Céu Selvagem escrita por Ariadene Caillot


Capítulo 13
A chuva tempestuosa


Notas iniciais do capítulo

Aí está o bônus de vocês pessoal. o Boa leitura. ^^



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–Me desculpe Gokudera-kun!!! Eu... eu... não sei o que deu em mim.

–Dane-se!!!- ele levanta em um pulo e sai rapidamente.

–Gokudera! Espere-me! Gokudera!!!

–Esperar o que!? Vai ficar brincando comigo até quando!? Decida-se!!!

–Eu...eu...

–Você ama o décimo!- ele ria deprimido. - Nunca pensei que teria tanta inveja dele!- a voz dele parecia de choro.- Me faz um favor Haru? Esqueça-me!

–Não!

–Eu não te vejo como uma amiga! Você é a garota que eu gosto!

Haru fica sem palavras.

–Mas... por que fez tudo aquilo? Brincou comigo! Foi para se auto satisfazer? Para se sentir amada?- ele se encosta-se a uma árvore. -Eu fui um estupido mesmo! – soca a árvore e assusta a garota.- E o pior, eu tenho a gentileza que você seja feliz. Eu não consigo te desejar o mal! Então só peço para me esquecer! Não se aproxime de mim! Tenha pelo menos essa bondade!- e ele sai andando em passos largos para o festival.

Haru parecia estar em choque. A única coisa que se mexiam eram suas lágrimas que escorriam pelo rosto. Sentia um ódio e arrependimento por si mesmo. Por que ela não aceitou o beijo dele? Imaginava o inicio de finalmente algumas memórias felizes, o festival sendo algo especial para ela e para ele. O que ela ganhou? Apenas que conheceu mais um lado do rapaz. Gokudera estava segurando para não chorar e sua voz comprovava isso. Sua paixão era tanto por ela que o faria até chorar pelo seu sentimento? Ela nunca imaginaria.

Encostou-se a uma árvore e deixou-se deslizar pelo tronco até sentar no chão. A sua mente e o seu coração estavam despedaçados e descobriu da pior forma possível que ela estava apaixonada por ele. Ela pensava como era realmente uma estupida, uma burra, uma imbecil de não ter percebido antes. Por que ela escutou o medo? Por que ela se agarrou no sofrimento? Com um rapaz que possuía sentimentos tão profundos e belos por ela e os jogou simplesmente fora. Começou a concluir que não merecia Gokudera.

Levantou-se do chão e andava, com sua mente cheia de duvidas e perguntas. Irritada, livrou-se destes pensamentos, parou com as desculpas e finalmente afirmou, ela queria estar junto dele. Ela queria seus beijos, abraços e o seu calor. Se jogaria de penhascos, aviões ou o que fosse, para Gokudera perdoa-la. Isso a motivou a correr atrás dele antes que não pudesse mais vê-lo, era sua última chance.

No festival, Yamamoto apreciava os fogos ao lado de Patrícia. Estavam de pé, perto de do bosque, um lugar meio reservado.

–Patricia-chan, esta gostando?

–Sim, é muito linda a sua cultura!!!

Ele sorriu e ela respondeu. Abraçou o braço dele.

–Estou feliz de estar com você!

–Eu também. – ele segura as mãos dela na dele. Eles trocavam olhares apaixonados. Quando Yamamoto tentou fazer sua jogada, viu o medo tomar conta da face de Patrícia. Percebeu que ela olhava algo atrás dele. Virou-se para trás, mas apenas viu duas mulheres sentadas em um banco, um casal com o seu filho e um grupo de três moças.

–O que houve!?- ela a balançava pelo ombro.

–Eh...eu...eu...Acho que vi coisas!

–Você está tremendo!

Ela o abraça com tanta força, parecia até que Yamamoto fugiria. O rapaz abraça com a mesma imensidão.

–O que você faz quando está aflito? – ela o indagava.

–Podemos ficar aflitos, mas tudo se resolve. Principalmente quando você tem pessoas para confiar. Hehehe. Uma vez... Eu quase acabei com a minha vida.

