A Friendzone de uma Nerd na Merda escrita por Vick Yoki


Capítulo 15
Party of Redbull-san


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei, agora é pra ficaar..

Pois é, tenho que me desculpar com vocês.
Não sei explicar quimera aconteceu, mas eu não consegui postar no dia previsto. Me lembro de estar ouvindo Pantera e acabando de editar o capítulo, aí meu pai super diwo apareceu e me pediu pra pesquisar o preço de uns carros velhos lá. Como a internet tava uma quimera, nós dois ficamos com raiva e ele disse: "Quer saber, desliga saporra ai". Então eu acabei de editar o capítulo, mas não postei porque não sabia o que escrever nas notas iniciais..

Depois, eu fiquei a semana toda morrendo de preguiça de pegar o pc. Fiquei uns dias sem internet (o que não fez diferença, já que não havia sinal aqui), quase aprendi a andar de bicicleta (esse episódio será divulgado na fic, se quiserem), comecei a ler uns três livros de uma vez, dormi em cima do livro de Física, fiz um poema criticando o governo, matei duas aulas de Educação Física, tive ataques de riso na aula de matemática (daqueles risos com direito a cuspe e tudo) e agora estou procrastinando, como diria Chimetsu :v

Não sei se eu comentei, mas meu aniversário foi dia 6 de fevereiro. Eu adoraria ter ganhado um pato de borracha, mas enfim...

Sem enrolação, ai está o tão esperado capítulo.
Não quero ficar de castigo, então fiz o melhor que pude nessa quimera ;-;
Leiam as notas finais, tem mais uma enciclopédia para vocês lerem :v
Boa leitura!



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Festa do Redbull-san

POV Levy

Acordei bem cedo, mais cedo que o normal. Gajeel estava dormindo docemente e eu tive que controlar minha vontade de abraçá-lo e dizer: “Você é um completo retardado, mas eu te amo muito e vou te provar isso!”. Só que eu não sou tão corajosa assim, infelizmente.

Peguei minhas coisas, programei o despertador para tocar às seis e quinze e fechei a porta com cuidado. Corri para o banheiro principal e me arrumei, depois tomei toddynho, comi um bolinho de sei-lá-o-que e liguei para todos nossos amigos, pedindo que me ajudassem a organizar a festa. Antes de sair, vi que Uende ainda estava dormindo no sofá.

– Merda Wendy, você deveria ser mais responsável. – murmurei, enquanto pegava o cobertor que estava na poltrona do chichi. Ela se encolheu e pareceu ter gostado de receber a coberta.– De nada, rum. – Falei e sai rapidamente pelas ruas ainda escuras. Procurei olhar para o chão e dessa vez não cair, já que não teria Gajeel para me levantar. E mesmo que ele seja um cara bem chato ás vezes, não consigo deixar de gostar dele e vou fazer de tudo para que esse seja o melhor dia de sua vida.

POV Gajeel

A porcaria do despertador tocou. Não queria abrir os olhos, estava me sentindo tão cansado...

– Hey pequena, desligue o despertador.

Não obtive resposta e aquele barulhinho irritante continuou me incomodando.

– Levy, onegai, desliga essa coisa.

Ah mas que merda, será que ela ainda está dormindo?? Olhei para o lado que ela costumava dormir e não a vi. Será que está tomando banho? Desliguei o despertador e bati na porta do banheiro. Nada, ela não estava lá. Desci as escadas, fui até a cozinha e vi uma caixa de toddynho jogada na pia. Fui para a sala e Wendy continuava da mesma forma que a encontramos mais cedo, porém estava coberta por um edredom.

– Borra, cadê a Levy? – murmurei para mim mesmo.

Decidi que não poderia ficar ali parado esperando a pequena aparecer, já que isso não iria acontecer. Me arrumei, desci mais uma vez e vi a senhora-mãe-da-Levy preparando o café da manhã.

– Feliz aniversário, querido!

– Ahn.. Ah, arigatou gozaimasu.

– O que foi? Você está estranho.

– Estou bem. Er, a senhora viu a Levy hoje?

– Não, ela não desceu até agora. Não está no quarto?

– Não. Quando eu acordei, ela não estava em casa. Deve ter ido pro colégio.

– Mas desde que você mora aqui, ela nunca foi sozinha para o colégio. Vocês brigaram?

– Não. – Será que ela ainda está chateada comigo por causa de ontem?

– Huum, vou ligar para ela.

