24. DOIS DIAS E DUAS NOITES

Bella PDV

E existe bunda mais gostosa que a do meu namorado? Pois bem, acho que não.

Após nadarmos um pouco Edward saiu para se enxugar primeiro, me dando o deslumbre da sua linda bunda redondinha. Logo após eu sai da água, ainda com um pouco de vergonha do meu corpo, mas nada que não pudesse ser superado. Claro que tudo teria sido mais fácil se meu namorado tivesse vergonha na cara e fosse educado o suficiente para virar de costas, ao invés de ficar me encarando como um bobão.

- Edward será que dá pra parar de ficar me olhando? – falei enquanto colocava uma bermuda que ele havia me emprestado.

- Oh claro! – e ele continuou olhando.

- E então?

- Certo, desculpe. É que você é realmente muito gostosa.

Não consegui conter uma risada, coloquei então a blusa de Edward – que ficou bem larga em mim – e depois voltamos para onde estavam nossas coisas. Eu queria logo sair dali, jurava ter ouvido alguma coisa vindo da mata, mas Edward disse que talvez fosse só minha imaginação, talvez pelo fato de estarmos sozinhos.

- Sabe Edward, eu acho que estou com fome – falei com a mão no estomago.

- Bem agora que você disse, eu acho que também estou, você fique aqui que eu procuro algo, tudo bem?

- Certo, mas, por favor, não demore. Odeio ficar sozinha aqui.

Ele me deu um breve selinho e então sumiu por dentro da mata. Não muito tempo depois ele reapareceu, com algumas mangas, uvas e... bananas.

- Sabe Edward, quando eu disse que comeria bananas, eu não estava falando tão sério assim.

- Bella é o que temos. É isso ou passar fome.

Acabei cedendo, afinal por um lado ele tinha razão... se não comecemos aquilo passaríamos fome. Após de comermos algumas das frutas, Edward disse ter visto alguns peixes quando estávamos na cachoeira e disse que iria até lá tentar pegar alguns, assim acenderia uma fogueira e depois faria nosso “jantar”, eu estava bem desconfiada disso, até porque não queria voltar naquela cachoeira, mas valeria a pena, eu estava sentindo que daria algumas boas risadas.

Fomos até a cachoeira e realmente, em uma parte um pouco afastada da cachoeira em si, nadavam alguns peixes, eu só gostaria de saber como Edward os pegaria, afinal não tínhamos rede, nem lanças e nem coisas do tipo. Ele acabou se virando com um galho comprido, um pouco grosso e pontudo, que na minha opinião não ajudaria em nada, mas ele continuava a dizer “Pode deixar Bella, eu sou o homem aqui e vou resolver tudo, você não vai precisar fazer nada, além de sentar e descansar essa sua bunda linda e gostosinha”. Bem eu que não iria reclamar, descansar em uma ilha e ver seu namorado gostoso sem camiseta tentando pegar alguns peixes, não é algo que se vê todos os dias, não é mesmo?

- Sente e veja só como um bom pescador age Bella – Edward disse se preparando pra pegar alguns peixes.

20 MINUTOS DEPOIS

- Edward eu acho que você deveria descansar um pouco amor!

- Não, eu sei que consigo, estou só me aquecendo – ele disse enquanto atirava o galho pontudo varias vezes bem rápidas na água e xingava alguns palavrões diversos para os peixes – Vocês acham que eu não sei que isso é uma conspiração? Vocês acham que eu não sei que vocês querem? Vocês querem me humilhar na frente da minha namorada, mas vocês não vão conseguir, sabe porquê? Porque eu sou mais esperto que vocês peixes de uma figa.

Ok! Talvez agora essa coisa de pegar peixes, esteja mexendo um pouco com a cabeça de Edward.

- Hey Edward, tudo bem ainda tem algumas frutas, nós podemos come-las. Eu realmente não me importo.

Mas ele não me ouvia, apenas continuava lá, mirando aquele galho e o jogando contra a água sem nenhum sucesso para conseguir nosso jantar. Eu não queria ferir sua masculinidade, mas eu também não estava agüentando mais o ver jogar aquele galho contra a água um milhão de vezes.

- Edward me de isso aqui – falei me levantando e indo até sua direção.

Ele não me respondeu.

- Edward me de isso aqui – falei de novo, ele me olhou de esguelha e jogou o galho mais uma vez.

- Por quê? O que você pretende fazer?

- Olhe e aprenda!

Ele me entregou o galho, eu fechei um dos meus olhos e mirei em direção aos peixes. E então 3,2,1... bam! Eu levantei o galho com um peixe espetado nele.

