Dear Diary - Anne Roberts escrita por Milena Everton


Capítulo 2
School Forming Professional


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior Anne vai pra Raleigh, Carolina do Norte, para se desenvolver, pois no campo não teria suporte suficiente para a garota se tornar futuramente uma grande profissional, indo assim morar na casa da sua tia viúva, Emily Summer, irmã de sua mãe Esme Roberts.



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Mexer na caixinha onde guardava meus enfeites e semelhantes não teria sido uma boa ideia. Eu estava entusiasmada com a nova vida na cidade grande e ansiosa para que a noite passasse logo para que eu pudesse desfrutar do primeiro dia de aula, entretanto, depois de encontrar a palheta preferida de James a qual ele me presenteou fez com que toda minha euforia se transformasse em desanimo, fazendo com que meus pensamentos criassem asas e fossem para perto dele, para perto de toda minha gente, os quais, não por escolha minha, eu havia deixado para trás.

Meus olhos já estavam inundando enquanto eu imaginava o que eu estaria fazendo na fazenda neste momento. Deitei na cama e iniciei meu mergulho aos melhores momentos da minha curta vida, enquanto encarava o forro do quarto eu recordava das minhas corridas até o rio que ficava depois das árvores que só na minha casa tinha tão belas – naquele tempo eu não havia visitado muitos lugares, mas hoje posso garantir que nunca vi lugar mais belo do que as arvores da minha antiga casa – meu pai me dando bronca, pois mais uma vez eu fugi com James para onde não devia. Um sorriso bobo se fez em meus lábios quando recordei do soco que na noite anterior, James havia dado em Mauri. “Irmãos mais velhos, sempre tão ciumentos...” eu pensava. Se bem que James não era exatamente meu irmão, era meu primo, mas nós nos tratávamos como se realmente fossemos – ou pelo menos eu achava que sim.

Às vezes, James falava de uma garota sem nome que rondava seus pensamentos, admito que o ciúme atingia-me, mas achava que era coisa de irmã, achava que era porque eu não queria que James se apaixonasse e esquecesse-se de mim. Eu achava.

Minha tia bate a porta me trazendo à realidade, sem entrar completamente ao quarto ela diz para eu tomar um banho para jantarmos fora. E assim eu fiz, procurei o vestido mais bonito que trouxe – na época, que não faz tanto tempo, eu tinha poucas roupas, pois, na fazenda, dificilmente saíamos para algum lugar, mas minhas roupas não eram ruins – ele era preto com bolinhas brancas de manguinhas românticas e como quase todos os meus vestidos, tinha a cintura justa, coloquei também uma sapatilha de couro meio amarelada a qual Emm condenou e disse que eu nunca mais a usaria novamente.

Fomos para um restaurante que Emm costumava frequentar, ela nunca foi fã de etiquetas, por tanto, preferia os restaurantes mais simples. A comida era ótima e o ambiente era muito bonito. Enquanto jantávamos, pedi para Emm falar um pouco mais dos vizinhos, o menino e a menina que iriam me acompanhar até a escola no dia seguinte. Ela disse que a menina era muito bonita e educada e o menino era um doce e gostava muito de música, até brincou dizendo que poderíamos formar um dueto.

Quando chegamos a casa já passava das 20h: 00min da noite. Eu estava exausta devido à viagem, Emm ainda pediu para que eu assistisse a um filme com ela, mas o cansaço não me permitiu. Fui direto para o quarto, e uma melodia dominava o local, era uma voz masculina e muito bonita cantando ao violão. Sem acender a luz, andei lentamente até a janela grande ficando por trás da cortina branca que a decorava. Olhando pela vidraça, avistei um garoto loiro sentado em sua cama arriscando algumas notas, a vista era perfeita graças a grande janela semelhante a minha em seu quarto. Abri a mesma lentamente para que nenhum barulho chamasse sua atenção, ele estava viajando na música, estava dominado e aquilo fez lembrar-me de James, ele também amava tocar e aquela era uma de suas musicas preferidas, o garoto tocava e cantava You Are Not Alone de Michael Jackson, e um arrepio percorreu meu corpo quando ele chegou à seguinte estrofe; “Você não está sozinho, eu estou aqui com você apesar de estarmos separados você está sempre no meu coração, você não está sozinho”. Era exatamente aquilo que eu queria dizer a James. Uma melancolia estranha percorria o meu corpo, a brisa fria me envolvia e eu abraçava meus braços enquanto a lua cheia brilhava no céu, eu sentia falta de todos e lamentava por não estarem comigo, mas James roubava minha paz e fazia com que eu derramasse lágrimas doídas, era como se um pedaço de mim estivesse incompleto, eu nunca senti aquilo antes, e lembrar que ficaria meses sem vê-lo fazia meu coração sangrar.