– Ok, arigatou.

Sentei a mesa e comecei a tomar meu café, porém estava sem fome. Confesso que se soubesse o quanto Levy ficaria chateada, nunca teria sido grosseiro com ela. Eu sou uma merda mesmo, deveria estar tentando conquistá-la não afastá-la. Parabéns Gajeel, parabéns...

POV Levy

Me assustei quando meu celular tocou. Era hihi.

– Ohayo hihi.

– Ohayo querida. Onde você está?

– Estou no colégio. Gajeel já acordou?

– Sim, e ele está te procurando. Porque foi pra aí sozinha? Vocês sempre vão juntos.

– Não conte a ele, onegai. Eu estou organizando uma festa, mas não quero que ele saiba agora.

– Ahh entendi. Que bonito da sua parte, querida!

– Não é nada de mais.. Ah, vou desligar, tenho que conversar com Makarov-senpai. Bai bai hihi.

– Bai, tenha um bom dia.

– A senhora também.

Pronto, agora só falta achar o nanico, pedir as tias da cantina para prepararem algo especial e conversar com os professores para enrolarem o Gajeel e o deixarem longe do jardim que fica nos fundos do colégio, onde prepararíamos a festa.

POV Gajeel

– Querido, Levy disse que se esqueceu de fazer o dever de casa e que queria terminá-lo na escola.

– Aah.. – Não acreditei nisso. Levy nunca se esquece de fazer os deveres, nem quando está jogando. Mas eu vou descobrir o que Levy está aprontando no colégio a essa hora, com certeza. – Então eu vou indo, matta ne.

– Matta, querido. Tenha um bom dia!

– A senhora também.

Encontrei os mesmos alunos de sempre no caminho para o colégio, mas não é a mesma coisa. Andar por aí sem aquela nanica é tão perturbador, é como se parte de mim tivesse se perdido por ai. Melhor dizendo, parte de mim está com ela, só que ela não está aqui.

– Eae Gajeel, feliz aniversário colega! - um ser de cabelos rosados gritou para mim enquanto se afastava do grupo de alunos que entravam no colégio.

– Valeu Natsu.

– Merda, que animação hein? Nem parece que tá fazendo dezoito!

– Aah, fazer dezoito anos não é nada de mais.. Não é tão legal quanto parece.

– Isso é momentâneo, creio que logo você se anima.

– O que quer dizer?

– Nada, só quis dizer que...

– Quando você ver a Levy, irá se animar, afinal você gosta muito dela, né? – Lucy apareceu de repente e pulou no pescoço de Natsu, daquele jeito exagerado que só ela tem. E sim, eles estão escondendo alguma coisa..

– É, estou mesmo precisando ver a Levy. Sabem onde ela está?

– Nos fundos da escola, no jardim..

– MENTIRA! – Lucy gritou, interrompendo Natsu– Ela está na biblioteca, vem que eu te levo!

Toda essa atitude só faz confirmar minha suspeita: Levy está aprontando algo que eu não faço ideia do que seja, mas que Lucy e Natsu sabem. E o pior, é que Levy não estava na biblioteca.

– Onde ela está, Lucy?

– Ahn? Quem?

– Levy, onde Levy está?

– Ela estava aqui, eu juro.

– Hum, vou procurar nos jardins..

– Não Gajeel, é melhor irmos pra sala, as aulas vão começar.

– Ok então. – Falei com má vontade. Fatos sobre mim: odeio ser enganado e ignorado. Essas são as coisas que eu mais odeio e Levy está fazendo as duas coisas nesse momento.

Chegamos à sala e todos já estavam lá, exceto Levy. Isso já está ficando estranho!

POV Levy

– Ae chichi, pode me fazer um favor? – disse a chichi pelo telefone.

– O que?

– Compre uma guitarra pra mim, quer dizer, para o Gajeel. Quero dar de presente para ele hoje.

– Não dá, estou sem dinheiro.

– O QUE? Ahn.. Lavo seu carro todo mês.

– Nem vem.

– Então, faço seu café da manhã sempre!

– Não.

Kuso!

– Ok, que tal... Eu lavo suas cuecas todos os dias durante um ano!

– Ai sim! Vou comprar agora mesmo, estou afim de ficar à toa hoje. Devo deixar a guitarra em casa?

– Não! Traga pra escola. Meio-dia, a hora que as aulas terminam.

– Ok. Bai.

