuné nos cabelos da garota e a outra para acariciar as bochechas brancas da mesma. Uma cena terrivelmente romântica, digna de um anime soujo. Então é isso, fim.

Patrocínio: Toddynhos Ponchá, o toddynho que nunca acaba e o canudo que nunca afunda.”

~le sacode a cabeça, tentando afastar os pensamentos~– Verdade, tenho que sair. Bai! – me levanto rapidamente da cama, deixando um Gajeel com cara de toddynho vazio. Na boa, quando eu for rica vou fazer o Santuário do Toddynho...

– Levy.

– Ahn?

– Não preciso ficar dizendo toda hora que gosto de você, certo? – Gajeel fala, enquanto levanta da cama e cruza os braços numa pose, digamos, sexy.

– Er.. Não, mas se quiser dizer, fique a vontade.

Ele ri, um daqueles sorrisos fowdásticos que ele dá ~que raios é esse de “fowdástico”?~

– O que eu quero dizer é que meus sentimentos estão bem explícitos. Mesmo que eu dedique horas e horas a minha guitarra, nunca trocarei você por ela. Até porque não tem como agarrar uma guitarra e dar beijos nela...

Hey Toby, quando foi que o Gajeel ficou pervertido assim?? ~Toby é um aspargo, pra quem quiser saber~

– Suas declarações amorosas são tão... Amorosas.

Ele sorri novamente.

– Isso lembra o protagonista de um livro que eu li. Ele tinha uma perna só e...

– Devo sentar e ouvir seu spoiler, pequena?

– Vou lhe poupar disso hoje. – caminhei até a porta. – Ah, se você for ao mercado por algum motivo, pode trazer paçoca? Meu estoque acabou.

– O que ganharei em troca? – Ele cruza os braços novamente.

– Minha admiração?

Borra Gajeel, para de rir desse jeito!! É tão.. Tão.. Seduzinte!

– Tive uma ideia! Podemos duelar no fliperama hoje à tarde. – Ele disse, bem animado.

– Até que você não é tão acéfalo como eu pensava.. – Gajeel fechou a cara e eu sorri.– Então fechado, fliperama hoje à tarde. – entrei novamente no quarto, fiquei na ponta dos pés e tentei beijar a bochecha do Redbull-san. Mas eu não sei se eu fiquei menor ou se o Senhor Titã cresceu nesses últimos dias porque eu não alcancei a criatura. – Pode abaixar um pouco? Quero dar um beijo no seu rosto.

– Aye. – Ele me carregou pela cintura e eu entrelacei meus braços no seu pescoço. – E agora, consegue me alcançar?

– Uhum.. – Dei um beijo estalado na bochecha dele e em seguida as apertei. Mas, porque eu faria algo assim??

[N/A: Foi mal ae, Levy, é que eu to com Complexo de Aperte Bochechas. Um cara apertou minha bochecha hoje ~não pensem bobagem! Tá, eu pensei bobagem, mas tipo, eu não sei porque o cara fez isso... E isso nem vem ao caso!~ ai eu fiquei viciada em apertar a bochecha dos outros. O problema é que o pessoal é mais alto que eu, então... Fiz a Levy realizar meu desejo. É isso! Ah, me adicionem no facebook: Victoria Silv...]

– Ow, cala a boca e passa pra Levy! – Voz do além.

– Desculpe. – Choramingo. – Viram o Toby por ai?...

– Gostei disso, faça mais vezes. – Gajeel falou.

– Er.. Okay.

Só que Gajeel não me colocou no chão. Ele ficou me encarando da mesma forma que um urso pardo encara sua presa.

Vick: Credo Levy, que comparação horrorosa!

Levy: Mas não é você quem está escrevendo os fatos?

Vick: É mesmo.. Ah, vai pegar o Gajeel e me deixa.

Levy: *com cara de quem tomou toddynho vencido*

– G-Gajeel, e-eu tenho que s-sair.. Depois a g-gente se f-fala.