- O quê? Co-como... você? O quê? – coitadinho estava sem palavras.

- Eu aprendi isso no acampamento, era bem legal! – sorri entregando a ele o galho e voltando a me sentar.

Edward olhou para mim, para o galho com o peixe e depois para mim de novo. Largou tudo e saiu da água balançando a cabeça negativamente, o segui...

- Edward aonde você vai? – perguntei o alcançado.

- Dar uma volta... – ele disse pisando firme.

- Edward eu não queria ferir a sua masculinidade, mas era só um peixe. Você não precisa ficar bravo.

- Eu não estou bravo – ele disse se virando bruscamente.

Eu abafei um riso e ele bufou.

- Bebê não fica assim – eu disse tentando conter o riso.

- Bella eu realmente não estou bravo, é só que... eu odeio perder. Primeiro você achou a cachoeira e agora eu descubro que você sabe pescar? Qual vai ser sua próxima façanha? Construir um barco para podermos conseguir ir embora daqui?

- Ouuuun tadinho do gute gute. Não fica assim neném, vem cá gotosinho da Bella, eu vo te consolar – eu abracei Edward o afundando em meus seios contra sua vontade – Você não perdeu, só não conseguiu dessa vez. E eu gosto de você mesmo assim.

Perdedor.

Alice PDV

- Alice você só pode estar louca – Rose dizia enquanto andava impacientemente de um lado para o outro na piscina do hotel.

- Rose você diz como se eles fossem passar fome, morrer desidratados ou algo do tipo – falei dando de ombros.

Rose me olhou abismada.

- Não é óbvio? – ela disse sentando em uma espreguiçadeira – Emmett diga para Alice que isso é loucura.

- Alice isso é loucura – Emmett disse mal prestando atenção em nós.

- Vocês não sabem de nada seus trouxas! – eu disse mostrando a língua.

- Mas pensa na situação deles Alice. Isso é loucura. – Rose disse.

- Vem na minha que é sucesso. Relaxa que eu cuido de tudo.

- Cuida de tudo como? Os deixando uma semana afastados da civilização?

- É!

Rose apenas bufou e jogou os braços para o alto. Jacob estava se aproximando com uma garrafa de tequila na mão, e vários copos equilibrados um em cima do outro.

- Aaeeee, Emmett, trouxe mais goró!

- Jacob por tudo que é mais sagrado, diga pra Alice que é loucura deixar Bella e Edward sozinhos durante o resto das nossas férias! – Rose persistia.

Jacob deu um gole direto da garrafa se virando estupefato em minha direção.

- Mas é claro que é loucura, qual é o ser vivo que consegue sobreviver uma semana inteira sem pinga? Imagine a situação deles, deve ser agonizante ficar tanto tempo em perfeito estado de equilíbrio! – ele deu outro gole na garrafa.

- Eu simplesmente desisto – Rose disse – se algo acontecer, irá ser totalmente culpa sua, está entendido Alice?

Eu aquiesci correndo para abraçar Rose.

- Obrigada pelo apoio Jake – corri para abraçar Jacob também – mas eles não são cachaceiros como você! – falei o obvio.

- Ah então que morram!

Ok isso não foi nada legal.

Edward PDV

Depois de quase ser afogado nos seios de Bella nós voltamos para a praia, ela insistiu para que eu a deixasse pegar alguns peixes, mas aquilo já havia me irritado o suficiente e eu não queria uma briga agora, quando o melhor seria apoiarmos um ao outro. Eu sabia que tinha exagerado, que a minha birra tinha sido de criança e que nada mais justo do que Bella ser ignorante comigo também, mas a única coisa que ela soube fazer foi me encher de paparicos e às vezes zombar da minha cara. E sinceramente como eu não estava acostumado com isso era meio estranho.

- Bella será que dá para parar, por favor? É a quinta vez que você me chama de "meu gostosinho lindo, lindo" e isso está começando a me irritar – falei enquanto nos acomodávamos na areia.

- Meu gostosi... quer dizer – ela deu um pigarro – Neneim você não precisa ficar tão estressado, estamos de férias e temos que curtir, você quer que eu faça algo por você?

- Bella você diz como se eu não tivesse capacidade para fazer algo sozinho, você veio ao longo da viagem da cachoeira até aqui me perguntando se eu precisava de algo, e pela centésima vez eu digo que estou bem – tentei ser o mais claro possível.

- Não me entenda mal bombom é só que se você não tem capacidade pra pegar um peixinho de nada....