Lavar as cuecas do chichi será uma merda. Mas farei isso pelo Gajeel.. Ah, e o lance de o chichi odiar lavar cuecas é porque hihi disse que não faria mais esse trabalho, já que é muito nojento. Então, boa sorte, Levy, você vai precisar!

Corri para a sala de aula torcendo para que Gildarts-sensei não me xingasse.

– Tadaima Gildarts-sensei.

– Okaeri McGarden-san, onde estava?

– Er.. Estava resolvendo alguns problemas para Makarov-senpai.

– Ok, entre e ouça minhas explicações. Esse ano, vocês vão aprender a fazer...

Fui até minha carteira, enquanto olhava discretamente para Gajeel. Ele parecia estressado, ou pior, furioso.

POV Gajeel

Onde aquela nanica havia se enfiado? Quinze minutos já haviam se passado desde que Gildarts-sensei entrou na sala e ficou falando sobre quando Cana era bebê. Meu coração bateu aceleradamente quando Levy entrou na sala.

– Tadaima Gildarts-sensei.

– Okaeri McGarden-san, onde estava?

– Er.. Estava resolvendo alguns problemas para Makarov-senpai.

– Ok, entre e ouça minhas explicações. Esse ano, vocês...

Jardins, biblioteca, diretor... Onde Levy realmente estava? Confesso que fiquei feliz ao vê-la, ela estava mais fofa que o normal e sinceramente, estava mais bonita do que eu já havia me acostumado a ver. Ela olhou discretamente pra mim e eu joguei meu pior olhar para ela, para que soubesse que eu estava chateado com o fato de ter sido praticamente ignorado. Ela ficou assustada com meu olhar e se sentou na cadeira, me ignorando durante três horários seguidos. Quando o sinal bateu indicando que estava no intervalo, alcancei Levy, que parecia estar fugindo de mim. Segurei seu pequeno braço e a fiz olhar pra mim.

– Qual é, porque está me ignorando??

– Primeiro, ohayo Redbull-san.

– Tanto faz!

– Segundo, eu não estou te ignorando. Estou apenas muito atarefada. Agora vou indo, bai.

– Não, você não vai. E que diabos são essas tarefas? – Falei, ainda segurando seu braço.

– ... – ela pareceu pensar um pouco – Estou ajudando Makarov-senpai, ele pediu que eu organizasse sua papelada.

– Por que ele sempre escraviza você? A vice-diretora pode ajudá-lo.

– É, mas eu também posso ajudar. Solta meu braço vai, tenho coisas pra fazer.

– Se estava ajudando o diretor, porque Lucy disse que você estava na biblioteca?

– Porque eu estava procurando documentos para a aula de História e o diretor acabou me encontrando lá.

– Rum.. – Ainda não estava convencido. – Então eu vou com você, quero te ajudar.

Ela pareceu apavorada o que me fez sorrir internamente. “Há, te peguei, pequena Levy!”.

– Não precisa, vá pro refeitório.

– Quero ficar com você.

– Não seja chato. Não foi você quem disse que não ficaria ao meu lado para sempre?

– Falei sem pensar!

– Mesmo assim, você disse.

– Arr, você vai se lembrar disso até quando??

– Já esqueci, agora me deixa ir.

Soltei seu braço e caminhei até a mesa onde estavam Lucy, Natsu, Gray e Juvia. Eles estavam se divertindo, jogando comida um no outro. Olhei para trás e vi que Levy não estava mais ali. Ás vezes sinto vontade de socar sua cabeça. Quanto custa pra ela me dizer o que está fazendo de tão importante? Será que ela não confia em mim? Somos melhores amigos e eu confio muito nela. Hunf, que merda!

– Hey garotão, sei que tá de TPM, mas não precisa socar nossa mesa. – Gray disse para mim, enquanto tentava jogar macarrão na cabeça da Juvia.

– Não estou de TPM!

– Mas está com uma tromba enorme. Quer falar pra gente?

– Ah cara – comecei– Qual é a da Levy? Porque ela não me conta o que está fazendo? Aposto que vocês sabem, mas é óbvio que não vão me contar.

– Óbvio que não, primo Gajeel. – Juvia disse.

– Só que eu estou ficando louco de curiosidade! Acho que meus cabelos vão pegar fogo se eu não descobrir o que está acontecendo.

– Credo, cabelo queimado fede muito. Né Juvia?- Lucy falou para Juvia.

– Aye!

