(NaruHina)Diligit quod transcendit escrita por Mione St


Capítulo 11
Cap. 9 Bônus Flash back


Notas iniciais do capítulo

Desvendem os mistérios... O passado do quarteto!



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Ino: Parece que foi ontem, não é mesmo? Parece que foi ontem e não alguns anos em que um mero acaso nos fez nos encontrar naquele bar em uma noite de chuva....

Flashback

Eu precisava fazer Gaara se lembrar. Precisava que ele entendesse a quem nos referíamos, do contrário, eu sabia que não ia concordar.
E, por fim, a história de Hinata e Naruto merece ser narrada. Acredito que poucos entenderam a profundidade do amor de ambos e como isso começou. Então, na parte final deste dia, encerro com a história dos dois.
Embora eu seja em muitos aspectos a vilã, aprecio essa história e acho que ela merece ser contada.
Afinal, é uma história de amor, como essa que narro agora.

Há alguns anos, em uma noite de chuva, num bar barato, onde as mulheres não pagavam, os homens pagavam 15 contos e o local se resumia à um bando de mulher com homens ao redor bebendo cerveja e ouvindo bandas amadoras, eu estava conversando com Hinata. Escolhemos aquele lugar porque odiávamos conversar em casa, em restaurante e em danceterias é um saco por causa da música. Além disso, era de graça e as bebidas eram baratas.
Ino: Você pode acreditar? Aquele filho da puta escreveu uma matéria me chamando de a "última harpia." E junto nela, me chamou de a "damA exterminadora", tudo porque eu fali com a empresa de um amigo dele.
Hinata: Apenas isso? (ela sorriu sarcástica bebendo um gole de cerveja) E o que pensa em fazer? Sim, eu sei que você não irá deixar isso barato.
Ino: Irei processá-lo claro. Não sou uma pessoa pública e ele feriu minha integridade e honra, violando a constituição. Ele está ferrado. Farei ele me pagar indenizações milionárias, e como ele não conseguirá, acabará preso.
Hinata: Sua intenção é punir o cara?
Ino: Ele merece. É um babaca. Farei a inicial amanhã e começarei o processo. Conto com seu testemunho a respeito da minha conduta.
Hinata: (dando de ombros) Você a terá. É um osso duro de roer, mas também não merece ser humilhada.
Ino: Obrigada, Hinata. Sabia que podia contar com você.
Hinata: Você sempre pode contar. Desde que nos pague outra cerveja.
Ino: Se eu ganhar, todas as cervejas serão por minha conta. (peguei meu copo e o ergui) Um brinde então.
Elas brindaram e beberam a cerveja de um gole. Em seguida, anunciei.
Ino: Já volto. Vou ao banheiro..
Hinata me viu sumir entre a multidão. Em seguida, voltou a brincar com a bebida. Não sei o que ela pensava. Sei de tudo, mas ainda não tenho capacidade de ler a mente dos outros.
Ela estava bebendo a cerveja, enquanto eu enfrentava a fila do banheiro. Enquanto bebia, dois amigos entraram no bar. Estavam encharcados. O mais novo tinha os cabelos lilases abaixados pela chuva. O mais velho era ruivo de madeixas bagunçadas. No caso, eram Naruto e Gaara.
Eles passaram perto da mesa onde Hinata estava e foram para o balcão. Pediram uma cerveja cada um e se escoraram.
Naruto: Inferno, Sabaku No. Que idéia, heim? Sair nesse temporal. E ainda por cima vir num lugar vagabundo como esse. Se queria tanto arrumar uma mulher, podia ao menos ter ido na zona direto.
Gaara: Naruto, sei o quanto está mau humorado e seu mau humor não me contagiará. Olhem só que mulheres lindas... e muitas delas.
Naruto: A primeira mulher loira que se aproximar de mim eu mato. Já não basta aquela... aquela mulher ter falido meu amigo? Agora está rolando o boato que ela vai me processar.
Gaara: E tem tudo para ganhar.. SAbia que a liberdade de imprensa é limitada pela Constituição Federal?
Naruto: Me esqueci no momento em que detonei ela naquela reportagem.
Gaara: De qualquer maneira, não pense nisso. E não se aproxime de uma loira. Olhe só, aquela morena? (apontou para Hinata) É linda. Talvez eu me aproxime dela.
Naruto: Muito para o seu caminhão, Sabaku No. Mas concordo, ela é realmente bonita.
Gaara: RElaxe. Beba alguma coisa, descanse... e a tire para dançar. Ela está sozinha e parece entendiada..
Naruto: Talvez eu faça isso.
Hinata, impaciente com a minha demora, ergueu-se da cadeira e foi para o bar, pedir outra bebida. Ela ficou ao lado dos dois, entretida, esperando o garçom se aproximar.
Hinata: Uma cerveja, por favor.
O garçom voltou pouco tempo depois, com uma garrafa de cerveja e um copo. Hinata serviu a bebida e se escorou no balcão. Se perguntou onde raios eu tinha me enfiado.
Gaara, observando Hinata sozinha bebendo a cerveja, cochichou para Naruto.
Gaara: Se você não agir, ajo eu. Ela está sozinha e melancólica, provavelmente sem namorado.
Naruto: Gaara, pare de analisar as pessoas enquanto saímos juntos. Isso me dá agonia.
