Voluntários - Interativa escrita por BDP


Capítulo 12
Capítulo 12 - Briga Entre Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Voltei, demorei um pouco, mas voltei! Espero que gostem desse capítulo, ficou meio triste de novo, mas a culpa não é minha!



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Não demorou muito para que as risadas de Sky e Mik acordassem a casa inteira. Sora foi a primeira a chegar. Ela entrou correndo no quarto, por causa dos gritos de Sky. Achou que ela pudesse estar machucada.

Sora botou a mão em cima do coração e suspirou aliviada ao ver que todos estavam bem. Mas seu momento de descanso não durou muito. Micah jogou um travesseiro na cara dela, que gritou de susto. Ela lhe lançou um olhar vingativo, pegou o travesseiro e começou a atacá-lo junto com Sky.

Alguns minutos, quase todos estavam ali, menos Lizie e Jake. A guerra continuou. E Matthew continuava encostado na parede, braços cruzados sobre o peito e um pequeno – quase inexistente – sorriso no rosto. Depois de algum tempo, Jake entrou no quarto correndo, assim como Sora. Mas a reação dele foi diferente:

– Eu não acredito que corri até aqui, achando que fosse algo sério, para isso. E vocês ainda me acordaram!

Ao escutar isso, Mely revirou os olhos e bateu nele com um travesseiro.

– Pare de ser chato! – Ela disse e entregou um travesseiro a ele. – É melhor usar isso se não quiser apanhar – então Mely deu um sorriso malicioso e começou a bater nele, que, no inicio, só a mandava parar, mas depois se entregou ao jogo.

A brincadeira durou por muito tempo, até Micah acertar Charles forte com o travesseiro no rosto. Imediatamente todos pararam, com medo da reação da menina.

– Eu. Vou. Te. Matar! – Ela pega o travesseiro, pula em cima do garoto e começa e bater nele. Então, Micah consegue segurar os pulsos da garota. Ele pega o travesseiro, joga para longe e puxa Charles para um beijo.

Assim sendo, o restante começou a bater palma, fazendo com que Charles se levantasse um pouco vermelha e falasse:

– Ah, calem a boca! A culpa não é minha se vocês não têm namorados. Vou comer alguma coisa na cozinha, alguém vem comigo?

– Acho que todos vão – disse Sora –, aposto que ninguém está mais com sono.

Então todos desceram para cozinha, eles pegaram vários pacotes de biscoito enquanto Ed fazia uma pipoca de micro-ondas. Depois de tudo pronto, eles se sentaram no sofá da sala de estar.

– Parece que o Matthew não é tão mau quanto demonstra ser – começou Anne. – Acho que devíamos dar uma chance a ele.

– Eu concordo – disse Sora sorrindo, lembrando do garota tentando ajudá-la a controlar os seus poderes.

– Me dar uma chance? Jura? Isso é ridículo! – Matthew disse, botando a máscara de novo.

– Eu também concordo com a Annie – disse Sky, ignorando Matthew. – Que tal começarmos dando um apelido a ele?

– Ótima ideia! – Disse Annie sorrindo. – Que tal... Metamorfo? Porque ele pode, sabe, mudar de forma.

– Adorei! – Exclamou Mely.

– É inteligente – admitiu Ed.

– Então vai ser esse. Metamorfo. – Disse Sky.

Metarmorfo fingiu que não se importava com seu novo apelido, que achava idiotice, mas, bem no fundo, se sentiu bem.

Finn estava sentado ao lado de Eno, que estava muito animada. Não parava de falar. Enquanto ele ficava olhando para a escada, esperando que Lizie pudesse descer a qualquer momento. Até agora ela ainda não havia dado as caras. Depois de algum tempo, ele resolveu perguntar:

– Onde está Lizie?

Eno segurou o ciúme. Mas não conseguiu evitar revirar os olhos e se jogar no encosto do sofá, suspirando.

– Não sei. Que estranho, impossível ela não ter...

Então um grito agonizante preencheu o recinto. O grito era de Lizie. Sem pensar duas vezes, Finn se levantou e saiu correndo em direção ao quarto da garota com Charles logo atrás.

Os dois abriram a porta prontos para atacar quem quer que estivesse ali. Mas não tinha ninguém. Lizie estava encolhida na sua cama, olhos marejados e toda suada.

– O que aconteceu? – Perguntou Charles.

A esse ponto, todos os Voluntários estavam no quarto de Lizie, cercando a cama da garota.

– Eu sonhei com Lena. Ela estava num tipo de feira, roubando comida para sobreviver, quando vários agentes do governo a cercam e... – era visível que a garota se segurava para não chorar.

– Calma, Lizie. Foi só um sonho – disse Charles, se sentando ao lado de sua amiga e a abraçando. Porém Lizie balança a cabeça dizendo que não.

