Burning red escrita por Samantha Grace


Capítulo 1
Monólogo interior


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é mais um "monólogo interior" da Reyna , de modo a introduzir a situação psicológica e amorosa em que ela se encontra. Espero que gostem.



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Um sentimento de completa solidão me invadiu. Começou sorrateiramente, surgindo aos poucos, e então se mostrou por completo de forma súbita e arrebatadora dentro de mim. Eu não me sentia assim havia muito tempo. Bom, nem tanto tempo assim, mas era essa a impressão que eu tinha. Essa sensação não me era agradável, pois preenchia meu peito e se espalhava por meu corpo, como uma substância tóxica. Corria pelas minhas veias, circulava por meu coração e invadia meu cérebro, atormentando-me. Eu não me sentia dessa forma desde aquela última noite, quando eu o toquei pela última vez. Meus dedos sentem a falta da sensação eletrizante que me percorria toda vez que tocava seu rosto. É estupidez sentir falta de algo que nunca foi completamente seu, mas é dessa maneira que eu me sinto a maior parte do tempo. Ele nunca foi meu. Na época, quando eu estava envolvida, pensava que fosse. Que nós ficaríamos juntos para sempre, pois essa crença ridícula imposta na sociedade infelizmente me afetou. Hoje, eu vejo que ele nunca foi meu. Era muito menos do que eu pensava. A coisa toda, todo o sentimento, era muito menos do que eu pensava. Tentava me manter ocupada a maior parte do tempo com tarefas manuais e intelectuais, pois assim não sobraria espaço para pensamentos indesejáveis. Mas há algumas noites, como esta, em que simplesmente não tenho força ou vontade para executar essas tarefas. E é ai que sou castigada. As sensações, elas me invadem de forma arrebatadora, uma mais forte que a outra. Solidão. Tristeza. Frustração. Raiva. Quando elas chegam uma de cada vez, consigo até lidar, por mais doloroso que seja. Porém, há vezes em que elas resolvem me fazer uma visita todas de uma vez, e eu tenho a impressão de que vou entrar em colapso. Não entendo porque me castigo dessa forma, pois eu sei que, onde ele estiver seus pensamentos são outros. Tenho absoluta certeza de que isso não o está matando como está matando a mim. Eu sugo todas as sensações. Como um inseto parasita. E então eu descarrego tudo em lágrimas, até conseguir dormir. O sono é a minha única salvação nessas noites.


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Notas finais do capítulo

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