Durante o silêncio, Damon sai do restaurante como pode, lutando contra a fraqueza e com a raiva dentro de si. Cansado de nadar, se deixa levar pela correnteza, até avistar Stefan prensado com um galho que o atravessara. Ele o chama, mas Stefan parece imóvel, então Damon nada para fora da correnteza e vai até Stefan. Algo que estava sendo levado pela correnteza, se enrosca em seu pé e o puxa para baixo da água. Desesperado, se debate como pote, balançando o pé e tentando se livrar de qualquer jeito. No meio da agonia toda, ele sente alguém o puxar pela gola da camisa e então pode respirar. Katherine. Ela sente algo puxando o moreno e enquanto Damon se segura em uma árvore, Katherine mergulha em busca de algo que esteja o afundando. Katherine percebe algo gosmento. Uma cobra. Mas não é uma simples cobra, é uma Sucuri gigante e pesada. Katherine volta para a superfície.

–Tem uma cobra no seu tornozelo! – Katherine grita eufórica.

–Então tira! Ela está me arrastando! – Damon se altera.

Katherine olha ao redor e pega um pedaço de galho que boiava por ali e o quebra, deixando uma parte pontiaguda. Mergulha novamente e fura várias vezes a cobra, que em determinado momento solta a perna de Damon e é levado pela correnteza. Katherine volta à superfície.

–Prontinho Sr. Salvatore.

–Onde está Dean? – Damon olha ao redor.

–Eu não sei! Você é a primeira pessoa que eu vejo desde a segunda onda...

–Eu vi Stefan, mas ele parecia meio... – Damon desvia o olhar. – Caramba! – Damon arregala os olhos.

–O que foi agora? – Katherine olha para a mesma direção, pasma. – Não me diga que isso é um tornado...

–Não é um tornado. – Damon ironiza.

–Damon!

–O que eu posso fazer?!

Elena se sente em terra firme e ao abrir os olhos, se vê em um telhado. Seu corpo todo dói e ela descobre o porquê. Uma de suas pernas está visivelmente quase preta e Elena percebe não ter força nela. Sua cabeça dói e suas costas ardem, assim como seus braços, de tanto ser surrada por coisas que a água trouxera na correnteza. Para piorar, Elena vê um tornado vindo ao longe, e berra os únicos nomes que surgem a sua cabeça.

–Damon! Stefan! – E então desaba em lágrimas.

Dean finalmente consegue se livrar da correnteza e descansar, segurando-se em uma árvore. Olhando ao seu redor, vê uma caverna de pedra, num morro próximo e encontra esperança. Ao olhar para outro lado, vê um tornado se aproximando e o mais rápido que podia, nadou em busca de pessoas para tentar mostrar-lhes o ponto aparentemente seguro.

Stefan se sente na obrigação de abrir os olhos após escutar seu nome sendo chamado e consegue responder apenas num sussurro: “Elena...”. Ao longe, Stefan vê Dean nadando freneticamente e gritando por nomes conhecidos. Ele então sobrecarrega suas forças, gritando o nome de Dean, que agora vem até ele.

–Meu Deus! Stefan! – Dean o olha pasmo. – O que eu faço?

–Puxa. – Sussurra. – Puxa com força...

Dean faz o que mandara e Stefan desaba nos braços do rapaz, que o segura firme, enquanto continua sua trajetória. Gritando. O que parece estar funcionando perfeitamente, pois no momento, está nadando na direção de Elena, que está chorando desesperadamente em cima de um telhado alto. Ao ver Dean, Elena grita pedindo ajuda, tentando mover a perna que não coopera no momento.

–Elena, o que houve com a sua perna?! – Dean está horrorizado ao dar de cara com o estado da garota.

–Eu não sei! Dói muito e eu não consigo quase mexer ela, por favor, me ajuda! – Elena se engata nos braços de Dean e percebe o corpo de Stefan somente agora - Stefan também está desmaiado? Ele está bem?

–Deve estar. – Dean olha Stefan lutando para deixar o olho aberto – Ou nem tanto...

–Pra onde você está indo afinal? – Elena tenta ajudar Dean a nadar mais rápido.

–Para uma caverna ali perto do morro... Parece seguro. Está vendo mais alguém?

–Ana! – Elena grita, fazendo sinal para a moça – Consegue nadar até aqui?

Ana então se solta de uma árvore e nada com rapidez até Dean, que a segura forte nos braços, enquanto Elena tenta levar Stefan consigo, nadando em direção à montanha, na direção contrária do vento que agora sopra fortemente. O tornado está próximo.

Damon e Katherine nadam contra o tornado, que parece já bem próximo. Barulhos ao longe de casas sendo arrancadas do chão, apavoram os dois, que nadam agora ainda mais rápido. Damon então se lembra da mulher e da criança no restaurante.

–Droga...

–O que foi? Damon? – Katherine vê o rapaz voltar a nado na direção do tornado – Damon! Volta aqui! Damon!

Damon nada rapidamente na direção do restaurante, e vê Dean, Stefan, Elena e Ana vir ao seu encontro, lutando pela sobrevivência, enquanto ele parecia estar se entregando à morte. Damon consegue escapar das mãos de Elena que tentam segurá-lo, mas é pego por Dean.

–Onde você está indo?! Temos que ir pra lá! – Dean aponta para a montanha.

–Eu tenho que voltar! – Damon diz tentando se livrar de Dean.

–Por quê?! Não tem mais nada depois de nós! Você vai ser sugado, idiota!

–Não, eu... – Damon se distrai com a onda de vento forte que chega até eles, destruindo casas, e principalmente, o restaurante, fazendo Damon se sentir incompetente e inútil. Novamente.

Damon agora nada junto com o grupo, que conseguem chegar à terra firme. Parece que desaprenderam a andar, mas todos lutam para correr até o morro. Elena cai ao chão quando tenta pisar com sua perna quase negra e agora chora. Damon ajuda a garota a se levantar, carregando-a no colo, enquanto Elena se desaba em prantos, assustada. Stefan está sendo levado por Dean, que quase tem que carrega-lo. Ana manca e deixa sua mão sob a barriga por algum motivo, e todos conseguem chegar à caverna, mas estão completamente exaustos.

–Fecha a entrada com essas pedras... Eu te ajudo. – Dean diz, enquanto Damon deita Elena no chão, perto de Stefan.

Os dois fecham como pode a entrada da caverna, ouvindo os barulhos de destroços ainda mais próximos, assustando todos. Quando o trabalho está feito, eles – assim como os outros – apenas se deitam, sentindo dores horrendas. Então Damon se lembra de Elena.

–Como está sua perna? – Damon pergunta, preocupado ao ver a dor estampada no rosto de Elena.

–Tá doendo muito... – Elena chora feito uma criança, olhando para a perna, com medo.

–Eu odeio te ver assim... Tomara que isso ajude. – Damon rasga seu próprio pulso e Elena toma seu sangue desesperadamente na intenção de fazer a dor parar.

–Tudo bem com você? – Dean analisa Ana de cima a baixo.

–Eu engoli muita água, mas estou bem...

–Meu Deus, essa água está contaminada! – Dean esfrega o rosto, com medo do futuro – Onde será que Sam está? Ele saberia o que fazer...