Falsa Realidade escrita por mazegates


Capítulo 5
Novatos




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A mais alta das garotas se aproxima dos clareanos. Ela tinha olhos azuis e profundos que entravam em contraste com seus cabelos escuros e às sardas em seu rosto.

– Meu nome é Teresa e nós vamos sair desse lugar imundo.

As duas garotas se entreolham junto ao garoto que também olha ao redor com olhos confusos.

::: Flashback :::

Escuro. Tanto o lugar como a mente dos três.

– Que lugar é...

– Quem está aí? – Pergunta a voz de um garoto.

– Quem são vocês? – Pergunta uma terceira voz, porém feminina.

– Esperem! Vamos dar as mãos, comecemos por aí – A primeira garota volta a falar.

Então o fazem às cegas.

– Ok, meu nome é Gabrielle, lamento, não lembro mais de nada. – A primeira garota retoma.

– Meu nome é Aris, e isso é tudo o que sei de mim.

– Meu nome é Julie, e também estou na mesma.

– Ninguém se lembra de como veio parar aqui? – Gabrielle indaga.

– Não – a resposta surge em coro.

Então uma luz aparece em uma fresta na parede, que vai se abrindo e tomando uma forma retangular, nela uma sombra se forma. Era uma garota.

– Não consegui salvar vocês da cirurgia, na verdade não conseguir salvar a mim mesma, mas esse lugar já vai explodir. Vamos lá, enquanto o elevador sobe, eu explico pra vocês. – O vulto responde então fecha novamente o lugar por onde entrou.

Escuro novamente. Os poucos segundos de luz e penumbra serviram para um examinar o outro. Gabrielle era baixa, aparentava ter 16 anos, possuía cabelos cacheados e negros como os seus olhos e uma pele morena. Aris era alto e magro, possuindo cabelos lisos e castanhos com olhos da mesma cor, tinha certamente 15 anos. Julie era asiática, seus cabelos ondulados e negros refletiam nos seus olhos de cor idêntica e se destacavam devido à sua pele mais clara, não era ao certo afirmar, mas tinha entre 15 e 16 anos.

– Meu nome é Teresa, eu destruí o lugar que fez isso conosco e mais 70 jovens. Eu fui uma das co-criadoras do projeto. Mas o interesse dos superiores era outro, eles tinham uma ambição extremamente perturbadora e egoísta. Guardem tudo o que estou falando, provavelmente perderei minha memória aos poucos.

“Não se esqueça daquilo” Teresa repete para si mesma.

– Quem sou eu? – Gabrielle pergunta.

– Eu não tenho todas as informações, com a pane que eu gerei, é possível que posteriormente vocês se lembrem de algumas coisas. Seus pais assim como os meus estão mortos. Isso vale para todos, Aris e Julie, vocês também. Seu nome foi dado pelo CRUEL, assim como o meu e os demais. Ele se refere à cientista que descobriu a cura do Alzheimer, Gabrielle Britton. Aris, seu nome vem do grande pensador e cientista Aristóteles. Julie seu nome vem da pesquisadora Julie Payette, uma astronauta e responsável pelo reconhecimento de voz. Isso é tudo o que sei. O que eu acabei de dizer?

– Que os nossos pais estão mortos e o que nossos nomes significam. – Aris responde.

– Ah sim, onde estamos?

– Você disse que era um elevador... – Julie completa.

– Devo ter dito.

O elevador começa a se locomover, o barulho ecoa dentro do compartimento atingindo cada nervo dos jovens.

– Você também – Gabrielle se desequilibra e continua gritando, o barulho atrapalhava a comunicação – Você também disse que nos tiraria desse lugar.

– Se eu disse – Teresa grita de volta – então vamos sair.

A fresta no teto cresce e a luz domina o espaço.

::: Flashback :::

– Quem é você? – Newt grita em direção à mais alta.