– Olha cara, a Levy sabe o que tá fazendo e se eu fosse você não ficava atormentando a pequena. - Gray disse, com aquela cara de gay dele.

– Eu não estou atormentando ninguém, falou?! – Gritei para Gray.

– Ah não, claro que não. Ficar segurando o braço da coitada, pressionando ela a contar o que está fazendo.. Isso não é atormentar, lógico que não.

– Arg, mas que saco!!

– Toma uma água e relaxa, hoje é seu dia, não deveria estar queimando cabelo à toa.

– Tem razão Natsu, na hora certa Levy irá falar comigo. - Pelo menos é o que eu espero.

– Isso ae! – as meninas disseram juntas.

– Mas, será que eu posso socar a mesa pela última vez?

– Tá né..

Soquei a mesa com muita força, fazendo com que o macarrão caísse no Gray e na Juvia, enquanto o molho de pimenta manchou a roupa do Natsu.

– Borra Gajeel!! – todos gritaram. Fiquei contente, consegui remover boa parte do mal que estava sentindo.

...

Tínhamos treino nos dois últimos horários de aula. As meninas vieram nos assistir e eu fiquei na esperança de encontrar a Levy junto com suas amigas.

– Levy não vem? – Perguntei para Erza.

– Não, ela está com Makarov-senpai.

– Hum, que chato.

– É, mas depois ela aparece.

Sorri para disfarçar minha decepção e fui jogar. Após me cansar de tanto correr atrás de bolas, corri para a saída do ginásio, só que fui parado pelo treinador Macao.

– Ae fortão, pode me ajudar a arrumar a quadra?

Seria muita falta de educação da minha parte deixar o velho organizar tudo sozinho.

– Ok.

Ainda estava triste. Sei lá, pode parecer exagero, mas ficar longe da Levy é como andar sozinho no escuro. Não sei expressar, mas ela é muito importante pra mim.

– O que deu em você? Jogou tão mal hoje.

– Eu não sei dizer.

– Sabe sim. O seu problema se chama Levy, certo?

– Ela não é meu problema. – Ela é minha solução, a única coisa realmente boa pela qual vale à pena lutar.

– Ela é uma boa garota, deve gostar muito de você.

– Como assim?

– Haha, você ainda não percebeu isso? Esses adolescentes de hoje são tão lerdos...

– Ainda não entendi.

– É claro que não, você não passa de uma toupeira turbinada!

Fala sério!

– Ela gosta de você, por isso está fazendo tudo isso. Uma garota como ela você só vai encontrar... Uma vez na vida! Isso me lembra Meredith, uma garota que eu namorei. Ela era linda e vivia dizendo que me amava. Eu achava que era mentira, como uma garota tão bela se apaixonaria por um cara super gostosão como eu? A maioria das garotas só queriam ficar comigo por causa do meu dinheiro. – Avá?! – Dinheiro que eu gastei bebendo, quando Dith se foi. Sabe, certa vez ela organizou uma festa de aniversário para mim. Convidou nossos amigos, fez uma maravilhosa comida. Nesse dia ela estava exuberante. Fazia tempo que eu não me lembrava disso, me lembrei agora que vi o que Levy está fazendo. Você tem sorte.

– Perai, Levy está organizando uma festa para mim??

– É, você não sabia? Aé, festa surpresa.. Me esqueci do detalhe.

– Era uma festa surpresa e você me contou??

– Oe, você estava com a maior cara, achando que ela estava te enganando, escondendo algo de você. Deveria estar feliz, moleque mal educado!

Senti-me um completo babaca, um retardado, uma toupeira turbinada. Levy estava organizando uma festa durante todo esse tempo enquanto eu estou aqui, agindo como um bocó.

Assustei quando fui abraçado por trás. Olhei e dei de cara com Levy, sorrindo timidamente. Confesso que gostei do abraço e fiquei surpreso.

– Baixinha?

– Gomen por ter te enganado, Redbull-san. Vou te contar o que estava realmente fazendo. - Ela disse enquanto continuava me abraçando fofamente, como se não quisesse me soltar. Na verdade eu não queria que ela me soltasse.

– Acabei me esquecendo... Venha comigo. - Ela disse.

– Para onde?

– Não pergunte nada, só me acompanhe.

– Ok.

– Aliás, arigatou Macao-sensei!

– Não agradeça, pequena Meredith. - O velho Macao sorriu.

– Ahn?

– Deixa pra lá, ele é meio louco. – Falei para a pequena.