A loira olha abismada para ele. Nunca que esperaria do Yamamoto, um garoto fofo, gentil e educado, pensar em fazer tal ato.

–Por que!?- ela o olha nos olhos espantada - Justamente de você nunca imaginaria!

–O beisebol sempre foi minha vida. Mas eu acho que antes eu era mais maníaco, como Gokudera-kun fala. Eu quebrei meu braço e não via meu futuro em algo que eu amava.

–O que fez desistir?

–Tsuna! Ele me salvou. – Yamamoto ria.

–É por isso que você tem tanto carinho por ele.

–Yep! Na verdade, acho que Tsuna salvou cada um de nós. Mas o que eu quero dizer é sempre temos que ter esperanças. Por que se não conseguimos sozinhos, nossa vida faz aparecer alguém que nos salve.

Patrícia sorri e se encosta-se ao peito dele.

–Yamamoto – kun será que um dia as pessoas nos perdoam?

–Claro! Por mais que se passem anos!

–Então...- ela pega nas mãos dele. – Espero que não demore muito para você me perdoar. – o beija no canto da boca e sorri de forma melancólica para ele. Patrícia se afasta e sai andando, desaparecendo na multidão, na visão de Yamamoto.

O corpo de Patrícia tremia enquanto andava em meio às pessoas. Seus olhos ardiam e seu coração estava triste. Sentia uma melancolia muito forte e o desespero estava começando a entrar. Conseguiu ver Gokudera vindo com a face fechada e Haru não muito distante atrás dele. Ela estranhou porque sua amiga parecia ter chorado. A morena correu até o jovem de cabelos pratas e parecia suplicar algo. Mesmo estranhando a cena, apertou suas mãos, tomou fôlego e foi em direção ao casal.

Ao se aproximar, viu que estavam brigando a sério.

–Chega!!! Já falei para não se aproximar de mim!

–Espere! Eu sei o que eu sinto agora, Gokudera-kun!!!

–Você me recusou há segundos atrás! E agora diz que sente algo por mim? Pare de brincar comigo!

Patrícia estava abismada. Ela não acreditava no que estava ouvindo. Haru realmente havia recusado os sentimentos de Gokudera?

– O que você está fazendo aqui? – perguntava Gokudera de forma brusca para a loira.- Escutando tudo como sempre né!

–Eu... Eu não acredito Haru-chan. Ele fez tanta coisa e você o recusou. Ao contrário de mim, você pode ficar com quem gosta.

–Patrícia...

–CALE ESSA BOCA! Você já tem aquele maníaco do beisebol!

Patrícia fica estática. Gokudera nunca foi tão grosseiro com ela como agora.

–Eii cabeça de polvo, fique calmo! – Ryohei e Hana aparecem.

–Gokudera-kun, por favor pare! – Haru suplica, Gokudera apenas a responde com um olhar de raiva.

–HUF!

–Vai só bufar??? – fala Patrícia.

–Olha por que você não pega aquela anta ali!- apontava para Yamamoto, patrícia vira-se para trás espantada. - Vão a algum lugar privado e sejam felizes? SERÁ QUE ASSIM VOCÊ ME DEIXA EM PAZ E PARA DE SE INTROMETER NA MINHA VIDA???

–Do que você está falando Gokudera-kun? – fala Yamamoto.

“Não, não, não!!! Saia daqui Yamamoto. Você é o que menos deveria ver essa cena!” – pensava Patrícia.

–O que!? É tão idiota que não entende que estou falando para você agarrar essa loira estúpida!? Vocês não compartilham o mesmo sentimento!? – Haru sentiu que a última frase foi uma indireta para ela, Yamamoto fica totalmente constrangido e em Patrícia nasce uma raiva eminente.

–Por favor, pare Gokudera-kun! – Haru se agarra nele.

– Haru, chega!! E Você, pare de dizer essas merdas, imbecil!

–Quem te deu permissão para falar assim com a Haru sua anta, idiota e estupida!? – Gokudera retruca.