– Shh, agora somos só eu e você. E a Joan que tá ali do lado... – Apontou para a guitarra.

Bom, eu ainda estava no colo do Gajeel, algo meio constrangedor se for visto por outros olhos. Por exemplo: imagina a sua avó vendo isso? Enfim, acho que estou enrolando.. SOCORRO! ACHO QUE ESTOU PRESTES A SER VIOLADA!! Mas Gajeel não tem violão, só guitarra..

Vick: Certa vez, meu chichi disse que “ser violado” é ser atacado por um violão. Então como a Levy-bicho-do-mato é esperta, tratou de roubar a ideia do chichi. Portanto, julguem ela.

De repente, Gajeel começou a me beijar “de uma forma louca”, e eu comecei a sentir polvilhos no meu estômago (parece ruim, mas é bom). Foi uma sensação nova e eu tentarei descrevê-la para vocês...

Uma mistura de cervos cavalgando animadamente (???), gnomos chupando cana (cana-de-açúcar e não A Cana, Filha do Gildarts), unicórnios mascando chiclete de framboesa, mais cervos cavalgando e... Qual era o assunto inicial mesmo?

Gajeel passava delicadamente seus dedos compridos nas minhas costas enquanto me beijava, fazendo com que eu arrepiasse ainda mais (se eu tivesse cabelo no pé, eles também arrepiariam), e foi me levando em direção à cama (que por sinal estava bem bagunçada). Ele me deitou nela (na cama, não sei como) e ficou fazendo carícias em mim, tipo, mordendo minha orelha, beijando meu pescoço... Essas coisas que nossos pais não gostaríamos que gente da nossa idade visse na TV. Me assustei quando Gajeel falou pertinho do meu ouvido com sua voz super rouca.

– Levy, posso realizar seus desejos agora, se quiser.

Santo Toddynho, isso é coisa que se diga para uma moça de família que “virou mocinha” ano passado??

Enfim, eu não tinha nada para dizer. Não sabia dizer se estava pronta para fazer sei lá o que com Gajeel e não sabia dizer se eu estaria pronta para dizer pra ele que eu não estava pronta.

Vick: Boiando aqui -_-

– Eer eu.. Eer.. – AAAAAAH LEVY, PARA DE GAGUEJAR, SUA ANTA!

– Levy? – Gajeel perguntou, esperando por minha resposta.

PARA DE FALAR “LEVY” TODA HORA, SEU ANTA!

Acho que se passou umas duas horas, e Gajeel e eu permanecíamos parados, eu deitada na cama totalmente assustada e ele quase em cima de mim com cara de “anda logo, anã de jardim, faz alguma coisa que eu to a fim de te dar uns pegas”.

– HEY, POSSO ENTRAR? – Chichi gritou e entrou no quarto, como se a gente tivesse a trocentos quilômetros de distância dele. – Uuh que tipo de tretas vocês estavam tretando, hein? – Chichi fez uma cara pervertida e eu corei absurdamente.

Gajeel, que tinha virado o rosto para olhar o chichi, voltou seu olhar para mim, arqueou a sobrancelha esquerda (ou direita, tanto faz) e se levantou, após respirar fundo.

– Aí Levy, não precisa ficar com essa cara de feijão congelado! Você e seu namorado podem ficar a vontade, eu só vou usar seu banheiro, já que o outro tá com problemas na descarga. Aliás, se lembrem de sempre trancar a porta quando quiserem perder a virgindade. Vocês ainda são virgens né? Ah tanto faz.. – Após dizer isso, chichi entrou no meu banheiro e não ouvi outro som senão o de minha respiração pesada.

Tive medo de olhar para Gajeel. Sei lá, vai que ele estava com raiva por eu ter “travado”? De qualquer forma, a culpa é do chichi, que atrapalhou a gente. Mas atrapalhar o que? Estávamos apenas nos beijando!

