Get Jinxed escrita por Stargaryen


Capítulo 5
Divergência




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Vi e Caitlyn olhavam pela janela. Elas estavam atordoadas. As pessoas gritavam lá em baixo enquanto a poeira subia. Caitlyn só voltou a si quando Vi puxou suas chaves de seu cinto.
– Vá cuidar disso, vou dar um jeito no seu rifle.
– Mas...
– Vá, Caitlyn!
Caitlyn saiu aos tropeços. Ela levou a mão à cabeça para ajustar a cartola, mas lembrou-se que não estava usando. Vi deu um sorriso de lado e a seguiu. Quando saíram do prédio, a cena era terrível. Pessoas ensaguentadas no chão imploravam por socorro, algumas mulheres gritavam por seus filhos, uma outra estava desolada ao lado do corpo de uma criança, homens traziam mais e mais pessoas feridas. Caitlyn estava tomada pelo terror. Vi lhe deu um empurrão de leve, como se dissesse para ela ir em frente. Nunca havia visto a xerife sem saber o que fazer. Caitlyn engoliu em seco e correu até o centro da confusão. Vi tomou o sentido oposto.
A casa de Caitlyn era próxima ao quartel. Seu pai devia estar lá. Vi tentou fazer o menor barulho possível, pois ainda era cedo e ele deveria estar dormindo.
– Cait? – Uma voz surgiu da cozinha. Estava carregada de preocupação.
– É a Vi.
– Onde está Cait?
– Tentando resolver a explosão que ocorreu agora.
– Ela não dormiu em casa, está tudo bem com ela? Ela está ferida?
– Não, está tudo bem com ela. Fisicamente.
Ele se sentou, aliviado.
– Temia que ele estivesse machucada. Caitlyn nunca passou uma noite fora sem avisar.
Vi pousou a mão gentilmente no ombro do senhor e se abaixou.
– Acho que ela passará o dia fora. Talvez, nem mesmo volte à noite. Não se preocupe com ela. Caitlyn é boa no que faz. Ela estará bem.
– Acredito em você. Obrigada por avisar, Vi. Mas, o que faz aqui?
– Vim buscar o rifle.
– Ah, sim. O quarto dela é o último do corredor. Está do lado da porta.
Vi assentiu e foi até o quarto. O rifle estava totalmente danificado. Seria interessante ouvir a história por trás desse estrago. Ela juntou todas as partes e foi correndo para o quartel. Jayce passou correndo e trombou com ela na entrada. Orianna apareceu logo atrás.
– Desculpe-me, Vi. Estou indo encontrar com Cait e Ezreal. Você estava na confusão?
– Olhe, Jayce, eu despachei Cait e fui buscar o rifle. Fora isso, só vi o prédio caindo.
Jayce coçou a cabeça.
– Sinto que isso só vai piorar. Mas, enfim, estou indo com Orianna e não tem ninguém aqui, você vai sair?
– Não. Acho que esse rifle vai me dar trabalho. Se precisarem de mim, só me chamarem que eu apareço lá e quebro a cara de quem encher o saco.
Jayce riu. Orianna fez um barulho que talvez fosse uma risada. Ou ela só estava "Oriando", como diria Vi.
– Até mais tarde, Vi.
– Boa sorte para vocês.
Vi fechou as portas e foi direto para a oficina. Ela colocou o rifle sobre a mesa e se jogou em sua cadeira. Suas mãos trabalhavam nervosamente. Ela ouvia as explosões e ficou com raiva. Queria estar lá, ajudando. Se fosse mesmo Jinx, Vi destruiria aquele sorriso idiota dela. Se queria chamar atenção, poderia fazer qualquer outra coisa, mas ela já estava ferindo as pessoas. E matando. Uma peça caiu de sua mão e ela xingou. Já estava difícil consertar e essa porcaria ainda ficava caindo! Olhou no relógio da parede e notou que estava ali há horas. Já estava morrendo de fome, mas não podia perder tempo. Caitlyn precisava do rifle.
Silêncio.
Tudo se acalmou de repente. O silêncio se seguiu por muito tempo, até que um barulho na porta assustou Vi e a mesma peça caiu. Agora, ela xingou com vontade.
– Lave essa boca, Vi – Caitlyn abriu a porta da oficina.
– Você me assustou!
– Desculpe.
Vi levantou os olhos e viu uma bandeja com cupcakes e dois copos de suco. Caitlyn estava apoiada em uma das mãos. Ela estava quase dormindo.
– Está aqui há muito tempo?
– Não muito. Lá fora finalmente acalmou, disse para os meninos virem comer. Estão na mesma situação que nós, na questão de fome. E sono.
Vi pegou um dos bolinhos e o mordeu.
– Você pode ser chata, Chapeuzinho, mas faz uns cupcakes como ninguém.
Caitlyn riu baixo e também pegou um.
– Não sei se encaro como elogio.