– Ei – sussurrou o garoto loiro na sua janela, fazendo-me ter um impacto repentino com o mundo real, eu havia perdido a noção do tempo e do lugar e não me pergunte em que momento a música parou porque, sinceramente, eu não sei – você é a sobrinha da Emm? - assenti que sim enquanto enxugava as lágrimas rebeldes que caíram enquanto eu viajava em minhas confusões sentimentais. Tentei sorrir ao pronunciar meu nome, mas creio que não fui muito convincente.

– Sou Annelise, Annelise Roberts.

– Muito prazer, sou Nikola Mion. – ele deu dois passos lentos para frente com as mãos nos bolsos da calça ficando mais perto de minha janela, sua testa franziu e ele pareceu preocupado - Estava chorando?

Admito que por alguns segundos tenha surgido a ideia de desabafar tudo que estava sentido para aquele garoto gentil, porém, um estranho, mas logo tratei de me controlar. Olhei vagamente para o chão enquanto pensava, e soltei um “gosto muito dessa música” o garoto sorriu o sorriso mais angelical que já vi em toda minha vida, quer dizer, tão angelical quanto o de James. Acho que ate aquele dia era somente essa a semelhança entre os dois. Nikola tinha o cabelo liso e clarinho, mais ou menos como o antigo corte do Justin Bieber, ele era magro, mas não esquelético, era alto e muito, muito charmoso, seus olhos, mesmo distantes, eram notavelmente azuis. Enquanto conversávamos sobre musicas era impossível não notar sua simpatia, além de engraçado, ele conseguia fazer de conversas normais uma verdadeira comédia. As horas passaram e não notamos - igual como acontecia quando eu estava com James – ele olhou para seu relógio de pulso assustando-se com o horário, já passava das 23h: 00min e na manhã seguinte nós dois teríamos aula. Passar parte das minhas manhãs com Nikola me parecia uma ótima maneira de não me sentir tão só. Despedimo-nos naquela noite e, me acredito, que Deus havia enviado aquele garoto para que eu não passasse a noite inteira acordada pensando em James, porém, não conseguia parar de pensar na escola na manhã seguinte, mas o cansaço era tanto que adormeci rapidamente.

No dia seguinte acordei muito cedo, afinal, isso não era nenhum problema para mim, na fazenda todos acordávamos com o canto do galo. Tomei um banho e dessa vez sem pulinhos, eu podia controlar a temperatura da água e, confesso que aquilo era uma novidade que me deixou muito feliz. Não quis acordar tia Emm, então tratei de fazer o café e como eu sabia que ela detestava cafeína, fiz um suco de laranja para ela que era um de seus preferidos. Peguei ovos na geladeira e fiz omeletes para nós, coloquei os pães de forma na torradeira... Enfim! Fiz o nosso café da manhã. Ela acordou e não disfarçou a satisfação, e aquilo me deixou feliz. Emm me mostrou o uniforme escolar, a saia era um tanto que comprida de cor azul acinzentado, um blusão branco e um casaco azul. Eu lembro que fiquei engraçada com aquela roupa, pobre Anne, mal sabia que o uniforme poderia ser levemente modificado e a fixa só caiu quando vi a irmã do Nikola, Jullie me esperando à porta, a saia dela não estava vulgar, mas não estava tão comprida como a minha, seu casaco estava enganchado na bolsa estilo sacolão que ela trazia seus materiais, a saia de cintura alta cobria metade do blusão branco dando ao uniforme um toque bem feminino, bem que Emm me avisou que poderíamos “ajeitar” o uniforme e eu tinha achado um absurdo. Confesso que fiquei meio envergonhada de caminhar até a escola com os irmãos Mion, a menina era linda, tinha a pele branca, cabelo ondulado de cor castanho escuro e sem falar que tinha um sorriso encantador, embora mais tímida que Nikola a mesma também tinha um humor indescritível e de cara ficamos amigas diferente de outras meninas daquela escola.

