Falsa Realidade escrita por mazegates


Capítulo 11
Subordinação


Notas iniciais do capítulo

Primeiro clímax.



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Gally observava Thomas, Newt e Alby se dirigindo para a Casa dos Mapas.

– Winston, avise o Mendel, hora de espalhar o plano.

– Certo.

Os dois se espalharam pela clareira, Gally correu para a direção de um grupo de jardineiros enquanto Winston, chamava Mendel para uma conversa em particular. Mendel acenou que sim para o retalhador e dispersaram para grupos diferentes.

– Zart, posso falar com dois de seus subordinados? – Gally interrompe a conversa.

– Fique à vontade, Gally. Não tem porque pedir permissão.

– Você é o Encarregado deles, eles lhe devem obediência, trolho.

– Gally, você é o único Encarregado que pensa assim. Nós não somos donos deles, cabe a nós a única função de representa-los e organizar seus trabalhos. Todos aqui são irmãos, a única hierarquia que devemos seguir é para ordens nos serviços da clareira.

– Que seja, cara de mértila, eu dormi no meio desse seu discurso de paz mundial. Lussac, Plat, me sigam.

Gally se dirige para o Campo-Santo, onde Winston e Mendel esperavam com mais oito clareanos. Eram de cada classe na clareira, de aguadeiros até corredores. Então, o encarregado dos construtores começa seu discurso.

– Vocês podem não saber, mas o nosso líder, aquele que todos veneram, planejar uma fuga para o labirinto. Sem planos, sem estratégia. Ele quer no levar para um segundo massacre. O número que nos atacou não é nada comparado com o que tem lá dentro. Alby quer infringir a regra mais importante na clareira: todo clareano deve zelar pelo outro, ataques são proibidos. Ben foi expulso por isso. O nosso líder desistiu de nós. Eu não vou para o labirinto, não vou ser morto como uma isca para dois ou três se safarem. Eu vou ficar aqui, e dar a minha vida para proteger todos. Nós percebemos que vocês também estão inquietos com isso. Perdemos trolhos importantes para nós. Quem está comigo?

Os clareanos se entreolharam, todos queriam gritar que sim, mas estavam com medo. Medo de ser apenas um teste de confiança, medo de dar algo errado ou então medo de fazerem algo errado.

– Então, vou repetir a pergunta. Quem está comigo? – Gally arqueia as sobrancelhas.

Winston dá um passo à frente.

– Eu, Gally.

– Eu também.

Mendel o segue, e então os demais seguem os outros dois. Logo, todos que ouviram o discurso escolhem confiar no construtor.

– Eu fico feliz em saber que não estou sozinho. Agora contarei nosso plano.


– Mas isso é...

– Estranho? Sim, Alby. – Minho diz.

– Então elas estavam envolvidas com isso, agora justifica porque fugiram... Como fomos tão idiotas? – Newt se revolta, socando a mesa.

– Nós não sabemos se é culpa delas! Tanto elas quanto nós podemos ter sido vítimas deles! – Thomas levanta a voz.

– Pare de ser criança, Thomas! Pense com um olhar crítico, não seja alienado pela garota! Se eles não tivessem fugido, Clint estaria vivo! – Alby grita batendo seu peito com o de Thomas.

Thomas serrou os punhos,

– A criança aqui lutou e viu seus companheiros morrerem enquanto um cara de mértila estava dormindo e tranquilo e feliz em sua caminha, como um covarde!

Alby empurra Thomas na parede e aperta seu pescoço.

– Ouse me chamar de covarde mais uma vez, que eu juro, eu quebrarei cada osso desse seu corpo de mértila e...

Minho interrompe empurrando Alby para longe de Thomas, fazendo-o cair em cima de um dos bancos da sala.

– Ouse você tocar no Thomas mais uma vez que eu irei quebrar o seu pescoço, não te darei chance nem de implorar por sua vida de plong. Eu já disse que não me importo de seguir as suas regras ou a sua liderança, mas não vou permitir que você encoste um dedo nele.

– Vocês três! Parem! – Newt soca com mais força a mesa. – Olhe quantos morreram, e vocês estão brigando entre si. Esqueceram das nossas regras? Esqueceram do que acabou de acontecer?

– Estou cansado de todo esse discurso, eu já tenho meu plano, eu sou o líder e todos me devem obediência, inclusive vocês. – Alby se levanta e olha para os três – Amanhã de manhã iremos partir. E quem não quiser, será morto. Está claro que temos retrocessos aqui. Isso é um teste, certo? Vamos fazer uma seleção natural. Boa parte já percebeu isso, eu sei que não estou sozinho.

– Você só pode estar louco, Alby! – Newt grita.

O líder sai da casa dos mapas, sem escutar o loiro, batendo a porta forte.

– Mértila! Vocês dois, procurem o Caçarola e o Jeff e convença-os a não fazer nada que o Alby tenha ordenado! Eu vou tentar falar com ele. – O vice líder sai da sala mancando.

Minho ajuda Thomas a se levantar, este ainda estavam com falta de ar devido ao aperto de Alby.

– Você está bem?

– Sim... Obrigado Minho...

– Não precisa abaixar a cabeça, Alby é um monstro. Eu nunca deixaria ele tocar um dedo em você.

– Só você mesmo... Já tenho duas dividas contigo, cara de mértila.