Vick: Aham sei, Gajeel estava quase em cima de você, Levy..

Levy: E o que isso tem haver?!

Vick: Vocês estavam se preparando pro “vamo ver”, pelo menos o Gajeel estava pronto.

Levy: Você fala como se entendesse tudo do assunto!

Vick: Entendo mais que você, sua anã!

Levy: Você não tem direito de me ofender! Eu sou a personagem principal da fic!

Vick: E sou eu que escrevo essa fanfic!

Leitores (super agradáveis e educados): Já chega, Vick e Levy, voltem para a história!

Vick e Levy: Gomen, minna..

Eu não sabia o que fazer, por isso saí correndo do quarto sem olhar para trás. Ah, eu não preciso dizer que capotei da escada, né?

– Levy?? – Hihi gritou, e veio correndo até mim, me levantando.

– To bem, to bem.

– Você tem que prestar atenção no que está fazendo! Sua cabeça está mesmo grudada no pescoço? Às vezes eu penso que essa falta de atenção veio do seu pai e... Levy, ainda estou falando com você!

Corri até a porta e bati a mesma com força. Não estava com vontade de ouvir Hihi falar que eu não tenho atenção e que vivo caindo por aí, porque eu já sei disso. Atravessei o jardim e corri até a rua, nada movimentada.

– Adoraria cavar um buraco, entrar nele e nunca mais sair.

– Todo mundo quer fazer isso, pequeno gafanhoto.

Dei um pulinho quando ouvi essa frase tão melancólica soar não tão distante de mim. Olhei para os lados e só consegui ver uma garota de cabelos roxo sentada na calçada, olhando para os pés. E chorando silenciosamente.

– Senti sua falta, baixinha esquisita.

A Yuki levantou da calçada e me deu o famoso abraço “Esmague os Ossos da Levy, Ela é Leve Mesmo”. Depois voltou a se sentar e chorar.

– Porque você está chorando?

– AAH EU ODEIO O ROGUE, ODEIO ODEIO! – Eu hem, quando que ela se alterou assim?!

– Por quê?

– EU ME DECLAREI PRA ELE E ELE DISSE QUE DEVEMOS SER APENAS AMIGOS! – Ela cuspiu as palavras junto com alguns perdigotos. – ELE PARECIA GOSTAR DE MIM, EU.. EU ACHAVA QUE.. EU ACHAVA QUE ELE ME AMAVA! EU ME DECLAREI PRA ELE, MAS AQUELE POTO FILHO DA MÃE ME DEU UM FORA... – Ela começou a falar trilhões de palavrões. E chorou um bocado. Me sentei ao lado dela e ela encostou a cabeça (bem pesada) no meu ombro, e enquanto eu fazia cafuné nos seus cabelos ela encharcava minha blusa de moletom.

– Yuki, ele deve gostar de você. Só não está pronto.

– AGORA EU QUERO QUE ELE VÁ PRA PONTE QUE PARTIU, NÃO LIGO MAIS! – Sei, não liga..

– Bem, se quiser posso tentar te ajudar.. – Só tentar, já que o cara me odeia. Desde que eu soquei a cara dele no ano passado, para defender o Gajeel.

– FARIA ISSO POR MIM?? FARIA MESMO?? – Ela estava desesperada, muito desesperada.

– Porque não?

– Não sou digna da sua consideração, sou uma má pessoa. – Que bom que ela se acalmou.

– Não diga isso! No fundo todos nós somos pessoas más, e mesmo assim o bem prevalece.

– Agora estou me lembrando de um fato. Aquele dia que eu fui a sua casa levar livros, eu pretendia ajudar você com o Gajeel Grandão. – Não parecia. – Fiz de tudo para que você sentisse ciúmes e o agarrasse, mas sinceramente, você é muito lenta.

Eu?? Muito lenta?? Ah qual é..

– Aah, arigatou pela tentativa de ajudar. Não teve resultados imediatos, mas o que vale é a intenção.

