Ele acordou se sentindo estranho, estava rodeado de tubos e aparelhos. "Que lugar era aquele?" "O que aconteceu?" ele se perguntava. Tentou se levantar da cama, mas estava muito dolorido então optou por não fazer. Olhou para o lado e viu a morena que dormia na poltrona ao lado de seu leito, tentou chamar o nome dela, no entanto, tudo que conseguiu foi emitir alguns sons fazendo-a se acordar.

— Finnick? — Disse ela, se levantando num pulo, assustada. — Você acordou! Espera, eu vou chamar o médico. — Dito isso ela saiu do quarto. Ele tentou chamar ela mais uma vez, mas novamente tudo que conseguiu foi emitir alguns sons. Finnick ficou esperando alguns minutos até que a morena voltou com um homem que deveria ser o médico.

— Sr. Odair, eu sou o Dr. Aurelius! Sei que tem muitas perguntas. Porém o que o Sr. precisa saber é que você acabou de acordar de um estado de coma que durou dois meses. E que provavelmente não conseguirá falar agora, mas não se preocupe você vai recuperar a habilidade de falar aos poucos! — Afirmou o médico alegremente. — Agora senhorita Mason tente fazer com que ele coma alguma coisa. Se precisar de mim pode me chamar. — Disse ele se voltando para a mulher e saindo em seguida.Uma enfermeira trouxe a comida, sopa. Johanna pegou o prato e depois de alguns minutos fez Finnick tomar ela todinha.

— An... Annie? — Ele conseguiu falar depois de horas tentando.

— Ela está bem. — Respondeu Johanna

***

Os dias que se passaram foram muito monótonos: Finnick acordava, Johanna o ajudava a tomar café da manhã, o Dr. Aurelius o visitava, Johanna o ajudava a almoçar. Passavam à tarde sem falar nada, ela pensando em tudo que tinha acontecido e ele tentando formular frases inteiras. Depois de duas semanas ele já conseguia falar e comer sozinho.

— O que aconteceu Johanna? — Finnick perguntou curioso

— Você foi atacado por bestantes da Capital. Você se lembra disso? — Ela falou com o cenho franzido.

— Um pouco! Eu me lembro de que eu estava num lugar subterrâneo e eles apareceram chamando a Katniss. — O loiro falou com um olhar vago como se ele estivesse tentando lembrar-se do ocorrido.

— Falaram que vocês tentaram fugir depois disso, mas você foi pego e não conseguiu escapar. E depois Katniss causou uma explosão — Continuou Johanna. — Eles te acharam quando foram procurar os corpos. Você tinha perdido muito sangue e quase não conseguiu sair dessa. Foi um milagre você sobreviver à explosão também. Tiveram que reconstruir sua pele em algumas partes do seu corpo com células sintéticas.

— E a guerra?

— A Guerra acabou. Os Jogos vorazes acabaram. — Ela disse num tom meio alegre meio triste.

— Então a Katniss matou o Snow?

— Não! Ela matou a Coin, mas eu coloquei fogo no quintal dele. Eu disse que ia colocar. — Ao ver e expressão curiosa dele, ela continuou a explicar tudo que ele perdeu. Depois de tudo explicado Finnick fez a pergunta que mais queria fazer desde que acordara:

— E a minha Annie?

— Depois de tudo que aconteceu a Paylor disse que era pra ela escolher se ela queria ficar aqui na Capital ou se ela queria voltar para o Distrito 4. Ela decidiu voltar. pelo que eu soube, a mãe da Katniss tá morando com ela. — Johanna respondeu.

— Ela não sabe que eu estou vivo?

— Achamos melhor não dar falsas esperanças a ela. Sabe na condição que ela se encontra. — Ela disse triste.

— Vocês fizeram bem. Ela tem uma saúde mental muito frágil.

— E também ela está grávida. — A morena falou não contendo a risada ao olhar a cara de surpresa engraçada que Finnick fez. — É isso ai bonitão, você vai ser papai.

— Eu tenho que voltar pra casa, Johanna. Eu tenho que falar com a Annie, dizer a ela que eu estou vivo, que estou bem. Eu quero poder abraçar ela de novo Johanna. Dizer que ela não vai cuidar do nosso pequeno nadador, sozinha. — Disse Finnick tentando se levantar.

— Calma ai Finn! — Johanna disse colocando as mão nos ombros de Finnick pra fazer ele se deitar de novo.

Nesse momento o Dr. Aurelius e a presidente Paylor entraram no quarto com sorrisos no rosto. Finnick e Johanna imaginaram que isso era uma coisa boa, que estavam lá pra dar uma boa noticia. Mas mesmo assim Finnick não conseguiu deixar de perguntar:

— O que foi?

— Você vai receber alta Sr. Odair. — Disse o médico.

— Isso é ótimo! Então eu vou poder voltar para o Distrito 4? — Finnick perguntou animado.

— Ainda não. Você não pode viajar. Vai receber alta, mas vai ficar em observação por mais um tempo. — Disse Aurelius.

— E onde eu vou ficar?

— Por isso estou aqui. — Se pronunciou Paylor. — Você. Assim como Johanna estão convidados a serem meus hospedes.