Chegando a escola “Forming Professional”, minha vergonha ficou ainda maior e pensei seriamente em da meia volta e ir embora daquele local. A escola era enorme e tinha muitos estudantes, e nenhum estava tão ridículo como eu, continuei caminhando pelo corredor da tortura tentando não olhar para ninguém e na minha cabeça, parecia que todos falavam de mim, pra mim todos diziam que eu era a garota mais estranha daquele lugar, talvez eu também achasse isso. Acelerei o passo, mas não sabia exatamente para onde estava indo.

– Annelise – parei rapidamente quando ouvi Jullie chamar, nem tinha percebido que na beira de meu nervosismo acabei deixando-a para trás. – Este é seu armário. Ao lado do meu como sua tia pediu na diretoria. – explicou. Assenti com a cabeça e peguei alguns livros que Jullie havia reservado para mim, ela explicou como funcionavam os horários e me mostrou onde iria ser minha primeira aula, fiquei no segundo ano A, mas a primeira aula era de biologia no laboratório. Jullie era da mesma sala que eu para meu alivio. Ela sentou-se com umas meninas de cabelos legais e “uniformes descolados”, elas me olharam de cima a baixo, mas eu não percebi que não tinha gostado de mim, eu era tão boba... Sentei-me junto a elas. As meninas mais populares e cobiçadas da escola eram amigas de Jullie, mas Jullie não era como elas, eu gostava muito dela e ela de mim. Os horários passaram rápidos e eu estava amando as aulas, inclusive as de álgebra, não demorou muito para que o terceiro horário batesse e chegasse a hora do intervalo, levantei e acompanhei Jullie quando antes mesmo de sairmos da sala uma menina magra que parecia chinesa de cabelos compridos virou-se para Jullie e perguntou se ela estava mesmo achando que elas andariam comigo, e que ela deveria decidir com quem queria ficar. Aquilo me corroeu por dentro, e veio uma vontade enorme de chorar, fiquei muda assistindo aquela cena. Jullie disse delicadamente que não era necessário elas andarem comigo, entretanto ela iria me acompanhar, pois eu era nova na cidade, as meninas nos deram as costas e saíram desfilando insatisfeitas. “Não ligue para isso, Anne, elas são bobas” dizia Jullie com sua voz doce. Fomos para o refeitório e Nikola estava lá sentado com uns três amigos que, pelo jeito, também eram populares, ela sentou-se junto a eles, mas eu fiquei com medo de uma segunda rejeição e fiquei em pé feito uma idiota.

– Sente-se, Anne. Quer dizer, posso te chamar de Anne? – perguntou Nikola com um sorriso meigo em seu rosto olhando para mim, eu encarei a cadeira branca que estava ao seu lado com certo medo de sentar, mas por insistência dos irmãos Mion, sentei.

Estava observando a conversa dos amigos quando ouvi uma voz aguda subindo uma oitava se aproximando de nós.

– Nikizinho, amor! – disse uma menina loira de cabelos compridos e lisos, ela era alta e tinha o físico magro, estava com aqueles uniformes de lideres de torcida. A menina sentou-se no colo de Mion e deu um selinho no mesmo – porque você não foi ao treino hoje? – dizia ela com sua voz irritante e seu jeito de garota mimada. Nikola olhou para os lados, parecia procurar uma resposta.

– Não tive tempo, eu...

–... Estava tocando, ne? Tenho certeza que passou a tarde toda fazendo isso. Nick, nick, amoreco, precisamos de você no time! – a menina levantou e começou a balançar seus pompons gritando “Vaaaaai, time!” o engraçado é que ela parecia uma louca fazendo uma coreografia nada bonita e todos riam dela, mas não com deboche, e sim como se ele fosse um máximo.

– Vaaai time! – disse um menino moreno e musculoso que estava sentado conosco – a gatinha esta certa Nick, você precisa ir para os treinos.

– Eu vou. Não se preocupem.

