TAILS escrita por Cath Lovelace


Capítulo 19
Sou uma Mariachi sem sorte




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Lyanna:


– Bom dia, flor. – uma voz doce preencheu meus ouvidos
– Tess? – perguntei abrindo os olhos
– Eu mesma. – ela falou com a mesma voz doce
– Eu senti tanta sua falta. – falei segurando a mão dela.
– Eu também senti a sua. – ela acariciou meu rosto – Como você está?
– Bem. Eu acho. – falei me sentando – e você?
Morta. – ela sussurrou no meu ouvido, e depois sorriu.

~
– JESUS! - acordei gritando
– Fala. – a voz monótona e entediada de Jesus me respondeu.
– Opa. – falei envergonhada – Foi engano.
– Ah, claro que foi. – ele falou estressado. – Sempre é.
– Tchau Jesus. – falei encerrando a conversa.


– Impressão minha, ou a Candice estava falando com um cara chamado Jesus? – Natallee murmurou, meio dormindo.
– Ela é louca. – Lyanna murmurou em resposta.

Ah, que lindo. Elas me xingam dormindo.

Levantei, e cambaleei até o banheiro.
Estalei os dedos, e meu cabelo se arrumou sozinho. Sorri pro espelho.
Uma coisa boa de ter sido adotada pela deusa de beleza, é que eu tenho o poder de arrumar meu cabelo, e maquiagem com apenas um estalar de dedos.
E você ai, achando que as filhas de Afrodite não fossem poderosas.

Então, eu ouvi um barulho alto.
Muito alto.
Mais alto que o ronco da Diana.
Sai do banheiro, com metade do cabelo em uma trança e a oura metade solto.

– Que porra foi essa? – Natallee falou pulando/caindo da cama
– Foi a Diana roncando? – perguntou Lyanna se sentando
– Não, malditas. Eu tô acordada. – Diana revirou os olhos.

Então a porta se abriu.
E Lia Hammel entrou correndo e arfando. Apesar do quarto dela ficar apenas a 10m do meu.
Ela estava descabelada, e desesperada.

– PERCY JACKSOOOOOOOOOOON! - ela gritou – No pequeno tibre. Achei que deviam saber. – e então, a retardada (que acabava de ter feito um cosplay quase-excelente do Professor Quirrel) caiu de cara no chão.
– AAAAAAAAAAAAAAAH! – Natallee gritou assustada – O que é Percy Jackson?
– É de beber? – perguntou a filha de Baco
– Não,imbecil.– respondi revirando os olhos – E, é mais pra “quem” – falei mordendo os lábios, nervosa.