– ISSO!

Yuki tirou sua cabeça do meu ombro e voltou para sua posição inicial. Nós sorrimos. Até que ela não é má pessoa.

– E vocês estão juntos? – Ela perguntou.

– Ahn.. Bem, mais ou menos.

– Já beijaram de língua? Tiveram a primeira vez??

– Hey! Eu sou quase uma criança, nem tenho 17 ainda!

– E daí?

– E daí?! Rum..

A ideia de ter a tal da “primeira vez” com o Gajeel é perturbadora, só me fez lembrar que eu dei um fora no Gajeel, e pior, sai correndo sem nem dar explicações. Ele deve estar me achando uma bocó, mais bocó que o normal.

– Eu adoraria ter minha primeira vez com o Cheney.

Quando foi que entramos nesse assunto??

– Sinto falta dele, sinto mesmo.

– Tente falar com ele, explique o que sente.

– Já expliquei. Mas ele anda me ignorando... Faz algumas semanas que ele tá me ignorando, me deixando de lado. Ele nem me espera para ir embora do colégio!

– Puxa..

– E quando ele veio falar comigo foi para dizer que não estava pronto, que não tinha moral suficiente e que era para eu arrumar outro cara. Mas, eu não tenho nenhum outro cara pra gostar. Eu... Eu realmente gosto do Rogue-kun.

– Acho que você tem que dar um tempo pra ele, deixe ele refletir sozinho. E invista em outras amizades, como o Sting! E tem também a Lucy, Erza, Natsu, Gray, Gajeel, Juvia, eu... Somos seus amigos! Fique tranquila, tudo vai se organizar.

– Mas sei lá Levy, eu gostaria de ter sorte no amor, porém eu só me ferro. E eu jurava que o Rogue era afim de mim.. – respirou fundo, secou algumas lágrimas e continuou.– Sabe, tenho inveja de você. Porque você tem o Gajeel e ele realmente gosta de você.

Aquilo mexeu comigo, me fez sentir culpada, me fez sentir inútil. SANTO PONCHÁ, O QUE EU FAÇO??

tá ai? – Yuki cutucou meu ouvido com um pedaço de grama para chamar minha atenção.

– Ahn? Ah.. Aye.

– Uma frase e três palavras iniciadas com a letra A. Você é mesmo inteligente.

Começamos a rir, naturalmente. Era bom estar ali com a Yuki. Ela é meio doida, pude notar isso. Mas sua presença era agradável, eu não tenho do que reclamar.

– Yuki?

– Eu?

– Como uma garota pode dizer para seu “quase namorado” que não está pronta para fazer coisas?

Yuki arregalou os olhos e riu sarcasticamente.

– Qual é Levy? Acha que eu sou a pessoa mais indicada para falar sobre isso?

– Gomen, eu não pensei...

– Claro que eu sou a pessoa mais indicada! Sei tudo sobre o assunto.

Bipolar, isso ai. Yuki é muito bipolar.

– Por acaso a garota é você e o garoto é o Gajeel?

– Ah.. Er.. Bem..

– Entendi. Bom, acho que agora você não tem que falar nada.

– Nem explicar para ele porque eu travei?

– Não. Espere ele vir falar com você.

– E se ele não vier??

– Claro que ele vai falar com você! Acho que vai demorar um pouco, porque ele provavelmente deve estar pensando sobre o assunto, mas ele vai te procurar sem dúvida.

– E se ele perguntar por que eu travei devo dizer que...

– Não está pronta. E que vocês não são namorados para terem tanta intimidade. Isso vai incentivá-lo a te pedir em namoro. Aliás, o que Gajeel está esperando para fazer o pedido?

– Eu não sei...

Vick: Nem eu.. ~corre~

– Vocês se merecem, são dois lerdos.

Sorri timidamente enquanto Yuki rolava os olhos.

