(CDZ)Diligit quod transcendit escrita por Mione St


Capítulo 3
Cap. 2 Aquele que protege


Notas iniciais do capítulo

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Shaka: Interessante... a sua mais nova ofensa para mim é incompetente. Bom saber, damA exterminadora
Nem sequer fiquei constrangida. Cruzei os braços e encarei Shaka. Desde sempre eu e ele nos detestamos. E houve uma razão. Ele colocava a culpa em mim, mas era óbvio que a culpa era dele.
Eliza: Virgon, que prazer em vê-lo. Será que pode explicar a Mila que você não pode ser o médico dela porque tem ligação com ela etc, etc?
Shaka: Poderia. (ele disse isso enquanto beijava Mila no rosto e me encarou novamente) Mas em nenhum momento isso inclui competência.
Eliza: Eu estava apenas sendo hum, como dizer... veemente. (sorri friamente) Para Mila ter certeza de que você não era a pessoa indicada.
Shaka: Não precisa mentir, Eliza. Eu sei que você pensa e faz propaganda do pior da minha pessoa. Mas, não posso culpá-la. Também não indico meus pacientes que pretendem pedir divórcios para seu escritório, pode apostar.
Eliza: Uma pena. Eles perdem uma excelente advogada.
Mila: (dando um suspiro exasperado) Vocês precisam ficar sozinhos? Posso pedir para a enfermeira me mudar de quarto.
Eu e Shaka nos encaramos constrangidos.
Shaka: Perdão, Mila. Vim aqui para ver como você está e lhe dar uma bronca. E, claro, fazer o mesmo que A exterminadora fez, mas ela se adiantou. De qualquer maneira, vim lhe oferecer meu apoio. E ajuda profissional, se necessário. Conheço ótimos médicos, e Eliza pode avaliá-los se quiser..
Mila: (rindo) Não se preocupe, Shaka. Fico feliz que tenha vindo. Mas, embora Eliza tenha usado de uma chantagem, irei no médico. Mas... não acho que isso vá me ajudar. Eu o perdi e tudo o que quero é ficar com ele.
Eliza: Deixa de besteira, Mila.
Shaka: Você precisa superar querida... e isso nem sempre é fácil. Eu adorava Mu, ele foi um grande amigo. Mas partiu. Você...
Mila:.... tem que conviver com isso. Eu sei, Shaka, eu sei. Mas quem disse que eu consigo?
Eliza: Você conseguirá.
Shaka: Tudo ao seu tempo. Você o enterrou recentemente. Dê tempo Mila. Em breve a morte dele parecerá mais suportável.
Mila: Será?
Shaka: Tem que ser... de que outra maneira poderemos continuar vivendo se não temos esperança?

Observando a cena, Mu perguntou para Shion, sem olhar diretamente para ele, fitando apenas Mila.
Mu: Acha mesmo que precisamos ajudar esta moça? Quero dizer, ela tem amigos que podem ajudá-la. Os outros dois é que parecem precisar de uma ajuda mais divina. Estão perdidos um do outro e confusos em relação ao sentimentos.
Shion: Os outros dois tem uma missão a cumprir e não podemos ajudá-los. Deus disse que eles precisariam passar por grandes provações antes de se encontrarem. E a mulher chamada Eliza precisa começar a acreditar, coisa que não podemos fazer por ela. Mas por que você resiste tanto em ajudar Mila? Vive tentando fugir de sua missão. Não gosta dela? Acha ela uma pessoa ruim?
Mu: Não, ´não é nada disso. Pelo contrário, sinto-me extremamente mal ao vê-la desse jeito.
Shion: Mas então, o que é?
Mu: Ela... me passa uma sensação estranha. E tenho medo disso.
Shion: Sensação estranha?
Mu: Você me disse ontem, quando me falou que me tornei um anjo, que eu deveria me esquecer da minha vida terrena e me concentrar nos desejos do Senhor. Mas, cada vez que olho para essa mulher, sinto com vontade de descobrir o que fui e o que me ligou com ela quando estava vivo. É mais forte do que eu. E tenho medo disso. Ela me faz querer me lembrar do meu passado. Seria isso um teste?
Shion pensou por um momento.
Shion: Anjos não prestam testes. As coisas acontecem porque tem de acontecer.
Mu: Mas então... por que ajudo uma mulher que pode interferir nos desejos de Deus?
Shion: Talvez... estes sejam os desejos de Deus.
Mu: Deus quer que eu me lembre da minha vida terrena quando não devo me lembrar dela? Isto está ficando confuso.
Shion: Mu, eu sou apenas um guia. Não sei o que está acontecendo e nem porque as coisas estão acontecendo. Sou apenas seu guia por este dia, depois você deverá trilhar seu próprio caminho sozinho. Não sou Deus, não conheço os desejos
Dele e nem o que Ele pretende.. Apenas posso deduzir. E até os anjos deduzem errado. Por favor, não me pergunte o que não sei.
Mu: Mas é que... isso é confuso.
Shion: Você deve ajudar essa moça da melhor maneira que puder. Não há confusão nisso. É sua missão e você deve cumpri-la. O que vier depois será meramente consequência e somente depois será questionado. Não procure perguntas para respostas ainda não formuladas. Espere as coisas acontecerem.
Mu suspirou e deu de ombros.
Mu: Como quiser.
Shion: Como eu quiser não. Como Ele quiser.
Mu: Como Ele quiser. É que... eu simplesmente não entendo.
Shion também não entendia, embora tivesse um pressentimento. Os anjos continuaram encarando o grupo no quarto, sem serem vistos ou sentidos.