- Oh então ai está à questão, você ainda quer zombar de mim pelo o que aconteceu na cachoeira não é mesmo?

- Não é bem isso – ela disse contendo um riso.

Durante todo o percurso que fizemos enquanto Bella me paparicava – leia-se: me irritava – eu podia ouvir que ela dava alguns risinhos abafados e dizias coisas do tipo “Perdedor” ou “Quem é a mulherzinha agora” e até mesmo “Pra quem é expert em sushi ele não ta com nada”. Essa é sua recompensa quando se tem uma namorada desaforada. Eu sempre tive a maior paciência do mundo com Bella, mas era diferente, depois eu podia me esconder no meu quarto, ou então me afogar em bebida acompanhado de Jacob ou até mesmo ir desabafar com minha mãe como um garotinho assustado de nove anos. Mas agora era diferente aqui éramos só nós dois, aqui teríamos que resolver nossas diferenças e agora isso não parecia tão fácil assim.

Bella tagarelava alguma coisa sobre cozinha, alguma coisa da qual no momento – só no momento – eu realmente não estava interessado.

- Querida será que você poderia ficar quieta só um instante, minha cabeça está doendo – falei apertando meus olhos.

- Edward você está legal? Ou os peixes acabaram com a sua moral? – ela disse desabando no chão e desatando a rir.

- Bella, por favor, agora não – ela me ignorou e continuo a rir descontroladamente – Droga, será que não da pra calar a boca um instante mulher? – eu disse irritado, mas me arrependendo no exato momento.

A expressão de Bella irradiava magoa, mas foi coberta rapidamente por raiva e severidade.

- Oh senhor cabecinha, se a minha presença está te irritando é só dizer, essa ilha é bem grande e eu posso me acomodar em qualquer outro lugar.

- Bella, olha só, não foi bem isso que eu quis dizer...

- Mas é claro que não, você só quis dizer – ela frisou o dizer – que eu sou insuportável e que a minha voz te irrita.

- Oh Bella não seja exagerada, não coloque palavras em minha boca... – ele me interrompeu mais uma vez.

- Olha só que ótimo e agora além de tudo estou sendo chamada de mentirosa.

Eu queria rir de tudo aquilo, só Bella para exagerar tanto em algo, quer dizer... eu não tinha dito nada de mais, e ela fazia as coisas se parecerem terrivelmente piores do que realmente aparentavam. Eu continuava a reprimir um riso, se ela percebesse que eu estava achando graça de tudo o que ela dizia, iria aumentar mais provavelmente dizendo que eu estava rindo do nosso relacionamento e que isso pra ela era um “tapa na cara da sociedade”. Eu mereço.

Percebi que Bella tinha se afastado um pouco e pegado um galho em suas mãos, depois veio em minha direção. Oh meu Deus, será que...

- Bella anjo, eu sei que o que eu disse não te agradou, mas nós não precisamos partir pra agressividade, tudo pode ser resolvido com uma conversa apaziguada – eu disse protegendo meu rosto.

- Haha, idiota! – ela disse olhando desgostosa para mim e traçando uma longa risca na areia entre nós dois.

- O que é isso? – falei me aproximando dela, mas sendo empurrado com o galho.

- Não ultrapasse a linha entendeu?

- Por quê?

- Porque esse é o seu lado da ilha, e esse é o meu lado. Você não vai passar pra cá e eu não vou passar para ai!

- Bella pare de besteira – falei tentando me aproximar.

Ela me empurrou com o galho de novo.

- Eu não estou brincando Edward, você pra lá e eu pra cá.

Cabeça dura.

- Bella, por favor, você está fazendo uma tempestade num copo d’água, isso é besteira, não banque a zangada.

Ela arregalou os olhos por um momento. Ótimo, no mínimo eu devo ter piorado as coisas.

- Vocês está me chamando de histérica? De louca? De desinibida?

- Bella o que uma coisa tem haver com a outra?

Ela bufou em resposta.

- Não importa, o que importa é que você não deve passar dessa risca, o seu lado da ilha – ela apontou em minha direção – e o meu lado da ilha – depois apontou para si mesma.

Ótimo...

- Perfeito Isabella! Se é assim que você deseja... eu estou cansado de sempre tentar manter as coisas corretas entre nós dois, eu cansei de sustentar essa relação, você simplesmente me esgotou...

- Você está terminando comigo? – ela demonstrou ultraje.

- Tire as conclusões que quiser, eu vou até a cachoeira – me virei deixando Bella para trás.

Ouvi um sorriso presunçoso atrás de mim.

