Narrado por Scorpius.

Eu não queria continuar brigado com aquela ruiva irritante-sabe-tudo. Não sei explicar o porquê. Mas eu fiquei mal mesmo por ter feito aquilo com ela hoje mais cedo na biblioteca. Passei dos limites e ela me colocou no meu lugar.

Eu tentei me acertar com ela, e um imbecil chamado Lysander, pra falar a verdade. Eu não nunca nem vi esse cara. Mas também se eu vejo, é bem capaz de eu matá-lo, sem precisar de varinha. Vai lá e dar uma caixa de chocolates para ela.

Foi demais pra mim. Eu explodi. Mas uma coisa eu não entendi: Por que ele disse que nunca se esquece dela? Por hora eu vou ficar sem respostas. Mas não pense que eu vou deixar isso passar em branco. Quero saber qual é a relação de Rose com esse cara. Não vou interrogá-la hoje. Para não chateá-la novamente. Já sei quem vou perturbar para saber dessa história. Mas agora. Eu quero aproveitar que estamos de bem.

Eu ainda a abraçava. Ela retribui com intensidade. Será que ela ainda está chateada? Será que não vai me desculpar? Eu acho que sim. Tudo estava em silêncio até que ela resolveu falar.

– Scorpius Malfoy, sabia que você é um idiota? - Ela me olhava.

– E sabia que você é uma tremenda de uma chata? - Eu falei sorrindo.

– Ah, vamos logo para o castelo! - Ela se soltou de mim. - Quero tomar um banho. - Ela me puxava.

– Vamos. Bem que você tá precisando tomar banho, sua porquinha! - Eu a puxei.

– E bem eu que estou toda suada... - Ela apontou para minha barriga.

– Vai dizer que você não tá gostando de ficar olhando minha barriga de tanquinho? - Dei um sorriso maroto.

– Eu... Não... - Ela ficou vermelha. - É... Bem... Só um pouquinho!

Nós dois rimos.

Peguei minhas coisas e fomos para o castelo. Ela não tocou no assunto da mão-boba. Eu que não vou tocar nele.

Ela foi para sua sala comunal e eu fui para a minha. Cheguei lá e vi uma cena um tanto nojenta: Albus estava pelado correndo atrás de Zabini.

– Uou! Não é hora de viadagem aqui, não! - Gritei segurando o riso.

– Ai dento Scorpius, você sabe que eu sou macho! - Zabini respondeu. - Sai fora Al! Vai dar pra outra pessoa. - Ela falava empurrando-o.

– Quê? Eu to só brincando, falow? - Al se afastou. Pegou a toalha.

– Sei... Essas brincadeiras andam muito frequentes! - Debochei.

– Vai se fuder Scorpius! - Al deu os ombros.

Eu joguei tudo em cima da cama. E fui para o banheiro tomar um banho. Demorei alguns minutos. Saí só de toalha. Sentei em minha cama.

– Vem cá Potter, quem é Lysander? - Eu perguntei na lata mesmo.

O Potter parou de choque. Me encarou uns segundos. E respondeu, por fim.

– É filho da Luna e Rolf Scamander. - Ele me encarava com uma das sobrancelhas erguidas.

– Ah. Ele é de que casa? - Perguntei me esquivando um pouco.

– Corvinal, igual à mãe. - Ele respondeu.

– Ai Al, esse Lysander é um Scamander. Então ele é irmão do Lorcan? - Foi Zabini quem perguntou.

Lorcan Scamander. Eu estava lembrando. Ele era da Sonserina. Terminou a escola já faz um ano. Deve ter a idade do James e de Cat, com certeza. Então esse fulano que atende pelo nome de Lysander, é irmão de Lorcan, da Corvinal.

– E por que dessas perguntas todas? - Al continuava com a sobrancelha erguida. Zabini também me encarava.

– É que esse fulano, mandou uma caixa de bombons para Rose. Dizendo que nunca esquece dela e blá, blá. - Eu respondi sem olhá-los.

– Quer dizer que você ficou com ciúmes da Weasley? - Zabini sorri maroto pra mim. - Olha ai Al, o Malfoy tá com ciúmes da Weasley!

– Isso merece uma manchete nos jornais! - Al ria agora.

– Vai para a puta que pariu! - Me levantei. - Me errem! - Peguei minhas roupas e fui me vestir no banheiro.