– Agora você vai voltar para casa e vai agir naturalmente. Nada de gaguejar, nada de ficar nervosa, finja que nada aconteceu.

– Eu não sei se vou conseguir...

– VOCÊ TEM QUE CONSEGUIR! PROVE QUE É FORTE, ORA!

– O-okay.

– E NÃO GAGUEJE!

– Okay!

– Ótimo.

Eu estava nervosa. Como vou encarar Gajeel sabendo que a minutos atrás eu estava tão próxima dele que podia até contar os fios de sua sobrancelha??

– Então vou indo, arigatou pelos conselhos.

– Eu que agradeço, Levy! Arigatou por estar aqui e por me ouvir. E você subiu no meu conceito, à partir de hoje será minha Amiga Suprema.

Não entendi muito bem, mas acho que é algo bom porque ela me abraçou e bagunçou meus cabelos.

– Então, matta ne!

– Matta, Levy-chan!

Yuki começou a ouvir Just Be Friends, do Vocaloid, e eu aposto que ela estava chorando. Tadinha. Corri para minha casa e encontrei Hihi servindo o almoço e chichi cantarolando uma música do Bee Gees enquanto colocava rámen no seu prato. Não vi Wendy (que deve estar planejando um atentado contra mim) nem Gajeel, então resolvi questionar hihi.

– Onde Gajeel está?

– Deve estar no quarto, ele acabou de voltar do mercado. Vá chamá-lo, onegai.

Okay.

Eu tava com o maior medão. Vai que Gajeel tá com aquela aura terrivelmente negra do ano passado??

– Deuses do Ponchá, me protejam agora.

Ergui a cabeça, subi as escadas e logo bati na porta, esperando que Gajeel abrisse.

– Perae.

Senti um arrepio percorrer meu corpo ao ouvir a voz rouca de Gajeel através do outro lado da porta. Será que ele tá nervoso??

Andei em círculos por alguns segundos que pareceram séculos. Depois sentei no chão, encostei as costas na porta do quarto e juntei as pernas ao corpo. Seria legal, se Gajeel não tivesse aberto a porta de uma vez, fazendo com que eu caísse de costas no chão.

– Carolho, isso dói!

– Você tá legal? – Assenti.– Que ideia é essa de escorar na porta se sabia que logo eu iria abri-la?

– E-er.. – Não devo gaguejar! – Eu tava cansada de esperar. O que você tava fazendo?

– Não é da sua conta. Agora levanta daí, antes que as formigas te carreguem.

Gajeel puxou meu braço, fazendo com que eu ficasse em pé. Sinto falta de quando ele era delicado comigo, como horas atrás...

– Como assim não é da minha conta? O quarto é meu, sabia?

– Não, imagina! Quem teria o mal gosto de pintar essas paredes de azul-bebê?

– Isso não é mal gosto, é... É...

– É o que?

– Aah.. Sei lá! De qualquer forma, é natural que uma garota tenha quartos com paredes azul-bebê.

– E é natural que essa garota seja insegura e sem confiança em si mesma?

Gelei ao ouvir isso.

– Acho que deveria mudar a cor dessas paredes, elas deixam tudo tão depressivo. - Ele disse, cruzando os braços e fingindo ser superior.

– Quem é você para falar alguma coisa?

– Tem razão, eu não sou ninguém. Não sou seu parente, não sou seu colega, nem seu namorado.

Gelei mais ainda.

– Ah, tem paçoca em cima da mesinha do computador.

Olhei para a mesinha e para meu quarto e vi que tudo estava em completa ordem. A cama estava arrumada, meus mangás e DVDs estavam organizados em ordem alfabética e a tal Joan estava descansando ao lado do guarda-roupa. Em cima da cama estava uma mochila preta, que Gajeel usa para levar seus materiais escolares.

– Gajeel? – Quando percebi, ele já estava pegando algumas roupas no guarda-roupa e guardando na mochila.

– Ahn?

– Pra onde você vai?

