A aldeia estava um pouco movimentada. Quando chegamos a uma casa a loira deu um beijo em sua testa.

– Vê se se cuida tá? - disse dando as costas e indo embora.

Desci e toquei o chão, peguei uma bola de neve, taquei acertando suas costas o que fez parar no mesmo instante ela olhou pra trás furiosa, podia jurar que a neve ao seu redor derreteu.

– Eu te amo - Hiccup disse.

Ela sorriu e voltou a andar, quando ela tomou certa distancia.

– Você é doido? Ela podia te matar. - ele disse.

– Não se preocupe, ela não pode me ver. - eu disse sorrindo.

– Bem... Vamos entrar, meu pai chega em breve - ele disse empurrando a porta que não parecia leve.

Banguela havia desaparecido, Entrei. Como era grande flutuei até o teto devagar perambulando entre algumas vigas, há tempos não entrava em uma casa, eu realmente nem me lembrava direito como era...

– Tá com fome? - o moreno interrompeu meus pensamentos.

– Não, e por falar nisso eu também não preciso comer. - eu disse.

– Mas você pode? - ele perguntou.

– Posso, mas não quero. - eu disse.

– Se é assim, então vamos. - ele disse subindo as escadas. Elas davam em um corredor largo, vi Hiccup no final dele com um lampião. Fui ate ele sem tocar ao chão, ele entrou em uma porta pequena para o corredor, eu fui logo atrás entrando para um pequeno quarto, repleto de desenhos de seu dragão, e de fato eram os melhores desenhos que eu já havia visto.

– Gostou? – perguntou.

– Eu os amei, foi você quem fez? - eu disse.

– Sim. - ele disse passando a mão na nuca.

– São incríveis – disse enquanto girava analisando as paredes.

– Você desenha? – ele perguntou meio corado, tão fofo... Desculpe continuando.

– Bem não, mas eu posso fazer isso – Mirei meu cajado na mesa.

Saiu fagulhas azuis e surgiu uma miniatura de seu dragão de gelo. Seus olhos se encheram de brilho e um sorriso. Ele se agachou perto na mesa analisando a estatua de gelo.

– Nossa incrível, ficou perfeito – ele disse ainda sorrindo.

Neste instante ouvimos uma voz pesada e aguda. “Hiccup!”

– Ah é meu pai ele deve estar subindo – ele disse

Em pouco tempo um homem enorme entrou pela porta mal passando por ela de tão grande que ele era para a pequena porta.

– E então filho, como está? – ele começou com um sorriso esperançoso.

– Vou muito bem pai, e o senhor? – Hiccup disse.

– Também. – disse o gigante ainda sorrindo.

Fez-se um silencio um tanto desconfortável, depois de longos minutos.

– Bem... Ótimo papo filho, até o jantar. – disse ele se virando e tentando passar novamente pela porta foi difícil mais ele saiu fechando a porta com um tchauzinho Hiccup deu um também. Quando percebi que ele já havia descido as escadas. Olhei pra olhos verdes que pareciam querer rir.

– O que foi isso? – perguntei por fim.

– Ah bem, ele insiste em dialogo pai e filho sabe? – ele disse.

– Pra falar a verdade eu não sei não, mas tudo bem – eu disse dando de ombros.

– Ele realmente não te viu como fez isso? – ele perguntou.

– Só me vê quem acredita em mim – eu disse.

– Quando eu era pequeno, quero dizer bem menor ele me contou sobre você, eu sempre acreditei em tudo que meu pai dizia. Naquele inverno eu andava pela floresta a sua procura, mas nunca te encontrei então eu meio que desisti. – ele disse

– Por isso você acredita em mim, ou seja pode me ver. – eu disse – Eu realmente fiquei feliz, ninguém nunca acreditou em mim nos últimos anos, fico realmente feliz com isso... – disse em meio a um sorriso.

– Também fique feliz em te conhecer finalmente. – ele disse – Eh... Você quer passa a noite aqui? – ele perguntou.

– Tudo bem é melhor que passar sozinho na floresta. – Eu disse olhando para a janela – Mas eu também não durmo.

– Mas você pode – disse ele com um sorriso sarcástico.