Amor de papel escrita por saoren


Capítulo 1
As páginas da vida real


Notas iniciais do capítulo

Essa estória foi baseada na versão de 2005 de Orgulho e Preconceito, já que há muito não o leio. Desculpem se as personagens não foram retratadas da maneira mais coerente.Ainda assim, imaginei o Mr. Darcy {Matthew MacFadyen} ao escrever, tentando, na visão de Lizzie, comentá-lo por seu comportamento desde o ínício.Espero que gostem, e sem mais prorrogações, boa leitura!



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Após o baile da chegada de Sr. Bingley com sua irmã, Caroline, e seu melhor amigo, Fitzwilliam Darcy, porém chamado somente de Darcy para diferenciá-lo de seu primo, Coronel Fitzwilliam, tive, não sei decidir, a honra ou desprezo de saber de sua existência naquele dia.

Sr. Darcy era um homem extremamente sisudo, tinha sua vaidade facilmente ferida, apesar de não ser facilmente demonstrada. Era um homem reservado e de poucos sorrisos. Sua beleza era até consideralvemente hipnotizante, levando em conta que os que moravam aqui perto, mesmo tendo boa nutrição e saúde para o trabalhado, com facilidade eram desgastado pelos esforços.

Não que nenhum deles me interessasse. Eu tinha os companheiros mais satisfatórios que uma moça solitária poderia ter: livros. Aquelas preciosidades tão descartadas pelas moças mais jovens, só queriam saber de bailes e de casamentos para obterem status. Uma atitude sem fundamentos, em minha concepção.

Após, evidentemente, haver ferido meu orgulho, ainda assim, Sr. Darcy não perdeu meu respeito. Mesmo negando com todas as forças que sentia simpatia pelo mesmo, dentro de minha mente somente eu sabia o que se passava. E pelo meu coração, como diz o ditado "Coração é terra que ninguém anda".

Quando eu lia, sabia que aqueles amores eram verdadeiros e recíprocos, mesmo se fossem proibidos. Eu me perguntava se, mesmo sendo essa 'fera dócil', encontraria alguém para passar o resto de minha vida. Não que eu fosse extremamente aficionada por esses assuntos, pois assim como minha amiga Charlotte proferiu logo após ter aceitado o pedido de Sr. Collins, meu primo, "Não temos o direito de ser tolas no amor.", e ela de jeito maneira amava-o, mas revelou-me que havia ficado encantada com seu comportamento reservado. Ah, querida Charlotte.

Por desposar Lydia de maneira tão rude, fugindo e levando-a consigo, Wickham perdeu a admiração que eu sentia por ele. Honestamente, penso que era dono de atitudes de um covarde sem habilidades mentais desenvolvidas. Mais algumas vezes, após esse ocorrido, me dediquei ainda mais à leitura. Mesmo me considerando como culta e realista, sempre necessitava fugir para minhas histórias, fossem ficção ou não.

Algo que me intrigou mais ainda em Sr. Darcy foi quando ouvi seus lábios dispararem "Uma vez perdido meu respeito, é perdido para sempre.", eu certamente não troçaria de tal figura. Isso era uma das pequenas peculiaridades deste homem que me faziam sentir atraída aos poucos.

Apreciava admirar de longe, quando a desagradável irmã de Sr. Bingley tirava seus olhos de mim, seu porte largo, o nariz aquilino, dando-o feições másculas, acompanhado dos lábios corados e seu corte de cabelo, que mesmo cortado com a maior decência possível, lhe dava um ar rebelde e maduro. Sua concentração ao escrever cartas, fossem para sua jovem irmã, srta. Georgiana, ou cartas comerciais.

Ele era definitivamente uma personalidade intrigante, o que me deixava pensativa e taciturna em vários momentos de meus dias. O que eu sentia era passageiro, como a atração que senti por Sr. Wickham, ou seria algo forte que seria descoberto com o tempo?

O que poderia responder naquele momento era que Darcy, em toda sua integridade, jamais, e isso afirmo com profunda segurança, se igualaria a Wickham.

Após o casamento de Lydia, veio o de Jane. Eu realmente comecei a me desesperar internamente. Minha melhor amiga e confidente se afastaria para finalmente ter sua vida, como mamãe desejava. Vamos considerar que Darcy já havia me proposto e eu declinei seu pedido. Os sentimentos, quase palpáveis naquele momento, verdadeiros, que se passavam dentro de mim eram medo e incredulidade. Sei muito bem de minhas qualidades e potenciais, porém nunca considerei que ele pensasse em me desposar.

O mais incrível naquele homem era como seu olhar pairava sobre mim. Ora, vamos, não boba e nem uma santa, mas tenho respeito por mim. Darcy me observava diferente e quando nos encontramos no campo, por mero acaso, me senti lisonjeada por sua companhia. Suas palavras soavam melodiosas, acompanhadas de sua voz calma e profunda.

"Se seus sentimentos continuam os mesmos de abril passado, diga-me de uma vez, meu afeto e emoção não mudaram, mas uma palavra sua me silenciará para sempre. Se, contudo, seus sentimentos mudaram, terei de dizer-lhe, hás me enfeitiçado, corpo e alma, e eu a amo, a amo, a amo e jamais desejo estar distante de agora em diante."

Sinceramente, permito-me voltar a ter um comportamento infantil ao escutá-lo. Ao usar os exageros falatórios que Kitty e Lydia faziam, afirmo que com o poder de mil raios de luz senti a felicidade pairando sobre nós. Nós somos tão similares, e talvez fosse por isso que não consegui decifrá-lo antes, porque eu não me via daquela maneira, mas eu era daquela maneira.

Com intuito de unirmos, raramente comentávamos o que as pessoas de Londres, negociantes que trabalhavam com ele, família ou amigos, falariam. Em definitivo, decidimos deixar de lado os sentimentos miseráveis que nos afastaram por tanto tempo.

Não creio que haja uma causa específica para estar escrevendo isso em uma folha simples que ficará escondida entre as páginas de algum livro meu, ou irão ter seu fim de maneira trágica, pondo toda essa escrita a perder, mas isso talvez não importe tanto, de fato.

Talvez eu esteja tendo meu próprio conto, de uma maneira perspicaz que esse mundo pode nos oferecer. Darcy está me chamando, ele raramente o faz, a não ser que haja algo grave em andamento. Despeço-me daqueles que algum dia leram essa carta, não que eu tenha grandes esperanças.


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Notas finais do capítulo

Então, como me saí, caros leitores?



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