Luffy lançou um olhar para o casal que estava no cozinha, provavelmente preparando algo para o lanche da tarde. A pequena criança parecia analisar o que estava acontecendo. Os juntos e sorrindo, pareciam muito felizes na vida que tinham.

Ace percebeu que o menino do chapéu de palha encarava seus pais, e achou aquilo muito estranho.

- LUFY!!!!!!!!! - chamou uma voz de criança. Isso foi o suficiente para chamar a atenção do Monkey. Ele corre até a janela, com um sorriso estampado no rosto. - Yo!

- Yo, Nami! - ele disse pulando e tentando alcançar a janela. Logo que conseguiu, ficou pendurado lá por ser um tanto baixinho.

- Vocês podem vir brincar comigo? Bellemere-san disse que eu podia brincar a tarde tooodinha. - a ruiva também estava pendurada na janela, era mais baixa que Luffy, pois o mesmo tem 7 anos e ela 6. - ai ai ai... Eu vou cair... - disse preocupada por cair. -SABO! ACE! Me ajudem aqui!! - os dois meninos perceberem, e saíram correndo pra fora da casa. Pegaram a menina no colo, e lhe deram um cascudo na cabeça.

- Quantas vezes nós temos que repetir pra você não se pendurar na janela? - bronqueou Ace.

- Isso mesmo. Você não é que nem o Luffy, se cair, pode se machucar de verdade. - completou Sabo, já um pouco mais calmo.

- O que está havendo aqui, crianças? - pergunta Rouge aparecendo na porta. - esqueçam isso. Venham, preparamos o lanche da tarde pra vocês. Vem também Na-chan!

- Hai, arigatô, Rouge-san!

(...)

- ...Então, no final, o príncipe ficou com a princesa, ai... ai... Eles tiveram um liiiindo final feliz. - Nami terminava de contar a historia que tinha lido há uns dias atrás. O time ASL já estava entediado e quase dormindo.

- Na-chan... Eu acho que os meninos não gostam muito de contos de fadas. Não seria bom um história... Divertida? - sugeriu a ruiva mais velha.

Roger se sentou em sua poltrona, observando as crianças sentadas no tapete.

- Contos de fadas são lindos. Todo mundo gosta. - resmungou fazendo biquinho.

- Não é nada! Uma história legal tem que ter carne, shishishi...

-Luffy você é bobo!

- Oe oe, crianças não briguem. - disse Roger. - faremos assim: eu mesmo vou contar uma história pra vocês, e no final dela, quero que um dos quatro me diga a moral na história.

- Mas que história vai ser? - indagou Sabo.

- Hmm... Deixe-me pensar...
Luffy viu Rouge subir para o quarto, e rapidamente uma coisa lhe veio à cabeça.

- Tio Roger, bem que você podia contar como fez pra tia Rouge gostar de você.

- Oh, essa é uma ótima ideia Luffy! - Nami se animou. - Rouge-san disse que antigamente nem dava bola pro senhor, Roger-san.

- E-Então... Acho que tudo bem. Tudo começou quando eu era bem pequeno, com uns 7 anos...

~

Ali estava um pequeno garotinho de cabelos pretos, correndo livremente pela vila. As pessoas que o viam passando o olhavam torto. Não era sem motivo, o D. já havia aprontado muito pelas redondezas, quebrando algumas coisas, roubando do açougue... Mas nada de sério.

Ele parou de correr, ao ver uns garotos de mais ou menos 12 anos cercando alguém, como não dava pra ver, deduziu que era uma criança.

- Oe oe oe... Anda menininha, eu sei que sua família é cheia da grana... ME DÁ! - disse um deles. Aquelas palavras ecoaram na mente do pequeno Roger.
Menininha...

Como eles ousam tratar uma dama dessa maneira?

O D. se enfureceu e atacou um dos três garotos com o cano que sempre carregava sigo. Isso foi o suficiente para fazê-lo desmaiar, por conta da força que usara.
- O que esse pirralho quer aqui?! - o mais velho desferiu um soco no outro e logo começaram uma luta de dois contra um.

*

*

*

- Argh... argh... argh... Malditos... - disse ele jogado no chão, todo ensanguentado. Os dois riram da cara dele.

- Não vale mais a pena... Pega o cara e vamos embora. - o outro pegou o companheiro desmaiado, e assim os três foram embora.

A garotinha continuava lá, na mesma posição estática, com lágrimas descendo de seus olhos castanhos.
Com muito custo, o D. levantou o rosto, e sorriu para a ruivinha.

- Não chore... *cof* meninas bonitas não devem chorar... - após terminar esta frase, o mesmo desmaia.

(...)

O moreno acordou, e foi se levantando devagar...