– Para casa.

– Porque?

– Ora essa, preciso organizar meus pensamentos. Aliás, meu lar não é esse. Confesso que nem sei por que passei tanto tempo aqui.

– Não estou entendendo, porque está saindo de casa sendo que meus pais adoram sua companhia e eu... Eu também gosto de ter você aqui.

– Interessante.

Porque ele estava tão frio? Será por causa de...

– Está chateado com o que aconteceu mais cedo?

– Não entendi.

– Está chateado por que... Ah... – Não gagueje! – Porque chichi atrapalhou nosso momento íntimo?

– Ah, está falando de quando estávamos aqui nessa cama?

– Aye.

– Não estou chateado. A culpa foi minha, não deveria ter tentado fazer certas coisas com você.

– Ufa..

– Deveria ter entendido que você é inocente demais para isso.

– Realmente, eu... O QUE?

– Garotas da sua idade são mais maduras. E elas nunca resistiriam a mim. Mas você é completamente diferente.

Não estava acreditando naquilo. Gajeel estava dizendo que eu era inocente demais para... Fazer coisas com ele??

– Você não pode falar de mim! Por acaso já teve alguma experiência do tipo?

– E o que importa se eu já tive experiências ou não? O fato é que você não está pronta e talvez nunca esteja.

– Mas a culpa é sua por querer ir rápido demais!

– Eu pensei que você tinha maturidade o suficiente!

– Eu pensei que você me entenderia!

– E eu pensei que você gostasse de mim.

Subi em cima da cama e soquei o rosto de Gajeel com força, talvez com força demais.

– Porque fez isso??

– SÓ PORQUE EU TRAVEI NA HORA DO NOSSO MOMENTO ÍNTIMO NÃO SIGNIFICA QUE EU NÃO GOSTE DE VOCÊ, SEU RETARDADO!

– E o que quer dizer então?

– Que eu não estou pronta para me entregar assim! Nós nem namoramos, somos apenas ficantes. Você não tem direito de me cobrar nada!

Desci da cama enquanto Gajeel massageava o olho que ficará roxo mais tarde. Ainda bem que não existe Lei Maria da Penha para homens, se não eu iria passar o resto da vida na cadeia por todas as vezes que espanquei Redbull-san.

– Não quero que permaneça na minha casa. Vá embora logo.

– Não precisava pedir.

– Okay.

– Okay!

– Perfeito.

– Perfeito!

Cruzei meus braços e permaneci de costas até quando ouvi o barulho da porta batendo. Gajeel fora realmente embora e eu adoraria correr atrás dele e pedir para que ele voltasse, mas meu lado racional disse que era melhor assim.

Fiquei olhando pela janela, esperando Gajeel passar pelo jardim. Meia hora depois, quando eu já estava cansada de esperar, Gajeel apareceu no jardim com sua mochila, carregando Lily nas mãos. Ele não olhou para os lados, seguiu em frente e me deixou sozinha, para sempre sozinha nesse quarto com paredes azuis bebê.

Ah não, Joan está aqui.


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Notas finais do capítulo

Capítulo bem coisado, né? Ele foi escrito durante três fases da minha vida: Fase Fofa, Fase Pervertida e Fase Depressiva. Agora eu to no fim da fase depressiva entrando pra fase Foda-se o Mundo. Pouparei vocês dos detalhes da minha vida tediosa :v
Como eu fiquei quase um mês sem postar e não respondi reviews, gostaria que me contassem como vai a vida de vocês e tal, já que faz tempo que eu não entro em contato com vocês. A minha vida continua a mesma merda, se quiserem saber, me falem nos reviews '-'

Não é importante, mas eu achei muito zueiro o vídeo que a banda favorita do Gajeel (Avenged Sevenfold) canta Lepo Lepo :v :v
Se quiserem o link, passo por MP :v

Então é isso, matta né, diwos o/
Saudades do "kissus sabor bala de framboesa"