– Ain, é isso ai meu amor! – disse a menina saltitante, beijou os lábios de Nikolas com certa urgência e ele a afastou com a respiração meio ofegante, olhou para nós, confesso que fiquei desconfortável com a cena e acredito que ele também, pois “desconforto” estava escrito em sua testa. O garoto de olhos claros levantou-se puxando a menina para um lugar mais reservado, depois de seja lá o que ele tenha dito, a menina saiu irritada.

– Namorada dele? – sussurrei para Jullie, ela assentiu que sim.

– Às vezes ela é irritante, mas é uma boa pessoa. – esclareceu.

“Alunos da escola Forming Professional, no final do horário, convocamos todos para a sala de eventos...”– dizia uma voz feminina nasal pelo interfone – “... todos os interessados para a peça teatral “Romeu e Julieta”, repetindo, todos os interessados, somente”.

Fiquei muito animada com a ideia de representar Julieta, mas com certeza seria o papel mais disputado por todas as meninas e elas eram tão bonitas e descoladas, eu era um patinho feio, ou pelo menos eu e a maioria das meninas da escola achava isso. Eu estava me sentido só, parecia que eu nunca me encaixaria com aquelas pessoas tão diferente de mim. Nikola voltou para a mesa e um garoto branco de cabelos negros perguntou se ele iria se candidatar, ele disse que Cat já teria posto seu nome na lista dos que iam disputar “Romeu”, mas particularmente, o garoto comédia não parecia estar muito feliz.

– Porque você não se candidata para Julieta? – perguntei para Jullie, ela sorriu envergonhadamente olhando para suas mãos entrelaçadas postas a mesa.

– Não gosto de aparecer publicamente.

Ao fim do horário, eu e Jullie fomos ver a reunião e esperar Nikola. Sentamo-nos nas ultimas cadeiras, as meninas mais bonitas – ou pelo menos elas se achavam bonitas – estavam bem na frente, não disputando para Julieta, mas sim torcendo por Cat Benson – namorada de Nikola – sinceramente, eram verdadeiras “pau mandado”. Pelo contrario do que pensei, quase ninguém se atreveu a se candidatar para ser Julieta, ninguém queria disputar com Cat Benson, as meninas se intimidavam na presença da “garota mais popular do colégio”. Ainda mais que, por unanimidade, o papel já era de seu querido namorado, quem se atreveria a beija-lo? Afinal, Romeu beija Julieta, disso todos sabem.

Yumi Papirone era uma japonesinha “famosinha” na escola, e era uma concorrente forte para nossa querida Cat Benson, porém, a maioria dos votos foi para Cat, a qual ganhou o papel. Fiquei um pouco triste comigo mesmo por nem tentar, mas, não ganharia de qualquer maneira.

– Você não ficou feliz com o papel? – perguntei enquanto caminhávamos em direção a nossas casas, Nikola suspirou fundo e continuou olhando para frente.

– Não é isso, Anne, é que às vezes... – ele fez uma pausa com o olhar em nenhum lugar especifico -... Às vezes eu nem sei o porquê estou com a Cat. Acho que já deu, mas, sei lá... Não consigo terminar isso de vez.

Não tinha o que argumentar então se fez silêncio até Jullie perguntar o que eu faria a noite.

– Vamos sair? – ela perguntou.

– Vou falar com a tia Emm pra saber...

–... tenho certeza que sua tia deixa. – afirmou Nikola – vamos a um lanche aqui perto, a Emm é gente boa, vai deixar.

Chegando a casa, Emm disse que meus pais haviam ligado e quase automaticamente perguntei se James havia deixado algum recado, e a resposta foi “não”. Sentei no sofá praticamente sem ação. Não? James não ligou? James não mandou recado? Bastou um dia pra me excluir de vez da sua vida? Aquilo bateu em meu peito como um punhal, uma tristeza cravou em meu coração, uma sensação de desprezo.

– Seus pais disseram que é pra você retornar a ligação. – disse Emm da cozinha, caminhando até a sala onde eu estava disse - Agora vamos almoçar tchutchuca... – parou repentinamente a me ver sentada com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto afogado nas mãos – querida, o que houve? Alguém te fez algo na escola? Porque se for isso voc...

–... Não tia! – falei aos prantos – James não me mandou nenhum “oi”, um simples “oi”? James não gosta mais de mim?