Gaara: É um talento útil. Ao menos me ajuda conseguir mulheres. Então? Vai fazer alguma coisa?
Naruto: Não sei. Não estou com clima para romances...
Gaara: Essa mulher deixa qualquer um com clima para romances. Bem, se você não quer...
Naruto: NÃO! Eu quero. Ela tem algo que me atrai... e... bem, não quero deixar ela com um mala como você. Vou conversar com ela.
Gaara: Tire-a para dançar a próxima lenta. A beijará, pois ela parece procurar um amor dada a sua expressão...
Naruto: Sabaku No, cala a boca.
Gaara: (rindo) Apenas tentei ajudar.
Naruto: Confiarei nos meus charmes para isso.
Ele se afastou de Gaara e se aproximou para Hinata. Ele pigarreou e ela levantou os olhos e o encarou.
Naruto: Olá, eu...
Alguma coisa o fez se calar. Talvez fosse a expressão dela ou simplesmente a música lenta que começou a tocar. O fato é que Naruto se sentiu encantado quando fitou Hinata. Queria conversar com ela, saber o que ela fazia... e ao mesmo tempo beijá-la antes de pronunciar qualquer palavra.
Ela o encarou, fitando seu rosto atentamente. Ele respirou fundo e estendeu as mãos. A voz mal saiu.
Naruto: Aceita dançar comigo? Ou será que eu poderia simplesmente beijá-la?
Hinata sorriu. Creio que naquele momento ela queria ser beijada, ainda mais depois daquele convite tão ousado. Mas, como todas as mulheres, precisava fazer um charme. Olhou para Naruto e balançou a cabeça.
Hinata: Tsc tsc. Se for sempre tão direto com as mulheres vai terminar levando um tapa na cara.
Naruto: Lhe dei a opção de dançar antes... mas creio que vou terminar beijando-a. É linda demais e acho que não poderei resistir.
Ela riu suavemente e colocou o copo no balcão.
Hinata: Diz coisas muitos bonitas para uma mulher a quem está vendo pela primeira vez. E bastante ousadas. Quem garante que eu irei querer beijá-lo?
Naruto: Bem... você pode me conceder uma dança e eu terei este tempo para convencê-la. Ou pode me dar um tapa na cara, mas partirá meu coração.
Hinata: E eu não iria querer isso, não é mesmo? Então senhor...
Naruto: Naruto.
Hinata:... Naruto, como não quero partir seu coração dançarei esta música com o senhor. Mas não garanto que tudo terminará em beijo.
Naruto: Aceito a oferta. (ele estendeu a mão para ela que a segurou)

Canções lentas de bares são aquilo que todos conhecem: o ritmo não é para dançar, é para simplesmente ficar abraçado dando passos lentos para a esquerda e para a direita. E Hinata e Naruto faziam exatamente isso. Exceto que estavam mais preocupados em se encararem do que acertarem os passos.
Se eu acreditasse em amor a primeira vista, diria que esse era um caso.
Naruto: Então... senhorita....
Hinata: Hinata.
Naruto:... Hinata. O que faz da vida?
Hinata: Estou terminando a faculdade. Quero ser uma assistente social. E você?
Naruto: Sou jornalista.
Hinata: Jornalista? Daqueles que viajam pelo mundo inteiro e descobrem crimes?
Naruto: Não, esse é meu sonho de vida.. Atualmente sou um jornalista de uma revista pequena que se mete em confusão.
Hinata: É mesmo? Deve ser interessante.
Naruto: É, se você gosta de ser processada e ter todas as leis atiradas em sua cara. Mas afora isso, é uma profissão gratificante. Gosto muito dela e pretendo conseguir uma promoção e poder viajar pelo mundo. Seria maravilhoso.
Hinata: Eu imagino. Bem, eu quero ser uma pacata assistente social, sem emoções e com residência fixa. Creio que isso deva soar chato aos seus ouvidos.
Naruto: Há muitas emoções que um jornalista não consegue prever nos dias cotidianos. Eu, por exemplo, tenho certeza que um beijo nosso ao fim dessa música seria muito emocionante... bem melhor do que escalar montanhas, denunciar crimes e motins e conhecer toda a Europa. Mas preciso de sua permissão... e a música está quase terminando...
Ele deixou a frase suspensa no ar. Hinata o encarou divertida. Não era exatamente o tipo de mulher que beijava homens em bares e depois nunca mais os via. Mas Naruto Uzumaki... ele era um homem bonito, além de sensual e extremamente charmoso. E bem, havia uma primeira vez para tudo.
Hinata: Se você acha que um beijo seria emocionante, sendo um jornalista... o que uma reles assistente social poderia achar disso?
Naruto: Eu não sei. (ele parou de se mover e a puxou para mais perto, deixando pouco espaço entre eles) Mas creio que ela poderia ir as alturas....
Hinata: Com apenas um beijo?
Naruto: Com apenas um beijo.
E ele a beijou. Um beijo longo, suave, cheios de movimentos, tendo como fundo musical o fim da música lenta e o som da chuva lá fora. Se beijaram repetidamente, e tal como Naruto previra, aquilo fora muito emocionante para ambos.
Naruto: Céus. (quando se separou) E pensar que eu não gostava muito de morenas... elas são deslumbrantes demais. Especialmente você.
Hinata: Poderia se calar e continuar o que está fazendo?