- Acho que você não vai poder ir até a cachoeira Edward – Bella disse cruzando os braços, com um sorriso de escárnio estampado no rosto.

- E por que não?

- Porque a cachoeira está do meu lado da ilha.

- E você acha que eu vou obedecer a essa sua regrinha inútil? – falei esgotado.

- Ah vai! É melhor, porque eu ainda estou armada e estou sentindo que minha TPM está próxima...

Ela disse levantando o galho pra mim.

- Ótimo, então eu não irei fornecer nenhum objeto da minha mala já que ela está do meu lado da ilha. Ah! Minhas roupas estão do seu lado da ilha, eu quero que você as devolva agora.

- Já que elas estão do meu lado da ilha, elas agora pertencem a mim – Bella disse aumentando um pouco o volume da sua voz.

- Você quer que eu vá ai arranca-las ou o quê? – falei aumentando meu tom de voz também.

- EU JÁ DISSE QUE VOCÊ NÃO PODE PASSAR DA RISCA, É O MEU LADO DA ILHA!

Ela se aproximava e ficava na ponta dos pés gritando como uma lunática.

- E EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU OBEDECER A SUAS REGRINHAS INÚTEIS – falei no mesmo nível que ela – Quer saber – retomei a calma – tanto faz, pode ficar com as roupas, até porque... – olhei para o céu, agora era minha vez de rir dela – tem uma tempestade vindo ai, é melhor você procurar um lugar para se abrigar, porque logo, logo vai escurecer e eu acho que você não vai querer entrar nessa floresta sozinha a noite não é mesmo anjo?

Me virei e sai vitorioso, até que senti algo atingir minha cabeça, olhei para trás fitando Bella acusatoriamente, ela só olhou pra mim com um sorriso inocente.

Senhor, arranje-me paciência.

Bella PDV

Uma tempestade vem vindo ai, eu não sei como vou me abrigar, Edward está chateado comigo, eu estou sozinha em uma ilha no meio do nada! Mas que vida plena e feliz não é mesmo? Pelo menos eu ainda tenho o que comer...

Fitei as frutas no chão, havia sobrado apenas uma manga e... bananas. Bufei frustrada e me sentei em uma pedra.

Após algum tempo entediada esperando a noite chegar, vi ao longe Edward puxando algo, ele estava sem camisa e com o pouco de sol que iluminava aquele fim de tarde, ele parecia estar suado e fazendo um bocado de força. Só então quando ele se aproximou mais, percebi que ele carregava um punhado de folhas de bananeiras e alguns galhos, mais parecidos com bambus, não sabia explicar exatamente. Em um impulso quase imperceptível, me vi próxima a linha que separava nossos lados da ilha e percebi que olhos verdes expressivos me fitavam com certa confusão.

- Por acaso tem algo lhe incomodando Bella? – Edward perguntou largando todo aquele matagal e galhos no chão.

Olhei para cima ainda um pouco confuso e num salto retomei minha postura com indiferença.

- Na verdade não. Eu só estava aqui me perguntando se você quer plantar uma floresta aqui na praia também, com tanto mato.

- Para a sua doce informação, eu não pretendo usar esses “matos” para esse tipo de coisa, eu simplesmente pretendo me abrigar da tempestade e você deveria fazer o mesmo, já que pelo visto as únicas coisas que você possui são: uma manga, um cacho de bananas e a minha roupa no seu corpo – ele me mediu de cima a baixo, antes de me encarar novamente – Você não vai querer pegar uma gripe forte em uma ilha onde o seu lado só tem uma cachoeira e bananas.

- Preocupado comigo Edward Cullen? – falei com um sorriso esnobe e os braços cruzados.

- Não, imagina. Eu só não quero ter que enterrar o seu corpo quando você morrer, até porque se você morrer do seu lado da ilha eu não teria como passar para ai, e então vou ter que presenciar as aves e animais do gênero devorando sua carne morta – ele disse fazendo pouco caso e se abaixando para pegar sabe-se lá Deus o que.

Soltei um gemido de frustração e me afastei.

Quem ele pensa que é? O rei do Egito? Que seus servos imáginarios irão construir uma pirâmide pra ele, com folhas de bananeiras? E que seus macacos de estimação viverão com ele feliz para sempre? Eu posso fazer um abrigo muito melhor que o dele e então vamos ver quem será devorado com aves e animais do gênero.

Eu me sentei embaixo de uma árvore próximo a onde Edward estava construindo Edwardlândia. Infelizmente era péssimo admitir que aquilo era uma perfeita visão, de um perfeito homem... Malhado ao ponto certo, com entradinhas sexys e veias que sumiam dentro da calça. 

