Lágrimas de Amor escrita por XxLininhaxX


Capítulo 14
POV Carlisle




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Eu não aguentei ouvir aquilo. Mesmo tendo exigido a verdade, era demais para mim! Era muita crueldade! O que fizeram com minha pequena? Fiquei imaginando cada uma daquelas cenas que ela vivera e, só de imaginar, sentia o veneno encher meus olhos. Saí batendo a porta atrás de mim. Ainda fiquei alguns minutos do lado de fora, as imagens vinham a minha mente. Apertei meus punhos. Saí da nossa casa em velocidade vampírica. Eu estava nervoso. Muito nervoso! Eu tinha vontade de reviver aquele canalha, só para ter o prazer de matá-lo com minhas próprias mãos. E pensar que existia um pai tão coverdade assim! Aquilo me deixava borbulhando de raiva. Eu precisava caçar para me acalmar. Corri o mais rápido que poderia. Não queria me distanciar muito, tinha que ser rápido. Mesmo que eu estivesse nervoso, não justificava ter deixado minha filha naquele estado. Sei que agi de maneira impulsiva e, provavelmente, ela deve ter pensado que eu a abandonaria. Mas não era isso! Eu apenas queria me acalmar. Do jeito que eu estava não poderia fazer nada por ela.

Vi um urso pardo, ainda jovem. Ele parecia perdido, sozinho. Excelente presa. Como um caçador experiente, esperei pelo momento certo para, então, abatê-lo. Suguei todo o sangue, como se estivesse sedento. Mas não era fome que eu sentia, era vontade de matar. Eu sentia que minhas presas estavam cravadas no pescoço daquele desgraçado que destruiu a vida da minha menina. Era sede de vingança, de justiça! Após terminar sentei em um tronco de árvore próximo e passei as mãos pelos cabelos. Eu precisava pensar! O problema de ser perseguida não era tão difícil de resolver. Depois que ela entrasse oficialmente para a família, aquilo diminuiria gradualmente. Tudo que eu precisava fazer era informar aos Volturi adequadamente. Ficava me perguntando se eles aceitariam aquilo. Ela estava sendo perseguida por eles. Será que abririam mão dela apenas por termos a acolhido? De qualquer forma, com Aro eu me entenderia depois. O que realmente me preocupava eram aquelas feridas que ainda sangravam na alma da minha pequena. Como eu faria para que ela tirasse aquela imagem paterna tão negativa? Será que conseguiria ajudá-la a carregar todo aquele fardo? Será que conseguiria fazê-la sorrir e esquecer todo inferno que vivera até então? Perguntas que apenas me deixavam mais ansioso. Mas eu não podia desistir! Fui eu quem quis trazê-la para a família. Fui eu quem insistiu para conhecê-la. Fui eu quem insistiu para que ela falasse a verdade. Era minha responsabilidade! Eu não podia, e nem queria, voltar atrás com minha palavra. Por mais que eu estivesse preocupado com o que aconteceria, não podia esquecer que era a felicidade da minha pequena que estava em jogo.

Inspirei fundo. Eu não precisava de um plano de ação. Eu apenas precisava ser pai. Ser o pai que ela não teve. Ser o pai que eu estava acostumado a ser. Talvez não fosse suficiente, mas eu me moldaria com o tempo. Fora assim com todos os meus filhos. Pouco a pouco eles foram me moldando e me tornaram o que sou hoje. E tenho orgulho disso! Tenho orgulho de ser esse pai! E não é pra me gabar. É porque sendo quem eu sou, consigo fazer meus filhos sorrirem. E vê-los felizes e seguros, podendo aproveitar a vida mesmo sendo vampiros, me traz uma alegria sem igual. É uma sensação que só quem é pai consegue entender. Esse amor que se doa, que faz mundos e fundos, possível e impossível. E cada nova experiência que surge de ser pai, me renova, me dá ainda mais vontade de prosseguir. Era assim que eu tinha de agir. Nada mais, nada menos que ser pai. Eu não tinha porque duvidar. Eu não tinha o que temer. Seis vezes passei por isso, mais uma não me faria desistir. Eu nunca fui covarde e nunca fui de desistir sem tentar! Eu precisava confiar na minha experiência! Eu precisava passar para ela a segurança de que estava tudo bem. Que ao me lado estaria tudo bem. Era disso que ela precisava. A segurança de que eu estaria ao lado dela e de que tudo ficaria bem, todos ficariam bem.