– Querida... – agachou em minha frente colocando uma mecha de cabelo para trás da minha orelha, passando a mão delicadamente em meu rosto – não diga isso, talvez ele esteja muito ocupado...

Muito ocupado para não mandar nem um “oi”?

– Tudo bem, - limpei meu rosto e levantei – depois do almoço ligo para meus pais.

Aquela tarde passou devagar e eu não parava de me questionar o porquê James não se comunicou, retornei a ligação e quando estava falando com minha mãe pedi para passar para James e ela disse que ele não estava. Não estava em plena 14h: 00min da tarde? Eu não estava mais entendendo nada.

Quando anoiteceu, mesmo desapontada decidi sair com os Mion afim de me entreter, vesti um vestido rosa que Emm comprou para mim e uma sapatilha vermelha, ela me maquiou, coisa que eu nunca tinha feito antes. Devo admitir, estava me achando linda e não sei por que, mas queria que James me visse daquela maneira.

Fui para porta ao encontro dos irmãos Mion, Nikola estava lindo com uma calça jeans preta, uma camisa branca com uma camisa quadriculada desabotoada por cima, Jullie estava com um vestido delicado branco com um cintinho azul marcando a cintura e uma sapatilha verde água. Aproximei-me dos dois e mesmo na inocência não consegui não reparar que Nikola me olhava de cima a baixo impressionado, como se não bastasse ele soltou um “você está muito linda!” Aquilo fez minhas bochechas formigarem e eu sorri timidamente, Jullie também sorriu depois disso fomos para a lanchonete.

– Você gosta de música, não é mesmo? – perguntou Nikola olhando para meu pulso onde estava à palheta que James havia me presenteado e eu fiz de pulseira. Assenti que sim, olhei para o objeto e lembrei que James estava me evitando, uma súbita tristeza roubou meu sorriso – esta tudo bem? – perguntou Nikola colocando uma de suas mãos em cima da minha que estava à mesa, olhei para nossas mãos juntas e soltei um sorriso baixo e assenti que sim.

– Sim Nick, esta tudo bem. – a mentira amargava em minha boca - Quer dizer, posso te chamar de Nick? – ele sorriu e disse que sim, Jullie apenas nos observava rindo consigo mesma.

As horas se passavam e assunto era o que não faltava. Falamos de família, amigos, escola...

– E a peça? Já decorou seu papel de Romeu? – Nikola revirou os olhos e fez uma careta, depois começamos a ri – eu amo essa história, sei decorada – ele me lançou um olhar de quem acaba de ter uma ideia fantástica.

– À tarde podemos nos encontrar? – a euforia tomou de conta de sua voz. Jullie o lançou um olhar malicioso e brincalhão e disse algo do tipo “você é rápido” e nós rimos juntos. – quero que me ajude a ensaiar a peça. – explicou.

– E Cat?

– Por favor, nem me fale o nome dela! Já tive desdobra-la pra não ir a minha casa hoje. Cat era uma ótima pessoa, não sei o que esta acontecendo. – desabafou – então, amanha depois da aula, às 15h? – assenti que sim – na sua ou na minha casa?

– Qualquer uma pra mim esta bom.

Continuamos a conversar e depois fomos para casa, os dois eram realmente uns amores, sinceramente, não sei como conseguiam andar com gente tão insuportável como aquelas da escola.

Estava revisando algumas matérias na minha cama quando olho pela janela, Nikola ao telefone andando de um lado para o outro e parecia estressado, as janelas estavam fechadas e não dava de ouvi o que ele falava, mas pelo jeito a briga era feia e não precisaria ninguém me dizer, tinha quase certeza que era com Cat que ele falava. Quando ele terminou olhei imediatamente para os livros para ele não achar que eu estava bisbilhotando sua vida. Passado alguns segundos olhei novamente para seu quarto ele estava sentado na beirada da cama com as mãos no rosto, fui até a janela e abri, e fiquei esperando ele me olhar, não demorou muito para que ele fizesse, abriu sua janela e eu perguntei o que havia acontecido, ele disse que eram normais àquelas brigas, conversamos um pouco sobre o assunto e depois nos despedimos e fomos dormir. Uma menina como aquela não merecia um garoto tão legal como Mion, aquilo certamente era um desperdício.


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Notas finais do capítulo

sem cometários eu desanimo... :(



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