Music Of The Night escrita por Vanity


Capítulo 1
capítulo único


Notas iniciais do capítulo

N/A: Escrevi escutando Angel Of Music & Music Of The Night, do Fantasma da Ópera *-*
Escutem enquanto lêem, vai ser Mara! :D

Espero que gostem (:
Beijos :*



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 Era um som diferente.

 Encantador, lindo, transmitia felicidade e ao mesmo tempo era macabro o suficiente para me manter distante. Eu escutava aquele som, aquele ritmo, aquela... Voz. Depois, junto da musica eu vi uma mão, uma mão preenchida com uma luva negra saindo por entre as arvores, me atraindo. E, sem que percebesse, fui me aproximando para o dono da voz... Mas, por mais que tentasse eu não via seu rosto , que estava no escuro, escondido por entre as árvores. As sombras cobriam-lhe o rosto, deixando a mostra algumas partes um tanto quanto irreconhecíveis, e por mais que a noite e as arvores não atrapalhassem não daria para enxergar e identificar o dono da bela voz. Ele usava uma mascara que cobria metade de sua face, seus olhos por baixo dela eram negros como a noite, com grandes cílios, e seus lábios eram finos.

 Ele me puxou para mais perto dele, segurou minha cintura e eu por reflexo olhei para baixo, na direção de sua mão coberta por uma luva e percebi que ainda estava de camisola... Por deus que vergonha, não devia estar em tais trajes perto de um cavalheiro! Porém ele não pareceu se importar que uma dama se vestisse assim em sua frente, então acabei por deixar sua mão repousada ali, em minha cintura, enquanto olhava em seus olhos. Eles brilhavam, como o céu brilhava na noite, o céu negro e apenas iluminado pela lua e pequenas, discretas estrelas; nossos rostos estavam se aproximando e provavelmente nossos lábios se encostariam, eu nunca tinha trocado um beijo, nunca tinha sentido os lábios de um cavalheiro no meus...

 Abri meus olhos e tudo que eu vi foi o teto. O teto desenhado e pintado especialmente por mim, ele tinha aqueles desenhos desde que eu tinha sete anos, e a cada natal eu enfeitava com mais um, no momento ele tinha dez desenhos. O teto tinha cores calmas, típicas de uma criança, era pintado em um lilás claro, quase branco e os desenhos tinham tons de roxo, cinza, negro... Mas agora, durante a noite, ele era tão triste quanto a canção hipnotizante e macabra, que por um acaso, um tanto quanto estranho, eu ainda ouvia, apesar de já ter acordado.

 Não, eu não tinha sonhado com ela, era real. Senti meu coração acelerar e me levantei olhando para os lados. Não, não tinha ninguém no quarto. Não, a voz não era de ninguém na casa e nem de Paul, muito menos. Não, eu não via ninguém na janela como era o costume de Paul aparecer para fazer surpresa, mesmo assim andei até ela me sentindo receosa e olhando para os lados.

 A Noite era escura, e pouco iluminada, como no meu sonho. O vento batia calmamente nas árvores fazendo as folhas balançarem de leve e por entre elas, eu vi, o dono da voz, que agora já não cantava mais. Estava longe, mas não o suficiente para ver que ele me observava na janela. Ele sabia que eu o via, sabia que eu estava lá o olhando tentando entender aquela figura extraordinária a minha frente distante, mas não o suficiente para ser despercebida.

 E de repente o que ele fez me surpreendeu, imagino que não eu não tivesse que ter tal atitude, pois eu já sabia de alguma forma o que ia acontecer, ele simplesmente estendeu uma mão, com uma luva negra, para mim, na direção da janela e deixou-a ali, estendida. Eu sai da janela e me encolhi ao lado, com uma mão no peito e uma na boca para sufocar um grito afinado, como eu sabia que era o meu. Esperei um tempo e olhei de novo pela janela, me escondendo atrás da cortinha branca de rendas. Ele continuava ali, não tinha movido um só músculo e continuava olhando pela janela. Uma sensação de curiosidade me atingiu. Oras, o que um cavalheiro fazia ali, parado no meio de um monte de árvores, observando e atraindo uma dama para ele no meio da madrugada?

 Decidi o que faria. Iria até ele e diria o que eu pensava sobre aquela loucura. Diria a ele para ir embora e me deixar para trás, que eu não o seguiria. Diria que era imprudente que um cavalheiro atraísse uma dama para ele em plena madrugada para seu encontro, quando esta não tinha aprovação dos pais para esse feito. Calcei minhas sapatilhas e peguei um roupão dentro do armário, a noite podia estar sem vento, mas provavelmente estaria frio. Abri a porta com cuidado e esta fez um pequeno barulho, tão baixo que eu imaginava que não acordaria ninguém, e desci as escadas devagar olhando para os lados no caso de meu pai estar na sala, como ele fazia as vezes. Ele dizia que ter uma filha merecia tais obrigações... Já meus três irmãos não tinha importância de saírem durante a noite. Machista, meu pai era um machista como todos na época.  