Patrícia ri sarcasticamente. –Até nessas horas você defende ela sua anta!? Não se iluda! Você apenas está se passando por estúpido! Haru-chan...- Gokudera percebeu que a loira reuniu forças- Gosta do Tsuna-kun! Você é um mero substituto pela carência dela! Quando ela achar outra pessoa, ela te esquecerá.

–Eu sei muitoooo bem disso! Eu parei de bancar o estupido por aqui!!!

–Pessoal, vamos parar com isso!- Tsuna aparece e tenta separar os dois.

–Sim, viemos aqui para nos divertir ao extremo!!!

–Não se intrometam!

–Não fale assim com os meus amigos!!! Especialmente o décimo!

–O décimo está nem aí para você! Só liga para a Kyoko-chan. Você só paga de trouxa para ele!

–Patrícia...- Todos ficam abismados, ainda mais Yamamoto que havia acabado de contar as ações de Tsuna para ela. Ele põe sua mão no ombro dela. – Já chega!

–Fala sério! – Patrícia retira a mão do amigo de forma brusca-Todos se fingem de felizes aqui! Mas eu sei muito bem que Tsuna-kun e Kyoko-chan se sentem incomodados pela Haru. Kyoko-chan teme que Haru-chan roube o Tsuna dela.

–Eu não...

–Não adianta se fingir de boazinha, eu já notei como você sempre deixa Tsuna longe dela. - Kyoko olha para Haru de tal forma que afirmava o que Patrícia dizia.

–Desculpa Haru...- a morena e a ruiva seguravam o choro. Tsuna olhava pasmo para as duas. Gokudera, por instantes, sua raiva sumiu e surgiu à preocupação em relação à Haru, a garota parecia que ia desmoronar a qualquer instante, teve que se segurar para não toma-la em seus braços.

–Você está sendo infantil Patricia-chan. Está tomada pelos ciúmes e ódio.- Essa era a primeira vez que Hana falava.

–Concordo ao extremo!

–Só falo verdades!

–Haru não está...-a garota entra em prantos e sai correndo em direção ao bosque..

–Haru...- fala Gokudera.

–Não vai atrás dela Gokudera?- indagava Yamamoto apreensivo.

–Não sou eu quem ela quer! – ele olha para Tsuna e o futuro chefe apenas responde balançando a cabeça negativamente.

–Você está enganado Gokudera-kun. – responde Tsuna.

–Não sei o que aconteceu entre vocês, mas se realmente gosta dela, vá! Eu sei que é isso que você quer fazer! – Yamamoto o encoraja.

O jovem pensou por alguns instantes e parte a passos largos atrás dela.

O clima estava deprimente. Tsuna olhava para o além, deprimido e emitia sorrisos tristes para a namorada. Kyoko estava sentindo-se horrível pelo que estava fazendo. Yamamoto encara o céu com a expressão tão cerrada que assustava. Patrícia queria chorar, enquanto observava a reação de Yamamoto. Ryohei e Hana olhavam para todos sem saber como reagir. Tsuna foi o primeiro a quebrar o silêncio.

–Eu acho melhor ir para casa!

–Vou junto de você!

–Acho melhor você voltar com o Onii-san. – Kyoko espanta-se.

–Mas... Eu quero voltar com você!

–Ok...- Concordo Tsuna para evitar mais confusões. Ambos se despedem dos outros e saem juntos.

Patrícia começa andar sozinha, sem olhar para o rosto de ninguém.

–Patrícia, quer que eu te leve? – perguntava Yamamoto secamente. A garota apenas balançou a cabeça negativamente. Ryohei e Hana decidiram ficar mais um pouco no festival, era uma forma de dar mais espaço para os amigos conversarem pelo caminho.

Enquanto isso, Gokudera seguia Haru. A garota tropeçava em tudo por causa da sandália que estava usando, estava escuro e as lágrimas não a deixavam enxergar direito. O Rapaz ficava gritando seu nome e pedindo para ela parar, mas a mesma não o obedecia.

Foram quando deram de encontro com um pequeno declive e Haru escorregou. Sua sorte foi que Gokudera foi mais ligeiro, se jogou e agarrou a garota, amortecendo sua queda. Não se machucaram, tiveram apenas alguns arranhões e sujaram-se de terra.

