– Você disse que tinha uma ideia do que tinha naquele ovo – disse Hermione a Harry, uma noite no salão comunal

– Só preciso dar uns retoques – respondeu Harry aborrecido

– Já tem alguma ideia? – perguntou Anthony a Harry, depois que Hermione foi se deitar

– Tenho sim – respondeu

– O que é? – perguntou curioso

– Vão roubar algo de mim – começou – vai estar escondido no fundo do lago negro e terei uma hora para achar

– Como vai respirar? – perguntou confuso

– Eu não sei – respondeu

Os dias iam passando e a segunda tarefa se aproximava cada vez mais, Anthony estava ajudando Harry a procurar algo para conseguir respirar debaixo d’agua.

– Claro, a solução ideal seria você se transfigurar em submarino ou outra coisa assim – disse Hermione, certo dia na biblioteca – se ao menos já tivéssemos dado transformações em seres humanos! Mas acho que só vamos ter essa matéria no sexto ano, e o resultado pode ser catastrófico se a pessoa não soubesse o que estava fazendo.

– É, acho que não vou querer sair por ai com um periscópio saindo da cabeça – disse Harry – imagino que sempre é possível atacar alguém na frente de Moody e, quem sabe ele fizesse isso por mim

– Mas seria engraçado Harry – disse Anthony sorrindo e apontando a própria cabeça – você teria um terceiro olho

– Verdade – concordou Rony sorrindo e os três garotos começaram a gargalhar.

– Vocês estão se divertindo? – repreendeu Mione – mas imagino que temos que descobrir como fazer para o Harry não morrer lá em baixo. Acho que Moody não iria deixar você escolher no que se transformar. Acho que sua melhor chance é usando um feitiço.

Então os quatro voltaram a enterrar suas mentes nos livros empoeirados, a procura de um feitiço que permitisse respirar debaixo d’agua.

Mas embora passassem as horas do almoço, noites e fins de semana inteiros procurando, Anthony ter pedido permissão escrita para usar a sessão reservada e terem pedido a ajuda a bibliotecária, os garotos não acharam nada que ajudasse Harry

Anthony ficava cada vez mais nervoso com a chegada da segunda tarefa, como se fosse ele que a realizaria, mas verdade era que havia se afeiçoado a Harry e agora se preocupava com ele, não sabia porque, mas sabia que não suportaria vê-lo machucado.

Faltando apenas dois dias para a prova, Anthony percebeu que Harry não estava comendo direito, e a única coisa que o fez sorrir por um momento foi a chegada de uma carta de Sirius na segunda feira de manhã.

– Sirius? – perguntou Anthony apontando o pergaminho

– Sim – respondeu Harry – quer saber quando é a próxima visita a Hogsmeade

– Sem ser esse, o próximo fim de semana – respondeu Hermione

Harry escreveu a resposta no pergaminho e despachou a coruja de volta.

– Anthony – chamou Hermione – nunca te pedi para de alistar no F.A.L.E. não é? Você quer?

– Vai começar de novo Mione? – perguntou Rony arqueando a sobrancelha

– Do que se trata? – perguntou Anthony tomando um gole de suco de abobora.

– Fundação de Apoio a Libertação dos Elfos – disse Hermione muito orgulhosa de si – elfos domésticos precisam de condições de trabalho decentes e salários

– Você está absolutamente – ele tomou mais um gole de suco – certa! – exclamou Anthony, Hermione sorriu felicíssima.

– Como assim? – perguntou Rony pasmo

– Elfos domésticos são muitos incompreendidos, são maltratados, massacrados e humilhados – disse Anthony entusiasmado – passei as férias na casa de um colega da Durmstrang uma vez e a família dele tinha dois elfos, foi como se eu estivesse voltado ao tempo da escravidão, foi horrível!

– Viu! – exclamou Hermione olhando Rony – ele entendeu

– Como me alisto? – perguntou Anthony

– Assine aqui – disse Hermione sorrindo de orelha a orelha, tirando um rolo de pergaminho da mochila – o distintivo custa dois sicles

– Ok – Anthony pegou dois sicles e entregou a Hermione, que lhe entregou um distintivo, que ele prendeu bem visível em sua vestes.

Hermione passou o resto do café da manhã admirando o distintivo do F.A.L.E. preso nas vestes de Anthony, visível a todos.

Na noite que antecedeu a segunda tarefa, Anthony estava sentado atrás de um enorme pilha de livros, examinando todos exaustivamente.

– Acho que não é possível – disse Rony fechando outro livro – Não tem nada, nadinha. O mais próximo que chegamos foi aquele feitiço secante, mas nunca conseguiria secar o lago.

