Colisão - Garras e Deduções escrita por Vallerie Kriger


Capítulo 7
6. Impulsos, chamas e... Alphas – parte I




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Sherlock estava entediado e ao mesmo tempo preocupado. Pelo que sabia John já devia ter voltado afinal mesmo a pé demorava uma hora e meia pra ir e voltar do supermercado mais próximo da residência onde estavam hospedados. Mesmo antes de descobrir sobre o que sentia pelo loiro nunca gostava quando o mesmo saia pra fazer compras. Trabalhar. Ou mesmo sair com alguma namorada que arranjava e como essa lembrança lhe desagradava agora, nunca gostava dessas namoradas que o amigo lhe apresentava, pra si elas nunca eram boas o suficiente pra John, nunca poderiam fazê-lo feliz, eram apenas corpos sem conteúdo ou mesmo nada. E parando pra pensar nisso fazia um bom tempo que John não aparecia com alguma nova namorada pra lhe apresentar e não sabia se isso era uma coisa boa ou então ruim, mas deixando isso de lado por enquanto, já tinha se cansado de esperar e rapidamente pegou o celular e mandou uma mensagem pro loiro, no entanto dois minutos depois que sua mensagem foi enviada ouviu um barulho de motor na frente da casa e logo foi até a porta onde a abriu e visualizou um jipe azul parar na frente da residência, e em menos de cinco minutos John saiu junto de um jovem, sendo que sabia muito bem quem era o adolescente, e sem demora saiu e começou a se aproximar dos dois.

– Sherlock – disse John assim que viu o amigo se aproximar, sendo que estava com o celular na mão e estranhou a mensagem do amigo, pois pelo que conhecia de Sherlock este sempre sabia onde estava e muitas vezes lhe mandava trazer coisas desses lugares. – Eu acabei de receber sua mensagem. Só que não entendi. – disse e logo leu a mensagem. – Onde você esta? É isso mesmo? – questionou.

Automaticamente Sherlock se sentiu encabular um pouco diante daquilo, estava tão preocupado com a demora do loiro que nem se deu conta do que havia digitado e de como a frase podia soar.

– Não tem mais importância já que você chegou. – sibilou. – E acompanhado, tenho que colocar. – disse olhando pra Stiles que sentiu um frio na espinha ao ser encarado pelas orbitas azuis do detetive, era como se ele soubesse de suas intenções. – Como vai Sr. Stilinski. Não pensei que o veria novamente hoje. – pronunciou meio que mentindo em parte, desde que interrogou cada um dos cinco adolescentes que havia requisitado, tinha percebido certas coisas em quatro deles e tinha certeza que isso estava ligado ao caso, e até além dele podia dizer mesmo não tendo muita certeza disso, pois havia varias lacunas a serem preenchidas.

– Coisa de cidade pequena, todo o mundo se esbarra mais de uma vez pelo dia. Até comentei isso com o John. – falou e Sherlock não gostou muito do mais novo chamar o seu John pelo primeiro nome. – Bem tenho que ir, pois preciso preparar o jantar. – disse. – Foi bom revê-lo Sr. Holmes. E até outro dia John.

– Até Stiles. – disse John fazendo Sherlock não gostar ainda mais daquela intimidade por parte de ambos, e o mesmo só se dignou a fazer um leve aceno de cabeça pro adolescente que entrou no jipe e em menos de cinco minutos partiu pra sua casa, que pelo conhecimento de Sherlock ficava a uns vinte minutos dali. – Então Sherlock aonde foi e o que fez com a câmera? – ouviu a pergunta de John e logo o encarou.

– Não havia necessidade de você sair pra comprar uma escova de dentes nova. – pronunciou. – A sua bolsa tem uma abertura e a escova acabou entrando nela. E vejo que você e o Sr. Stilinski parecem um pouco íntimos, afinal já se chamam pelo nome.

– Bom saber que eu gastei dinheiro por nada. – falou o medico olhando pra sacola em sua mão. – Porém já estava na hora de trocar minha escova de dentes. – comentou. – E não diria que eu Stiles somos íntimos, temos algumas coisas em comum e até alguns gostos parecidos. – disse afinal à conversa que teve com o menor foi agradável e depois ambos acabaram descobrindo que tinham alguns gostos em comum. - E eu que pedi pra ele me chamar pelo primeiro nome, pois ouvir um jovem como ele me chamar de Senhor me faz me sentir ainda mais velho do que sou. – falou e riu achando graça de si mesmo por estar pensando em coisas assim.

