Maxon estava parado na porta do abrigo, olhando fixamente para mim. Seu rosto estava indecifrável. Não sabia se ele tinha ouvido, mas só a possibilidade disso fez meu coração apertar. As paredes ao meu redor foram diminuindo e me sufocando a cada segundo em que o silencio do Maxon persistia. Me encolhi mais no canto e tornei a chorar.

Então minha mente foi inundada com pensamentos e possibilidades. Fui levada pela minha imaginação, pensando no que Maxon faria comigo e com o Aspen.

Lembranças do que aconteceu a Marlee cercavam meus pensamentos. E me coloquei no lugar dela. A grossa voz do carrasco anunciando como eu tinha traído Maxon, como Aspen teria roubado a realeza. O zunir da vara antes do encontro com minhas mãos e com as costas de Aspen. A dor cortante que Marlee e Carter devem ter sentido. Passaria por tudo aquilo, na melhor das hipóteses.

Porém nada disso doía mais do que perder-lo. Para algumas pessoas isso poderia soar estranho, mas era a verdade. Nem mesmo a vergonha e a dor de ser chicoteada em publico seria pior. Essas coisas eventualmente passariam. Uma vida sem o Maxon não. Isso me torturaria até os últimos dias.

Estava me afogando em lagrimas no que já parecia uma eternidade mais na verdade não passara de poucos minutos. Aspen foi à direção do Maxon e gaguejou algo que não pude compreender. Não importava.

Maxon ignorou qualquer que seja a explicação que Aspen tentou dar e se aproximou, até que estivesse em minha frente.

– Como você ousa?! – Maxon disse.