Ela segurou minha mão e me levou para os corredores. Não sei se é impressão minha, mas ela estava realmente linda. Seus curtos cabelos azuis brilhavam e seu rostinho estava mais delicado que o normal. Estou vendo coisas?

– Gajeel, poderia fechar os olhos?

Estávamos parados em frente à sala do diretor. Não entendi exatamente o porque, mas fiz o que ela pediu.

– Ahn, okay..

Fechei lentamente meus olhos, após olhar para seu delicado rosto. Ela pegou novamente minha mão e disse baixinho.

– Não tenha medo, vou guiar você.

Não pude deixar de rir com seu comentário. Ela é tão frágil e aparentemente indefesa, mas ao mesmo tempo consegue ser forte e determinada diante de todas situações.

– Do que está rindo?

– Não é nada, baixinha.

Não pude ver sua expressão, já que continuava com os olhos fechados. De qualquer forma, eu me sentia bem assim. Era tão bom saber que ela estava ali, do meu lado novamente, segurando minha mão e me guiando.

– Chegamos.

– Posso abrir os olhos?

– Espere um pouco.

Ela soltou nossas mãos e eu me senti sozinho, perdido.

– Merda, onde eu coloquei essa.. NÃO ABRE OS OLHOS!! – Ela gritou, quando eu ameacei abrir os olhos– Pronto, pode olhar..

Ela pegou novamente minha mão e eu abri os olhos. Ela estava com um arquinho de orelhas de panda sobre o cabelo e um sorriso tímido nos lábios. Assustei-me quando ouvi:

– SURPRESA!!

Esse som veio do jardim, recheado de alunos do Fairy Tail. Senti-me super bocó diante de tudo aquilo. Até Makarov-senpai estava presente.

– Vamos?

– Er.. Baixinha, eu não sei o que dizer...

– Então não diga nada, só aprecie.

Todos vieram me abraçar, oferecendo bandejas de comida. Alguns me entregaram presentes, como CDs do Iron Maiden e do Metallica.

– Levy disse que você adora essa banda, então comprei um cd deles. – Jellal disse, me entregando um embrulho simples. – Abre ae.

Abri e vi o cd que reconheceria no meio de milhares. Era o cd auto-intitulado do Avenged Sevenfold.

– Valeu cara!

– Hey, agradeça a Levy.

Procurei por ela e vi que ela estava distante, falando ao telefone. No som tocavam músicas agitadas. Levy disse uma vez que essas músicas eram J-pop.

Queria falar com ela, agradecer por tudo, mas sempre aparecia alguém para conversar comigo, me parabenizar ou para me oferecer comida. Esperei que ela terminasse o telefonema para tentar falar com ela.

POV Levy

Chichi disse que estava a caminho. Falou diversas coisas sobre não ter encontrado uma guitarra Gibson disponível. Obviamente eu não entendo nada de guitarras, mas torci para que ele tenha trago A Guitarra Perfeita para Gajeel.

– Levy, quero falar com você. Posso? – Gajeel disse, tocando meu braço. Dessa vez de forma delicada.

– Aye! – Sorri para ele.

– Hey crianças, abram espaço que o Romeo chegou! - Chichi apareceu de sei lá onde, arrancando pedaços de grama e estacionando quase em cima de mim e Gajeel.

– O que o chichi está fazendo aqui?

Não respondi, apenas sorri ao ver chichi tirar uma caixa enorme do porta-malas.

– Como eu te disse no telefone, não encontrei uma Gibson. Trouxe uma Schecter, dizem que o som dela é muito bom.

– Arigatou chichi!

– Não agradeça, terá que lavar minhas cuecas por dois anos.

– Hey, eu disse um ano! UM ano!

– Essa guitarra é cara, querida! Vale dois anos, ou até mais, de cuecas lavadas.

Ai meu pâncreas, quando eu achava que tinha um pouquinho de sorte ela logo evapora.

– Feliz aniversário Gajeel! Espero que goste da guitarra.

– Arigatou tio! Então essa guitarra é pra mim?

– Não, comprei pra minha avó tocar. Presta atenção, menino lerdo! Levy vai lavar minhas cuecas por dois anos em troca dessa guitarra então leva a parada a sério! – Falou chichi, dando um de adolescente pseudo-descolado. – Agora dá licença que eu vou comer. OLHA QUEM TÁ ALI GENTE, É O MAKAROV! CARVALHO AMIGÃO, VOCÊ NÃO CRESCE MESMO HEIN?! - Chichi berrou e foi até onde o velho Makarov estava.