Achei melhor voltar, mas fui caminhando. Ia demorar um pouco, mas eu precisava daquele tempo para colocar a cabeça no lugar. Eu ainda não tinha entendido tudo. Ela me contou sua história, mas ainda havia muito que se entender daquela cabecinha. Como, por exemplo, por que ela havia golpeado a própria cabeça daquela forma. Ou o que realmente significava aquele lado assassino, capaz de transformá-la em alguém completamente diferente. Eu precisava entender quem realmente era a Sophie. Mais do que isso, eu precisava fazê-la entender quem era ela, afinal a própria Sophie não sabia essa resposta. Ela precisava sentir-se segura para ser quem realmente era. Sentir que poderia ser qualquer coisa, eu ainda estaria ao seu lado. Tanto eu quanto toda a família. Ao pensar em família, recordei que precisava colocar todos a par da situação. A mais difícil era Rose. Mas eu não conseguia acreditar que Rose manteria aquela atitude depois de ouvir a história de Sophie. Ela, mais do que todos, precisava entender. Ela também sofrera em sua vida humana um trauma muito grande. Não era possível que ela não se identificaria com Sophie. Ambas são garotas muito fortes. Sorri com aquele pensamento. Elas realmente eram parecidas. Atrevidas, impulsivas, melancólicas, com cicatrizes; elas deveriam se dar muito bem. Pelo menos eu esperava que sim. Eu não sabia dizer se Rose estava apenas com ciúmes ou se realmente estava pensando no bem de todos. Eu esperava que fosse a segunda opção, pois a primeira era inaceitável.

Cheguei em casa um tempo depois. Olhei meu relógio e já era quase onze da noite. Os meninos já estariam se aprontando para dormir, imaginei. Abri a porta e tive uma surpresa.

– O que estão fazendo acordados até agora? – perguntei a meus filhos que estava na sala.

– Paizinho, é muito triste! É muito triste! – Alice veio chorosa até mim.

– O que foi, bonequinha? Por que está chorando? O que é triste? – perguntei abraçando-a.

– A história da Sophie, paizinho. É horrível! – ela disse.

– Quem te contou a história dela? Esme? – perguntei olhando para minha esposa, que negou com a cabeça.

– Quando saí do quarto todos já sabiam. – disse Esme.

– Edward! – isso só podia ser obra dele. – Você estava ouvindo? Não aprende, né moleque?!

– Ah pai! Ela desbloqueou a mente dela e eu não resisti. Eu já tinha visto parte das cenas que ela viveu, não tinha como não escutar. – ele disse meio que se escondendo atrás de Bella, fazendo-me suspirar.

– Tudo bem. Vocês saberiam mais cedo ou mais tarde. Pelo menos me poupou o trabalho de ter que repetir.

– A loira ainda não sabe, pai. – disse Emmett. Rose não estava ali.

– Onde ela está?

– No quarto, dormindo. – Respondeu Esme.

Aquilo realmente me chateou. Ela era a que mais precisava saber. Mas tudo bem, contaria para ela depois. Seria bom que tivéssemos uma conversar, eu, ela e Esme. Assim poderíamos explicar tudo com calma e fazê-la entender o quanto estava sendo injusta e egoísta. Deixaria isso para amanhã. Tinha algo que eu precisava fazer.

– Como está Sophie, querida? – perguntei a minha esposa.