Meu namorado – quer dizer ex... bem não sei ao certo – era gostoso pra caramba e isso era algo do qual ninguém deveria discutir. O observei por um longo tempo e realmente Edwardlândia estava indo de vento em poupa, ele trançava algumas tiras da folha de bananeira e com isso já tinha feito ao que me parecia uma parte do seu suposto abrigo. E depois de muito tempo de trabalho, já à noite Edward tinha uma cabana pequena mais aconchegante o suficiente para passar a noite. E eu? É claro que eu tratei também de me arrumar...

Eu achei dois bambus, cavei um buraco razoavelmente fundo e os coloquei um de cada lado e depois cobri com a terra para que eles não voassem, então surrupiei algumas folhas de bananeira de Edward que estavam com as pontas do meu lado da ilha... ele reclamou sobre algo como: “Por que você não sobe uma árvore e pega suas próprias folhas de bananeira?” e eu respondi algo do tipo: “Porque eu não fui criado por macacos como você”, depois disso ele não disse mais nada. E eu? Bem... eu terminei com dois bambus fincados na terra uma folha de bananeira no chão e outra enfiada nos bambus como, hum... telhado?

A tempestade já dava resquícios de sua vinda, algumas gotas grossas de água começavam a cair. Pude ver Edward ao longe entrar em seu abrigo e fechar a porta com um sorriso no rosto, provavelmente pensando: “É hoje que a Bella morre afogada”.

A tempestade havia encoberto o céu e como já estávamos no cair da noite, era impossível enxergar alguma coisa com exatidão, enquanto a chuva ainda não aumentava, eu me forcei a comer algumas bananas e tentar não pensar em como neste momento Edward deveria estar quentinho, enrolado em sua toalha e com mais variedades de frutas que ele havia pegado. Joguei a banana longe e me encolhi quando senti a chuva ficando mais forte.

Sozinha nessa ilha. Sozinha nessa ilha na chuva. Sozinha nessa ilha na chuva enquanto Edward está em total conforto sozinho também. Grande hora que eu arranjei para brigarmos.

Me encolhi quando um vento frio soprou, a chuva ficava cada vez mais forte, eu não era capaz de enxergar nada, devido ao fato de a lua estar escondida entre as nuvens e o céu além de escuro, estar coberto por nuvens extremamente negras.

Depois de mais algum tempo eu estava completamente encharcada e tremendo de frio, tentei me enrolar na folha de bananeira que eu estava sentada, mas não adiantou de muita coisa. Um vento forte veio sobre mim, levando a folha de bananeira que eu havia posto acima, nos bambus. Já estava ficando completamente insuportável ficar ali, mas eu não queria ceder, não queria dar a Edward a vitória, o gostinho de dizer “eu estava certo”, mas se eu continuar aqui realmente terei minha carne devorada por canibais ou seja lá o que tenha nessa ilha.

Enquanto eu divagava sobre ir ou não ir pedir “arrego” para Edward, um raio forte clareou o céu me dando uma maior visão da praia, o abrigo de Edward parecia intaquito, ao contrario do meu é claro. Logo então se seguiu um trovão muito forte, algo do qual não me era muito – para falar a verdade, nada – agradável. Me vi desprotegida e com medo. Era melhor me dirigir até Edward...

Segui até seu abrigo e então gritei:

- Edward! – abracei a mim mesma enquanto esperava, mas nada se seguiu – Edward! – chamei mais uma vez, mas ao que parecia ele não queria falar comigo – Edward, por favor! – implorei.

Após um milésimo de segundo, uma folha foi levantada na porta, fazendo com que só os olhos de Edward aparecessem.

- O que deseja? – ele disse com um tom cínico na voz.

Eu apenas respirei fundo e respondi me abraçando mais forte e tremendo.

- Por favor...

- Por favor o quê? – ele disse com um pouco de severidade.

- Eu estou com muito frio e você deve ter muito espaço ai dentro...

- E?

- Me deixa entrar?

Ele me olhou, o que para mim pareceu ser um longo tempo, e então disse:

- Eu irei pensar no seu caso.

Olhei com descrença para ele, ele não seria capaz de... Mas meus pensamentos foram interrompidos, quando outro trovão forte estrondou no céu, fazendo eu me encolher e soltar um gemido de medo, fechar os olhos e tremer como um cabrito. Quando os abri me deparei com dois olhos verdes emanando preocupação e então logo em seguida a porta do abrigo de Edward se abriu e dois braços firmes me puxaram para dentro dela.