–Gokudera-kun... Haru não está... Te iludindo.... – E ela adormece em seus braços.

O jovem acaricia os cabelos da moça e encosta sua cabeça na dela. E lá ficou ele por alguns minutos, apreciando as estrelas, a brisa, a música que tocava ao fundo do festival e o doce cheiro da Haru. Delicadamente, acariciou o queixo dela e em seguida os seus lábios carnudos e quentes. Por impulso quase a beijou na boca, mas desistiu e beijou-lhe a testa.

Tsuna e Kyoko voltavam para a casa. O rapaz estava até agora pensativo e Kyoko apreensiva.

–Kyoko-chan.

–Sim!

–Eu estava pensando em tudo e analisando... - Tsuna acaricia o rosto da jovem.- Parece que nosso namoro só trouxe confusões para você.

–Não diga isso.

–Olha o que foi tudo isso agora! - Tsuna se afastada um pouco e olha para o além- Essas brigas! Você e Haru-chan que eram amigas inseparáveis estão afastadas.

–Isso pode acontecer com qualquer um.

–Eu sei!- ele olha para ela novamente- Pensei que vocês tinham reatado a amizade, mas só a vê como uma rival! E além do mais, você não confia em mim?- está ultima frase demonstrava uma decepção profunda.

–Claro que eu confio em você, Tsuna-kun.

–Se você confia-se, não estaria me protegendo da Haru-chan. – Tsuna pega nas mãos dela e a olha profundamente nos olhos.- Eu gosto de você há muito tempo, sonhava com o dia que ficaríamos juntos. Para mim, isso ainda parece um sonho. Haru me deu várias chances de ficar com ela, mas não! Eu queria você! Só você fazia meu coração bater mais forte, arrepiar meu corpo quando te via e ficar nas nuvens. Só você! Mas isso de hoje foi uma decepção para mim.- Ele larga das mãos dela. – Chegamos à sua casa. Depois conversamos.

–Tsuna-kun, espere!

–Estou muito estressado hoje. Melhor descansarmos. Tchau. - e ele vai embora.

Kyoko se culpava constantemente pelo que fez.

Patrícia andava desolada para casa e as lágrimas escorriam sem parar. Só queria chegar a casa e se afundar na cama. Nunca mais teria coragem de ir para o colégio e encarar eles.

Yamamoto a seguia logo atrás, zelando pela sua segurança, mesmo que ela não o percebe-se. Não conseguia entender mais nada do que estava havendo e as palavras que ela disse para ele, sobre que o tempo para perdoa-la, se tratava do que tinha ocorrido há minutos atrás? Ele não conseguia assimilar pelo nervosismo.

–Pobre patrícia. Perdeu todos os amigos! – uma voz feminina ecoava pelo ar.

–Me deixe em paz! – Patrícia continuava andando.

–Ela merece um Oscar. Que atuação Patrícia. – outra voz feminina.

–Calem a boca!

Uma das gêmeas aparece na frente dela e segura seu queixo. Yamamoto se esconde rapidamente. Estava surpreso, ele as reconhecia, eram as mesmas mulheres que queria dançar com ele e Gokudera no baile e também era as duas que ele havia visto sentadas no banco, quando Patrícia ficou amedrontada. Uma delas foi à vendedora da loja que o atendeu quando comprou o terno. O que aquelas mulheres estariam fazendo ali? Yamamoto tentou ouvir a conversa, mas muito pouco foi entendido.

–Foi excelente o que você fez. Devia virar atriz quando voltar para a Itália.

–Huf! Eu acabei com o festival de todo mundo. Um festival que eu queria passar feliz com os meus amigos.

–Acorde Patrícia! – Ela da uma bofetada na cara dela. Yamamoto segura à vontade de ir e bater na mulher. – Você não veio ao Japão para se divertir. Você não quer salvar quem ama?

–Você não está de férias neste país garotinha.

–E espero que continue mantendo muito bem a sua primeira e fundamental tarefa.