– Ela chorou muito, mas está mais calma. – Esme respondeu cansada.

– Muito bem, todos para a cama! Agora!

– Já? Só mais um pouco, pai! Deixa a gente pelo menos ver um filme. – disse Bella.

– Não! Hoje o dia foi cansativo e quero todos na cama. Já sabem o motivo! – ouvi um murmurado geral. – Andem logo!

Todos começaram a subir a passos humanos. Jacob se dirigiu para a porta.

– Onde pensa que vai, Jake? – perguntei.

– Como onde? Eu não moro aqui! – ele me respondeu.

– Vai deixar a Sophie aqui? Pensei que não confiasse em nós. – ergui uma sobrancelha, provocando-o.

– Mas é que... – o interrompi.

– Deixa de manha, garoto! Você vai ficar aqui! E dessa vez não vou aceitar um não como resposta! – falei sério.

– E onde eu vou dormir?

– No quarto da Sophie, oras. – Esme respondeu sorrindo, deixando Jacob vermelho.

– Mas é que... Eu e ela... No mesmo quarto... Eu... – ele não conseguia formar frases completas, tamanha vergonha. Esme e eu rimos.

– Relaxa, meu lobinho. Sophie vai dormir com a gente. – Esme falou, surpreendendo até a mim.

– Como assim com vocês? Ela já é bem velha pra isso, não? – ele perguntou meio revoltado agora.

– Eu acho que ela não vai conseguir dormir sozinha. – Esme respondeu.

– Por que acha isso, meu bem? – perguntei.

– Não sei explicar, querido. É apenas minha intuição de mãe falando mais alto. Fiquei um bom tempo com ela no quarto, depois que você saiu. E mesmo assim ela não dormiu. Pensei que ela estaria muito cansada, depois de todo esse desgaste emocional, mas ela não demonstrava querer dormir. Ela me disse que já estava bem e falou que eu devia descansar. Insisti que não estava cansada, que queria ficar com ela, mas ela preferiu fica sozinha. Ela é um amor, não é Carlisle? Depois de tudo que passou hoje, ela estava preocupada que eu estivesse cansada.

– Ela não se importa consigo mesma. – Jake disse.

– Bom, de qualquer forma, vamos descobrir isso agora. Venha, Jake. – disse.

Subimos os três para o quarto de Sophie. Abri a porta e me surpreendi. Ela estava terminando de vestir suas antigas roupas.

– O que está fazendo? Ou melhor, onde pensa que vai? – perguntei erguendo minha sobrancelha.

– Embora... – olhei sério para ela. – Não?

– Claro que não, Sophie! Você não vai sair dessa casa! – respondi, agora sorrindo.

– Oh minha florzinha, o que te fez pensar que deixaríamos que você fosse embora? – disse Esme indo até ela e a abraçando.

– Eu pensei que Carlisle me expulsaria quando voltasse. Ele saiu daqui tão nervoso. – ela olhava para baixo.

– Sophie, quantas vezes precisarei repetir para que entenda? Eu – não – vou – desistir – de você!

– O último que ouviu essa história me disse que não poderia ficar ao meu lado. Eu carrego muita bagagem e ele disse que não estava disposto a me ajudar a carregar. Pensei que você voltaria dizendo algo parecido. – ela falou olhando em meus olhos intensamente, como se soubesse que estava certa, mas esperasse estar errada.

– Pois está enganada! Infelizmente não posso tomar esse fardo de você, mesmo querendo. Essas são suas experiências, suas feridas, suas cicatrizes. Ninguém pode tirá-las. Mas eu prometo a você... – me aproximei dela e segurei seu rosto, para que olhasse para mim. – Prometo que vou tratar suas feridas e farei com que vocês nem se lembre de suas cicatrizes, lhe proporcionando novas e melhores experiências. Eu não vou desistir, pequena. Você já é minha!

– E minha também! – Esme falou sorrindo.