E ele teria continuado a fazer aquilo. Talvez teriam se beijado indefinidamente por aquela noite, se eu não tivesse escolhido exatamente aquele momento para aparecer.
Ino: Hinata? (me aproximei e vi que ela sorriu para mim de maneira marota, enquanto vi as costas do seu companheiro) Desculpe, vi que arrumou companhia. Quando quiser ir embora basta me chamar e se quiser ficar, me avise. (sorri travessamente para ela)
Naruto deve ter reconhecido minha voz. Só pode ter sido isso que o fez erguer a cabeça e se voltar para mim. Antes que Hinata pudesse me responder, ele a havia soltado e agora me encarava de frente. Havia franca hostilidade no seu olhar e minha postura ficou rígida. Tudo o que eu pensei naquele momento foi "Infernos", "merda" "isso só acontece comigo".
Naruto: Ino Yamanaka? Que honra encontrar você aqui.
Ino: Naruto Uzumaki. Finalmente conheço você em pessoa. Meu advogado tinha me descrito você muitas vezes, mas nada como um verdadeiro encontro, não?
Hinata nos olhou confusa.
Hinata: Vocês se conhecem?
Naruto: Infelizmente sim.
Ino: Hinata, lhe apresento Naruto Uzumaki de Arie. O homem que escreveu a matéria caluniosa a meu respeito. O homem que estou processando.
A reação de todos foi de choque completo. Hinata olhava de Naruto para mim, sem saber o que dizer. Eu entendi a situação e não falei nada, me limitando a encarar Naruto. Já ele olhava para nós duas com puro ódio.
Naruto: Já entendi.. Isso seria sua cara, não? Mandar uma de suas amigas me espionar. Agora entendo por que ela estava aqui, porque aceitou meus beijos... ia conversar comigo e me arrancar tudo sobre a reportagem, para você poder usar contra mim.
Hinata: Como ousa dizer isso de mim? Você nem mesmo me conhece direito. (brava)
Ino: Nota-se que você não conhece Hinata. É uma das pessoas mais éticas que eu conheço e jamais faria isso, mesmo que minha vida dependesse disso. Não precisa odiar ela apenas pelas nossas pendengas, Uzumaki.
Naruto: Para ser sua amiga só pode não prestar como você. Todos os seus amigos são uns trapaceiros que se aproveitam da ingenuidade dos outros.
Ino: Oh, cale-se. (me postei na frente de Hinata) Pare de agir como criança. Foi apenas um acidente. Não preciso mandar ninguém espioná-lo, Uzumaki, tenho certeza da vitória nesse caso.
Nossas vozes se alteavam e o bar já parava para nos ver. E foi aí que Gaara, que conversava com uma morena, se voltou para nós. E lá nos vimos pela primeira vez, exatamente naquela situação. Ele se aproximou.
Gaara: O que está acontecendo aqui?
Naruto: Ino Yamanaka ataca novamente. Mandou a amiga vir me espionar.
Hinata: Já disse que eu não queria espioná-lo.
Ino: E eu que não a mandei.
Naruto: Ah não? Então deduzo que seja uma garota fácil, não Hinata? Basta meia dúzias de palavras bonitas e você já beija um cara na primeira dança?
Se fosse eu teria dado um tapa na cara dele. Aliás, me senti tentada. Mas Hinata apenas sorriu e se afastou mais dele, ainda calma.
Hinata: Tem razão, Uzumaki, talvez eu seja uma mulher fácil. Não sei o que me fez beijá-lo, mas pode apostar que me arrependo neste exato e preciso momento. E se me dá licença, cansei de ser insultada. (se voltou para mim) Ino, vamos embora. Por favor.
Acenei afirmativamente.
Enquanto caminhávamos, vi que Hinata se controlava para não chorar. Mas por que, meu Deus?, eu pensei naquele dia. Afinal era apenas um homem que ela não veria tão cedo. Haviam sido apenas beijos. Nada mais traumático poderia resultar disso.
Mas, me lembrei que Hinata não era do tipo que beijava homens em bares. Para ela fazer aquilo... ou o homem a tinha conquistado, ou a atração estava acima do bom senso ou ele tinha uma lábia poderosa. Quem sabe a combinação dos três, em diferentes intensidades. De qualquer maneira, ela saíra magoada daquela situação, achando que, se não ganhasse um namorado, ganharia ao menos o amigo.
Ino: Se lamentar não adiantará nada. Esse homem é um grande inimigo meu, Hinata. Ele não saberá diferenciar eu e você como pessoas separadas e com pensamentos diferentes.
Hinata: Eu sei. Estou simplesmente digerindo as ofensas, Ino. É difícil ser beijada em um minuto e no outro ser chamada de vadia.
Eu não me importava. Mas Hinata... dei de ombros.
Ino: De qualquer maneira, ainda que não tivéssemos problemas, ele não era o homem certo para você.
Ela parou. Me voltei para ela.
Hinata: O que quer dizer com isso?
Ino: Vai dizer que não notou? Hinata, ele é um jornalista, cujo sonho é conhecer o mundo. Você sonha com um casamento, filhos e uma profissão que lhe renda o suficiente para uma vida confortável. Acha que poderia encontrar um meio termo com um homem como ele?
Hinata: Não, creio que não.
