'O Sole Mio escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 20
Primeiro o trabalho, depois a diversão


Notas iniciais do capítulo

Gente eu sei que faz muito, muito tempo que eu postei, mas a vida estava dificíl até essa semana, e a a coisa ainda não melhorou completamente.
Vou deixar um recadinho: Andei rearrumando os capítulos, e farei isso de dez em dez, porque para mim fica muito mais simples postar em pedaços, mas eles estão completos., mas prefiro juntá-los e por isso vou fazer como posso.
Quero agradecer a todos que ainda acompanham a fic e leitores fantasmas, falem comigo!



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– Isso merece um brinde! - Pietra se manifestou animadamente depois de ouvir o melhor resumo que Emma pode fazer do que acontecera nas últimas horas. - Vamos sair está noite, não meninas? - Perguntou com um sorriso que não superava apenas o de nossa protagonista, mas que se mostrava mais animada que uma criança em uma manhã de natal. - Disse que você iria ficar! Raoul nunca foi tão mau com ninguém, não seria agora que ele resolveria que você merece tudo o que ele não descontou na vida. Obrigada, mio Dio, por mostrar que ainda há esperança para o meu irmão mal humorado! - Brincou Pietra juntando as mão e olhando para o teto

– Vamos, Emma. Pietra pode achar algum cara bonitinho para você. - Disse cômica, Francesca havia a abraçado com força ao ouvir que Raoul havia voltado atrás em seu discurso obtuso e rude; quanto a Emma permanecer junto aos Mantovani, era uma notícia estupenda já que era um fato muito claro a todos que as três tinham adquirido uma ligação especial, como se o destino assim tivesse determinado, uma amizade que não se acabaria com o fim da estadia da pequena moça de cabelos cor de chocolate e olhos límpidos mas perspicazes; porém era claro para Emma que aquele brilho nos olhos das irmãs significavam algo mais, um orgulho próprio pela atitude do irmão.

– Não posso. - Emma respondeu mesmo sabendo que não bastaria isso para que elas parassem de insistir. - Vocês não sabem o quanto eu gostaria de ir farrear com vocês, - Dado que talvez decepcionasse Francesca e sua irmã, já que ela não tinha nenhuma disposição para beber e dançar com estranhos naquela noite por mais alegre que estivesse - mas eu realmente preciso fazer este relatório, ou não terá adiantado nada ter lutado por essa pesquisa.

– Você encarou meu irmão, acho que isso merece mais crédito do que tudo, você foi a primeira de fora da família a realmente confrontá-lo. - Francesca respondeu amena depois de se apiedar da careta que Emma fez. - Mas nós ainda vamos sair beber independente de que horas você acabe esse trabalho!

– Pode demorar... - Emma fez uma careta a contragosto. - Não podemos beber por aqui? Vocês são donos de uma vinícola!

– Por mais que eu prefira uma boa vodca no momento, podemos nos contentar com vinho. - Pietra disse com deboche e ainda mantendo seu sorriso. - Então vamos vamos, srta. historiadora, você tem muito o que fazer e nós muitas garrafas para beber.

– Você fala como se fosse tão cansativo como escrever uma tese de mestrado, parece que não acaba mais! - Emma choramingou pela primeira vez na frente de alguém que não fosse sua avó, quando esta ligara na semana passada.

– Eu ainda desconheço como você encontra tanta força de vontade, você nunca reclama nem procrastina uma frase. - Pietra disse alcançando as taxas na vidraria da cozinha, uma peça antiga de madeira nobre e com alguns detalhes rebuscados nas arestas, mas já um pouco desgastados.

– Eu procrastino, só não gosto de admitir isso. - Emma suspirou encarando o rascunho qie Raoul tinha lhe devolvido naquela tarde, com marcas de correção pelas páginas, feitas pelo seu próprio inquisitor de meio dia atrás. - É como uma fraqueza, mesmo que todos tenham, ninguém vai querer admitir que... - Continuou respondendo a indagação silenciosa de Pietra. - Então eu não admito e finjo que nenhuma sobrecarga e suficiente para me desestabilizar. Querer muito uma coisa também ajuda.

– E você quer muito um mestrado na Universidade de Florença. - Francesca pareceu apiedada, como se compartilhasse de um grande sonho também.