– Por isso, trate de tirar essa roupa, vestir um pijama e dormir.

– Eu não durmo. – ela disse. Era impressionante a intuição materna de Esme.

– E posso saber por quê?

– Como por quê? Eu sou uma vampira! Vampiros não dormem!

– Sim, temos essa capacidade. Mas não significa que você não possa dormir.

– E pra que eu vou dormir? Pra ser pega desprevenida? Não posso me dar ao luxo de fechar meus olhos e abaixar minha guarda.

– Aqui você pode, pequena. Não lhe acontecerá nada. Eu garanto.

– Mas...

– Nada de “mas”, mocinha! Pra cama! – falei sério.

– Eu não consigo dormir. Vejo as almas de quem matei em meus sonhos. Eles me perturbam! E-eu não posso! – ela começou a tremer.

– Viu Carlisle? Eu te disse! Ela dormirá com a gente. – Esme disse sorrindo.

– O que? Não! Eu não posso dormir com vocês! E-eu... Quer dizer... Vocês... – tenho certeza que se ela pudesse ficar vermelha, teria ficado. Comecei a rir.

– O que foi? Vai ficar cheia de pudores agora? – disse, ironizando a frase que ela utilizara comigo.

– Não é isso! É que... V-vocês são casados e... Bem, e-eu não quero atrapalhar nada. – ela falou extremamente baixo. Esme e eu gargalhamos. – Qual é a graça? – ela perguntou revoltada.

– Ela não é um doce, meu bem? Querida, já estamos acostumados com isso. Seus irmãos, volta e meia, debandam para nosso quarto. Sinceramente, Carlisle, acho que mimamos demais esses meninos. – disse Esme sorrindo.

– É, querida. Mas não podemos chorar o leite derramado, não é? – falei rindo logo em seguida. – Então está decidido. Você vai dormir com a gente e Jake dormirá em seu quarto.

– Mas, pa... – Jake parou ao perceber o que ia dizer. Eu apenas sorri. – Carlisle, ela não vai dormir todas as noites com vocês. E quando ela dormir aqui, onde eu vou dormir?

– Aqui também, oras! É uma cama de casal. Cabem os dois perfeitamente. – Esme falava naturalmente, como se fosse óbvio.

– Ma-mas... – Jake voltou a ficar vermelho.

– Nesse caso, será que eu poderia dormir com o Jake? – Sophie perguntou, nos surpreendendo e deixando Jake ainda mais vermelho.

– Não, Sophie. Você vai dormir comigo e com a Esme hoje. Se você conseguir dormir tranquilamente, amanhã você pode vir pro seu quarto.

Ela apenas afirmou com a cabeça, um tanto muxoxa. Provavelmente estava morrendo de vergonha. Eu queria muito rir, mas me mantive sério. Estava achando aquilo extremamente fofo. Esme provavelmente pensava o mesmo, já que não parava de apertar Sophie. Deixamos que Jake se acomodasse no quarto, Esme pegou um pijama para Sophie e saímos. Sophie parecia uma gatinha acuada nos braços de Esme. Eu sabia que ela estava sem graça, mas eu precisava verificar o nível de perturbação que tantas mortes lhe causaram. Entramos no quarto e Esme foi preparar a cama. Eu entrei e sentei em um sofá no canto do quarto, para tirar meus sapatos. Sophie ficou parada no meio do quarto, olhando para baixo. Sorri. Ela realmente estava sem graça.

– Sophie, troque de roupa e escove os dentes. – disse.

– Vocês realmente vivem como humanos normais. – ela comentou.

– E isso é um problema? – Esme perguntou.

– Não. E-eu gosto. – ela sorriu timidamente.