Ino: Naruto é um homem que quer viver intensamente. O conheço bem. Acredite em mim, foi melhor assim. Do jeito que está magoada, poderia vir a se apaixonar por ele. E, nem quero pensar nisso. Você acabaria saindo incrivelmente magoada.
Hinata: Talvez você tenha razão. Mas não adianta pensar nisso, não é mesmo? Foram apenas beijos. E depois, ele me acha uma mulher horrível por ser sua amiga. Nunca mais vamos nos ver, exceto no tribunal e nunca mais nos falaremos. Então, não há nada para pensar.
Naquele momento eu concordei. Mas em breve descobriríamos o quanto estávamos errada.
Foi bem breve mesmo. Questão de poucos dias. Muito poucos. Na segunda feira, quando uma Hinata cheia de livros, papéis e cadernos saía da faculdade, tentando achar um banco para poder largar tudo em cima e poder procurar as chaves do carro, sentiu que alguém retirava as coisas dos seus braços. Ela ia sorrir para a alma caridosa que a havia ajudado, mas seu sorriso morreu ao ver quem era. Era Naruto Uzumaki. Ergueu os olhos para ele e começou a procurar pelas chaves rapidamente.
Naruto: Olá.
Hinata: Esqueceu de mais alguma ofensa ontem e resolveu aproveitar que me viu para continuar ou... simplesmente repetir as que já disse ontem?
Ele parecia envergonhado.. A procura de um banco, enquanto Hinata continuava a olhar para sua bolsa, ele se voltou para um, não muito longe da onde estavam. Largou as coisas dela lá e voltou.
Naruto: Bem... acho que nem uma coisa nem outra.
Puxando as chaves, Hinata perguntou, fria.
Hinata: Então o que quer?
Naruto: Me desculpar. (ele sorriu triste) Fui um idiota quando a encontrei naquele bar. Não devia ter dito o que disse.
Hinata: Mesmo? (delicada) Demorou dias demais para chegar a essa conclusão.
Naruto: Na realidade eu cheguei a ela poucos minutos depois que você foi embora naquela noite. Com ajuda de meu amigo Gaara, claro. Mas demorei tempo demais para encontrá-la.
Ela o olhou intrigada.
Hinata: Me procurou?
Naruto: Bem, sim. Você disse que fazia faculdade de assitência social, então andei procurando. Não tem muitas aqui, mas eu não sabia seu turno de aulas, onde estudava... me deu um bocado de trabalho encontrá-la.
Hinata: Por que raios fez isso? Tenta encontrar todas as garotas com quem é idiota a primeira vista?
Naruto: Bem, não. Só as que eu beijei um pouco antes de ser idiota. No caso, você é a primeira.
Ela riu suavemente. Cruzou os braços.
Hinata: Bem, com tanto trabalho merece ser desculpado. Sem rancores. (estendeu a mão para ele que a apertou) Agora preciso ir.
Naruto: Não... espera.
Hinata se voltou. Estava perto de pegar as suas coisas.
Hinata: Deseja mais alguma coisa?
Naruto parecia muito nervoso. Sequer sabia como falar, parecia um jovem de 15 anos convidando a primeira garota para sair.
Naruto: Saia comigo esta noite. Como forma de demonstrar que não há mais rancores entre nós.
Hinata o encarou aturdida. Aquela era a última coisa que ela esperava.
Hinata: Não creio que seja uma boa ideia. Ainda sou amiga da Ino, lembra-se? Posso muito bem tencionar espionar você para ela.
Naruto: Eu já sei que agi como um idiota. (ele parecia triste) Não precisa me jogar isso na cara toda vez. Mas é que... eu e Ino temos problemas sérios. Me desculpe se a julguei mal e a chamei de... fácil.
Hinata: Já disse que sem rancores. Mas... não sei porque quer sair comigo.
Naruto: Bem... eu queria me redimir. Lhe mostrar que não sou o idiota daquela noite... e... não sei, acho que sairmos juntos demonstraria que aquela noite foi realmente um mau entendido.
Hinata parecia indecisa. O encarou sem saber o que dizer.
Hinata: Eu...
Naruto: Por favor. Eu... bem, eu imagino que a magoei com aquele comentário sobre os beijos mas... bem, assim como calculo que você não saia beijando homens em bares, eu tampouco... tampouco sou tão diretos com as mulheres.
Hinata continuou encarando-o aturdida. Apertou as chaves e se inclinou para pegar suas coisas. O bom senso a mandava dizer que não, mas o olhar de Naruto... a fazia querer dizer sim.
Hinata: Está bem. Nos encontramos no shopping do centro as oito, certo? É a hora que estou livre do trabalho. Nos encontramos lá. Agora realmente preciso ir.
Naruto: A espero na entrada. Obrigado, Hinata.
Ela sorriu, pensando no que a havia feito responder que sim. Mas preferiu não pensar naquilo. Caminhando devagar por causa dos pesos do livro, Hinata não precisou se voltar para trás para sentir que o olhar de Naruto não se desviara em nenhum momento dela.
Eram quase oito horas e Naruto já estava na entrada do shopping. Parecia inquieto. Andava de um lado para o outro, não conseguia ficar parado. Se perguntou em voz baixa quinhentas vezes se Hinata viria. Tinha nas mãos um lindo buquê de rosas vermelhas e parecia nervoso. Como um adolescente em seu primeiro encontro.
