My Mind escrita por Akira H


Capítulo 1
Costume - Orihara Izaya


Notas iniciais do capítulo

Começaremos pelo nosso querido informante: Izaya, um dos personagens do anime que mais adoro, principalmente por esse jeito cínico, mas que considero um pouco dramático.Ou será que é por eu mesma ser um pouco dramática demais? Não sei se dramático seria a palavra certa... Acho que uma boa descrição dele, do meu ponto de vista, seria um melancólico que aceita a própria vida e por isso ri pelas ironias da vida e desgraças do mundo(?)



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Achava esse mundo em que vivo fosse horrível e repulsivo. Odiava esse mundo, odiava essa hipocrisia, odiava essas personalidades escandalosas das pessoas, odiava a humanidade... Mas, com o tempo, me acostumei. Sempre é assim, me acostumo com tudo.

Enquanto observava os humanos e sua hipocrisia, me acostumei com a falsidade, e quando comecei a notar as reações e mudanças de sentimentos em suas expressões, como uma expressão feliz, mudando subitamente para uma de desespero, comecei a achar fascinante. O desespero, o medo, a tristeza, a decepção... Essas expressões e sentimentos tão humanos me encantaram... Assim, notei que estava fascinado pelo olhar de desespero... O desespero é o mais belo dos sentimentos, por notar isso, comecei a amar... Amar os humanos mais do que tudo... Consegui odia-los tanto, que cheguei a ama-los.

O único humano que nunca consegui e nunca conseguirei amar foi ele... Humano? Acredito que a melhor definição para ele seja “monstro”... Um estúpido e violento monstro. Nossa relação sempre foi assim, dês do primeiro momento em que nos vimos. Heiwajima Shizuo não foi o primeiro ser que mostrou diretamente ódio em relação a mim, quando notei pela primeira vez sua expressão de fúria e repulsa, não me incomodei.

Não... Na verdade, admito que eu me importei com aquele olhar... Tão belo. Um olhar tão intenso de ódio... De puro desprezo. O segundo sentimento mais magnífico que existe. Sentimentos são realmente tão belos como dizem.

Não foi o Shizu-chan o primeiro, nem o ultimo, que me mostrou esse olhar, na verdade, as primeiras pessoas foram meus pais. Sempre tive uma família normal e uma vida normal. Pergunto-me como uma pessoa como eu, pode sair de uma família tão simples... Tão entediante. Sempre disseram que minha personalidade era excêntrica, estranha... ”Algo comparável à assustadora força de Heiwajima Shizuo”, pelo que lembro era isso que diziam quando estávamos no ensino médio, mas com o tempo, o “comparável” tornou-se ”mais horrível que”... Que pena, Shizu-chan, parece que perdeu nessa competição de quem é pior.

Parando para pensar... Realmente sou desprezível, não? Só consigo notar isso ao olhar para minhas irmãs... Tão detestáveis. Elas e Shizu-chan são os únicos humanos que não consigo amar... O mais provável é que elas sejam assim tão detestáveis por minha influencia, mas felizmente, elas também me detestam.

Porem, na verdade, sempre as odiei. Desde que nasceram, as odiei profundamente...Porque?Porque sempre fui egoísta, não gosto quando roubam meus brinquedos. Quando nasceram, meus pais imediatamente deram atenção para elas... São garotas, todos acreditam que é normal protege-las mais. Do meu ponto de vista, é ridículo. Quanto mais se cuida, mais desejam destruir ou pegar para si, mais frágil se torna... Considerando assim, fiz um ótimo trabalho como irmão. As torturei e detestei tanto quanto seus pais a amaram, foi nesse momento que eles viraram “seus pais”... No final, descobriram o que eu fazia, finalmente tentaram se fazer de bons pais, preocupados com o filho problemático.

Por um tempo, resolvi treinar minha atuação e fui um bom filho. Enquanto me olhavam, fui perfeito... Tão impecável, que quando lembro, chego a rir. Foi uma época boa de minha infância... Uma das mais divertidas. Mas mesmo tendo me tornado um “bom filho”, eles continuavam me evitando... Provavelmente não sou tão bom ator.

Amor também é um sentimento belo... Se pudesse, colocaria em 3° lugar na minha lista, mas nunca cheguei a conhecer por completo. Porem é lindo. Dito ser o mais destrutivo e intenso dos sentimentos... O mais desejado e evitado. Quão esplêndidas devem ser as lágrimas de desespero por um amor não alcançado?