– Abre ai, quero ver como ela é. – Disse pra Gajeel. Ele estava meio abobado, como se não acreditasse no que estava vendo. Então ele tirou de dentro da caixa, uma guitarra vermelha e rechonchuda ~sério, rechonchuda mesmo~ com o número 6661 em baixo. Esse treco de “6661” num é muito confiável não!

– Não acredito nisso!

– Nem eu. – Disse me referindo ao “6661”.

– Não acredito que você me deu a guitarra do Zacky Vengeance!

– Zé de quem??

– Zacky Vengeance, guitarrista do Avenged!

– Aah. - Falei, mas não faço a mínima ideia de quem seja, minha memória é bem curta. – Mas que lance é esse de “6661”?

– Muita gente pergunta, acham que é o alguma coisa relacionada ao capiroto ou sei lá quem. Mas na verdade é 1999 de cabeça pra baixo.

Nada a ver, cara!

– Legal, eu acho.

– Poxa Levy, valeu mesmo.

– Ah que isso.

– Não, é sério. Eu fui um idiota, fiquei chateado porque você estava distante e não queria me contar o que estava fazendo de tão especial, quando na verdade você estava montando uma festa surpresa pra mim. E veja só, você me deu uma guitarra, uma das melhores guitarras que eu já vi na vida! Cara, você é incrível! – ele colocou a guitarra sobre a caixa, me pegou no colo e me girou alegremente. – Eu não mereço tudo isso, Levy, não mereço você.

– Hey, olha pra mim. – Levantei seu rosto, como ele sempre fazia comigo quando eu estava envergonhada. – Você é um cara muito legal, espontâneo, único. Você consegue provocar reações em mim que ninguém nunca conseguiu provocar, você me faz rir, chorar, me faz querer ser melhor. Você não é a melhor pessoa do mundo, mas é a melhor pessoa que eu tive o prazer de conhecer. E mesmo que ás vezes a gente briga, sempre vou gostar de você e sempre vou te perdoar, porque por mais que eu tente nunca vou conseguir ficar longe de você.

Gajeel ficou em silencio por uns instantes. Continuei com a mão em seu rosto e pude notar que seus olhinhos fofos estavam soltando lágrimas. Carolho, Gajeel está chorando!! Eu fiz alguém chorar, sou uma pessoa horrível!!

– Não chora, onegai.

– Cala a boca Levy.. – Sabia que ele não estava me xingando e sim se culpando por estar chorando na minha frente. – Olha, eu não gosto de chorar em público.

– Sei disso.

– Mas... – respirou fundo. – Você tem que ser muito especial para mim, porque é a primeira vez que eu choro por alguém.

Sorri com isso.

– Sinceramente, eu me senti um retardado por ficar sem você durante o dia. Não deveria me apegar tanto, mas sei lá, você é meu chiclete favorito e quando você perdeu o doce e se desgrudou de mim eu me senti tão sozinho. Sacou a metáfora? Acabei de criar.

– Fui comparada a um chiclete, legal. Contarei isso para meus filhos.

– Nossos filhos, não se esqueça disso.

– Ok, nossos filhos.

– Eu realmente gosto de você, mais do que imagina. Só não sei falar isso direito porque ás vezes eu sou tímido.

– Isso quando você não está no modo tarado.

– Exatamente!

Começamos a rir.

– Prometo pra você que sempre estarei ao seu lado se você cair. Sempre vou te levantar, limpar seus machucados, te dar um beijo de boa noite...

– Você só pensa em beijos.

– É um bem necessário. – Sorriu de lado. – Tá vendo esse momento, é ideal para nos beijarmos.

– Volte a ser tímido, esqueça seu lado tarado.

– Como quiser, chiclete de framboesa.

– Você é tão criativo quanto a fazer apelidos..

– Sei disso.

Bom, antes que perguntem, eu beijei Gajeel. Tudo porque eu disse que o beijaria no dia de seu aniversário. Mas esse beijo foi diferente. Nossos beijos geralmente são calmos, tranquilos, e tão bons quanto ficar debaixo da sombra de uma árvore e sentir o vento bater em seu rosto e bagunçar levemente seus cabelos. Já esse beijo foi mais caloroso, como se todo o amor que sentíamos um pelo outro estivesse sendo expressado ali e naquela hora. A minha mente só conseguia formular visões de paçocas em forma de rolha descendo do céu e caindo aos meus pés...