– Meu nome é Teresa, e eu vou tira-los daqui, isso é o que eu me lembro. Quem é você?

– Me chamo Newt, quem são esses?

– Os que eu consegui salvar, Gabrielle, Julie e Aris. Eles estão na mesma que nós, também não têm nenhuma memória de sua vida anterior.

Os garotos olhavam ao redor, encaravam os clareanos e quando estes encaravam de volta, desviavam os olhares.

– Cuide dos garotos, eu explico melhor o que está acontecendo, você parece ser o líder – Teresa volta para o Newt.

– Tudo bem. Jeff! Gally! Cuidem dos fedelhos.

O socorrista e um garoto troncudo e loiro se apressam em resgatar os novatos.

– Me acompanhe, Teresa. Vamos para a Sede.

“Não se esqueça daquilo, não se esqueça daquilo” Teresa fala para si mesma.

A garota acompanha o loiro, mas para bruscamente.

– Newt! Espere! Eu não sei, eu, Thomas! Onde está o Thomas? Eu não sei o que... Ele está aqui? Thomas? Thomas? – Teresa perde o controle e começa a gritar, arfando em cada palavra. – Newt, por favor, preciso... Eu preciso ver o Thomas. O Tho...

– Ei! Calma! – Newt a segura pelos ombros – Ele está conosco. Só um momento, me espere aqui!

O loiro se dirige para a caixa onde acena para um garoto de cabelo curto e moreno.

“É ele.” Teresa pensa olhando para Thomas.

“Quem é...” Thomas não completa o pensamento, a garota pulara em seu pescoço, o abraçando. Este retribui o abraço.

– Estou me sentindo num programa de namoros ou em um “De volta para a minha trolha”. – Newt comenta para si mesmo.

Thomas não entendia porque se abraçaram. Mas algo, talvez seu instinto, ligava-o à garota.

– Bom, trombinhos, quero dizer, trolhos. Vamos para a sede. – Newt chama a atenção dos dois.

Teresa se agarrava aos braços de Thomas, este também não fazia esforços para que ela se soltasse.

Chegando à sede, entram no quarto em que Minho estava com a última novata. Ele dormia na cadeira, segurando suas mãos. Newt toca no ombro do garoto e acorda-o, tocando em seguida no da garota, que também acorda.

– Tudo bem, Bruna, entendi agora o porquê disse que não era a única. Muito bem Teresa, pode começar. – O loiro introduz.

Teresa conta a história que contara para os novatos.

– E é isso o que eu lembro, mas...

– ENTÃO VOCÊ NOS COLOCOU AQUI!? – Minho levanta gritando

– NÃO GRITE COM ELA, CARA DE MÉRTILA! – Thomas entra na frente do asiático.

– VAI DEFENDER SUA NAMORADINHA AGORA, TRAIDOR!? – Minho empurra Thomas de volta.

Newt entra no meio dos dois, antes que Thomas viesse bater no outro corredor.

– THOMAS, MINHO! RELAXEM OS DOIS. MINHO VOCÊ NÃO A ESCUTOU? ELA SE COLOCOU AQUI, NÓS NOS COLOCAMOS AQUI! TODOS CONCORDAMOS EM VIR! O PORQUÊ NENHUM DE NÓS LEMBRAMOS. SENTE E ESCUTE! VOCÊ ESTÁ ASSUSTANDO AS GAROTAS!

Minho olha a reação das duas virando imediatamente para baixo.

– Acho que eu me exaltei, me desculpe Teresa, Bruna...

– Minho, eu entendo – Teresa retoma – mas eu não terminei. Tem algo que eu não contei para os novatos. Isso tem a ver com você e com eles. Ou melhor, com um deles. Vim me forçando para não esquecer.

– Como assim?

– Bom, como todos aqui, não temos pais, muito menos uma família. Mas você é diferente.

– O quer dizer?

– Eu trouxe sua irmã, Minho. A sua pequena Julie.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Não deixem de comentar!



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