Depois da morte de Augustus Waters escrita por Malia Stilinski


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oizinhu >.



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Procuramos na casa do Isaac inteira pelo maldito (sim, agora ele é maldito, ninguém mandou sumir, coisa feia fazendo duas pessoas cancerígenas se matarem desse jeito) e nada. Estava começando a achar que ninguém aqui iria ficar rico, pelo menos por enquanto. Quando ligamos a televisão, uma das propagandas era sobre o vencedor desconhecido da mega-sena que ainda não tinha se manifestado para buscar o prêmio de dois milhões de reais.

– Somos nós! Somos nóóóós! – gritou Isaac querendo se fazer ouvir.

– Somos nós... – concordei. – Cadê essa merda de bilhete! – gritei.

– Isso é tão injusto! – gritou Isaac se deixando cair numa ponta do sofá enquanto eu sentava na outra. – Porra!

Eu suspirei. Acho que nossas chances já estavam acabando. Eu, Isaac, Maria e Graham procuramos por toda a casa. Debaixo dos móveis, nas roupas para lavar, nas roupas lavadas, nos quartos, nas gavetas, na cozinha, nos bolsos das roupas, nos banheiros, nas decorações da casa, nas roupas de cama, debaixo dos tapetes, no meio do sofá, Graham até procurou na rua (péssima possibilidade, mas Maria insistiu).

– O que vamos fazer agora, Haz? – perguntou Isaac. Bem nesse momento meu celular tocou dentro da bolsa lá no quarto de Isaac.

– Já volto. – falei para ele e fui pegar o celular. Até chegar lá ele já tinha parado de tocar, mas como era minha mãe, liguei de volta.

– Alô? Hazel? – perguntou ela.

– Sim, eu mãe. Por que ligou? – perguntei.

– Terminei de fazer o teste, já posso passar aí para buscar você? Encontraram o bilhete?

– Ah, pode sim, mas não encontramos o bilhete.

– Ah, que pena. Mas vocês vão achar com certeza. – consolou.

– Valeu, mas acho que a essa altura ele já sumiu do mundo.

– A esperança é sempre a ultima que morre, Hazel. Vocês vão conseguir. Acho que levo uns vinte minutos ainda porque o trânsito está trancado.

– Tudo bem. Até daqui a pouco. – falei.

– Até, boa sorte! – desejou.

– Obrigado. – agradeci e então desliguei o celular e o guardei na bolsa.

– Era a sua mãe? – perguntou Isaac encostado na porta.

– Que susto Isaac. – falei virando de frente para ele. – Nem vi você chegar.

– Desculpe. – ele falou baixando a cabeça.

– Está tudo bem? – perguntei chegando mais perto.

– Sim. – respondeu. Nada de brincadeiras, nada de comentários engraçados. Definitivamente não estava tudo bem.

– Não está tudo bem. Não com você pelo menos. – falei.

– Não é nada com que você precise se preocupar. – ele explicou sorrindo. Um sorriso de derreter corações, de garotas, mais especificamente. Ele tinha mudado bastante nesses dias que não nos vimos. Era uma versão mais atraente do Isaac.

– Ah, qual é Isaac. Você sabe que pode contar comigo. – falei chegando mais perto.

Acho que ele sentiu minha aproximação por causa do barulho das rodinhas do Felipe, e deu um passo para trás.

– Você sabe que pode contar comigo. – repeti.

Silêncio.

– Isaac. – chamei e ele riu. – Qual é a graça? – perguntei ficando vermelha.

– Eu te adoro, Haz. – ele falou caminhando e tateando com os braços no ar a minha procura.

Fui até ele e o abracei e ele me abraçou de volta. Quase deixei uma lágrima escapar, lembrando-me de Augustus nesse momento.

– Eu também te adoro, Isaac. Nós vamos achar esse bilhete. – falei enquanto nos afastávamos.

– Não é esse o problema.

– Então qual é?

– É coisa aqui de casa.

– Ah, bom. – falei. Acho que isso era particular demais para eu ficar insistindo em saber.

– Sua mãe já esta vindo? – perguntou.