Olhou em volta, e estava em seu colchonete no chão, onde dorme ao lado de seus irmãos.
Então tudo não tinha passado de um sonho...

- Que bom que acordou.

Ou não.

- E-Eh?! - ele se assustou com a garota ao seu lado, que carregava um buquê de flores. - então não foi um sonho...
O lugar onde estava, na verdade, era um árvore. Mas a casa nela fora construída na réplica de um navio.
PAF!

- ROGEEEEEEEEEEEEEEER!!!!!!!!! - gritou uma vozinha chorosa de criança. Quem havia se jogado em cima dele era Shanks, de 4 anos, encarando-o com aquele enormes olhos pretos chorosos.

- Shanks... Não fique se jogando em cima dele. - disse Dragon, também entrando no quarto.

- Eu... *snif* fiquei tão... *snif* pecupado* com docê*..! - continuou o ruivo.

- Haha... Não se preocupe Shanks, eu sou um homem! Não vou morrer por uma coisinha assim! *faz pose de herói*

- HAI! *imita*

- Anno... - disse a garotinha um pouco sem jeito com a situação.

- Ah... Roger, Shanks, parem com isso por favor. Temos visita hoje. - Dragon se sentou ao lado da garota.

- Hai, hai... - ele se sentaram.

- Qual é o seu nome, nee-chan? - indagou Shanks.

- Ah, é verdade, não tinha perguntado o seu nome.

- Meu nome é... P- quer dizer, Rouge, meu nome é Rouge. - sorri.

- Prazer, eu sou o Monkey D. Dragon, tenho 7 anos. - sorri de volta.

- Meu nome é Shanks! E eu tenho... - ele parou por uns instantes, contando nos dedos. - qato!* - mostra nos dedinhos.

- Você é muito fofo, hihi - faz carinho nos cabelos do ruivo. - E esse chapéu de palha é muito bonito também.

- Majide? Foi o Roger que me emprestou enquanto eu ia buscar comida com a Dragon! Eles são meus imãos!*

- Ah é mesmo. - ela se lembrou que tinha um terceiro ali. - me desculpe por ignorá-lo. Gostaria de agradecer por me ajudar, Roger-kun. - disse educadamente. Roger ficou sem jeito e corado pelas palavras da menina com sardas, já fazia bastante tempo desde que alguém havia falado num tom educado assim com ele.

- Haha... Não foi nada, não admito ninguém batendo numa garota. Mas... Por que eu estou com essas ataduras? - ele olhou seu corpo com faixas e curativos.

- Eu as coloquei em você.

- E minhas roupas? Elas estavam cheias de sangue, por que agora estão limpinhas?

- Eu troquei sua roupa. - sorri inocente.

- EEEEEEEEEEEH?! *cora absurdamente*

- Huh? Qual é problema?

- "Ela é tão inocente... É melhor ficar quieto e deixar pra lá." Como me trouxe pra cá?

- Foi meio difícil por causa do seu peso... Mas acabei conseguindo te trazer até a porta de sua casa.

- Ok, e a ultima pergunta, como sabe que eu moro aqui? Sempre achei que nossa casa era bem escondida.

- Sempre que posso, eu venho até aqui perto colher flores para pôr em meu quarto. Uma vez eu vim, e ouvi vozes, e esses eram vocês três brincando.

- Faz sentido...

- Ei. - chamou Dragon - você me disse que Roger te protegeu de uns caras né? - ela assentiu. - mas... Por que eles estavam te perturbando? Os idiotas daquela vila não perturbam os outros por nada. - disse convicto. Rouge abaixou a cabeça, como se não quisesse dizer.

Olhou para o relógio na parede, e logo desesperou.

- Ah não! Ah não! Ah não! - ela corria prum lado e o pro outro, sem saber o que fazer.

- O que houve? O que foi?

- Já está tarde, Roger-kun! Eles vão me matar... - ela pega sua bolsinha, e sai em passos apressados.
Roger arregalou os olhos e foi para a sacada.

- OEEE! - gritou para a garota, que parou de correr e olhou para trás. - Quando vamos nos encontrar novamente?!

- Não posso!! - ela grita de volta, num tom triste. - eu... Tsc, É impossível de nos vermos novamente! Gomem!

- NÃO É IMPOSSÍVEL! - ele retruca. - me prometa que nunca vai esquecer dessa palavra?!

- Claro!!!

- SHINJIRU! (acredite)

Aquela palavra a fez sorrir... Um sorriso tão feliz que não dava há muito tempo.

Rouge assentiu com finas lágrimas de felicidades em seus olhos.

E foi para casa... Sabendo que nunca se esqueceria, do garoto que pela primeira vez a disse uma palavras tão terna.

Shinjiru...