O relógio apitou oito horas. E a inquietação se transformou em pânico. "Ela não vem", ele disse em voz baixa novamente. Oito e uma. Oito e duas. Naruto se perguntou se ela o teria dado um bolo como forma de vingança. Bem, se fosse verdade, teria sido merecido.
AS oito e cinco ele já estava uma pilha de nervos. E exatamente quando pensava no quão idiota era, uma Hinata, com aparência cansada, vestida com uma roupa simples e carregando apenas uma bolsa surgiu na sua frente. Ela o encarou, temerosa, como se ainda achasse que ele fosse gritar com ela. Ele respirou e tentou se acalmar.
Hinata: Oi. (constrangida)
Naruto: Olá.
Hinata: Você está bem?
Naruto: Estou. Por que não estaria?
Hinata: Parece nervoso. Como se tivesse estado inquieto durante bastante tempo.
Naruto: Eu... estive, de fato. Achei que você não viria.
Hinata olhou para o relógio.
Hinata: Por cinco minutos de atraso? Céus, se eu soubesse que pontualidade era tudo para você teria chegado um pouco mais cedo.
Naruto: Não é isso. É que bem... não teria sido anormal você ter me dado um bolo teria?
Hinata: Imagino que não. Mas eu não sou assim. Se não quisesse sair com você, teria dito que não mais cedo.
Naruto: Desculpe. Nota-se que não a conheço bem.
Hinata: Não se preocupe. Nem eu o conheço direito. Bem... (ela fez uma pausa) Estamos aqui. Acho que podemos comer um McDonald no shopping e selar uma amizade casual...
Naruto deu uma risada.
Naruto: McDonald no shopping? Lamento desapontá-la, mas isso não estava em meus planos.
Hinata: Achei que queria me ver para acabarmos com a palhaçada daquela noite, não para um encontro sério..
Naruto: Pois se enganou. A convidei para um encontro sério. Sinto muito, mas se já aceitou, agora não pode desistir
Hinata: Claro que posso. Você não me disse que era um encontro, encontro.
Naruto: Mas também não disse que não era. Não a enganei..
Hinata: Eu... sequer estou bem vestida. (ela apontou para a regata comprada em uma liquidação e jeans bastante surrados) Não estou vestida para ir em nenhum local noturno.
Naruto: Nem eu, se você não notou. Não iremos a lugares chiques nem boates. Não pensava nisso. Apenas quero... conhecer você melhor.
Hinata: E posso saber a razão?
Naruto: Eu poderia dizer que é para formular uma opinião decente ao seu respeito. Mas a verdade é que aquele beijo não saiu de minha cabeça e quero conhecer melhor a mulher que me deixou encantado e ao mesmo tempo me sentindo como um canalha.
Hinata: Não sei se isso é uma boa idéia. Afinal, ainda há Ino no meio.
Naruto: Esqueça sua amiga. Não quero saber dela e os problemas que eu e ela temos resolveremos entre nós. Apenas aceite essas rosas (estendo o buquê para ela) e venha comigo.
Mais uma vez, o bom senso de Hinata mandou ela recusar com um gesto gentil e dar meia volta e ir embora. Mais uma vez, o olhar penetrante de Naruto Uzumaki a fez querer dizer que sim. E alguém dúvida quem acabou vencendo?
Hinata: Está bem. (pegando as rosas) Bem, onde vamos? E por favor, se for me levar em algum lugar refinado me dê a chance de me vestir decentemente.
Naruto: Não vamos a lugar refinado nenhum. Venha comigo. (estendeu a mão para ela. Ao ver que ela hesitou, ele continuou). Não sou um assassino psicótico e nem nada do gênero. Sei que é muito pedir isso, mas... confie em mim. Já fiz mal suficiente para você. Não pretendo fazer de novo.
Ela ficou em silêncio. Não disse que confiava nele, mas também não recuou. Em seguida, apanhou a mão dele e o acompanhou.
E foi exatamente assim que tudo começou.
Naruto não levou Hinata para um lugar chique. Pelo contrário, a levou para o Restaurante Panorâmico, um restaurante aberto e barato, mas onde se podia avistar a melhor vista da cidade. Geralmente os casais pediam a comida, se sentavam no terraço e ficavam avistando as montanhas e o cenário ao fundo. De noite era ainda mais romântico, com as luzes noturnas e coloridas. O lugar era barato por causa da grande quantidade de turistas que visitavam os morros durante o dia e durante a noite. Mas, para um encontro, era sem dúvida o local perfeito.
Depois de comerem, Naruto e Hinata caminharam um pouco, curtindo a vista e o silêncio da noite. Eles haviam conversado e contado histórias sobre si mesmos, mas nada mais. Agora estavam quietos, cada um com seus pensamentos. Quando chegaram na beirada de um precipício e pararam para observar a paisagem, Hinata cortou o silêncio.
Hinata: No que está pensando?
Naruto não respondeu de imediato.
Naruto: Me perguntava se a veria depois dessa noite terminar.
Ela o olhou, mas nada respondeu. Se sentou e sentiu a brisa fresca bater em seu rosto.
Naruto: Não poderia me dar uma resposta?
Hinata: Eu... eu não sei. Por que iria querer me ver de novo?
Naruto sorriu.