– Tem que haver alguma coisa – disse Hermione zangada e folheando o livro feitiços e encantos caídos no ouvido – nunca teriam proposto uma tarefa impossível.

– Pois propuseram – disse Rony – Harry, amanhã vá até o lago, meta a cabeça dentro dele e grite para os sereianos devolverem o que roubaram.

– Existe uma maneira de fazer – disse Hermione zangada – simplesmente tem que existir

– Eu sei o que devia ter feito – disse Harry, descansando a cabeça sobre o livro Truques marotos para marotos de truz – eu devia ter aprendido a virar um animago, como Sirius

– É muito mais difícil do que parece – murmurou Anthony concentrado no livro.

– Como sabe? – perguntou Hermione desconfiada

– Por que quando eu... – ele tirou os olhos do livro chocado, o que estava fazendo? – esquece

– Você é um animago? – perguntou Rony pasmo

– Não importa – respondeu misterioso e se escondendo atrás do livro

– Você é? – perguntou Hermione

– Vou procurar mais livros – ele se levantou rapidamente para não ter que responder aquelas perguntas.

Ele saiu pelas várias estantes, quase contara o seu maior segredo, na verdade ele era um animago ilegal, mas nunca teve motivos suficientemente bom para se transformar.

Ele voltou onde estavam os três com uma pilha de livros, mas só encontrou Harry.

– Onde estão Rony e Mione? – perguntou depositando os livros em cima da mesa

– Fred e Jorge disseram que McGonagall queria vê-los – respondeu Harry sem emoção – será que vão se encrencar por terem me ajudado?

– Não – respondeu Anthony – se fosse isso teria me chamado também

– Tem razão – respondeu e começou a folhear os novos livros que Anthony trouxera

La pelas oito horas Madame Pince apagou as luzes e apareceu para expulsa-los. Os dois saíram da biblioteca carregando o máximo de livros que aguentavam. Chegando a sala comunal da Grifinória, eles empurraram uma mesa mais para o canto e continuaram a procurar, mas no caso de Anthony o cansaço o venceu e ele acabou dormindo sobre os livros.

Acordou no dia seguinte com alguém o cutucando

– Acorda – dizia a pessoa

– Não acordar pai – murmurou Anthony ainda dormindo – mais cinco minutos

– A segunda tarefa vai começar em meia hora, levanta

Anthony abriu os olhos e viu a claridade invadir sua visão, olhou ao redor e não viu Harry, viu um bilhete sobre os livros ao seu lado.

Voltei para a biblioteca, não quis te acordar

Harry

– Vamos? – perguntou Peter ao seu lado

– Onde? – perguntou sonolento

– A segunda tarefa vai começar em meia hora

– Vai é? – perguntou se espreguiçando

– Sim – respondeu sorrindo – vamos?

– Ah, ok

Anthony atravessava os jardins em companhia de Peter e Megan, encontrou Isabelle sentada nas arquibancadas, e se sentou ao lado da garota.

Já eram nove e vinte e Harry ainda não havia chegado, será que tinha fugido?

Perto das nove e meia, Anthony viu Harry correndo por entre a multidão e indo em direção a onde estavam os campeões.

Logo Ludo Bagman começou a narrar:

– Bem, os nossos campeões estão prontos para a segunda tarefa, que começara quando eu apitar. Eles tem uma hora para recuperar o que foi tirado deles. Então, quando eu contar três, Um... Dois... Três!

Anthony viu Harry descalçar os sapatos e as meias e colocar algo na boca, antes de pular no lago. Por um momento Anthony pensou que Harry iria morrer de hipotermia, mas de repente pulou direto no lago. Ele sumira por um minuto, depois reapareceu com uma cambalhota no ar que Anthony vibrou.

Foi uma hora torturante para Anthony, Isabelle tentava tirar a atenção dele da agua, mas era inútil. Cada cabeça que surgia na agua fazia o coração de Anthony dar um pulo, mas nunca era Harry.

Quando finalmente o garoto reapareceu em meio as aguas negras do lago, Anthony foi o primeiro a gritar e o último a parar. Se sentia muito feliz por Harry estar bem.

Ele esperou, tomado por ansiedade, as notas dos juízes, e no momento que anunciaram que Harry havia ganhado notas maiores por sua excelente fibra moral, abraçou e beijou Isabelle tantas vezes que a garota começou a ficar assustada. Estava muito curioso para saber como Harry havia conseguido, mas estava ainda mais feliz por ele ter saído ileso.