***

No jantar. Rose sentou-se na mesa da Sonserina novamente. Foi um jantar bem agradável. Tirando o fato de Al não parar de soltar piadinha idiota.

– Sabia que o Loirão aí, sente ciúmes de você Rose! - Al falava rindo.

Rose ria também. Mas tinha algo diferente no sorriso dela. Era um sorriso de prazer. De satisfação.

– Malfoy com ciúmes? – Ela ria. - De mim? - Ela me encarava.

– É de você. - Al gargalhava vendo minha cara de vergonha.

– Albus come e me esquece! – Dei os ombros.

Parece que dessa vez ele havia entendido, pois por fim calou a boca. Rose não falou nada. Só me olhava de vez em quando. Já disse que os olhos dela eram lindos? Pois são lindos!

Terminado o jantar. Seguimos para o Saguão. Eu chamei Al e Zabini e pedi que eles não fossem para as masmorras ainda.

– Scorpius a gente tem o que fazer cara! – Al revirava os olhos.

– Não é por muito tempo. Eu prometo!

– Tá, você implorando assim, a gente fica! – Zabini debochou.

Eu dei o dedo do meio para ele e saí. Fui pra onde estava minha ruiva. Quero dizer, a ruiva.

–... Ah Rose! Você faz falta na mesa da Grifinória. – A pequena Potter quem falava.

– Lily, deixa de birra. Você sabe que eu tenho tempo para todos. – Rose fez biquinho.

Eu achava esse biquinho que ela fazia muito, mais muito fofo. Eu sei que isso é gay, mas eu achava.

– Isso é mentira! Desde o começo dessa detenção que você não tem mais tempo pra mim. – E dessa vez foi Lily quem fez bico.

– Olha Lily, pra você ficar mais tempo com ela eu vou deixá-la livre hoje, certo? – Falei me metendo na conversa. Rose me olhou com cara de quem não estava entendendo. – É que eu tenho que fazer umas coisas, e enquanto isso você fica com a Lily. Pode ser?

Ela não se convenceu, porque continuou me encarando.

– Tá, pode sim! – Ela me deu um selinho rápido. – Até amanhã então.

E saiu com a pequena Potter em direção as escadas.

***

– Cara, tu vai arranjar encrenca! – Zabini falava. E eu nem ligava.

– Eu não ligo! – Dei os ombros.

– Beleza, depois não diga que eu não avisei. – Ele balançou a cabeça.

Continuamos andando. Em direção ao campo. Onde estava tendo o treino de Quadribol da Corvinal. Eu sabia que o encontraria lá. Lysander. Ele era artilheiro.

– Lá se estar ele! – Eu o avistei de longe. Descendo da vassoura.

– Scorpius, você vai se meter em confusão! – Zabini falava, mas eu nem dava bola.

– Ah, fica quieto. Eu sei o que estou fazendo! – Dei as costas para ele.

Continuei andando em direção ao campo. Ou melhor dizendo, na direção de Lysander. Luke me acompanhava meio relutante. Eu pisava duro de raiva. Quero tirar essa história a limpo.

– Ei, Lysander! – Chamei com a voz trêmula de raiva.

– Quem me chama? – Ele se virou.

– Eu. Scorpius Malfoy. – Falei parando de frente para ele.

– E o que é que você quer? – Ele falou semicerrando os olhos.

– Saber o porquê que você mandou aquela caixa de bombons para Rose. – Eu falei cerrando o punho.

– Porque eu quis. E se era só isso, eu já vou embora. – Ele já ia se virando e eu puxei seu braço. Ele parou no ato. – Que é? Perdeu alguma coisa comigo? – Ele puxou o braço. E largou a vassoura que tinha na outra mão no chão.

– Vai com calma Scorpius. – Zabini tentava me segurar no lugar onde eu estava.

– Fica na sua Zabini! – Falei cerrando os dentes. – O que eu quero, é saber o que você teve com a Rose?

– Não é da sua conta. Você não é nada dela. Não te devo satisfação! – Ele me empurrou.

– Isso é o que você pensa. – Coloquei o dedo em seu peito.

– Se quer mesmo saber, eu fui namorado dela. Namorei com ela por 5 meses. E foram os melhores 5 meses da vida dela! – Ele sorriu maroto.

Eu não resisti. Perdi a paciência de vez. Meu punho que estava cerrado. Agora se encontrava no meio da cara daquele retardado. Nunca odiei tanto alguém na minha vida.