– Já.

– Vamos ficar vendo televisão enquanto ela não chega.

– Aham. – concordei.

– Precisamos ficar atualizados sobre o vencedor desconhecido. – brincou.

– Que na verdade somos nós. – falei.

– Eu acho que a sociedade não quer nos ver milionários. – ele incrementou.

– Só porque temos câncer. – acrescentei.

– Isso é tão...

– Preconceituoso.

– Desumano.

– Racista.

– Ho-mo-fó-bi-co. – falou Isaac com as sílabas bem pausadas e nós rimos.

– O que isso tem a ver? Por acaso você é gay? Porque eu não sou lésbica. – brinquei.

– É a vida. – explicou se jogando no sofá.

– É a vida. – concordei sentando do lado dele.

Passados dez minutos depois assistindo notícias bizarras ouvimos a buzina do carro da minha mãe.

– Chegou. – anunciei.

– Vamos lá. – ele pegou sua fiel vareta de metal e fomos para a porta, eu estava com a mão nas chaves para abrir a porta quando Isaac bateu sua mão na minha mão.

– Ahn?

– Hazel. – ele falou.

– O que? – perguntei. Ele realmente não estava bem. – Isaac você nã...

E então ele achou minha cintura, me puxou e me beijou.

– Mugfhgfhumhumgf – murmurei me afastando. – Ei.. – falei.

– Desculpe.

– O que deu em você? – perguntei. Eu não tinha nada contra em ele ter me beijado, mas isso foi meio aleatório.

– Desculpe, eu acho que você não estava a fim de me beijar né? É que é quase um ritual quando nos encontramos. – ele zombou.

– Não é isso, mas foi tipo, do nada. – expliquei e ele riu.

– Desculpe de novo. – pediu.

– Não foi nada. – falei.

Cheguei bem perto do rosto dele tocando nossas testas e nossos narizes.

– Eu amo você. – disse. Não sei por que falei aquilo, mas soou bem. Talvez eu o amasse mesmo, mas não do mesmo jeito que aconteceu com o Gus. Cada amor é diferente e Isaac é minha segunda chance de amar e ser amada nessa vida. Mas não sei como eu quis que soasse. Simplesmente saiu da minha boca.

– Eu também te amo, Haz. – ele falou no momento em que minha mãe buzinou de novo lá fora. - Acho que você tem que ir.

– Eu também acho. – respondi e nós rimos.

Abrimos a porta e saímos. Quando estávamos descendo as escadas eu escorreguei em alguma meleca no chão e caí, mas na queda tentei me segurar em alguma coisa e essa coisa era o Isaac que foi para o chão junto comigo. Enquanto caia pensei que ia me esborrachar toda, pensei que eu podia morrer assim, talvez fosse parar no hospital de novo, talvez batesse a cabeça e entrasse em coma. Mas nada disso aconteceu porque nós caímos na grama ao lado da escada, quase em cima das flores que enfeitavam a casa de Isaac.

– O que foi isso?!?? – falou Isaac em tom desesperado. Acho que ele tinha se assustado.

– Nós caímos no chão.

– Você tá bem? – perguntou.

– Sim, estou. E você?

– Acho que sim.

Minha mãe saiu do carro correndo gritando como louca perguntando se nós estávamos bem. Ela ajudou Isaac a se levantar e depois se agachou para me ajudar. Eu estava me apoiando nos joelhos para levantar quando alguma coisa no meio do canteiro de flores chamou minha atenção.

– Espera aí. – falei para eles.

– O que foi? – perguntou minha mãe. – Está se sentindo bem, Hazel?

Comecei a rir.

– Você está bem, filha? – preocupou-se minha mãe.

– Não acredito! – gritei enfiando a mão para pegar o papel camuflado às flores. – Maldito! Te peguei!

– Com quem você tá falando, Haz? – perguntou Isaac.

– Com o nosso maldito papel da sorte. – respondo. – Achei nosso bilhete premiado!


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Notas finais do capítulo

E aí? Dêem-me o seu veredito senhoras e senhores ;)



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