Ela começou a se trocar e eu fiquei observando. Ela parecia uma garota tão meiga e doce daquele jeito. Lembrava-me de Alice. Mas também era muito forte, o que me lembrava de Bella. Nem precisava dizer por que a achava parecida com Rose. Era como se fosse a mistura de todas as minhas filhas. Vê-la por esse ângulo só fazia com que eu gostasse ainda mais dela. Apesar de ser parecida com todas, era tão única, tão diferente. Chegava a ser intrigante. Como alguém teve coragem de abandoná-la? Como o pai dela teve coragem de fazer tantas crueldades com ela? Era uma garota extremamente amável. Não tinha como não se encantar. Claro que ela tinha um lado sombrio, mas todos tem um defeito. E seria demais pedir para que ela fosse perfeita depois de viver naquele caos.

Devia estar fazendo cara de pai coruja, pois ela olhou para mim e começou a rir. Era uma risada baixa, tímida e doce. Também sorri. Olhei para seu rosto e foquei na faixa em sua cabeça. Ainda tinha que lhe perguntar algo, antes que fôssemos dormir.

– Sophie, quero lhe perguntar uma coisa. – fiquei sério.

– Diga. Acho que não dá pra esconder mais nada de você mesmo. – ela falou sorrindo e aquilo me alegrou.

– Por que se golpeou daquela maneira depois que matou o vampiro? – eu perguntei e ela manteve o sorriso no rosto, mas de forma melancólica.

– É o único jeito de voltar ao normal. Quando eu deixo meu lado assassino vir à tona, eu me descontrolo. É como se eu fosse outra pessoa. Imagino que vocês tenham algo parecido. Parece que quando passam por uma situação crítica, ficam com os olhos negros. Mas naturalmente passa. No meu caso não, o único jeito de voltar ao normal é golpeando minha cabeça muito forte. É como se eu precisasse forçar meu lado assassino a parar de me controlar.

– Mas não é como se não fosse você, não é? Você ainda fica consciente. – Esme perguntou.

– Sim e não. É complicado explicar. Nem eu entendo. Sou eu e ao mesmo tempo não é. Parece que existe outra pessoa dentro de mim e quando ela toma o controle do meu corpo, eu perco a consciência do que estou fazendo.

– Então, naquela hora que você olhou para mim... – comecei falando, mas achei melhor não continuar.

– Sim. Eu ia te matar. – ela agora ficou séria. – Quando esse lado toma conta de mim, não faço distinção entre inimigos e aliados. Apenas tenho uma enorme vontade de matar quem estiver na minha frente.

– Mas da primeira vez que te vimos lutando, você não estava assim. Por quê? – perguntei.

– Eu não posso me dar ao luxo de permitir que meu lado assassino se aposse de mim toda vez que eu for lutar. Se fosse assim eu jamais voltaria ao normal. Então eu tive que aprender a matar sem ter que recorrer a esse lado. Mas às vezes me descontrolo e então tenho que me golpear para voltar à sanidade. Eu sou louca, não é? – ela perguntou sorrindo tristemente.

– Talvez seja. – respondi, a surpreendendo. – Mas foi o jeito que encontrou para sobreviver. Não temos condição e nem o direito de lhe julgar ou condenar. Você não tem que se preocupar com isso. Você é uma garota forte. E logo não precisará mais passar por nada disso.

Ela nada respondeu, apenas olhou para o chão. Eu também não disse mais nada. Comecei a tirar minha roupa. Normalmente deitava apenas de cueca, mas achei melhor colocar um short. Esme também se trocou e colocou a camisola vermelha que eu tanto amava. Ela estava me provocando. Deixaria que pensasse que não haveria troco. Fomos os três escovar os dentes. Assim que terminamos, eu e Esme logo nos deitamos. Sophie ficou parada na porta do banheiro.

– O que foi, florzinha? Venha logo. – Esme chamou.

– T-tem certeza de que não atrapalho? – ela perguntou, sem graça de novo.

– Anda logo, garota! – disse.

Ela veio andando a passos humanos e se deitou ao lado de Esme. Confesso, fiquei enciumado.