Naruto: Creio que é bastante ingênua, garota. Por que iria querer vê-la novamente? Acho que ainda tem a ver com aquele beijo.
Hinata: Já eu creio que é remorso. Você se sente culpado pela sua conduta e quer compensar para mim, para se sentir melhor. Bem, Naruto, a noite foi ótima e você pôde ver, pelo meu comportamento, que eu não tenho raiva de você. Não precisa mais tentar me impressionar.
Naruto: Eu tentei impressioná-la. Mas não por remorso. (o tom de voz dele era baixo). Mas sim porque queria causar a mesma impressão que você causou em mim. Mas pelo visto não adiantou, não é mesmo? Depois daquela estupidez você está sempre propensa a pensar o pior de mim.
Hinata: Não... não é verdade. É que... bem, você é um homem muito bonito, tem uma profissão interessante. E eu sou uma simples assistente social.
Naruto:Uma simples assistente social? Vou lhe dizer uma coisa, Hinata. Deveria ter mais orgulho de si mesma. Não sei porque se acha tão simplória, mas isso é uma grande bobagem. Muitas mulheres, mais "requintadas" do que você não me fizeram sentir a metade do que você me fez sentir com aquele beijo.
Ela segurou as mãos uma na outra. Não conseguiu encará-lo.
Hinata: Não me sinto simplória. Na realidade você me faz sentir assim. O que um jornalista, que sonha em viajar pelo mundo e mudar o universo quer com uma estudante cujo sonho é ter um bom emprego e ter uma família? Não temos nada em comum. Absolutamente nada. Acho que não sou seu tipo de mulher e não quero me enganar.
Naruto: Minha cara, deixe que eu decido quem é meu tipo de mulher. Quanto aos meus sonhos, bem, planos servem para serem mudados. Não sofra por antecipação, Hinata. Isso é besteira. Viva e deixe as coisas acontecerem.
Hinata: Fácil para você falar, se você não corre o risco de sair magoado.
Naruto: Não corro? Talvez você devesse falar com Gaara. Ele dirá quantas noites fiquei sem dormir tentando encontrar você, me sentindo um idiota e muito mal pelo que lhe disse. Acredita realmente que um homem se sente assim apenas porque foi um idiota com uma mulher?
Hinata não respondeu. Ele se aproximou dela e a puxou contra si. Ela tentou se afastar.
Hinata: Você esquece que está sendo processado pela minha melhor amiga. E... céus, Ino vai me infernizar se saber que eu saí com você.
Naruto: Ino que vá para o inferno. Quanto a ela me processar, isso é entre eu e ela. Quanto ela a saber que saímos juntos, você não precisa dizer nada. Não enquanto as coisas não ficarem sérias.
Ele a beijou furiosamente, conseguindo nublar sua mente e calar sua pergunta, sobre aquelas coisas sérias.
As coisas ficaram sérias por assim dizer dois meses depois daquele encontro. Foi dois meses depois que Hinata veio falar comigo, me contando da feliz novidade. Em dois meses ele a pedira em namoro. E agora ela não tinha mais como esconder aquilo de mim.
Ino: Namorando? Você e ele namorando?
Hinata: Exato. Ele me pediu em namoro ontem e eu aceitei. Agora achei que deveria te contar e falar que não vou mais testemunhar a seu favor.
Ino: Que ótimo. Hinata, não está vendo que ele está usando você? Que não quer que você preste depoimento no processo?
Hinata: Você tem todo o direito de pensar isso. Afinal, ele também não pensou isso no começo? Mas Naruto me ama, Ino, me ama e quer ficar comigo.
Ino: Ele não ama você. Ele está usando você e assim que o processo encerrar ele vai deixar você. Por Deus, Hinata, como pode ser tão tola? Esqueceu do que ele lhe disse na noite em que se conheceram?
Hinata: Não me esqueci. Ele se arrependeu, foi fofo comigo e estamos juntos desde então. Desculpe se menti para você, mas foi por que sabia que ia reagir assim.
Ino: Está sendo uma idiota, Hinata. Uma idiota.
Hinata: Acaso acredita que eu não possa conquistar um homem? Que eles apenas se aproximem de mim para atingir você?
Ino: Não. Acredito que pode conquistar o homem que quiser. Menos Naruto Uzumaki. Ele me odeia Hinata, me odeia tanto que não hesitará em usar você. Por Deus, esqueceu dos sonhos dele? De ser jornalista, de conhecer o mundo? Acha que ele vai abrir mão disso tudo apenas por um mero namoro?
Hinata: Ele disse...
Ino: Ele está mentindo. E se não estiver, mesmo que ame você, quando esse relacionamento acabar ou quando uma briga ocorrer ele a culpará pelas chances que abriu mão para ficar com você. Dirá que tudo foi um erro e a culpará por tudo, deixando-a com remorso. É isso que quer para a sua vida, Hinata? É um relacionamento condenado ao fracasso que você deseja?
Hinata: não é um relacionamento condenado ao fracasso. Na realidade ele tem tudo para dar certo.
Ino: Hinata, você não pode realmente nunca ter desconfiado de que Naruto a está usando. Ele não pode ter mudado do dia para noite e você sabe disso. Como explica um homem que do nada começou a ofender você agora jurar amor eterno? Por favor.
Hinata: Não me interessa as evidências. Eu confio em Naruto. Sei que ele me ama e eu o amo também.