— Muito obrigada presidente Paylor. — Falou Johanna

— É muito obrigado — Disse Finnick.

— Agora se me dão licença eu tenho coisas para resolver. — Disse a presidente saindo do quarto. Antes de passar pela porta ela se virou e disse: — Vou providenciar que alguém venha busca-los.

— Obrigada. — Disse Johanna mais uma vez. Finnick se limitou a concordar com a cabeça.

***

Finnick e Johanna foram para a mansão de Paylor e ficaram lá por três semanas, nesse tempo o Dr. Aurelius o visitava dia sim dia não. Até que finalmente chegou o dia em que Finnick esperou por mais de um mês, o dia em que ele voltaria para sua casa, para sua Annie. Paylor providenciou um aeroplanador pra leva-lo junto com Johanna, que decidiu ir com ele, para o Distrito 4.

Ao chegar na aldeia dos vitoriosos ele logo avistou a casa de Annie e correu até a porta batendo fortemente. Quem atendeu não foi sua amada e sim uma mulher mais velha com cabelos loiros que Finnick reconheceu como a Sra. Everdeen, que no momento em que o viu, olhou pra ele como se tivesse visto um fantasma.

— Sra. Everdeen, calma eu não sou um fantasma. — Finnick tentou tranquiliza-la ao ver que a mulher quase desmaiou na porta.

— Mas como você...

— Eu prometo explicar tudo. — Finnick interrompeu. — Mas antes eu tenho que falar com a Annie. Onde ela está? — O loiro perguntou esperançoso.

— Na praia. Ela sempre vai lá. — Finnick saiu correndo em direção à praia passando por Johanna, que estava chegando na casa. A morena olhou para o loiro e achou que ele e Annie deveriam conversar sozinhos. Ela foi até a porta da casa onde a Sra. Everdeen ainda se encontrava. As duas entraram e Johanna explicou tudo para a mãe de Katniss.

***

Na praia, Annie observava o mar, como fazia todos os dias desde que voltara para o Distrito 4. Por mais que soubesse, que Finnick nunca mais fosse voltar, ela sempre esperava que ele fosse sair da imensidão azul, seguir em sua direção, lhe dar um beijo e ser feliz para sempre ao lado dele cuidando de seu filho. Isso nunca acontecia. Ela passava cada vez menos tempo na praia e já estava desistindo de esperar o que nunca ia acontecer. Ela se preparou para ir embora e quando deu as costas para o mar ela não pôde acreditar no que estava vendo: Finnick Odair, o grande amor da sua vida, pai do seu filho ainda não nascido, estava correndo em sua direção.

Primeiro ela pensou que estivesse sonhando, porém lembrou de estar plenamente acordada. Então ela achou que fosse uma alucinação. Annie, ao ver a figura masculina familiar se aproximar dela tampou os ouvidos com as mãos e balançou a cabeça negativamente.

— Você não está aqui. Não pode. Você morreu. — Dizia ela enquanto ainda fazia o gesto.

Finnick se aproximou dela, agora lentamente, pegou suas mãos e as tirou de seus ouvidos levando-as pra baixo.

— Annie, meu amor, olha pra mim. — Disse o loiro simplesmente com uma voz tranquila. O som da voz dele acalmou-a profundamente. Annie então decidiu fazer o que estava com medo, levantou a cabeça e olhou nos olhos de Finnick. — Eu estou aqui. Eu estou vivo.

— Não pode ser. Disseram que você morreu. — Disse Annie com lágrimas nos olhos, ainda sem acreditar no que estava vendo e ouvindo. — A Katniss disse que você não tinha sobrevivido. — Completou fechando os olhos esperando a figura de Finnick à sua frente sumisse.

— Annie, você tem meu coração. — Foi tudo que Finnick precisou dizer. Annie abriu os olhos, sorriu como há muito não sorria, e beijou o seu amado como se não houvesse amanhã. Depois ficaram apenas sentados olhando as ondas.

— Eu não entendi, disseram que não tinha como você ter sobrevivido. — Disse Annie após vários minutos de silêncio.

— Vamos deixar esse assunto pra depois. — Disse Finnick. Ele não queria falar sobre nada disso. — Agora me diz que história é essa que eu vou ser papai.

— Como você sabe?

— Johanna me contou quando eu estava no hospital.

— Eu descobri logo depois que você partiu do 13. — Disse Annie lembrando-se do que ela sentiu ao descobrir que estava grávida. — Primeiro eu fiquei assustada por que você não estava comigo. E quando me contaram que você tinha “morrido” eu fiquei desesperada. Mas como a mãe da Katniss veio pra cá, ela me disse que me ajudaria.

— Eu estou aqui agora, meu amor. Eu estou com você. Não precisa mais ficar com medo. Nós seremos muito felizes. — Ele a beijou mais uma vez e acariciou a barriga de Annie. — Você já pensou em algum nome?

— Se fosse menino iria se chamar Finnick em sua homenagem, mas agora que você está aqui eu não sei qual nome podemos dar. — Respondeu Annie.

— Se for menino eu escolho o nome. — Disse Finnick fazendo Annie sorrir. — E se for menina você pensou em algum nome?

— Sim.

— E qual seria?

— Mags!