Pequeno prazer escrita por Ella


Capítulo 1
Unico


Notas iniciais do capítulo

Com carinho para todas as pessoas que tem que andar de transporte publico-não-publico em dias quentes.



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- Que calooooorrrr – uma voz reclamou pela milésima ao lado da garota. Impaciente, ela fechou o livro e olhou com cara feia para o garoto.

- Sabe, Josh, acho que as pessoas como você desprezam os pequenos prazeres da vida. – disse a loira.

- Claro, por que um grande prazer na minha vida seria derreter no banco de publico. – ironizou o moreno.

- Teoricamente, não é publico sabe. Se você tem que pagar pra usar não é publico. Por tanto o metro não é publico. Mas essa não é a questão. – argumentou a menina enquanto Josh girava os olhos.

- A questão é que eu tô torrando. – respondeu dando um sorriso que aborreceu a garota.

- Também não. A questão é que você reclama do calor, mas ele tem o seu prazer. –Se justificou arrumando o rabo de cavalo.

- Certo Helena. Vamos rever a situação: estou com o traseiro colado no assento de um transporte publico que não é publico, estou mais suado do que um porco e ao meu lado tenho a baixinha mais ´´otimista`` do planeta Terra.

- Minha vez. Tomar sorvete. – falou apontando com o queixo para um grupo de garotas seminuas. Nas mãos elas levavam casquinhas de sorvete enquanto conversavam. – No inverno não é tão satisfatório tomar sorvete quanto no verão.

- Vale lembrar que eu não estou tomando sorvete. – falou lançando a cabeça para traz.

- Mas isso não invalida meu argumento, invalida? – perguntou a menina com um sorriso convencido.

- Continue. – falou o garoto sem muito interesse.

- Aproveitando o exemplo, também tem o prazer de ser pirigueti . – falou em referencia as meninas do sorvete. – Você pode aproveitar o calor e sair de shorts-calcinha por ai. O que, é claro, deveria ser considerado poluição visual, mas é um pequeno prazer para elas.

- Só pra reforçar a parte da poluição visual, ter seus olhos ardendo por causa de uns dragões também não é nenhum prazer.

- Mas a questão é que é um pequeno prazer para elas. – retrucou a loira.

- Okay, mas eu continuo aqui. Com calor, aturando poluição visual e colado na cadeira.

- Pelo menos você esta sentado. – ela deu de ombros.

- Finalmente um argumento vantajoso para minha pessoa. –observou.

Nesse momento o metro parou numa estação, os dois saíram do transporte para a plataforma. Lotada de pessoas.

- Okay sra.Otimista. O que me diz desse mar de gente? – falou Josh enquanto se esgueiravam pela multidão.

- Antes a gente atolado aqui do que numa estação daquelas de filme de terror. –observou a garota.

-Argumento horrível.

- Eu sei, mas estou certa, não? – falou enquanto erram arrastados pelo fluxo até a saída.

- Acho que eu preferia aturar fantasmas e aberrações. – comentou o moreno de cabelos bagunçados.

- Ah certo. Desisto. – declarou a menina enquanto eram jogados rua a fora e retomavam sua caminhada pela rua. – Se quer achar que tudo é uma bota, vá em frente.

- Obrigado. – declarou o garoto.

- Mas veja pelo lado bom. – falou a garota puxando Josh para a sombra que era criada pelas construções na rua. – Sombra.

- Não precisaríamos de sombra se não estivesse um calor do inferno. – disse caminhando pela sombra.

- Não saberíamos o prazer que é andar na sombra que achamos se não estivesse esse calor dos infernos.

- Mas se não estivesse calor não iriamos precisar saber como é o prazer de andar na sombra.

- AHHHHRRRRGGGG VOCÊ É REALMENTE INSUPORTAVEL JOSH!!! – reclamou a menina.

- Muito obrigada Miss Obvio.

- Agora como tudo é tão desagradável assim e você não faz questão de usar meio neurônio pra pensar em um modo de fazer as coisas parecerem melhores, eu acho que eu vou indo. Porque obviamente devo ser parte do incomodo. – falou acelerando o passo.

- Opa, opa. – falou agarrando o pulso da menina - Até agora a melhor coisa do meu dia foi você por perto, quer mesmo deixar um pessimista infeliz? Posso começar a ouvir Demi Lovato e cortar os pulsos com gilete por sua culpa.

Helena virou de frente para ele com um sorriso, de forma que ele fosse forçado a abraça-la.

- Viu. Eu estou certa. – o sorriso de Helena transmitia toda a sua vitória. Josh arqueou a sobrancelha de modo questionador. – Eu estava certa quando disse que algumas pessoas desperdiçam os pequenos prazeres da vida. Pra você estava sendo a minha companhia, mas você estava desprezando isso.

- Toda a situação habilmente arquitetada pela maléfica mente de Helena Bates, apenas pra provar que estava certa. – falou avaliando a situação. – É bem a sua cara.

- Pra provar que estou certa de novo, um pequeno prazer nesse exato momento é você estar me abraçando mesmo que estejamos suados e morrendo de calor. – sorriu ainda mais vitoriosa.

- É, realmente um pequeno prazer antes desprezado. – falou olhando para a garota. – Literalmente pequeno. – falou em referencia a altura dela.

A garota socou o peito dele enquanto ele ria.

Outro pequeno prazer em meio a todas as coisas ruins.

Ou um grande prazer ao qual diminuímos o valor injustamente.

Mas isso é você quem sabe.


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Notas finais do capítulo

Pensei nessa historia enquanto voltava de ônibus para casa, num dia tragicamente quente. Vi duas garotas de short-calcinha tomando sorvete e por um acaso esses pensamentos começaram a me ocorrer. E por outro acaso, essas ideias se juntaram para fazer uma fic simples e curta.

Não sou muito de escrever fics assim, mas se gostou dessa talvez goste de ´´Qual é o seu café?``

E se estou com toda essa filosofia boba/importante culpe o livro que estou lendo no momento u.u


Beijon e aproveite o pequeno prazer em ler fics