– Não é só um sonho – ela puxou um colar para fora da blusa. – Lena tem outro par desse colar. A outra parte pertencia a minha tia Beatrice e, na noite que ela morreu, a minha parte ficou quente como está agora e eu também tive uma visão e agentes invadindo a casa. Mas pensei que fosse só maluquice minha na época – ela retirou o colar e entregou para seus amigos.

– Então nós vamos atrás dela – disse Finn –, e trazemos de volta.

– Não é simples assim – sussurrou. – Eu estava no sonho. Quando eu vi Lena, comecei a correr para tentar ajudá-la e meus cabelos começaram a sacudir em frente ao meu rosto e foi aí que eu percebi que eles não estavam castanhos, estavam verdes. – Lizie olhou para Lena e depois para Micah. – E tinha algum homem segurando minha mão e correndo junto comigo.

– Então não somos todos nós que devemos ir? – Perguntou Charles, quase num sussurro.

Lizie assente com a cabeça e se vira para os outros:

– Vocês podem nos dar um segundo, por favor? – Todos assentiram e se retiraram, restando apenas Lizie e Charles. – Eu sei que é difícil, mas quero que você e o Micah não voltem.

– O QUÊ?! Lizie, você ficou louca?

– Charles, escuta, alguém tem que cuidar de Lena! E eu não posso deixar isso... Então, quando eu conseguir terminar com isso, eu vou encontrá-las e então poderemos ficar juntas. As três.

– Mas... – Charles tentou protestar.

– Por favor – Lizie sussurrou com a voz tremula. – Por favor, Charles. Eu preciso que você faça isso.

– Então você promete – ela disse, também com voz embriagada –, que vai se vingar to governo por todos nós. Que vai fazê-lo o mais rápido possível e que vai nos achar e não vai desistir de mim e da Lena.

– É claro que eu prometo – disse Lizie a puxando para um abraço apertado.

Elas ficaram assim por muito tempo, mas tinham que anunciar a decisão delas. Elas se separaram lentamente e foram para a sala de estar, onde todos aguardavam.

– Charles e Micah vão atrás de Lena – disse Lizie, ainda do alto da escada. – E não vão voltar. Vão cuidar dela longe daqui.

Micah tentou protestar, mas Charles lhe lançou um olhar, pedindo para que ele ficasse quieto. Ele obedeceu imediatamente.

– Eu e Micah vamos arrumar nossas coisas – disse Charles, subindo para o quarto junto com Micah.

– Eles vão embora agora? – Perguntou Jake. – Não está meio tarde para isso?

– Quanto antes eles acharem Lena melhor. Ela pode estar em qualquer lugar. Temos que torcer para que elas estejam certas – respondeu Lizie.

Depois de um tempinho, Charlotte e Micah desceram a escada com suas mochilas já nas costas.

Eles começaram a se despedir e quando Charles foi dar o último abraço em Lizie, ela disse:

– Eu te ligo assim que encontrar a Lena.

– Não faça isso – Lizie pediu. – O governo pode ter grampeado os telefones e, de qualquer jeito, eu vou saber quando ela estiver em segurança – elas se abraçaram e então Lizie sussurrou no ouvido de Charles. – Eu vou cumprir minha promessa. Vou achar vocês.

Micah abraçou Lizie e então os dois saíram porta a fora. E o clima tenso que havia sido abandonado, tinha voltado.