Ino: (irritada) Pois se prepare para a dura realidade quando ela acontecer. Não só ele vai deixá-la quando a audiência passar como também lhe dirá duras palavras. E mesmo que quisesse namorar com você, a castigará sempre por ter permitido que ele abrisse mão dos sonhos dele por você. Porque o relacionamento dos dois está condenado ao fracasso, Hinata e você sabe disso. São diferentes demais e jamais dariam certo. E não adianta vir chorar no meus ombros quando este dia chegar.

Sem dizer mais nada e sem deixar ela responder, saí da sala a passos rápidos. Estava furiosa. Como minha melhor amiga me trairia daquela maneira?
Naquele momento, eu não sabia o quão errada estava. Hoje desejaria com todas as forças que Hinata não tivesse me escutado e continuasse seguindo em paz sua vida. Mas naquela data, as palavras surtiram efeitos. Antes do cair da noite, Hinata começava a me dar uma certa razão. E as oito horas da noite, ela já havia ligado para Naruto, marcando uma conversa importante.

AS vezes eu simplesmente odeio o poder que tenho de deixar as pessoas pensando em minhas palavras. Mas bem... não é esse o meu maior talento? O fato é que no dia seguinte, de manhã cedo, o início perfeito não seria tão perfeito assim.
Naruto não sabia porque Hinata estava tão séria. Quer dizer, ele recém a havia pedido em namoro. Ela deveria estar feliz e contente, não com um semblante de preocupação e um olhar vago. Ela tentou sorrir, mas o sorriso saíra falso demais. Desistindo, ela se contentou em pedir uma água tônica para o garçom e respirar fundo.
Naruto: Hinata... você parecia muito séria ontem no telefone. Agora você chega aqui mais séria ainda. Aconteceu alguma coisa?
Hinata recebeu sua tônica. Tomou um gole e acenou afirmativamente com a cabeça. Pousando o copo na mesa, suspirou.
Hinata: Eu contei... contei para Ino sobre nós.
Naruto: Mesmo? E ela brigou muito com você e por isso você está tão chateada?
Hinata: Ela brigou comigo, é verdade. Mas não foi exatamente isso que me deixou assim. Ino me disse coisas... coisas que me deixaram pensando.
Ele mudou de expressão. Ficara preocupado.
Naruto: O que sua amiga lhe disse para deixar você dessa maneira?
Hinata: Bem... eu nunca entendi por que você mudou tanto comigo da noite para o dia, Naruto. Na noite em que nos conhecemos você foi o diabo em pessoa, depois praticamente beijou o chão que eu pisava.
Naruto: Achei que tinha sido claro... entendi com a ajuda de Gaara o quão idiota havia sido.
Hinata: Além disso... (ela continuou como se Naruto não tivesse dito nada) você me pediu em namoro uma semana antes da sua audiência, com Ino, a audiência que eu ia testemunhar em favor dela. E... (ergueu um dedo para calá-lo) há sua carreira de jornalista. Você me contou durante estes dois meses que seu sonho era viajar pelo mundo, não ter raízes. O que pretende fazer com ela agora que me pediu em namoro? Eu não quero viajar, não quero conhecer o mundo, não quero ter aventuras e você sabe disso.
Naruto: Hinata... onde você está querendo chegar?
Hinata: Acredito que saiba. Acho que está me usando, Naruto. Acho que vai ficar comigo até essa audiência e depois simplesmente vai me descartar.
Naruto ficou vermelho. Vermelho como um pimentão. Ele deu um murro na mesa, um murro tão forte que o copo de Hinata vibrou. Ela se sobressaltou e algumas pessoas se viraram para olhar o que estava acontecendo.
Naruto: Então é isso? Sua amiguinha colocou essas besteiras na sua cabeça e você já torna isso verdade universal.
Hinata: Você não pode negar que faz sentido.
Naruto: Não posso. Sei que não posso. Eu mesmo a acusei de me usar, como ela não poderia fazer o mesmo? Mas achei que durante este tempo havia conquistado sua confiança. Aparentemente me enganei.
Hinata: Não. Como poderia ter conquistado? Nos conhecemos há dois meses. Eu teria aberto mão de depor na audiência a favor de Ino, mas você nunca deu mostras de querer algo que dure mais de uma semana. Você se esquece que eu sou amiga dela, se esquece que Ino é como uma irmã para mim. Como quer que eu confie em você se você nunca me perguntou como eu faria no dia da audiência ou como me sentia ou se nunca disse que não me odiaria se depusesse contra você?
Ele ficou quieto.
Hinata: Além disso, ainda que eu confiasse... Naruto, seu sonho é ser um jornalista famoso. Eu me odiaria e você me odiaria se abrisse mão de tudo isso por mim. Na primeira briga que tivéssemos, você ia me lembrar desse sacrifício. E eu sempre me perguntaria se eu não exigi demais de você, se não deveria fazer exatamente o que estou fazendo agora para permitir que ambos sejamos felizes. Você também nunca me deu garantia nenhuma de que irá ficar e que se ficar não irá se arrepender. E eu não quero ser um peso na vida de ninguém ou ter aventuras.
Ele ainda ficou calado. Passado um momento suspirou.
Naruto: Então é disso do que se trata? Garantias? Demonstrações?
Hinata: (em voz baixa) É.
