Depois de três dias eu percebi que estava pirando.Os NIEM’S estavam praticamente batendo na minha cara,a primavera nunca chegava,as rondas estavam mais cansativas e Lucy estava normal.Quer dizer eu não sei o normal dela,mas nós conversávamos casualmente nas refeições e não explodimos mais nenhum caldeirão nem quebramos nenhuma regra,pode chamar isso de normal.

Rose me ajudou com aquela lição de transfiguração mas eu tinha outro problema,um pequeno,de cabelos escuros e grandes olhos azuis.

Eram sete horas noite quando Rose terminou seus deveres e subiu para o dormitório já que não tinha que fazer ronda hoje,quando eu disse que o salão da grifinoria parecia a minha casa eu não estava brincando.Arrumei meu material e sai para fazer mais uma cansativa ronda noturna.

Ouvi risadas no final do corredor no quarto andar,vinham de trás de uma estante na biblioteca.

– Galera serio, de novo?- perguntei encarando o casal de lufanos que já levaram uma detenção semana passada. - Vocês tem que parar de saírem tão tarde,serio vocês são da mesma casa é bem mais fácil pra vocês.- eles não pareciam envergonhados,nenhum deles parecem,e sim decepcionados por não poderem continuar.- Vão pra cama.

Suspirei me apoiando no canto de uma mesa,aquilo estava me deixando muito cansado cruzei os braços e comecei a brincar com minha varinha entre os dedos até ela cair no chão fazendo um barulho gigante na sala silenciosa.

– Acordei!- pulei de susto e olhei para direita onde estava uma garota apoiada na mesa com um olhar perdido.

– Oi?

– O que?Albus!Espera isso é um sonho?

– Hm não,esta tudo bem?- sentei ao lado da grifinoria que assentiu.- O que faz aqui?

– Acho que fiquei estudando e perdi a hora.

– Ok agora vá para a cama sim?

– Você pode ir comigo?- perguntou segurando meu braço.

– O que?

– Eu não gosto de andar sozinha pelo castelo á essas horas,quer dizer você como monitor entende.

– Claro...eu levo você até o seu salão comunal.- ela sorriu e jogou as coisas dentro da bolsa.Ela ficou falando sem parar até o sexto andar onde caiu com tudo no chão,no começo foi alivio ela ter calado a boca então eu percebi que ela estava dormindo.

– Ah ótimo.- murmurei a pegando no colo,ta legal que a garota não era tão pesada mas eu estava cansado e com frio então eu me esforcei o Maximo para subir mais um andar.Entrei no salão comunal da grifinoria suspirei e comecei a pensar no que eu ia fazer a seguir.

Quer dizer eu não podia deixar ela ali largada no sofá,mas também não podia subir no dormitório feminino sem ser convidado e acordar a garota não era uma opção.Então alguém desceu as escadas.

– Isso não se vê todo dia.- disse Lucy parando na minha frente.

– Grace!O que faz fora da cama?

– O que você faz com uma garota fora da cama?

– Conhece ela?- ela examinou a garota e bufou.

– Infelizmente.

– Então?

– Ela é a Bailey Baleia ela é uma vadia do quinto ano.

– Bem e o que eu faço com ela?

– Jogue ela no lago negro.

– Adams...

– Ta legal jogue ela no chão.

– Ou você pode me deixar subir.

– Idéia melhor.- ela se inclinou para o ouvido da garota e começou a gritar.- ACORDAR BAILEY BALEIA!

Bailey caiu dos meus braços direto pro chão,fazendo Lucy quase cair junto de tanto rir.

– O que esta acontecendo?- perguntou a grifinoria.

– Vai pra cama.- respondeu Lucy.

– O que?

– Vai!- ela ordenou fazendo a garota sair correndo.

– Você deveria ser mais gentil com as pessoas.- comentei assustado.

– Eu deveria ser mais alta também mas o mundo não é uma fabrica de realização de desejos,Potter.

– Eu já ouvi isso em algum lugar.- Lucy deu ombros.

– Então...eu posso ir e não ter uma detenção?- levantei as sobrancelhas.-Por favooor.

– Ta legal.Onde vai?

– Fumar mandragoras.- levantei a sobrancelha novamente.- na cozinha.

– Lucy.

– Sim?- ela virou para mim quando estava perto da porta.

– An eu andei pensando...

– Isso é muito bom.

– E eu,cara isso vai parecer tão gay,mas eu sinto que estamos bem mas eu não se sei se estamos bem entende?

– Um pouco.

– Onde eu quero chegar é que não nos conhecemos.Eu conheço a Lucy maligna e você conhece o Albus revoltado,mas nós não somos eles.

– Não...

– E eu quero conhecer você.- ela sorriu de lado enquanto brincava com a manga de seu pijama.

– E-eu não sei.

– Vamos fazer assim amanhã às três horas eu vou estar naquela mesa ali e você esta convidada a me surpreender aparecendo,ok?- ela olhou para a mesa no canto do salão comunal que eu tinha apontado e mordeu o lábio.

– Ok.

–Boa noite.- ela assentiu e subiu para o dormitório.