– Me admira você ter esse tipo de pensamento. – disse Sherlock que não concordava com o que John havia acabado de dizer sobre si mesmo.

– Ora Sherlock é inevitável, todo mundo acabada envelhecendo e você também vai, e quando tiver a minha idade vai pensar a mesma coisa que eu. – pronunciou o medico.

– Isso é óbvio John. – sibilou o detetive. – Mas discordo em parte do que disse. – falou e viu John lhe olhar intrigado. – Você não aparenta a idade que tem. Você parece mais jovem. – disse e era verdade, muitos homens na idade do loiro não tinha a vitalidade que ele tinha e muito menos uma aparência tão jovial quanto a de John. – Agora vamos entrar esta ficando frio. – disse e logo começou a andar com o loiro atrás de si.

– E então, ainda espero que responda minha pergunta se não se importa. – disse John assim que entraram na casa, estava um tanto curioso para saber o que Sherlock havia feito com a câmera.

– A mandei pra Londres. – respondeu o detetive se sentando no sofá. – E se não se importa John, gostaria de chá. – falou imperativo e até divertido ao medico que deu de ombros, afinal aquilo era parte do comportamento do detetive e sem demora foi pra cozinha e aproveitaria pra fazer seu jantar, já que estava com fome.

Derek estava a caminho da velha casa de sua família. Porem seus pensamentos ainda estavam na conversa que teve com o Argent, uma conversa objetiva, mas nada apreciada por ambas as partes, no entanto não havia gostado de uma parte em especial daquela conversa.

‘... – Eu percebi que ele ainda não tem a marca. – ouviu a voz do Argent cinco minutos depois de fecharam aquela união provisória.

– E o que isso lhe interessa. – afirmou, esse assunto era algo que não queria pensar desde que Stiles começou a conviver mais com tudo aquilo e participar do treinamento.

– Me interessa, porque ele ainda não é um membro do seu Pack. Ele é um Humano. E pelo Código dos Caçadores, todos os Humanos, exceto aqueles que pertencem a um Pack, não devem ser envolvidos. – Derek ouviu aquilo e sentiu uma vontade de arrancar a língua do Argent, como ele tinha a audácia de dizer que Stiles não pertencia ao seu Pack, ele podia ainda não ter a marca mais fazia parte. – O Sr. Stilinski pode ter algumas qualidades, porém que chances ele terá contra os Alphas. Nenhuma. E envolvido com tudo, e vocês principalmente, é certo que eles podem usar isso contra todos nós, e como Caçador e agora Patriarca um dos meus principais deveres é prezar pela segurança de todos os Humanos contra criaturas como você e outras que vagam pelas sombras. – colocou o Argent e sem mais dizer nada se dirigiu até sua caminhonete e partiu, deixando o Lobisomem ali, pois enquanto Stiles não tivesse aquela marca era seu dever prezar pela segurança do adolescente e de todos habitantes que não fossem, e nem tivesse sido mordidos por Lobisomens...’

Só em se lembrar disso lhe deixava incomodado, quase ao ponto de quase arrancar o volante do camaro, e pra sorte de seu carro, é claro, tinha um bom alto controle. Como aquele Caçador tinha a audácia de lhe dizer que Stiles não estava seguro consigo. Que ele era aquele que cuidaria da segurança do adolescente, até ele tivesse a marca. Se não fosse pelo acordo, iria fazer o Caçador engolir todas as palavras, uma por uma. Porem esse assunto, a marca, ainda era algo um tanto delicado pra si, por um lado queria fazer a marca em Stiles, por outro não queria. A idéia de Stiles pertencer ao Pack, estar a sua proteção, ter sua vida e tudo mais aos seus cuidados lhe dava uma boa sensação. Porém. A idéia de Stiles estar ainda mais envolvido com tudo aquilo, não lhe dava uma boa sensação era como prender o adolescente nessa corrida interminável, nessa condição, mesmo que ele não fosse se tornar o que era, e a marca fosse apenas um símbolo de onde ele pertencia, e pertenceria até seu ultimo suspiro. E isso, a marca, era também outra questão que lhe deixava dividido. No entanto seus pensamentos logo tomaram outro rumo, mas precisamente pros Alphas, tinha que descobrir o que eles queriam realmente com tudo aquilo e aproveitando que era o único que estava na rua, trocou de marcha e deu a volta numa fração de minutos e seguiu até seu objetivo.