– Sobreviva. Isso faz você pagar essa dívida e ainda receber troco.

Thomas dá uma risada de lado, limpa o pó de suas roupas e dá um toque nos ombros do asiático.

– Temos que fazer alguma coisa com o Alby, ele quer ir para o labirinto sem planos, às cegas!

– Eu sei, Tom. Precisaríamos de mais um dia para nos recompormos, organizarmos e traçarmos um plano correto. Não podemos ter mais mortes... e por que você está sorrindo? Eu estou falando sério!

– É que você nunca me chamou de Tom.

– Eu chamei? – Minho corou – Que seja, vamos logo, precisamos avisar o Caçarola e o Jeff.

– Ok!

Os dois clareanos saem às pressas da sala, confusos do que acabara de acontecer e ao mesmo tempo preocupados com o que aconteceria nas próximas horas.

Minho ainda pensava em como Bruna e Julie estariam, tinha medo de pensar no “e se”. As garotas não saíam dos seus pensamentos.

Thomas tentava não pensar nos fedelhos, incluindo Teresa. Não queria acreditar que estes estivessem envolvidos com as mortes. Mas o fato de terem sumido no labirinto o fez sentir receio tanto do que estavam fazendo quanto do que pode ter acontecido com eles.

– Não, pense nisso, eles estão bem. Ela está bem. E não possuem ligação nenhuma com isso. – O jovem diz baixo. Minho não o escuta, correndo a frente do clareano em direção à cozinha.


Newt tentava andar o mais rápido possível para alcançar o líder que estava sob um banco gritando para os outros clareanos. De longe conseguia escutar partes do discurso.

– ... morreram. Não há tempo a perder! Sairemos amanhã às seis horas, fiquem próximos de seus encarregados que terão relógios e ficarão de guarda. E deixarei, uma emenda nas nossas regras: “Aqueles que não seguirem às ordens do líder, serão taxados automaticamente como traidores e serão exterminados sem chance de defesa.”. Já tivemos traições demais nesse lugar. Não aceitarei mais nenhuma!

– Nós não podemos perder tempo. Terá que ser feito essa noite, vá buscar aquilo. E mesmo que Mendel pergunte: nós não fizemos nada.

Gally murmura algo para Winston que acena que sim com a cabeça e sai em direção à casa dos retalhadores.

Os clareanos estavam estáticos. Alguns com caras raivosas, outros ainda tristes, mas pouquíssimos estavam determinados e coerentes com o que Alby acabara de ditar.

– Alby! Por favor, vamos conversar! – Newt chega exclamando para o moreno que descia do palanque.

– Eu vou te ouvir, mas porque eu preciso falar com você e nem tente me convencer. – E se vira para a multidão de jovens – E quanto a vocês! Se preparem, não teremos atrasos!

– Vamos para a caixa.


– Então é pra eu parar de preparar os mantimentos? – Caçarola indaga. – Cara, eu tenho medo de encarar o Alby. Ainda mais agora... Ele me falou com ódio no olhar.

– Fique tranquilo, nós não permitiremos que ele encoste um dedo em qualquer clareano nesse lugar. – Minho o acalma. – E Jeff, você também. Pare e vá descansar, não sairemos daqui sem nenhum plano.

– Tudo bem... Eu estou confiando em vocês.

Caçarola e Jeff saem da sala. Deixando Thomas e Minho a sós.

– Então... vamos resolver aquilo certo? – Thomas pergunta.

– Não tem jeito.


– Está tudo pronto Winston? Temos pouco tempo.

– Sim, Gally.

Winston sai com uma bainha cobrindo um facão, usado para cortar as carnes de porco e bode.


– Eu já disse tudo e não quero mais te ouvir. – Alby encerra a conversa secamente.

– Você... – Newt não conseguia terminar a frase. Seu rosto estava roxo, olhos inchados e vermelhos. – Você pode então me matar! Eu não vou ser seu sacrifício! Ficarei na Sede, se você quiser ainda pode mudar de ideia! Por favor!

Newt se dirigiu para a Sede, deixando Alby olhando-o fixamente até que este grita:

– Eu não me importo!


A clareira estava tensa na manhã seguinte. O céu estava da mesma cor como quando foram dormir: cinzento, sem nuvens, sem sol, sem nada. As plantas do local já sentiam a fala de luz, adquirindo uma cor seca, próxima ao bege. Alguns clareanos conseguiram dormir, outros, assim como os encarregados, estavam com olheiras, mostrando que, afinal, não dormiram.

Minho e Thomas estavam murmurando algo entre si nervosos. Gally conversava sério com Winston. Newt saía da Sede com Jeff, e com sua ajuda sobe no palanque para falar com os clareanos.

– Bom...

– Eu sei! Hora de partir e quem não for será morto! – Zart grita.

– Teremos que mudar os planos... Tivemos um ataque essa noite. – Os olhos de Newt estavam inchados, mesmo quem não o conhecia intimamente saberia dizer isso: o garoto estava morrendo por dentro.

– Mais um verdugo? – Mendel grita. – Impossível! Nenhum encarregado ou outro clareano comum dormiu direito essa noite!

– Exatamente. Não foi um verdugo. O Alby... ele... – Newt olhava para baixo quando ergue para falar com os outros – Nosso líder foi assassinado.


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Notas finais do capítulo

Então, quem matou o Alby?