Entretanto, porque perder seu tempo provando de tais sensações, se você pode apenas observar e se divertir? Não preciso experimentar tal coisa como o amor, se já possuo minha devoção à humanidade, em sua forma mais condensada e pura, os sentimentos...Os belos e magníficos sentimentos!

Mesmo que eu diga isso, continuo sendo egoísta... Até mesmo eu gostaria de saber como é ser desejado, porem, o amor continua sendo dispensável... E o que é tão intenso quanto? O ódio! O desprezo, o ódio e o nojo... São sentimentos que marcam profundamente um humano, no mais intimo de seu ser, dês de que seja intenso.

Amor é algo intenso, mas demorado para se conquistar, então... Porque não recorrer ao mais divertido e rápido?Por isso que te necessito, por isso que te torturo, Shizu-chan. Até que ponto o ódio pode chegar? Quero saber... Até onde seu ódio por ir até que chegue a ponto de se tornar o mais intenso e magnífico sentimento que já presenciei...? O ódio que tento desejo possuir...

Sabe porque te escolhi? Justamente você, que é um monstro, uma pessoa que já me detesta tão intensamente, que se torna até sem graça ver a facilidade com que esse desprezo aumenta.

Entre você e minhas irmãs, prefiro tortura-lo.As desprezo também, mas não posso toca-las...São uma copia mal feita de mim: tentam ser as mais racionais possíveis, tentam ser egoístas, tentam ser chantagistas, tentam enganar os outros os fazendo acreditar que sabem tanto quanto um informante verdadeiro... São ridículas. Se eu as torturasse, iriam apenas tentar me torturar de igual forma, e isso se tornaria um jogo psicológico, no qual obviamente, eu ganharia.

Tortura-las e leva-las ao desespero seria tão fácil quanto manipular o resto dos humanos. Você é mais divertido... O mundo funciona através do equilíbrio da razão e emoção. O objetivo de todo humano, em tese, é chegar ao perfeito balance entre os dois lados, e deixando a modéstia de lado, eu conseguir chegar a esse equilíbrio. Mas você... Você com essa sua ridícula força, consegue puxar essa perfeitamente equilibrada balança, para o lado que mais lhe convém.

Enquanto eu uso a razão para atingir meus objetivos, que são baseados em minhas emoções. Você usa suas emoções para destruir essa simples razão, todavia continua bem com isso... É comparável a mim, já que se pararmos para pensar no porque humanos desejam esse tal equilíbrio, seria unicamente para alcançar a paz de espírito, que é algo que você pode alcançar sem passar por todo esse processo desgastante... No mundo, os resultados que importam, então... Talvez seja por isso que somos monstros, não?

Isso o torna perfeito... Porque também te odeio, porque é um monstro... Porque também sou um monstro. Porque assim como eu, você também deseja isso... Algum sentimento que te ligue a outra pessoa... Um sentimento tão intenso que fará com que você nunca seja esquecido, mesmo que morra, porque nos dois sabemos que o medo, Shizu-chan, ele desaparece com o tempo, o desprezo também, mas o ódio te conecta pela alma. Mesmo no céu, na terra, ou até mesmo no inferno, seriamos capazes de seguir um ao outro para satisfazermos esse ódio que nos consome...

Desistiríamos da quase inexistente humanidade que nos resta, só para perseguir um ao outro; Abriríamos mão de nossa monstruosidade, só para podermos nos separar. Arriscamos nossas vidas, apenas para poder ter essa ligação com outro alguém, e nos dois sabemos que essa ligação só poderíamos ter entre nos, porque somos os únicos tão horríveis que seriamos capazes de aceitar um ao outro.

O amor para seres como nos é algo muito humano, demorado, caridoso...Abandonar a si mesmo pelo bem do outro.Não somos capazes de tais coisas, simplesmente porque eu possuo o equilíbrio desejado por todos e você simplesmente é impaciente e emotivo demais para isso. Por isso, não posso mais parar de te provocar... De te odiar. Odeio-te tão intensamente, que já comecei a me acostumar com esse ódio... Um ódio tão intenso, mortal, egoísta e descontrolado que me fascina.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não tenha ficado muito fora da personalidade dele... Gosto de escrever em primeira pessoa então fica fácil sair bastante do personagem, ainda mais com o Izaya que é um personagem meio complexo. Então peguem leve comigo e comentem!



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