–Eu estou mesmo acabando com as minhas energias. Até quando terei que fazer isso!?

–Até quando o chefe precisar. E se estiver faltando energia, pegue mais da sua fonte. Você já fez isso uma vez mesmo.

–Não posso fazer isso sempre. É algo perceptível.

–Não me interessa. - e elas somem.

A loira se segura para não chorar na rua e se manter firme até chegar a casa. Estava já com medo, as ruas estavam desertas. Já havia se arrependido de recusar o convite de Yamamoto de leva-la para casa, mas depois do que houve, a vergonha era maior. Enquanto abria a porta, sentiu um perfume agradável no ar e ouviu uma voz amigável.

–Patrícia...

–Yamamoto-kun!? O que faz aqui!?

–Eu estava a seguindo.

–O que!?

–Eu posso entrar?

–É melhor não...- Yamamoto a empurra para dentro e fecha a porta.

–Eu vi tudo Patricia-chan! A sua conversa com as gêmeas!

–Yamamoto-kun, vá embora! Saia daqui.

–NÃO!

–Hoje é à noite para todos gritarem comigo.

–O que está havendo? – Yamamoto segura à loira pelos ombros.

–Por favor, vá embora!

Yamamoto a empurra para um canto da parede e continua as segura-la pelos ombros.

–Só irei sair quando me disser o que te aflige.

–Por favor...- a menina começa a chorar.- Por favor... você não entende...

–Patrícia...- O rapaz cai adormecido diante dela.

–Yamamoto-kun!!!- ela coloca sua cabeça em seu colo.

–Como não percebemos a presença dele?- comenta uma das gêmeas.

–Ele não é qualquer um!- a outra mostra o colar que o rapaz usa.

“Ele não é qualquer um? Seria referente aos poderes dele?” – pensa a loira.

–Patrícia, você está oficialmente de mudança.

–O que!?

–Alô Magno? Venha já para a casa da loira com seu grupo! É uma emergência!

“Magno?”– pensava Yamamoto ainda meio consciente. “Onde já ouvi este nome?” – e ele cai em sono profundo.

Era outro dia, uma nova manhã ensolarada quando o jovem acordou assustado. Olhou ao redor e percebeu que estava em seu quarto. Sentou na cama e tentou organizar os pensamentos. Lembrou-se do festival da situação caótica que ocorrera em seu grupo e perguntou-se se tudo foi apenas um pesadelo. Olhou no celular e viu que era domingo, realmente o festival tinha ocorrido. Notou sua camisa e camiseta jogadas na cama, eram as mesmas que ele havia ido ao festival.

Não conseguia lembrar como havia voltado para casa. Sua cabeça e costas doíam. Pegou o celular novamente em mãos com o intuito de ligar para algum amigo confirmando que tudo apenas foi um sonho ruim. Pensou em Gokudera, mas ainda eram nove horas da manhã, com certeza ele daria uma bronca de acorda-lo por algo besta, e então, decidiu ligar para Patrícia. Acessou o número dela e ligou, mas algo estranho ocorreu, ele foi informado que o número não existia. Tentou várias vezes, reiniciou o celular e nada. Suas mãos começaram a suar frio e uma pontada de angustia apareceu. Indiferente das consequências ligou para Gokudera e para sua surpresa atendeu rapidamente.

–Oi. – a voz dele estava deprimente.

–Oi Gokudera. – o garoto percebeu ao fundo da ligação som de pássaros, carros e voz de pessoas.

–Se ligou para perguntar da Haru, ela está bem. – Yamamoto identificou tom de raiva na voz dele.

–Na verdade, era sobre a Patrícia-chan.

–Ligou para a pessoa errada! Eu não quero vê-la na minha frente!!!

–Então o sonho foi real?- era uma pergunta retórica.

–Do que está falando idiota?

–Bem, eu me lembro da confusão, acho que fui atrás da Patricia-chan quando ela foi embora e... Não consigo lembrar o que aconteceu. Acordei hoje no meu quarto. Estou com dores de cabeça e no corpo.