– Todos para os quartos – ordenou Lizie.

~~~

Finn estava esperando Eno dormir. Ele queria ir até Lizie, ficar com ela e consolá-la. Quando ele achou que sua irmã já tinha caído no sono, ele se levantou e se dirigiu até a porta. Mas, antes mesmo de chegar lá, Eno perguntou:

– Onde você está indo?

– Só vou beber água – mentiu ele.

Eno se levantou da cama e ligou a luz, ela parou em frente a Finn e cruzou os braços.

– Você não me engana! Eu sei que você quer ir se encontrar com Lizie.

– Eno! – Ele revirou os olhos. – A gente combinou que não ia sentir ciúme, lembra?

– É, mas você está cego por essa garota! Hoje, se tivesse algo muito perigoso no quarto de Lizie, você poderia ter morrido! Saiu correndo sem ao menos pensar.

– Eu faria o mesmo por você! – Ele tentou.

– Exatamente! É o que você faria por mim, a sua irmã! Você está a botando no mesmo nível de prioridade que o meu!

– Eno, por favor... entenda. Eu nunca amei tanto uma garota tanto quanto eu a amo. Tirando você, claro – Eno virou a cabeça de lado, não querendo olhar para ele.

Sem ter o que mais fazer, Finn se virou em direção a porta e a abriu.

– Se você sair por essa porta – ameaçou Eno, mas Finn a cortou.

– Eno, você tem que entender. Esse ciúme é idiota. Você sabe que eu nunca vou te abandonar. Mas agora eu tenho que ir ver Lizie.

Finn saiu do quarto e fechou a porta, deixando Eno de boca aberta, olhando para a porta. Ela não acreditava que seu irmão tinha feito isso com ela.

Eno se aninhou na cama e começou a ter medo. Medo de perder o irmão, seu único porto seguro. Ela não queria estar aqui, quase chorando de medo, quando Finn voltasse. Por isso, pegou seu travesseiro e saiu do quarto. Eno foi até o quarto de Ed e bateu na porta.

Assim que Ed escutou baterem na sua porta, ele foi até ela e a abriu. O garoto olhou Eno de cima a baixo, o pijama dela era realmente curto. Os dois coraram e Eno foi direto ao ponto:

– Posso aqui dormir hoje?

– Eno... eu não sei se é uma boa ideia. Tem tantos outros quartos vazios, você pode dormir em qualquer um deles.

– Por favor. Só hoje. Eu briguei com Finn, não quero ficar sozinha.

Ed suspirou e a deixou entrar.

– Eu durmo no chão – ele disse pegando seu travesseiro.

– Não precisa. A cama é de casal, tem espaço para dois – disse Eno. – Não tem nada demais, Ed! – Ela insistiu ao ver a indecisão do garoto. – Só vamos dormir.

– Seu irmão vai me matar – disse Ed, resolvendo não contrariá-la.

Então ele se deitou ao lado dela. Os dois viraram de costas um para o outro, um pouco constrangidos com a situação. Para Eno, era novo gostar tanto assim de alguém. Ela não sabia direito como agir.

Ficaram muito tempo assim. Parecia até que tinham dormindo, mas eles sabiam que estavam bem despertos. Eno, depois de mais alguns minutos, falou, ainda sem se virar para Ed:

– É normal sentir tanto ciúme do próprio irmão?

Ed suspirou e respondeu, também sem se virar para ela:

– Pelo que eu percebi vocês sempre só tiveram um ao outro. Então é natural você reagir assim quando outra “invadir” a vida de seu irmão, o coração dele. Afinal, agora você vai ter que dividi-lo com outra pessoa. Mas não é necessário se sentir assim, Eno. Finn te ama muito, ele nunca faria nada para te magoar e nunca te deixaria.

Eno, finalmente se virou, agora encarando as costas de Ed.

– Mas ele magoou – ela disse, quase num sussurrou.

Ed também se virou. Agora eles falavam olhando nos olhos.

– Eu tenho certeza que não foi intencional. Ele gosta muito dela, tinha que ver como ela estava. Você está, estava, bem hoje.

– Você já sentiu ciúmes de alguém? – Ela perguntou. Agora estavam ainda mais próximos, rostos a centímetros de distância.

– Bem, se você acha seus ciúmes doentios, espere até escutar os meus... Eu tenho ciúme de uma garota com o irmão dela – admitiu Ed.

Então os narizes estavam quase se tocando. Mas nenhum dos dois ousou tomar a primeira atitude.

– Se você quiser me beijar, beije – sussurrou Eno.

– Eu quero, mas é errado. Você está... vulnerável com isso do seu irmão e...

Eno o calou com um beijo e Ed se entregou ao mesmo. Ed pediu passagem com a língua e Eno cedeu. Eles ficaram assim até faltar ar, então se separaram, um pouco ofegantes.

– Agora que seu irmão me mata – disse Ed, mas sem se distanciar dela para falar. E Eno riu baixo.

~~~

Quando Finn saiu de seu quarto ele foi direto bater na porta de Lizie.

– Entre – ela disse.

E foi o que o garoto fez. Ao passar, ele fechou a porta. Finn se sentou na beirada da cama de Lizie e perguntou:

– Você está legal?

– Sim – a garota mentiu, com um sorriso falso.

– Você pode conseguir enganar todos com esse teatrinho de “estou bem”, mas menos a mim. Eu consigo ver a tristeza nos seus olhos – Lizie olhou para suas próprias mãos, sem saber o que falar. – Olha, não vim aqui para te pedir uma chance, vim porque estou preocupado com você, Lizie. Quero que você fique bem.

– Eu sei. E eu agradeço por isso, mas agora eu só preciso ficar sozinha.

– Lizie, eu já disse que você... – tentou o garoto, mas ela o cortou.

– Finn, por favor. Eu só preciso dormir. Amanhã nós nos falamos, tudo bem?

O garoto deu um suspiro profundo e assentiu, indo embora. No caminho para seu quarto, Finn se perguntava, porque tinha que se apaixonar justo pela única garota que não resistia a ele. Finn sempre soube exatamente o que falar para uma mulher, mas parecia que Lizie tinha uma barreira impenetrável ao redor dela.

Quando Finn chegou ao seu quarto reparou que Eno não estava ali, mas não se preocupou. Quando eles moravam sozinhos e brigavam, ela sempre se recusava a dormir no mesmo quarto que ele e ia pro sofá. Ela deveria estar em um dos vários quartos vazios.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Felizmente não temos mais nenhum personagem com risco de sair até agora.
Posso perguntar uma coisa? Qual o casal favorito de vocês? Também vale os que já sairam, ok?



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