Naruto: Pois bem, Hinata. Se você quer uma garantia, uma demonstração de que não pretendo usar você ou deixar você, ou culpar você por alguma coisa... você terá tal garantias. E sua amiga também. Mas eu não vou deixar as coisas assim. Não vou.
E sem dizer mais nada, ele saiu do bar.

Algumas horas depois da conversa entre Hinata e Naruto, quando já havia anoitecido, eu escutei a campainha tocar em meu escritório. Eu era a última a sair todos os dias, e naquele dia não era exceção. Contudo, o escritório encontrava-se fechado, a fim de eu não ser incomodada por clientes atrasados. Raramente alguém se atrevia a tocar a campainha, sabendo que ia me ouvir. Entretanto, se o caso era urgente, eu abria uma exceção. Poderia ser um desses casos.
Abri a porta e me deparei com Naruto Uzumaki. O fitei aturdida. Ele parecia cansado, como se tivesse feito muitas coisas em pouco tempo. Passou por mim, sem nada dizer e sem perguntar se podia entrar.
Naruto: Vim aqui apenas para um motivo. Quero que pare de enfiar minhocas na cabeça de Hinata.
Ino: Ah sim... eu sabia que ela me ouviria depois de algum tempo. Então, pela sua reação ela terminou com você?
Naruto: Terminou. Aparentemente achou que eu podia estar usando-a para impedir de testemunhar a seu favor. E também falou algumas coisas sobre meu trabalho. Você tem tudo a ver com isso, não?
Ino: Você sabe que sim. O que quer de mim, Naruto? Quer que eu desminta tudo? Está perdendo seu tempo.
Naruto:Jamais lhe pediria isso. Vim aqui apenas para lhe pedir para parar de influenciar a Hinata e... para lhe dar um comunicado.
Ino: Comunicado?
Naruto se aproximou do balcão e retirou um papel de dentro da pasta.. Jogou em cima do balcão. O peguei para ler. E não acreditei no que li.
Naruto: Sim, Ino, é exatamente isso. Estou desistindo do processo e me proponho a pagar a quantia que você me pediu.
Ino: Mas... por quê?
Naruto: Porque não quero que Hinata acredite que a estou usando para ganhar esse processo. Quero que ela saiba e tenha certeza que a amo. Se esse processo é um empecilho, então eu desisto dele. Jamais quis usá-la para impedir de testemunhar, e essa é a melhor e única maneira de provar isso.
Ino: Entendo... e... quanto ao seu trabalho? Sabe o que eu penso sobre isso, se Hinata lhe falou...
Naruto: Sim, eu sei. E acredito que neste ponto você está certa em ter questionado minhas intenções. Entretanto... estou aceitando um emprego num jornal local, como repórter investigativo da região. O mais longe que viajarei é para as fronteiras.
Ino: Mas... e se a Hinata não ficar com você?
Naruto: Aceitarei o emprego de qualquer maneira. Hinata nunca será culpada das minhas decisões. Estou aceitando o risco. Não acho nenhum sacrifício abrir mão de conhecer o mundo para ficar com ela. Eu disse para ela que planos servem para serem mudados. E mudo todos os meus planos para ficar com ela. Eu... eu a amo. Me apaixonei por ela no momento em que a vi e descobri isso pouco tempo depois. Não peço sua ajuda nem sua compreensão... peço apenas que não interfira mais.
Encarei Naruto com novos olhos naquele momento. Ainda achava que ele não era o homem certo para Hinata, penso nisso até hoje... mas ele ganhou minha admiração naquele momento.
Ino: Certo. Não interferirei mais. Ficarei quieta. E, depois que sua relação e a de Hinata estiver estabilizada, renunciarei o pagamento por danos morais, calúnia e difamação.
Naruto: Por que fará isso?
Ino: Não quero deixar o futuro marido da minha melhor amiga na miséria. Ela jamais me perdoaria por isso. (disse eu sorrindo pela primeira vez)
Naruto: Futuro marido? Não acha que está precipitando as coisas?
Ino: Creio que com essa prova de amor ela não hesitará em voltar para você. Ela ama você também, acho eu... e agora nunca mais desconfiará desse amor. (dei de ombros) Hinata é uma tola, mas é feliz em sua tolice. Espero que nunca a desaponte.
Naruto: Eu não a desapontarei.
E de fato ele nunca a desapontou. O tempo passou, o namoro dos dois evoluiu, se casaram e formaram sua vida.
Detalhes? Sim, eu sei que a história carece de detalhes. Sei que gostariam de saber como Hinata reagiu ao saber do que Naruto tinha feito, como eles se reconciliaram, como fora o casamento deles. Mas eu não tenho tempo de falar sobre isso. Não tinha tempo de me lembrar de tudo isso naquela noite.
Hinata ficou obviamente emocionada com o que ele fizera. Que mulher não ficaria? Então deram continuidade ao relacionamento e terminaram juntos. É isso o que interessa e é isso que explica porque um superou a morte pelo outro e porque Naruto não aceita que Hinata duvide do amor dele. Ele nunca deu motivos.
E também minha intenção era apenas fazer Gaara se lembrar de que não poderíamos nos negar a mudar o passado, que os dois necessitavam daquilo. Nunca haveria paz para ambos se eles não ficassem juntos.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram o passado deles? Por favor, tentem não julgar o Gaara e nem a Ino



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