– De jeito nenhum! No meio. – insisti, fazendo Esme rir.

Sophie, a muito contra gosta, deitou-se entre Esme e eu. Passei meu braço por cima dela, como se abraçasse tanto ela como minha esposa. Senti que ela ficou ainda mais acuada, mas não me importei. Queria que ela se sentisse segura. Que ela soubesse que em meus braços não precisava ter medo de nada.

– Carlisle. – Sophie me chamou.

– Sim?

– P-posso te perguntar uma coisa?

– Diga.

– Eu p-posso me autopunir ou v-você... – a interrompi.

– Sim, eu vou te bater. E não, você não pode se autopunir. – respondi calmamente.

Ela não falou mais nada, mas senti que ela ficou mais relaxada. Achei aquilo estranho. Provavelmente ela era mais cruel consigo mesma do que esperava que eu fosse. Por um lado aquilo me deixou mais seguro. Se ela confiava que eu não ia machucá-la, já era um grande passo. Mas eu sabia que provavelmente seria extremamente complicado discipliná-la. Afinal, ela poderia entrar em desespero, inconscientemente, achando que eu iria espancá-la, como o pai dela fazia. Só saberia na hora. Já havia decidido deixar isso para o dia seguinte, quando eu retornasse do hospital. O dia já tinha sido desgastante o suficiente, tanto para ela como para mim.

Fiquei por um tempo calado, fingindo dormir. Queria ver como Sophie reagiria. Esme já estava dormindo. Sophie ainda estava acordada. Se ela demorasse mais para dormir, teria que pensar em alguma forma de tranquilizá-la. Mas para minha surpresa, ela se virou para o meu lado e deitou sobre o meu peito. Senti algumas gotas de veneno me molhando. Ela estava chorando? Abri meus olhos e acariciei seus cabelos, mas antes que pudesse falar alguma coisa, ela me surpreendeu novamente.

– Boa noite... Pai. – ela disse e fechou os olhos.

Sorri e continuei acariciando seus cabelos. Pouco tempo depois, para o meu alívio, ela dormiu. Acabei dormindo também.

Acordei no dia seguinte. Já estava acostumado a acordar naquele horário. Olhei para o lado e vi Sophie abraçada com Esme, as duas dormindo tranquilamente. Sorri. Levantei-me com cuidado para não acordá-las. Tinha que me arrumar para ir para o hospital. Não queria me atrasar, pois pretendia chegar mais cedo. Fora que tinha planos para tirar alguns dias de folga. Não demorei muito e já estava pronto. Precisava apenas tomar um pouco de sangue e poderia sair. Desci para a cozinha, tirei um pacote de sangue da geladeira e coloquei para esquentar. Fui até a porta da casa, enquanto o sangue esquentava, e abri para pegar o jornal. Voltei para a cozinha e o sangue já estava na temperatura ideal. Coloquei em uma xícara e sentei-me em minha habitual cadeira. Antes de começar a ler o jornal, algo me chamou a atenção em cima da mesa. Era um bilhete.

“Saí para espairecer.

Rose”

Continua...


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Notas finais do capítulo

Yoo pessoitas...

Tá aí mais um cap XD!! Sorry, senti q esse foi meio embromation, mas eu precisava dele XD!! Digamos q ele é meio q a transição XD!! Não... O próximo cap não é a surra da Sophie XD!! Antes dele eu preciso, finalmente, fazerem com q vcs odeiem a Rose... hauhauahauahauahauaau XD!! Gente, caso vcs pensem, eu non odeio a Rose XD!!! Na verdade é uma das minhas personagens preferidas XD!! Mas eu tenho o péssimo hábito de sacanear com personagens q eu gosto... huahuahauahauahauahau XD!! Mas podem esperar, prometo non decepcionar XD!!
Obrigada a todos q estão acompanhando XD!! Estou fazendo o máximo para agradar vcs ^^
Até o próximo cap o/



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