Falsa Realidade escrita por mazegates
A mais alta das garotas se aproxima dos clareanos. Ela tinha olhos azuis e profundos que entravam em contraste com seus cabelos escuros e às sardas em seu rosto.
– Meu nome é Teresa e nós vamos sair desse lugar imundo.
As duas garotas se entreolham junto ao garoto que também olha ao redor com olhos confusos.
::: Flashback :::
Escuro. Tanto o lugar como a mente dos três.
– Que lugar é...
– Quem está aí? – Pergunta a voz de um garoto.
– Quem são vocês? – Pergunta uma terceira voz, porém feminina.
– Esperem! Vamos dar as mãos, comecemos por aí – A primeira garota volta a falar.
Então o fazem às cegas.
– Ok, meu nome é Gabrielle, lamento, não lembro mais de nada. – A primeira garota retoma.
– Meu nome é Aris, e isso é tudo o que sei de mim.
– Meu nome é Julie, e também estou na mesma.
– Ninguém se lembra de como veio parar aqui? – Gabrielle indaga.
– Não – a resposta surge em coro.
Então uma luz aparece em uma fresta na parede, que vai se abrindo e tomando uma forma retangular, nela uma sombra se forma. Era uma garota.
– Não consegui salvar vocês da cirurgia, na verdade não conseguir salvar a mim mesma, mas esse lugar já vai explodir. Vamos lá, enquanto o elevador sobe, eu explico pra vocês. – O vulto responde então fecha novamente o lugar por onde entrou.
Escuro novamente. Os poucos segundos de luz e penumbra serviram para um examinar o outro. Gabrielle era baixa, aparentava ter 16 anos, possuía cabelos cacheados e negros como os seus olhos e uma pele morena. Aris era alto e magro, possuindo cabelos lisos e castanhos com olhos da mesma cor, tinha certamente 15 anos. Julie era asiática, seus cabelos ondulados e negros refletiam nos seus olhos de cor idêntica e se destacavam devido à sua pele mais clara, não era ao certo afirmar, mas tinha entre 15 e 16 anos.
– Meu nome é Teresa, eu destruí o lugar que fez isso conosco e mais 70 jovens. Eu fui uma das co-criadoras do projeto. Mas o interesse dos superiores era outro, eles tinham uma ambição extremamente perturbadora e egoísta. Guardem tudo o que estou falando, provavelmente perderei minha memória aos poucos.
“Não se esqueça daquilo” Teresa repete para si mesma.
– Quem sou eu? – Gabrielle pergunta.
– Eu não tenho todas as informações, com a pane que eu gerei, é possível que posteriormente vocês se lembrem de algumas coisas. Seus pais assim como os meus estão mortos. Isso vale para todos, Aris e Julie, vocês também. Seu nome foi dado pelo CRUEL, assim como o meu e os demais. Ele se refere à cientista que descobriu a cura do Alzheimer, Gabrielle Britton. Aris, seu nome vem do grande pensador e cientista Aristóteles. Julie seu nome vem da pesquisadora Julie Payette, uma astronauta e responsável pelo reconhecimento de voz. Isso é tudo o que sei. O que eu acabei de dizer?
– Que os nossos pais estão mortos e o que nossos nomes significam. – Aris responde.
– Ah sim, onde estamos?
– Você disse que era um elevador... – Julie completa.
– Devo ter dito.
O elevador começa a se locomover, o barulho ecoa dentro do compartimento atingindo cada nervo dos jovens.
– Você também – Gabrielle se desequilibra e continua gritando, o barulho atrapalhava a comunicação – Você também disse que nos tiraria desse lugar.
– Se eu disse – Teresa grita de volta – então vamos sair.
A fresta no teto cresce e a luz domina o espaço.
::: Flashback :::
– Quem é você? – Newt grita em direção à mais alta.
– Meu nome é Teresa, e eu vou tira-los daqui, isso é o que eu me lembro. Quem é você?
– Me chamo Newt, quem são esses?
– Os que eu consegui salvar, Gabrielle, Julie e Aris. Eles estão na mesma que nós, também não têm nenhuma memória de sua vida anterior.
Os garotos olhavam ao redor, encaravam os clareanos e quando estes encaravam de volta, desviavam os olhares.
– Cuide dos garotos, eu explico melhor o que está acontecendo, você parece ser o líder – Teresa volta para o Newt.
– Tudo bem. Jeff! Gally! Cuidem dos fedelhos.
O socorrista e um garoto troncudo e loiro se apressam em resgatar os novatos.
– Me acompanhe, Teresa. Vamos para a Sede.
“Não se esqueça daquilo, não se esqueça daquilo” Teresa fala para si mesma.
A garota acompanha o loiro, mas para bruscamente.
– Newt! Espere! Eu não sei, eu, Thomas! Onde está o Thomas? Eu não sei o que... Ele está aqui? Thomas? Thomas? – Teresa perde o controle e começa a gritar, arfando em cada palavra. – Newt, por favor, preciso... Eu preciso ver o Thomas. O Tho...
– Ei! Calma! – Newt a segura pelos ombros – Ele está conosco. Só um momento, me espere aqui!
O loiro se dirige para a caixa onde acena para um garoto de cabelo curto e moreno.
“É ele.” Teresa pensa olhando para Thomas.
“Quem é...” Thomas não completa o pensamento, a garota pulara em seu pescoço, o abraçando. Este retribui o abraço.
– Estou me sentindo num programa de namoros ou em um “De volta para a minha trolha”. – Newt comenta para si mesmo.
Thomas não entendia porque se abraçaram. Mas algo, talvez seu instinto, ligava-o à garota.
– Bom, trombinhos, quero dizer, trolhos. Vamos para a sede. – Newt chama a atenção dos dois.
Teresa se agarrava aos braços de Thomas, este também não fazia esforços para que ela se soltasse.
Chegando à sede, entram no quarto em que Minho estava com a última novata. Ele dormia na cadeira, segurando suas mãos. Newt toca no ombro do garoto e acorda-o, tocando em seguida no da garota, que também acorda.
– Tudo bem, Bruna, entendi agora o porquê disse que não era a única. Muito bem Teresa, pode começar. – O loiro introduz.
Teresa conta a história que contara para os novatos.
– E é isso o que eu lembro, mas...
– ENTÃO VOCÊ NOS COLOCOU AQUI!? – Minho levanta gritando
– NÃO GRITE COM ELA, CARA DE MÉRTILA! – Thomas entra na frente do asiático.
– VAI DEFENDER SUA NAMORADINHA AGORA, TRAIDOR!? – Minho empurra Thomas de volta.
Newt entra no meio dos dois, antes que Thomas viesse bater no outro corredor.
– THOMAS, MINHO! RELAXEM OS DOIS. MINHO VOCÊ NÃO A ESCUTOU? ELA SE COLOCOU AQUI, NÓS NOS COLOCAMOS AQUI! TODOS CONCORDAMOS EM VIR! O PORQUÊ NENHUM DE NÓS LEMBRAMOS. SENTE E ESCUTE! VOCÊ ESTÁ ASSUSTANDO AS GAROTAS!
Minho olha a reação das duas virando imediatamente para baixo.
– Acho que eu me exaltei, me desculpe Teresa, Bruna...
– Minho, eu entendo – Teresa retoma – mas eu não terminei. Tem algo que eu não contei para os novatos. Isso tem a ver com você e com eles. Ou melhor, com um deles. Vim me forçando para não esquecer.
– Como assim?
– Bom, como todos aqui, não temos pais, muito menos uma família. Mas você é diferente.
– O quer dizer?
– Eu trouxe sua irmã, Minho. A sua pequena Julie.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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