Elas comeram em silêncio. Aquilo era constrangedor. Vi estava com medo de encarar Caitlyn nos olhos. Sabia que aquele papo de "Jinxed" não havia a enganado. Ela era muito esperta.
– Seu pai...Ele estava preocupado.
– Eu sei. Sou um exemplo como filha, né?
– Pelo menos ele entende – Vi encaixou a lente no lugar e tomou mais um pouco do suco.
– Eu estou exausta, Vi.
Vi levantou os olhos. Caitlyn suspirou.
– O que aconteceu lá fora?
– Estão me cobrando muito. Acham que é só dizer, "ei, você, pare já com essa gracinha!" que tudo se resolve. – Ela passou a mão pelos cabelos, agora soltos, e bufou. – Disseram que não sou boa como antes.
Vi revirou os olhos e testou a mira a laser, que raramente tinha utilidade para Caitlyn, na testa da mesma. Estava funcionando outra vez.
– Você sabe que não é verdade.
– Talvez seja.
– Ah, qual é, Cupcake! Você não vai ganhar todas as lutas na vida. E não é porque perdeu uma que você se tornou um lixo.
Caitlyn suspirou outra vez e deitou a cabeça nos braços. Ela estava de olhos fechados. Vi colocou outro cupcake na boca e recarregou o rifle. Estava tudo na mais perfeita ordem.
– Você tem algo para me contar – Resmungou Caitlyn.
– Eu?
– Não vejo mais ninguém aqui.
– Você também não me contou tudo sobre o encontro.
– Eu sei.
Vi cruzou as pernas na cadeira e voltou o rifle para a mesa. Ela terminou de comer enquanto encarava Caitlyn. Ela mantinha os olhos fechados. Parecia uma criança dormindo. Quem olhasse, até pensava que era uma pessoa agradável.
Brincadeira, Vi gostava um pouco dela. E até concluiu que não tinha motivos para esconder nada dela.
– Jinx era minha parceira. Ela dizia que vinha de Jinxed, pois era a maldição dos lugares.
– Uau – Caitlyn resmungou outra vez. Vi riu, pois teve a mesma reação. – Por que você estava sozinha quando te encontrei?
– Ela me abandonou. Lembra da história das manoplas? Foi nesse dia. Ela disse que eu era uma vergonha. E é só.
Caitlyn levantou a cabeça.
– Você conhece bem as armas dela, então.
– Eu as fiz.
– Diga-me que está mentindo.
– Gostaria.
Caitlyn mordeu o lábio e escondeu o rosto nos braços outra vez.
– Sua vez – Vi a cutucou.
– Ela quer te encontrar, mas não falei que você tinha que estar sozinha. Disse que queria ver se você é tão valentona assim ou se se esconde atrás de um cachorro.
– No caso, você.
– Sim. Assim como eu me escondo atrás de um rifle.
Vi deu um soco na mesa.
– Se for ela, eu juro que vou socá-la. Se não for, vou socá-la também. Ninguém fala desaforos para você! Ninguém além de mim.
Caitlyn sorriu e se levantou. Ela colocou os dois copos vazios na bandeja e pegou suas chaves na mesa.
– Vá descansar enquanto temos sossego. Você não gostará de estar com sono quando ela voltar.
– Uh...Cait?
Caitlyn se virou. Vi estava de pé.
– Sim?
– E...E tem alguma chance de vocês perdoarem Jinx como me perdoaram? Quero dizer, ela pode se arrepender.
– Não.
– Por que?!
– Ela não vai querer.
– Você não sabe nada!
– Ela é louca, Vi. Mesmo se fosse o caso, eu nunca a perdoaria. Nunca. Ela está acabando com minha cidade. Está mexendo diretamente com meus companheiros. Ela me humilhou.
– Ela pode se arrepender!
– Não, Vi. Ela não quer perdão. E, já avisando, você não vai encontrá-la sozinha.
– Quem você pensa que é? – Vi gritou. Ela estava apoiada na mesa.
Caitlyn lembrou-se da garota perguntando o mesmo. Ela olhou para o chão.
– Ela quer matar você.
– Você não sabe nada sobre ela!
– Muito menos você.
Vi cerrou os punhos e passou por Caitlyn, quase jogando-a no chão. Ela bateu a porta ao sair. Vi era muito teimosa. Não aceitaria nunca que está errada. E, para Vi, Caitlyn era muito rancorosa. E muito desconfiada. Todo mundo já teve uma fase rebelde na vida, certo? Jinx poderia se arrepender. Todo mundo pode. Ela sabia que Jinx a escutaria.
E, assim, ela teria sua irmã de volta.


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Notas finais do capítulo

Podem me matar, eu deixo fklsfkdlk Gente, desculpa de novo pela demora, eu mudei o capítulo todinho, tanto que ele nem será mais o último. Enfim, espero que gostem dele :3



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