Gokudera solta um riso irônico. - Sua noite deve ter sido maravilhosa com a loirinha. Não me diga que ela o embriagou para conseguir alguma coisa?

–Hã?

–Huf! Não deve ter acontecido, você não seria essa anta ainda.

–Gokudera, o que houve entre você e a Haru?

–Interessado em meu fracasso?

–Ambos são nossos amigos. Vocês estavam bem até o festival.

Ele parecia tomar fôlego.–Ela não me quis. Ela ainda ama o décimo.

–Não era isso que eu percebi.

–Ah! Você consegue perceber as coisas? Tem certeza? Nem notou que a Patrícia gosta de você.

–Não, ela gosta de você Gokudera. Ela... ela me perguntou se um dia eu a perdoaria e depois foi toda aquela cena. Eu não entendo por que ela ajudava a Haru e você a ficarem juntos.

–Não sei mais de nada. Essas garotas brincaram conosco. Eu...– o jovem parecia encabulado . – Eu... eu mudei por ela. É horrível admitir, mas eu mudei por alguém! Eu me apaixonei por ela. No final o estúpido fui eu! Nunca superaria o décimo! Eu queria ficar ao lado ela como amigo, mas eu não consigo! Não consigo me segurar mais!– Yamamoto ficou abismado por Gokudera se abrir com ele.

–Gokudera... você tentou...

–Sim, eu tentei beija-la no festival! Ela estava grudada em mim! O que você queria que eu fizesse!? Achei que havia me dado abertura, mas apenas me rejeitou!

–Patricia-chan vive me elogiando e está colada comigo, mas... Para mim isso era por sua causa. Para te causar ciúmes. Ela estava me usando.

–Sei lá, para mim era verdadeiro. Mas... Depois do que Haru fez, de Patrícia eu não duvidaria.

–O que você vai fazer?

–Eu não quero ver a Haru na minha frente. Não consigo ficar mais perto dela como um amigo. É melhor me afastar.

–Gokudera...

À tarde, Yamamoto foi até a casa de Patrícia, mas o lhe informaram que ela não morava mais lá e não sabiam onde ela estava morando agora. A dona do prédio o deixou adentrar no apartamento, estava vazio e frio, sequer um resquício da presença dela.

O jovem saiu de coração apertado. Tentou ligar diversas vezes para ela, mas a resposta era sempre a mesma: o número não existia. Seu estomago estava embrulhado e suas mãos suavam. Começou a procura-la em parques, na loja de bolos, nas lojas que ela gostava, mas o resultado era o mesmo. Por último, ele estava encostado em um muro qualquer, tentava pensar aonde ela deveria estar.

–Yamamoto?

–Huh? Ryohei?

–O que está fazendo aí? Você está bem? Está pálido.

–Patrícia sumiu! – e ele agarrou Ryohei pelos ombros.

Ryohei o fez parar em um lugar comer algo e tomar um suco para ele se recompor, e assim contou o resto dos detalhes.

–Foi muito estranho o que aconteceu ontem. Mas tenha calma homem, e aguarde amanhã na aula. Ela com certeza vai aparecer e tudo vai ser resolvido.

Yamamoto sorri e agradece ao amigo. Ryohei o encheu extremamente de esperanças e não via a agora de segunda feira chegar. No dia seguinte, entrou no colégio já em busca da garota e nada. Entrou na sala e observou o lugar dela até começar a aula e ela não apareceu. Enfim, o professor chegou e pediu a atenção de todos.

–Bom dia todos! Eu queria informar que a nossa aluna do exterior, Rispondere Patrícia, retornou para o seu país.

Aquela noticia foi o suficiente para abalar o coração de Yamamoto.


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Notas finais do capítulo

Sabe gente, confesso para vocês, quando terminei de escrever os desentendimentos dos personagens, notei que eu estava ofegando. É muito engraçado e legal quando você acaba se envolvendo tanto assim quando escreve ou lê uma história.
E agora gente, para onde vcs acham que Patricia foi? O que aconteceu com a loirinha afinal? Me contem, eu adoro quando vcs comentam sua opiniões ^^



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