E foi assim, que eu soube que estava ferrada.

~~~~~~~~~~~~

– Kay – Natallee falou, com uma xicara de café nas mãos, enquanto observava Jackson matar uma górgona. – Quer dizer que, você conhece esse gostoso? – ela falou se virando pra mim – Pode me apresentar pra ele?
– Para de ser vadia, garota. – Lyanna falou, entregando pipoca para os outros semideuses, que observavam calmamente enquanto o garoto que eu conhecia, lutava com górgonas.
– Quem é aquela velha? – Diana perguntou, bebendo energético

Olhei pra onde ela olhava, pra constatar que havia mesmo uma velha.

Uma hippie velha. Uma hippie velha pelancuda. Uma hippie velha, pelancuda, asquerosa. Uma hippie velha, pelancuda, asquerosa e com um cheiro de recalque que poderia ser sentido de longe por qualquer loiro brilhante.

– Hera. – falei respirando pesadamente – Quer dizer, Juno. A maior recalcada de todos os tempos.

As garotas me encararam, como se eu fosse uma retardada.

Não que eu não seja.
Ah, esqueçam.


Juno? – Natallee me encarou – A maior corna do universo?
Juno? – repetiu Lyanna – A mais insuportável das deusas?
Juno? – dessa vez foi Diana – A sua madrasta?
– AÍ, SUAS PUTAS! – gritou Juno, pra nós – TÔ OUVINDO ISSO AI, VOU SEQUESTRAR O NAMORADO DAS QUATRO.
– VAI SE FODER! – gritou Annabeth do além.

A batalha com as górgonas terminou logo depois que a Annabeth do além mandou Juno/Hera (vou chama-la de Junera. ) Junera se foder.
Ah, gregos. Sempre tão educados.

Depois de socar, esfaquear, afogar, e transformar as górgonas em um suco sabor veneno, Percy saiu do rio, sendo observado por todos os desocupados (incluindo eu mesma) do acampamento.

– Bem, foi um passeio adorável — Junera disse. — Obrigada, Percy Jackson, por me trazer ao Acampamento Júpiter.
– Educada né? – Lyanna sussurrou pra mim – Nem parece que é uma vagabunda.

– PERCY... JACKSON? – Reyna falou chocada.
– Será que esse é outro namorado perdido? –questionou Natallee em um sussurro -Essa aí perde mais namorados do que cabelo.
– Ah, sim! Vocês vão se divertir muito juntos! – Junera riu
– Isso aqui tá parecendo novela mexicana. Que saco. – bufou Diana.


Então, Junera começou a brilhar e mudar de forma. O que era perfeitamente normal, nesse acampamento. Acontecia sempre.

A desgraçada cresceu até virar uma deusa de dois metros de altura em um vestido azul, com um manto que parecia o cabelo da Diana (uma coisa muito medonha, enrolada e feia) sobre seus ombros. Em sua mão estava um cajado com uma flor de lótus no topo.

Se fosse possível os romanos parecerem mais confusos, eles conseguiram. Reyna se ajoelhou imediatamente. Os outros a seguiram. Um imbecil caiu tão rápido que quase se cortou com a espada.
Exceto por mim, todos estavam ajoelhados. Eu estava sentada, porque deuses desocupados e recalcados me cansavam.

– BAAAH. – Me espreguicei e bocejei alto – Vai demorar pra isso acabar?
– Shiiiiu! – Natallee disse – a Vaca Gorda ainda está falando.

Devia ressaltar que, o meu amor por Natallee só aumentava, a cada vez que ela xingava alguém.

– Romanos, apresento-lhes o filho de Netuno. – Junera gritou – Por meses ele esteve adormecido, mas agora está despertado. O destino dele está em suas mãos. A Roda da Fortuna se aproxima rapidamente, e a Morte deve ser libertada se quiserem ter qualquer esperança em batalha. Não falhem comigo!

E aí, desapareceu.

– ALELUIA! – gritei me levantando - NÃO SUPORTO ESSA RECALCADA.

Os romanos me olharam com temor, como se esperassem que Junera voltasse, e me transformasse em uma vaca. Realmente, muito assustador.

– Um filho de Netuno, hein? – falou Reyna com um tom de arrogância – Temos recebido muitos semideuses dos grandes, ultimamente.
– ELA TÁ FALANDO DE MIM, VIADOS. – gritei acenando – BEIJO FÃS.
– Cala essa boca, retardada. – Lyanna abaixou meu braço, e sorriu como se pedisse desculpas aos que viram isso.
– Olha, eu perdi a memória, tô meio confuso, então... Eu te conheço? – perguntou Percy Jackson
– Sou Reyna, pretora da Vigésima Legião. E não, eu não te conheço.
– Oi! – Hammel apareceu do meu lado – Bati a cabeça, fez um galo. Olha! – ela apontou para o inchaço roxo na sua testa.
– Essa garota é autista? – perguntou Diana
– É, sim. – respondi, fazendo Hammel parar de cutucar o inchaço – Para, imbecil. Vai piorar.

E se não bastasse à chegada repentina de Hammel, Octavian decidiu apareceu também.

– E aí. – cumprimentou – O que tá rolando?
– Nada. – Lyanna deu de ombros – Só um garoto novo, que matou duas górgonas e foi abençoado por Juno.
– Ela também disse que ele estava hibernando antes de vir pra cá. – ressaltou Diana.
– E que ele é um filho de Netuno. Filhos de Netuno hibernam? Legal! – falou Natallee.
– Ah tá. – Octavian deu de ombros – Oi Candy, tudo bem?
– Quando foi que eu te dei permissão pra me chamar de Candy? Só pra lembrar. – falei
– Estou bem também. Fico feliz que esteja bem. Tenho que ir. Tchau! – ele se despediu, saindo.
– Que simpático. – Diana elogiou.
