– Oi, Haz!

– Oi! - falei. - Isaac, você pode ficar conversando comigo pelo telefone? - perguntei.

– Ah... Posso, mas por que?

– Minha mãe saiu e não tem ninguém aqui comigo então eu fico conversando com você para o caso de eu passar mal. - expliquei.

– Quer que eu vá aí? - ofereceu. Fiquei sem jeito de responder, mas disse:

– Não precisa, a Kaitlyn já está chegando.

– Ah bom... - ele pareceu decepcionado. Então me veio o pensamento, e se Isaac gostasse de mim? Isso explicava o beijo no hospital e tudo o mais.

E talvez você goste de Isaac também.

– Não! - gritei.

– Haz! Tá tudo bem? Quer que eu ligue para a sua mãe? - perguntou Isaac alarmado.

– Não, não, tá tudo ótimo. Eu... Eu só estava, aqui, pensando alto. - falei.

– Beleza. Você me assustou. - ele confessou e eu ri.

– Foi mal.

– No que você estava pensando? - perguntou.

Essa me pegou desprevenida.

– Não sei. - disse sem pensar.

– Como você não sabe? Nossa, que memória legal, Haz. - brincou e eu apenas ri.

A verdade era que eu estava confusa. Parte de mim pensava no Gus, essa parte não me proibia de ter outros caras. Esse era a minha parte racional, que lembrava do Gus e tudo o que a gente viveu e que era muito recente pra se esquecer assim, gostando de outra pessoa fazendo menos de dois meses. E a outra parte... A outra parte seria errado dizer que era o meu emocional. Talvez fosse, com um pé de razão. Eu gostava da companhia de Isaac, ele fazia eu me sentir bem, ele me fazia rir. Era como se fosse um muro me impedindo de ver fogo e destruição. Mas o pé de razão metido no meu sentimental era como se fosse um buraco no muro, que me mostrasse o fogo e a destruição do outro lado.

Talvez apenas não quisesse admitir que sente algo por Isaac.

– Haz? Hazel? Está aí? Tudo bem? - ele estava preocupado.

– Sim, tudo bem. Foi mal de novo. - respondi.

– Não minta pra mim Hazel, se você estiver mal, me avise.

– Não estou mal, Isaac. Obrigada.

– O que houve? Estava pensando de novo? - perguntou.

– É. - eu não queria admitir, eu não queria falar sobre isso, mas estava ficando inevitável. E pensando agora, foi mais fácil beijar o Isaac do que beijar o Augustus.

– Quer compartilhar seu pensamento? - perguntou.

Ding. Dong.

– Não vai dar Isaac, a Kate chegou! Tchau!

– Tchau... - e eu desliguei e fui o mais rápido que pude atender a porta.