Scott tinha acabado de estacionar na frente da casa de Allison, o encontro com a mesma tinha sido agradável e proveitoso, porem sua cabeça não parava de pensar no amigo saindo com Jackson e ambos falando sobre algo ou alguém, sendo que até o momento seu melhor amigo não havia respondido nenhuma mensagem sua, tinha uma vontade enorme de ir até a casa dele e lhe questionar pessoalmente.

– Ah Scott. – ouviu a voz de Allison e automaticamente a encarou. – Nos já chegamos e do jeito que você esta forçando o motor vai acabar quebrando o carro da Lydia. – ela disse serenamente e automaticamente se deu conta do que estava fazendo. – Então, esta se preparando pra um racha? – ela continuou. - Ou, tem muita coisa na sua cabeça hoje? Além de mim. – completou com um sutil sorriso nos lábios finos que estavam com uma fina camada de gloss.

– Claro que não. – disse um tanto sem jeito. - Eu só penso em você, e em como esse dia foi maravilhoso com você ao meu lado. – disse começando a se aproximar da mesma para lhe dar um selinho, porem Allison o parou colocando o indicador em sua testa.

– Sabe que não pode mentir pra mim. – falou Allison encarando o namorado que piscou algumas vezes como se assimilasse o que tinha acabado de dizer. – Você pode ter me dado toda atenção hoje, mas percebi que havia mais alguma coisa além de mim na sua cabeça e não pense que não percebi todas as mensagens que enviou. – disse, tinha uma leve intuição do porque Scott estava assim, porem queria que o mesmo lhe dissesse.

– Não é... – começou Scott, no entanto antes mesmo de concluir a frase se calou ao ver Allison fechar um pouco a expressão. – É só que eu não entendo essa historia do Stiles sair com um Jackson pra o que quer que seja. É surreal. É como água e óleo, duas coisas que nunca vão se misturar...

– Então Scott McCall esta com ciúmes do seu melhor amigo. – pronunciou a Argent interrompendo lobisomem.

– Ciúmes. – disse. – Eu não estou com ciúmes, é só que muito estranho essa relação entre eles. E pelo que eu ouvi de parte da conversa deles, eles não pareciam que iam pra algum tipo encontro, mas sim encontrar alguém. – falou se o Treinador não tivesse atrapalhado poderia saber de quem os dois falavam e pra onde estavam indo. Porem o fato do amigo ainda não lhe mandar nenhuma mensagem o deixava ainda mais intrigado com tudo aquilo. – Eu só não consigo me convencer dessa idéia do Stiles e o Jackson terem saído juntos, e não acho que Stiles devia sair com o Jackson. – colocou.

– Certo, você não esta com ciúme. – disse a Argent quase fazendo aspas no ar. – No entanto acho bom pro Stiles começar a sair com outras pessoas. – começou e quase riu ao ver o namorado lhe olhar indignado. – Nos estamos tão ocupados com nossos próprios treinamentos que o tempo livre que temos acabamos querendo ficar juntos, apenas nos dois. Lydia não se importa muito em não ter a melhor amiga por perto, por que aproveita pra ficar com o Jackson. Entretanto Stiles e você são muito unidos, quase inseparáveis, acho até que são melhores amigos desde o berço. – falou e viu Scott dar um sutil sorriso. – E acho que ele se sente um pouco incomodado, não acho por ele pensar que esta sendo deixado totalmente de lado, mas por que você é o melhor amigo dele, e mesmo que ele seja totalmente social e converse com todos não é a mesma coisa, e ele pode até se sentir um pouco sozinho... Eu estou sendo clara. – disse não queria ser cansativa em sua opinião.

Scott podia ser lento pra algumas coisas, mas tinha entendido onde a namorada queria chegar, porem, e por mais que compreendesse que era melhor pro amigo se envolver com os outros já que por causa de tudo que aconteceu o tempo que antes ficavam juntos havia diminuído em parte. No entanto mesmo assim algo em si não gostava daquilo, não gostava do fato do seu melhor amigo se envolver, conversar ou sorrir pros outros, e realmente Allison estava certa em dizer que estava com ciúme, mas um tipo de ciúme que nunca sentiu em relação ao amigo.

