Hermione foi ao carro do Harry, assim como os dois Weasleys. Mione não falava muito. Ela ficava com a cabeça encostada na janela do carro, apenas olhando a vista.

Ela estava muito mal. Ela não era uma garota que tinha muita coisa, e, agora, perdeu tudo que tinha.

De repente, seu olhar desviou da vista e foi parar em Gina. Mione, em todos esses anos, quase nunca a via chorar. Ela era uma garota extremamente forte. Se Gina estivesse no meu lugar, Mione pensou, ela lutaria pelo o que é dela.

E foi daí que surgiu a ideia. Ela iria recuperar suas coisas. Pelo menos, as coisas de sua mãe.

~*~*~

Hermione chegou a casa mais decidida do que jamais fora. Ela abriu a porta de casa, respirou fundo e marchou para o quarto de Pansy. Ela bateu na porta, quando a mesma abriu, Hermione viu uma Pansy emburrada:

– O que você quer?

– Te ajudar – disse Mione, entrando no quarto.

– E como você me ajudaria? – Perguntou ela, rindo. Limpando meu quarto? Ah, é... você já faz isso.

Mione engoliu a raiva e, mais uma vez, respirou fundo. Sem sequer pedir, ela se sentou na cadeira de Pansy que, pro incrível que pareça, não reclamou e a mesma sentou em sua cama.

– Não. Te ajudar em relação ao Malfoy. Na noite do baile... foi com ele que eu dancei.

– Eu sei disso – ela respondeu, estressada por Hermione estar tomando seu tempo para dizer coisas que ela já sabia. – E não venha me dizer que não sabia.

– Eu não sabia. Até hoje. Eu tive que me sentar ao lado do Malfoy numa aula e vi minha máscara perdida na mochila dele. Enfim, o que eu proponho é o seguinte: eu te digo exatamente o que falar, então ele vai acreditar que você é a Garota Mascarada, e aí você me devolve meu vestido e a máscara, que você vai ter que pegar de volta.

Pansy hesitou. Ela achava que conseguiria conquistar Draco do jeito dela, mas seria muito mais fácil falar que foi com ela que ele dançou no baile. Por ela que ele se apaixonou.

– Feito. Mas só vou te dar o vestido depois que ele acreditar em mim.

– Tudo bem. Então acho melhor já planejarmos o que iremos fazer. Mas, para isso, acho que você vai ter que me livrar dos meus serviços... para dar tempo, sabe? – Disse Hermione, sorrindo vitoriosa.

Pansy bufou, mas não discutiu. Ela saiu do quarto para falar com a mãe, que imediatamente ligou para uma diarista. Quando, Pansy voltou para seu quarto, Mione já tinha tudo planejado.

– Pansy, na noite do baile, eu não quis revelar quem eu era para o Draco e o impedi de falar quem ele era. Eu disse que era para não estragar a magia, mas também sabia que, se eu dissesse que eu era, ele teria se arrependido profundamente de passar seu tempo comigo.

– Nós finalmente concordamos em algo – cortou Pansy, sarcástica.

– Você vai querer ajuda, ou não? – Disse Mione, então Pansy ficou calada. – Muito bem. Para tudo isso ficar de acordo com a noite do baile, você vai chegar no Malfoy de braços cruzados e ordenando que ele te dê sua máscara. Não seja simpática, ok? Ele vai ficar muito confuso, então você explica que eu vi sua máscara na mochila dele e contei para você. Ele deve te mostrar a máscara, e nesse momento você a pega e saí dali sem falar mais nada. Entendeu?

– Por que isso iria funcionar? Pansy perguntou.

"Porque é o que eu faria", Hermione pensou.

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Hermione passou a tarde explicando para Pansy o que ela deveria fazer, e o que não deveria em circunstância nenhuma. O único plano que elas fizeram foi o resgate da máscara, como Mione apelidou. O resto elas resolveriam depois.

De noite, Hermione se trancou no seu quarto e fez todos seus deveres atrasados. Ficou até tarde estudando, até que caiu no sono, ainda segurando seu livro de Química.

Na manhã seguinte, ela guardou todos os livros que tinha deixado espalhados pelo quarto e foi fazer suas tarefas de toda a manhã.

Depois de todo o processo que ela faz de manhã, Mione saiu de casa e esperou Harry, quando ele chegou já com os ruivos, ela pulou para dentro do carro, muito mais alegre que ontem.

– Que bom te ver toda sorridente, Mione! – Exclamou Harry, feliz.

– Eu tenho um plano para recuperar minhas coisas – ela disse. Vou ajudar Pansy a conquistar o Draco. O plano é fazer com que ele acredite que ela é a Garota Mascarada. A primeira parte vai entrar em ação hoje.

– VOCÊ FICOU LOUCA, HERMIONE GRANGER? – Gritou Gina. – Você quase nunca gosta de verdade de alguém. A única vez que você ficou a fim de um garoto foi quando você teve uma paixonite pelo meu irmão!

Hermione corou fortemente e todos no carro começaram a rir.

– Mas isso não importa, Gina. Eu nunca vou ficar com o Malfoy mesmo, então é melhor eu recuperar minhas coisas, pelo menos.

– Se você quer assim, mas acho que você seria mais feliz se lutasse pelo Malfoy – insistiu Gina.