– Eu sonho com isso desde que decidi fazer História, poder estudar onde Artes vale algo mais que um olhar piedoso é fantástico. Melhor que isso eu só poderia pedir um emprego no Louvre, ou no museu do Prada. - Emma sorriu para ambas, esperançosa e novamente animada para terminar aquele simples - se comparado a tudo que ela tinha feito nas últimas semanas - relatório.

Se concentrando no que precisava fazer, Emma abriu um arquivo em branco e começou a rever os folhetos que ela havia guardado da visita, não eram muito úteis, mas continham dados que ela teria precisado pesquisar para complementar. Mas lhe faltava uma opinião, o que ela notara de importante sobre o Giardino Bardini havia sido menos do que teria se não tivesse que desatrelar as impressões causadas pelo turbilhão de sentimentos que tentava conter naquela tarde. Seria um desafio, mas não o primeiro que ela enfrentara.

" Não se pode mencionar este ponto turístico florentino sem fazer referência a sua beleza e designer de clara inspiração clássica, ...

A sala estava silenciosa quando Emma terminou o relatório em orgulhosas cinco páginas, a maioria dos Mantovani haviam deixado a cozinha e ido dormir, a não ser pelas irmãs mais novas - não que estas não dormissem, pois o faziam no sofá - e provavelmente a meia noite já tinha se passado a um par de horas. Por sorte a chegada do final de semana não a fazia precisar se levantar antes do almoço amanhã, estava tão cansada ao ponto de duvidar se levantaria a tempo do almoço de sábado, pensou até em deixar um recado para dona Mantovani pedindo que lhe deixasse um pouco de qualquer prato que a senhora pretendesse fazer. Porém, logo dissuadiu-se pensando em como parecia errado estrapolar o horário que todos os demais respeitavam, mesmo que se sentisse aos poucos verdadeiramente agregada a família. Um dia, porventura, viria visitá-los e traria sua avó consigo, se os Mantovani ainda a tivessem em tão boa conta.

Dormir parecia a atitude mais sensata àquela hora, mas Emma não podia ignorar as duas irmãs que ressonacam não sofá e simplesmente deixá-las dormir nas poses que estavam, e se as conhecia um pouco bem, sabia que nem Francesca, ou Pietra desistiriam de "comemorar". E prudência nunca fora sua principal qualidade, tudo que experimentou - como ir passar um mês inteiro sabendo que poderia se prolongar por mais um ano e meio caso fosse bem sucedida - vinham do qie sua mãe costumava chmar de falta de senso, mas que sua avó considerava apenas como uma coragem maior do que seus preceitos. Onde mais seu coração podia levá-la sem desistir de sua mente perspicaz?

– Achei que fossemos festejar - Emma acordou a ambas com um sorriso divertido nos lábios. - Mas eu acho que perdi a festa. Me diga pelo menos que foi divertido beber meia garrafa sem mim!

– Você finalmente acabou? - Pietra falou se esticando pelo sofá até se sentar, como se realmente fizesse tempo desde a última vez que dormira em um sofá.

– Não exatamente, mas fiz tudo o que precisava fazer por agora. – Emma deixou seu corpo escorregar até o sofá e os olhos piscarem longamente já antecipando a hora em que ela pudesse dormir sem precisar se preocupar em que horas acordar. – Estou tão cansada, poderia dormir aqui mesmo de tanta preguiça para subir as escadas.

Emma podia não fazer parte dos Mantovani propriamente dito, por mais que se sentisse acolhida como ela acolheria uma prima ou uma irmã, mas se sentia um tanto mais folgada com as regras que impôs a si mesma ao aceitar o convite da universidade. No momento só podia pensar em um pote de sorvete para comemorar antes de desabar na primeira superfície macia que encontrasse, já começava a duvidar que alguém reclamasse dela dormir no sofá apenas até ter forças para subir os três pequenos lances de escadas, talvez as meninas até a fizessem companhia já que a pouco ressonavam elas mesmas entre as almofadas – lugar não faltaria quando a sala ostentava confortavelmente três sofás igualmente macios e daquela estampa de fundo vermelho que fez com que ela pensasse que era um bom forro persa. Mas como sempre pensou em como havia alguém ali que a arrastaria para cima, Raoul a tinha persuadido a dormir na cama em vez da sala a ultima vez, porém, dessa vez ele já a muito tinha ido se deitar e provavelmente não iria acordar antes do horário comum, então dona Mantovani se depararia com Emma enroscada ali primeiro. Ignazio pelo que nossa protagonista podia dizer também seria expressivamente contra ela ficar a trabalhar até tarde como estava fazendo, exatamente como um irmão mais velho ou um tio muito próximo que Emma já tinha visto em algum romance.