– Hey, tive uma ideia. – Gajeel disse, afastando nossos lábios e meus pensamentos "paçocarianos". – Vou tocar uma música, para estrear a guitarra.

– Ok, vai lá! – Falei para ele, sorrindo um pouco abobada por causa do beijo.

– Sabe que eu gosto de você, né?

– Agora sei.

– Ótimo.

– Er.. Eu também gosto de você.

– Com certeza!

– Para de ser convencido e vai lá.

– Vou tocar pra você.

– Ok então.

Gajeel chamou o pessoal e disse para se ajuntarem na parte mais alta do jardim onde havia um mini palco. Gray e Natsu com um microfone e um banquinho.

– E ai minna!

– Oee! – Todos responderam, acenando para o metaleiro.

– Vou tocar uma música, para estrear a guitarra que minha baixinha Levy me deu. Gosto muito dessa música, assim como gosto da Levy, então nada mais justo que dedicá-la a ela. – Ajustou o som e fez um acorde. – Cara, essa guitarra é foda-pa-bagai! – Todos riram, inclusive eu. – Tá, o nome dá música é Everything I Own, só não é mais velha que o Makarov-senpai. Nem todo mundo conhece rock por aqui, então que se dane, vou tocar assim mesmo. – Os risos aumentaram. – Ok, vou nessa.

Ele fez o dedilhado nas cordas e em seguida começou a cantar.

[N/A: fiquei com preguiça de colocar o link da música lá em cima, então tá ai --http://www.kboing.com.br/bread/1-50737 ]

You sheltered me from harm.

(Você me protegeu das coisas ruins)

Kept me warm, kept me warm

(Me manteve aquecido, me manteve aquecido)

You gave my life to me

(Você entregou minha vida para mim)

Set me free, set me free

(Me libertou, me libertou)

The finest years I ever knew

(Os melhores anos que eu conheci)

were all the years I had with you

(Foram todos os anos que tive com você)

I would give anything I own,

(Eu daria qualquer coisa que eu possuo,)

Give up me life, my heart, my home.

(Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.)

I would give everything I own,

(Eu daria tudo que eu possuo,)

just to have you back again

(Apenas para ter você de volta outra vez.)

You taught me how to love,

(Você me ensinou como amar,)

What its of, what its of.

(Do que é, do que é.)

You never said too much,

(Você nunca disse muito,)

but still you showed the way,

(Porém apesar disso, mostrou o caminho)

and I knew from watching you.

(E eu aprendi ao observar você.)

Nobody else could ever know

(Ninguém mais poderia conhecer)

the part of me that can't let go.

(A parte de mim que não quer ir embora)

I would give anything I own,

(Eu daria qualquer coisa que eu possuo,)

Give up me life, my heart, my home.

(Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.)

I would give everything I own

(Eu daria tudo que eu possuo,)

Just to have you back again.

(Apenas para ter você de volta outra vez.)

Aqueles versos invadiram minha mente. Eram versos tão lindos, dignos de fazer qualquer um chorar. Gajeel olhava fixamente para mim com aqueles olhos tão meigos e eu juro que pude sentir unicórnios brincando no meu estômago.

Is there someone you know,

(Há alguém que você conhece)

you're loving them so,

(Você o ama tanto)

but taking them all for granted.

(Mas o subestima)

You may lose them one day,

(Você pode perdê-lo um dia)

someone takes them away,

(Alguém o leva embora)

and they don't hear the words you long to say

(E ele não escuta as palavras que você deseja dizer.)

Gajeel para de cantar e diz:

– Eu não quero perder você, Levy, nunca.

– Não vai me perder. - Sorrimos e ele continuou a tocar.

I would give anything I own,

(Eu daria qualquer coisa que eu possuo,)

Give up me life, my heart, my home.

(Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.)

I would give everything I own

(Eu daria tudo que eu possuo)

Just to have you back again,

(Apenas para ter você de volta outra vez,)

Just to touch you once again.

(Apenas para tocar você mais uma vez.)

Sequei uma lágrima que corria por meu rosto com o dorso da mão direita e aplaudi alegremente. Gajeel é sensacional, tenho que admitir. Todos me acompanharam, fazendo com que Gajeel se sentisse um vocalista de uma banda de rock que tinha fãs alucinados.

– Arigatou, arigatou! Vocês são demais, arigatou!