– Mas isso está fora de cogitação – cortou Hermione.

O resto do caminho para o colégio foi rápido. Como planejado, todos os quatro foram para o armário de Mione assim, Draco não tentaria falar com ela, porque a garota estava cercada. Hermione não olhou para Draco, mas o garoto não desviava o olhar da morena. Eles ficaram assim até o sinal bater, então o corredor foi se esvaziando, mas todos continuaram ali. E foi aí que Pansy apareceu.

Ela veio marchando pelo corredor e parou em frente ao Malfoy, de braços cruzados e postura emburrada, como planejado.

– Malfoy, eu quero minha máscara de volta.

Hermione apurou os ouvidos. O motivo de ela estar ali era checar se tudo sairia bem e interferir se tudo começasse a dar muito errado.

– Do que você está falando, Pansy? – Ele pergunta, realmente confuso.

– Ah, por favor, Malfoy. Você sabe muito bem do que eu estou falando. Minha irmã Mione achou melhor Pansy fingir que as duas tinham uma ótima relação, ou seja, nada de Pansy a chamar de escrava de bolso, garota idiota que mora comigo ou empregada viu a máscara na tua mochila ontem. Estou procurando isso desde o baile.

Draco abriu a boca, tentando falar alguma coisa, mas nada saiu. Ele estava muito chocado. Como era possível que a fútil e mimada Pansy fosse a linda e inteligente Garota Mascarada? Seus olhos desviaram de Pansy para Hermione. Os seus olhos se conectaram com os dela por um segundo, mas a garota desviou o olhar.

– Mas... tentou Draco.

– Mas o quê? Eu quero a minha máscara.

Ainda perplexo, ele tirou a máscara da mochila e estendeu a ela. Olhando da máscara para Pansy, ainda se perguntando como aquilo era possível.

Pansy, por sua vez, arrancou a máscara da mão do garoto e saiu andando pelo corredor, em direção a sua sala. E Draco ficou ali, parado, confuso demais para fazer alguma coisa. Então Hermione começou a puxar seus amigos para longe dali.

~*~*~

A primeira hora de aula passou rápido. E Hermione e Pansy tinham combinado de se encontrar num lugar afastado da escola, para resolver quais seriam os próximos passos.

Ficaram conversando sobre como Pansy deveria agir o intervalo inteiro e, quando o sinal tocou, Hermione exigiu que Pansy lhe devolvesse a máscara.

– Por que eu faria isso? Ele pode não ter acreditado ainda.

– Isso não importa! Eu te ajudei respondeu Hermione, tirando a máscara da mão de Pansy e saindo dali.

Pansy revira os olhos enquanto via Hermione caminhar para perto de seus únicos amigos. No fundo, ela estava feliz. Isso tudo tinha que dar certo. Ela ficaria com o Draco, e Hermione ficaria sozinha e sem ninguém. Tudo daria certo.

Sorrindo, ela começou a caminhar pelos corredores em direção ao seu armário. Estava procurando seu material de Física quando Draco apareceu.

– Pansy, precisamos conversar.

– Não, não precisamos. Eu não tenho nada para falar com você, Malfoy.

– Pansy, por favor! – Ele insistiu, olhando nos seus olhos.

– Tudo bem, vem.

Pansy começou a puxá-lo para o mesmo lugar que conversara com Hermione, quando chegaram lá, eles se sentaram e Pansy suspirou.

– O que quer saber? – Ela perguntou.

– Como tudo isso é possível.

– Seja mais específico.

– Você não estava vestida daquele jeito antes, você não tem cabelo moreno, você estava ao meu lado na hora que a Garota Mascarada entrou no salão...

Então Pansy começou a falar exatamente o que Mione tinha mandado, mesmo a contragosto. Começou a falar todas as mentiras que Hermione tinha inventado.

– Eu sei que você deve estar confuso, eu entendo isso. Afinal, você pensava que eu era uma garota metidinha ela disse, tentando se controlar, tinha que dizer exatamente o que Hermione a mandou falar, mesmo não gostando disso. Mas é que eu tinha medo de ser eu mesma... entende? Vindo de uma família rica e eu sempre fui popular, se não agisse daquele jeito, poderia condenar a popularidade de Judith, e não podia fazer isso. Então esse foi o jeito que eu consegui ser eu mesma com você. Pedi para uma amiga botar meu vestido e entrar no salão, para ver o que você acharia. Como você gostou dela, troquei de roupa com ela e a partir daí você já sabe...

– Mas por que você não quis me contar que era você?

– Eu fiquei com medo que você não me aceitasse por eu ser a Pansy, entende?

Draco sorriu. Ele ainda achava aquilo muito estranho, algo dentro dele gritava falando que aquela era a garota errada, mas tudo indicava que era ela. Por isso, ele segurou seu queixo e a forçou a olhar nos seus olhos.

– Você pode ser você mesma comigo – ele disse, fazendo Pansy sorrir.

Mas Draco não sabia que aquele sorriso dela não era de felicidade por ela poder ser ela mesma, ele não sabia que aquele sorriso era de vitória. Vitória por conseguir impedir Hermione de ficar com o Draco e por conseguir conquistá-lo tão facilmente.

Pasny puxou Draco para um beijo e pediu passagem com a língua. Eles ficaram se beijando por um tempo, mas Draco ainda sentia algo estranho.