Naquele preciso momento, o médico entrou no quarto, interrompendo a nossa conversa. Ele sorriu ao ver que Mila apresentava alguma cor no rosto e estava mais animada.
Médico: Sou o psiquiatra do hospital. Poderiam sair um minuto para mim conversar com a paciente? É a rotina nesses casos.
Eliza: Vai dar um puxão de orelha nela?
Shaka: Eliza...
Eliza: Eu falei com o doutor, não com você.
Shaka: Eu também sou médico e doutor, minha querida.
Médico: Acredito que eu deva dar um puxão de orelha nos dois. Esperem lá fora por favor. Se ela estiver bem e disposta, poderão ficar mais um pouco.
Acenei afirmativamente com a cabeça e Shaka e eu saimos do quarto, deixando Mila sozinha com o médico. Do lado de fora, cada um escorado em uma parede, nos encaramos, como sempre, com grande hostilidade.
Shaka: Então... eu sou o mais novo incompetente psiquiatra da cidade?
Eliza: Cale-se Shaka. E eu, sou a advogada mais picareta do recinto?
Shaka: Você não é só picareta na advocacia, Eliza. É na vida também.
Eliza: Cuidado com o que fala, Virgon. Poderá rolar um processo incrivelmente danoso contra você.
Shaka: Falo a verdade. (escorando um pé na parede enquanto eu cruzava os braços) Você não consegue superar o passado e fica aí, fazendo joguinhos infantis, tornando uma convivência insuportável. Além disso, eu sei que você nunca gostou do Mu.
Eliza: Não achava Mu o homem certo para Mila e nunca escondi isso. Mas não interferi no relacionamento dos dois e sempre o tratei bem, embora não fossemos amigos. Quanto ao passado... nunca tivemos um passado, Shaka. Não foi isso o que você me disse da outra vez?
Shaka: Eu disse que você estava sendo impulsiva e que não queria nada sério. Isso é algo tão imperdoável assim?
Eliza: Imperdoável foi você ter dormido comigo e no dia seguinte ter anunciado namoro com aquela biscate. Isso sim é ser picareta, Virgon.
Shaka: Não me lembro de tê-la obrigado a transar comigo. E muito menos a obriguei a dizer que me amava. E nunca menti para você. Eu disse que não queria nada sério com você, pois não achava você meu tipo de mulher.
Eu o encarei com verdadeiro desprezo. Desencostei da parede e me virei de costas para ele.
Eliza: Eu me humilhei ante a você, Shaka. Sim, é verdade, você não me obrigou. Mas você ao menos poderia ter demonstrado um pouco de interesse.
Shaka: Eliza...
Eliza: Chega! Eu me humilhei uma vez para você. Sim, eu disse que te amava e me joguei na sua cama. Mas acredite meu caro, isso nunca vai se repetir. Eu aprendo com meus erros,Virgon. E você me pagará caro não só por ter me humilhado como também por me jogar na cara isso toda a vez que me vê.
Shaka: O que fará? Me processará por danos morais?
Eliza: Não, meu caro. Um dia você se apaixonará por mim. E terei o maior prazer em recusá-lo quando o dia chegar.
Shaka: Acredita realmente que me apaixonaria por você, Eliza?
Eliza: Por que não se apaixonaria, Shaka? Por que é um psiquiatra bom e generoso, bem superior à minha pessoa que ganha dinheiro a partir da miséria humana, salvando empresas ricas e poderosas e destruindo pequenas empresas?
Shaka: Também. Mas eu diria que não me apaixonaria por você porque é egocêntrica, convencida, ruim e terrivelmente amargurada. E de pessoas assim quero distância.
Sorri para ele e me aproximei, parando a dois centímetros dele. Ele ainda se encontrava na parede, então escorei minhas mãos uma de cada lado dos ombros dele, mantendo o rosto muito perto. Shaka estremeceu e meu sorriso se alargou.
Eliza: Sim, eu sou tudo isso. Mas... naquela noite você se esqueceu disso, não Shaka? Fiz você gritar, fiz você se entregar... naquele momento eu fiz parte do seu mundo e você se esqueceu de todos os meus defeitos. Eu fui apenas uma mulher naquela noite.
Me calei e o encarei. Ficamos em silêncio por dois minutos. Acredito que ele pensou que iria beijá-lo, pois demonstrou um pouco de decepção quando me afastei e arrumei meus longos cabelos. Me afastando cada vez mais, lancei um sorriso malvado.
Eliza: Mas hoje sou apenas uma advogada vilã que você despreza.. Mas... até mesmo assim eu o afeto de alguma maneira. Sim, Shaka. Você pode se apaixonar por mim. Um dia lhe ofereci tudo, mas agora, quando esse dia chegar, você lamentará profundamente.
Shaka: É o que veremos, implacável. É o que veremos.
Eliza: Questão de tempo. Bem, eu vou para casa. Estou aqui desde sempre e preciso dormir antes de afundar mais uma pequena empresa promissora. Ligue-me se tiver novas notícias. E isso não é um pedido.
Shaka: Certo, implacável. Farei isso porque sei que Mila é a única pessoa com quem realmente se importa.
Eliza: Me surpreende você dizer isso, Shaka. Achei que pensasse que eu era amiga de Mila para salvar minha alma.
E sem dizer mais nada, dei as costas e saí, me sentindo péssima, mas ao mesmo tempo... vitoriosa.

Shion: E é isso Senhor. É uma situação perigosa. Acho que Mu tem razão. Se ele continuar ajudando a ex esposa, poderá se lembrar.
Deus suspirou.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sou católica, mas nessa fic Deus vai ser um personagem, então se alguém tem algum problema com isso, encare como o Morgan No filme todo poderoso

Desculpe, mas eu precisava falar e pedir desculpas às várias religiões monoteístas ou não.


É apenas uma obra ficcional, sem fins lucrativos, então, tentem não surtar muito.



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