 A noite, como eu imaginara, estava fria e aquele simples roupão não impediu que o frio da madrugada atingisse cada lugar do meu corpo, principalmente meu rosto que estava congelando. No momento em que coloquei os pés para fora de casa a musica retornou, desta vez como um sussurro... O Sussurro mais lindo que eu já havia ouvido. Procurei de novo a origem a voz entre as arvores e esta estava bem a minha frente me observando ainda com a mão estendida e os olhos brilhantes. Caminhei calmamente e desconfiada e esqueci completamente o que eu vira fazer ali fora. Observei seus trajes negros e um pouco surrados, seu rosto escondido atrás da mascara negra, e sua mão estendida. Poderia se qualquer um da cidade, devia ser uma brincadeira de mal gosto.

 - Não sei quem o senhor é, mas peço que se afaste da minha casa e pare de... - Comecei a falar mas senti-o me puxar para perto dele e repousar sua mão em minha cintura. Um arrepio na espinha me atingiu, e eu tenho certeza que não tinha nada haver com o frio. Nossos rostos se aproximaram e ele encostou sua testa na minha, deixando os lábios afastados por poucos centímetros.

 - Suzannah. - Ele sussurrou no final da canção. Eu congelei. O desconhecido sabia meu nome, ele sabia quem eu era, ele falou como se soubesse a muito tempo e como se esperasse muito tempo para falá-lo. Sua voz era como veludo, uma voz grossa, mas bela e boa de ouvir, com um leve sotaque... Talvez espanhol, não sei, mas algo puxado para o Latino, diferente do meu sotaque da Califórnia. Como eu podia ter sequer imaginado que aquela voz poderia ser de Paul? Ele nunca teria uma voz tão bela, nunca teria aquela voz de veludo e também nunca teria tal beleza quanto aquele homem agora diante de mim...Ele me olhou nos olhos, aqueles olhos castanhos quase negros, muito mais bonitos que os meus verdes sem graça, com cílios que provavelmente eram maiores que os meus. Sua boca se mexeu tão levemente para uma só palavra que provocou todas as sensações estranhas que se pode imaginar criar em uma pessoa. - Ah, Suzannah. - Ele sussurrou novamente, repetindo a palavra e as sensações.

 - Co-Como sabe quem eu... Sou? - Eu disse numa voz esganiçada de desespero por um homem estranho e curioso que apareceu em plena madrugada nos meus sonhos e depois de verdade saber meu nome e falá-lo de forma que fez meu estomago se encher de borboletas agitadas e loucas para sair de lá.

 - Se eu dissesse você não acreditaria em mim. - E nossos lábios se encontraram. Outro arrepio. Eu tinha ficado com os olhos abertos durante um tempo quando me lembrei de que não era assim que se beijava, não era como eu tinha ouvido minhas amigas falarem, não era assim que eu tinha visto meus pais uma vez, não era assim que eu tinha visto meus irmãos mais velhos com uma dessas garotas fáceis... Eu fechei os olhos, e deixei as que minha língua seguisse a dele. Suas mãos eram frias na minha cintura, seus lábios eram mais frios em contato com os meus... Não, seus lábios eram congelantes, gelados como alguém que... Morreu.

 Me afastei dele rapidamente quando me dei conta disso, abrindo os olhos morrendo de medo... Mas ele tinha desaparecido, assim como a sua musica fascinante, e a energia que emanava dele. Olhei para os lados e nada... Ele não estava em lugar algum, e a poucos momentos nossos lábios tinham se tocado. De repente a floresta não pareceu tão acolhedora como tinha me parecido quando escutei sua voz cantando, a noite não pareceu tão bonita, com poucas estrelas e a lua onipotente tão grande e tão perto, e o vento não pareceu tão calmo, que mexia poucas folhas das arvores. Não, agora as arvores tinham formas estranhas e assustadoras, a noite era escura e tudo que vi a minha frente eram arvores a poucos centímetros de distancia e depois mais nada, a noite já não era calma e fresca como antes, agora era fria e agonizante... O que poderia estar escondido atrás daquelas arvores?

 Eu corri... corri por entre a floresta assustadora. Aonde aquele homem misterioso, belo e fascinante poderia estar? Eu o queria... Eu precisava dele ao meu lado. Lagrimas grossas caiam dos meus olhos, e o vento as congelava. Eu não lembro como voltei para casa, tudo que me lembro era de ter tropeçado em uma raiz da árvore, rolar, cair no chão, e olhar para o céu escuro e a lua agora solitária antes de fechar meus olhos e cair na escuridão pensando nele... No meu Anjo da Musica, e na sua musica da noite, que se foram e nunca mais voltariam para mim.

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Pergunta que nao quer calar: Vai ter continuação?

Hum.. Não sei, depende da opinião de vocês... Por isso... COMENTEM, gente!Eu preciso saber o que vocês acharam!!! :D



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