Gajeel desceu do palco e cumprimentou a todos, fingindo dar autógrafos. Depois chegou até mim e beijou minha testa ~que hoje não estava oleosa, graças ao Ponchá e a pomada milagrosa que eu peguei nas coisas da Uende. Um dia eu devolvo..~.

– O que achou? - Gajeel me perguntou.

– Muito louco, você manda excessivamente bem!!

– É minha fã?

– Não, sou sua empresária.

– De verdade?

– Com certeza!

– Sabia que alguns empresários têm relacionamentos amorosos com artistas?

– Sabia.

– Vai correr o risco?

– Porque não?

– Ok então. – Sorrimos um para o outro. Estava tudo bem agora.

– Vamos jogar os pombinhos na piscina!! – O dono da voz, Natsu Dragneel, gritou para todos.

– Agora!

E foi assim que eu e Gajeel fomos lançados, contra nossa vontade, na piscina do colégio. Não foi tão ruim, ficamos abraçados e quase nos beijaríamos se um bocado de gente não tivesse se jogado em cima de nós... Pra se ter uma ideia, até chichi caiu na piscina junto com seu velho amigo de infância, Makarov. Agora sei por que o velho implica tanto comigo..

– Hey Redbull-san, quero duelar com você e dessa vez juro que vencerei.

– Ah é mesmo? Isso é o que nós vamos ver.

– Então fechado! Se eu vencer, você me leva para uma lanchonete e paga tudo que eu pedir.

– Como num encontro?

– Encontro? Pra que "encontro" sendo que a gente se encontra toda hora??

– Depois fala que os homens é quem estragam o encanto.

– Aah, tá bom, seu chato! Se eu vencer, você me leva para um "encontro" na lanchonete.

– Como quiser. - sorriu de lado.– Mas, se eu vencer você vai ter que aprender a tocar guitarra.

– Quem vai me ensinar??

– Eu, né!

– Por quê?

– É legal ser melhor que você em alguma coisa.

Revirei os olhos e ele gargalhou.

– Pode ser?

– Tá, mas será uma tarefa difícil. Eu não entendo nada de música, muito menos de guitarras.

– E é por isso que eu vou te ensinar tudo que sei.

– Ok.

Não sei quanto tempo ficamos na piscina, brincando de jogar água uns nos outros..

Eu não tenho que reclamar do dia de hoje, foi realmente incrível! Alguém apareceu com um carrinho de compras cheio de Jack Daniel's e coca-cola, zuamos até tarde e o melhor, não tivemos que limpar a escola!

Mentira, tivemos que limpar tudo. Até a piscina.

E eu não faço ideia do que irá acontecer comigo e com o Gajeel, só peço que os anjos do Ponchá nos abençoem para que tudo dê certo.

"É engraçado como uma simples pessoa de repente surge na sua vida e te muda completamente, te faz querer ser melhor, te faz querer viver mais..."

Frase muito gay feita por Vick Tsuki


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer primeiramente a Karol Louise, por ter me enviado uma MP tão motivadora. Obrigada mesmo!
Agradeço também a AChan, Chi, Rachel Nelliel, Lay Silva, Arrk_Uzumaki, Darkane, Lucy515, Lily, O lado bom do Yaoi, DarkAngel, ShikaChan, Miss Rebel, Ana Carol, Laura Tainaka011 ~aê Laura, o capítulo chegou o/ o/~, Im Blue Marshmallow e rickdeck, por continuarem acompanhando a fic, por mandarem reviews tão carinhosos ~e as vezes ameaçadores *u*~ e por me motivarem a continuar escrevendo quimeras..
A Levy deve ter ido caçar patos com o Herói das Baixinhas, Gajeel deve estar tocando sua nova guitarra e eu fiquei com as notas finais. Fim!

Eu acho que tinha uma coisa pra falar, mas...
...
...
Lembrei! Sempre que quiserem me cobrar capítulos, mandarem sugestões ou até mesmo bater um papo, podem me mandar uma MP. Como eu disse pra Karol, eu adoro MP's ~às vezes eu não respondo, mas a culpa é da internet.. E do John Green~.

Então é isso!
Espero que tenham gostado do capítulo e da música.
Imaginem Gajeel cantando a música, e fiquem a vontade para debocharem da cara dele ~já que no anime ele canta muito mal~
Tenham uma boa noite de sono!

E lembrem-se: As portas do Ponchá sempre estarão abertas para aqueles que quiserem entrar lá.
~yeah~