Fiquei esperando Alice entrar e sair do prédio, preferindo esperar no carro mesmo. Seria bom para Alice, pelo menos cinco minutos, sozinha com o irmão. A chuva caia impaciente pela cidade e os poucos relâmpagos iluminavam o céu, eu sempre fui apaixonada pelas diferentes formas que o céu tinha e suas mudanças repentinas. Distraída, me assustei quando Alice abriu a porta do carro e entrou rapidamente. Não demorou muito para chegar em casa, apenas desmontei na cama, com aquele clima chuvoso e que dava vontade de só ficar na cama.

Na manha do dia seguinte fora cansativo, procurar emprego e distribuir currículos eram mais cansativos do que trabalhar pegando pesado. Tentei tomar um banho relaxante, mais não deu muito certo, as dores nas solas dos pés estavam do mesmo jeito. Me ajeitando no sofá, com um moletom e aproveitando um bom vinho, os canais da TV passam cada vez mais rápido, parando sem querer em um canal de lutas, fazendo minha cabeça voar diretamente ao irmão de Alice.

...

Não sei que horas dormi, só sei que era de dia quando acordei com a insistência do meu celular. Olhei pelo identificador de chamadas era Alice, mais que merda, Alice me ligando a esse horário.

– Droga Bella, custa atender mais rápido?

– Droga digo eu Alice, preciso dormir – bufo, me ajeitando no sofá.

– Bella, preciso que você me ajude. Meu irmão não está muito bem, ele esta com dores muito forte nas costas. O medico da equipe na cidade, você poderia vim ate aqui ? – jogando tudo de uma vez só para cima de mim.

– Alice eu não sou médica, só fisioterapeuta

– Por favor – desliguei o telefone com o endereço do mesmo hotel que fui com ela no outro dia, não me dei ao trabalho de me arrumar muito, estava exausta e com vontade de voltar ao meu sofá quentinho. O taxi não demorou e Alice logo me liberou para subir para o quarto. Quando cheguei, percebi que metade do ultimo andar estava reservado para ele e que Alice estava atrás da porta conversando com Jasper e com outras duas pessoas.

– Bella ainda bem que você chegou – ela puxou meu braço contudo, me fazendo ficar com vergonha das outras pessoas ao redor – esses são Leah e Mike – apontou para uma mulher e um homem de meia idade que se encontravam ao lado de Jasper – Jasper você já conhece!

– olá gente – eles sorriram preocupados, -como posso ajudar vocês ?

– Bom Isabella, Alice disse que você e especialista em lesões, como temos medo disso vazar aos patrocinadores ou algo do tipo, contamos com a sua descrição. Queremos saber se tem alguma coisa de errado com Edward, ele está reclamando de fortes dores nas costas – assenti com a cabeça e ele me levou ate o quarto onde Edward estava deitado.

– Eu disse para Alice e para você que não precisavam se preocupar – disse Edward em direção a Jasper.

– Mais eu estou aqui agora não é mesmo? – disse me intrometendo, já estava com sono cada vez mais – por favor deite de bruços Senhor Mason.

Ele se deitou e logo depois pedi para me mostrar onde doía. Por sinal, como o esperado – para sorte de todos -, não era nada com alguns nós nas costas.

Suas costas davam, pelo menos, duas da minha. Eram largas e fortes, era extasiante tocar cada músculo da pele dele e não admirar. Era difícil manter um corpo daquele, cada vez que tocava, era difícil de soltar, fazendo durar mais do que o necessário. Ele tinha uma forma de ser incrivelmente bonito de qualquer jeito.

– Obrigado Bella, posso te chamar assim ? Alice sempre fala de você assim, que na verdade não sei seu nome, me desculpe – ele sorri de lado, que homem lindo. Tenho que parar de ter essas reações, parece que eu nunca vi um homem bonito – como esse não – e como sempre, minha consciência me traindo.

– Pode sim, prefiro assim –sorrio sem graça – acho...

– Você...- falamos juntos e sorrimos – você esta trabalhando ? – ele continua falando, como se tivesse algum interesse com essa posição.

– No momento não, estou procurando, mais como sempre é difícil para uma recém formada –sorrio sem graça para ele que ao tempo todo esta com o sorriso no rosto – bom, eu vou indo. O que você precisar pode me chamar – Ia saindo do quarto, quando o escuto me chamar.

– Você não me disse seu nome!- sorri e então respondi.
– Me chamo Isabella- Sai do quarto o deixando deitado e relaxado na cama. Jasper não me deixou sair de lá antes que tivesse me dado uma boa quantidade de dinheiro, a qual briguei inúmeras vezes até o próprio Edward sair do quarto e me dizer para aceitar. Eu não resisto aquele monte de músculos.

Já era de dia, aproveitei e tomei um pouco de café, não dormiria mais, então decidi fazer minha corrida matinal pelas ruas. O que eu mais gostava era de ver o movimento da agitada cidade, gostava de ver gente e isso tornava a caminhada mais do que saudável. Quando cheguei na portaria do meu prédio, aproveitei para checar as correspondências, tendo cada vez mais contas e mais contas.

– Senhorita Bella, deixaram esse embrulho aqui na portaria para você – minha atenção foi voltada a uma caixa de tamanho médio.

– Obrigado Martin – ele era o porteiro e uma das únicas pessoas que eu conversava no prédio. As pessoas daqui nunca olhavam uma para a cara da outra e se olhavam era como se te olharem de cima em baixo.

A caixa não tinha nenhuma pista de quem a tinha mandado, esperei chegar ao meu apartamento para poder abri-la, não sabia o que tinha dentro, então mesmo minha curiosidade sendo imensa eu não sabia o que esperar. Abri a caixa e para minha surpresa, havia um envelope, com um cartão e um número de celular e um ingresso para a luta que aconteceria hoje à noite.

Como minha curiosidade era bem maior do que a vontade de ignorar e simplesmente fingir que não existia caixa nenhuma e dar o ingresso a alguém, peguei meu celular e disquei o numero desconhecido, de Alice não era, tinha certeza.

– Alo?

– Olá, aqui é Isabella, me mandaram um cartão com o seu número.

– Pensei que não ligaria nunca.

– Quem está falando?

– Aqui é o irmão de Alice, o Edward – eu não estava acreditando que ele estava me ligando. O entusiasmo logo foi embora, lembrando que ele poderia estar com algum problema e o medico não ter chegado ainda.

– Algum problema Edward? Voltou a sentir dor nos ombros? – ele riu baixinho e logo voltou a falar, ignorando minhas perguntas.

– Queria você na luta de hoje à noite, você poderia ir? Queria conversar com você depois da luta.

– Eu não sei... – era difícil pensar em qualquer coisa quando se falava com Edward, ate mesmo por telefone.

– Eu te espero lá Isabella.

Então ele desligou o telefone na minha cara. Ainda eram 5 horas da tarde, a luta começava as 10h , eu ainda tinha tempo de decidir se ia ou não.