Pessoas andavam para todos os lados da praia. O ar era estranho, carregado de nicotina e álcool. Muitas pessoas, mesmo estando ali para comemorar, não pareciam felizes. Eu era uma dessas.

Mesmo caminhando junto de minha mãe, uma garota acenou para mim com um sorriso no mínimo suspeito e com a cabeça animadamente, mas sutil e sem dizer uma palavra. Até que era bonita, porém eu já sou compromissado, então acenei de volta normalmente, apenas para indicar que a vi.

Vi vários conhecidos e alguns amigos durante a caminhada. Minha mãe também vira os dela. Também visualizei diversas pessoas que eu jurava que nunca veria... bebendo e fumando. Outras eu notei que estavam na mesma situação, mas presumia isso. Não falei com nenhum deles a não ser Daniel, um amigo bissexual que conheci em 2012. Ele é gente fina e nunca teve interesse em mim. Sempre falou que eu sou irritante e implicante, e eu sempre concordei com ele (risos).

O clima não era legal como dois anos atrás, no Réveillon 2012, em que a organização do evento em minha cidade foi bem mais organizada.

Na hora da virada, fiz um desejo para 2014: força de vontade para me superar em todas as minhas fraquezas, além de conquistar postos que me permitam cumprir o meu plano para auxiliar a "correção" desse mundo corrompido. Abracei minha mãe e... não houveram fogos, apenas nas cidades vizinhas. Isso deixou minha mãe muito irritada, pois em quatorze anos em que moramos em Barra de São João, ela nunca vira os fogos na praia daqui, apenas quando morava no Rio.

Desistindo de esperar fogos, voltamos para casa decepcionados, mas ainda inspirados para 2014, um ano em que não se tem muitas expectativas por causa do absurdo que será a Copa.