Como se adivinhasse o que Emma pretendia pedir – de uma forma nem tão tímida como antes, talvez por causa do sono ou por se sentir muito confortável com Pietra e Francesca – Francesca trouxe da cozinha dois potes de sorvete Häagen-Dazs em colheres com alegria estampada que faria qualquer um esquecer o sono por um par de horas. Vinho e sorvete não era a mais convencional forma de festejar, mas resolvia muito bem a situação das três garotas, embora elas estivessem – ou apenas Emma pensasse assim – para isso, mas até sua mente parecia ter lhe dado uma pequena folga para aproveitar como devia.Tanto que não pararam até que a segunda garrafa estivesse vazia assim como as colheres no fundo dos postes vazios.

{♥♥}

Emma acordou se sentindo quase dormente, o rosto com certeza estava amassado pelo travesseiro e o relógio na cômoda já marcava onze horas, ela havia dormido de mais. Mas diferente de todas as vezes que tinha minimamente se atrasado, dessa vez, ela se espreguiçou calmamente e esperou ouvir seu estomago roncar antes de desfazer dos lençóis e procurar pelos chinelos cegamente no chão mesmo o quarto já não estando tão escuro devido ao sol que atravessava a cortina fina da janela. Tinha perdido o café da manhã, o que para Emma foi quase um pecado, porém sabia que se continuasse assim logo ela teria que encontrar calças um tamanho maior.

“Acho que é isso que a Itália faz com você, e mesmo assim Milão coleciona modelos tão magras quanto as de Paris. Sinceramente prefiro um belo pedaço de tiramissu.” Precisou pentear os cabelos antes de pensar em passar pela porta do quarto, sentia a ressaca feroz que as inumeradas taças de vinho provocaram, sua maquiagem não era mais que borrões que a água apagou facilmente, mas nem mesmo toda a maquiagem que tentasse passar agora disfarçaria a noite passada – não que Emma tenha cogitado refazer ao menos o básico, estava traçando o caminho mais rápido à cozinha nem que para pescar uma maçã da fruteira e se deliciar como cheiro do almoço que a mamma provavelmente já tinha começado.

Estranhamente se sentindo tímida pelas roupas de verão que havia experimentado usar nesse dia não fora do comum, mas tão quente quanto possível nos arredores de Florença , ela vestiu uma regata e um par de shorts curtos que Anna havia lhe dado a algum tempo antes da formatura. Por sinal, Emma não pode deixar de pensar que a tempo não recebia nem um e-mail da amiga de faculdade, talvez lhe escrevesse essa tarde.

A cozinha diferente do resto da casa estava longe de estar silenciosa e calma, as mulheres e Ignázio já trabalharam no almoço e não pareceram interessados na presença dela, mesmo que todos a tenham cumprimentado quando Emma parou na porta para admirar mais uma vez o cheiro das ervas e de qualquer comida que dona Mantovani estivesse preparando. Fez uma pequena nota mental de sempre manter um maço de temperos em sua cozinha apenas pelo gosto que aquilo lhe dava, uma pequena memoria de sua passagem pela Itália e pela vida deles.

–Emma, fazria o favor de tirar as garotas da cama? – Pediu a mamma – ou ficarão sem almoço. Mande Gianluca e Danilo deixar aquela bendita corrida na televisão e vir, o rissotto está quase pronto.

Como se fosse uma ordem Emma subiu atrás das outras com disposição de acha-las em um estado tão depredado quanto o dela mesma naquela manhã, e realmente não muito diferente dela as meninas se aprontaram enquanto Pietra já fazia o itinerário daquele sábado, animada para transformar Emma em uma boneca de maquiar pelo resto da tarde antes de pô-la em saltos altos e mostra-la como era uma “festa de verdade”. Fato que Emma tinha se esquecido completamente, o rissotto lhe parecia muito mais interessante no momento.


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Notas finais do capítulo

Espero poder postar mais regularmente, mas como estou usando o computador da escola acho que priorizarei uma revisão no que está feito, se adicionar algo prometo avisar no próximo post.
Sem foto até o momento.

Muito obrigada a todos, amo vocês! Até a próxima.