– Que retardado. – corrigi, meio perplexa pelo que acabava de acontecer – Acho que preciso dormir.

E antes que eu pudesse me retirar daquele lugar, Lia decidiu acabar totalmente com a nossa missão.


– OI, PERCY JACKSON! – ela gritou, atraindo a atenção dele – LEMBRA DE MIM SAUDADES DE VOCÊ NO CHALÉ 69!
– Lia? – ele falou piscando – Candice?
– NO! – gritei assustada – MEU NOMBRE É CATARINA DE LÁ SILVA SANTOS PALMER HERRERA LOS FERNANDEZ CUCARATCHA RAGATANGA . SOY MEXICANA. ARIBA, ARIBA!

E sai correndo, gritando Ariba’s, e cantando, enquanto arrastava Lia Hammel para os estábulos.

– Ai! – Hammel gritou, quando um cavalo decidiu pisotear seu pé. – Por que estamos aqui?
– Talvez seja porque você é uma retardada que não sabe quando não deve ser notada. – falei com raiva, dando-lhe um tapa na testa
– Quê? – a retardada me olhou confusa
– Você não se lembra do que aconteceu? – perguntou Lyanna.

Lyanna havia nos seguido até o estábulo, como um cachorro segue um pneu de bicicleta. (N/Lyanna: Ótima comparação, realmente.) Vou jogar o pneu na sua cabeça, cachorra.

– Não – respondeu Hammel – Só lembro de ter caído no chão do seu quarto, e ninguém ter me ajudado a levantar.
– Eu não gosto de você, não devia esperar muito de mim. – falei dando de ombros
– Cala a boca, Candice. – falou Lyanna – Lia, você não lembra de ter saído do quarto, e mostrado pra todo o mundoo seu galo?
– Eu fiz isso? – Lia perguntou chocada – Deuses!
– Eu acho... – Lyanna começou a murmurar coisas desconexas, até dar um tapa na sua própria testa – Já sei!
– Sabe o que? – perguntei assumindo um tom irônico – Que a retardada aqui tem Alzheimer? Não é surpresa.
– Não. – Lyanna falou – Ela tem dupla personalidade.
– Que? – Lia e eu falamos juntas
– Dupla personalidade. Sabem? Quando uma pessoa tem uma outra pessoa dentro de si mesma. Como os deuses... Júpiter e Zeus... Sabem? – ela exigiu – Isso explica tudo. Lia tem uma personalidade mais infantil e delicada dentro de si mesma.

Lia fez uma careta. E eu assenti com a cabeça.

– Entendi, Sherlock. – falei – Hammel tem mais que um problema mental. E dai?
– E dai, - falou Lyanna – que ela ter mais de uma personalidade pode complicar as coisas pra ela.
– Como assim? – Hammel perguntou assustada
– A primeira e segunda Coorte tem uma escolha rigorosa de soldados – explicou Lyanna – E se eles souberem que ela pode surtar a qualquer momento... Podem interna-la, ou coisa pior...
– Oh deuses... – Lia murmurou, levando a mão a boca.
– ELES PODEM INTERNAR ELA? POR QUE NÃO DISSE ISSO ANTES? VAMOS LEVAR ELA AO SANATÓRIO ROMANO AGORA MESMO.
– Eles te internariam também. – Lyanna falou revirando os olhos.
– Opa. Melhor não te levar não...
– Candice? – chamou uma voz, na porta do estábulo.

Me virei pra encontrar Octavian, parado lá, me observando.
Nesse momento, Lyanna e Hammel aproveitaram pra sair correndo. Vadias.

– Fala, Octavian.
– Oi... – ele começou meio hesitante – Eu, hum... Bem...
– Não enrola.
– Você conhece o garoto que acabou de chegar?
– Não.
– Candice...
– Talvez...
– Candice...
– Sim, veado. Eu conheço. Tá feliz?
– Não. – ele respondeu – Como o conhece?
– ISSO AQUI É UM INTERROGATÓRIO?
– Não.
– Octavian...
– Talvez...
– Octavian...
– Sim. É! Responda-me!
– Porque eu deveria? – perguntei
– Por que sim.
– Por que sim não é resposta.
– Por que sim, é resposta sim!
– PARE DE DISCUTIR COMIGO!

45 minutos depois:

– Para você de discutir comigo! – Octavian bufou, batendo o pé
– Não, para você. - falei
– Você para. – ele exigiu
– Okay. – falei dando de ombros
– Vai parar? – ele perguntou surpreso
– Vou. - sorri
– Okay. – ele disse
– Okay. - repeti
– OH DEUSES, PARE DE FLERTAR COMIGO. – ele falou, tendo um ataque fan-girl
– Eu nunca mais te deixo ler a culpa é das estrelas, Octavian. – falei, saindo do estábulo.
– MAS É UM LIVRO LINDO! CHEIO DE EMOÇÃO, E.. E... VOCÊ PODE SER A HAZEL, E EU O AUGUSTUS, E PODEMOS...
– O Gus morre, Octavian. – cortei ele.

Ele se virou, e me olhou, magoado.

– Ah deuses. Você não vai chorar, vai?
– NÃÃÃÃÃO! – Ele gritou, se jogando na grama. – POR QUEEEEEEEE?
– Para, Octavian. – falei tentado levanta-lo – A gente tá passando vergonha.
– EU NÃO QUERO MAIS VIVER, CANDY! NÃO QUERO! ME MATA! – ele implorou, deitando na grama.
– Octavian, não provoca.
– Okay, passou. – ele se levantou, pegou minha mão, e saiu andando como se nada tivesse acontecido.
– Por favor, deuses. – falei, olhando pro céu – matem esse babaca, antes que eu o mate.
– Awn, eu também amo você. – Octavian falou, beijando minha bochecha.

Antes que eu pudesse colocar Octavian em seu devido lugar, alguém gritou.


– OI, CANDICE! – falou Percy Jackson – EU ME LEMBRO DE VOCÊ!
– CANDICE? QUEM É CANDICE AQUI? EU SOY MEXICANA. ARIBA ARIBA, TACOS, SOMBRERO. ARIBAAAA

E, pela segunda vez no dia, eu sai correndo como uma louca.


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Notas finais do capítulo

Reviews = capitulo.



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