Derek tinha acabado de estacionar no terreno onde ficava a fabrica, que a noite parecia ficar ainda mais silenciosa, ganhando um ar totalmente sombrio. E assim que desceu do camaro entrou no galpão, onde antes mesmo de entrar o cheiro desagradável de Gerard tomava conta de seu olfato, sendo que o corpo continuava no mesmo lugar, com o mesmo sorriso e a mesma expressão, sendo que nas condições que o corpo estava seria impossível ele ter outra expressão alem daquela e sem demora, pois em pratica o motivo que o levou a voltar ali, começando assim a se concentrar nos cheiros do ambiente, e aos poucos os cheiros foram ficando claros pra si. O de seu tio Peter. Jackson. Stiles. O Argent. Outros mais. E finalmente os Alphas. E logo começou traçar o caminho que eles haviam feito até chegarem ali, e o cheiro deles o levou pros fundos da fabrica onde havia uma cerca que não estava em suas melhores condições, tendo algumas aberturas e até uma parte onde a cerca faltava e tinha certeza que os Alphas haviam passado ali já que o cheiro o levou automaticamente pra perto dessa abertura, sendo que um pouco depois da cerca começava a floresta e sem demora passou pela abertura e começou a se dirigir na direção da floresta, porem parou abruptamente quando percebeu que não mais sentia o cheiro dos Alphas. Por uns minutos ficou totalmente desnorteado. Como um cheiro podia sumir assim do nada? Tentou sentir novamente porem nenhum resquício sequer foi sentido por seu olfato, os únicos cheiros que sentia agora eram os das arvores, plantas, flores, e de alguns animais que se encontravam por perto ou a uma boa distancia, ainda confuso e desnorteado por aquilo deu mais ou menos um três passos pra trás e se surpreendeu ao sentir novamente o cheiro, e logo começou a processar aquilo, voltando um pouco pra trás o podia senti-lo, mas se desse, mais ou menos, dois passos pra frente não mais o sentia. E isso era algo totalmente inexplicável, pois o cheiro de um Alpha é bastante perceptível e os lupinos usavam de seu cheiro para demarcar seus territórios, porem se não conseguia senti-lo era porque de alguma maneira os Alphas tinham encontrado uma maneira de encobri-lo, e precisava descobrir como e para isso precisava falar com seu Tio já que este sempre foi um tipo de historiador da família e poderia saber de alguma coisa.

Assim que chegou em casa Stiles automaticamente foi tomar um banho, seu pai ainda não havia chegado e só chegaria de manhã já que hoje era o dia dele fazer plantão, e assim que terminou o banho colocou uma camiseta e uma calça de moletom onde logo se deitou um pouco na cama e ficou a encarar o teto, de todos os dias, desde que os Lobisomens haviam entrado em sua vida, aquele tinha sido o dia mais longo e puxado. A chegada do detetive e de John. O corpo de Gerard. A conversa com Derek, e depois com Cris Argent. Esses eram os três principais tópicos de todo dia, se bem que podia colocar também o momento em que Derek surgiu na sua frente sem camisa coberto ainda por algumas gotas de água, isso por causa do banho que estava tomando, e foi só em pensar nisso que seu corpo já começou a esquentar e sentiu um formigamento na região abaixo de seu ventre, o que lhe fez automaticamente se virar na cama meio que de lado e foi ai que levou um susto ao ver alguém sentado na janela de seu quarto, e se lembrava bem que a mesma estava fechada quando chegou, e pelo susto pulou da cama em menos de cinco segundos, ficando uma posição de luta um tanto estranha, por um segundo não reconheceu a pessoa até que reconheceu as roupas e se lembrou que agora Jackson usava aquelas roupas como um tipo de disfarce.

– Caramba. Da pra bater na porta. Fazer algum sinal, ou gritar dizendo: To entrando pela janela, Stiles. – falou com a mão no peito.

– Eu te chamei, só que você parecia estar no mundo da lua. – disse o loiro calmamente, sendo que ao chegar encontrou o menor deitado na cama com uma expressão distante sendo que aquela expressão lhe parecia um tanto familiar, como se já a tivesse visto antes, não em Stiles, mas sim em outra pessoa.

– Então Peter te mandou de novo? – questionou. O lobisomem com certeza queria saber se sua conversa havia dado algum resultado.

– Não. – disse Jackson, fazendo Stiles ficar curioso. – Vim devolver o seu celular. – falou tirando o aparelho do bolso.

– Há valeu. – agradeceu se aproximando do outro que automaticamente lhe devolveu o aparelho.

– Bem tenho que ir, disse a Lydia que não demoraria. – pronunciou o loiro e Stiles fez um leve aceno. – E não se esqueça que vou querer a minha revanche. – adicionou, ainda não entendia como tinha perdido, pois sempre foi bom em jogar Boliche.

– Posso até pensar em te dar uma revanche, mas creio que não vai fazer muita diferença. – falou Stiles, antes de ir falar com Derek, Jackson tinha lhe dito que ia querer uma revanche e o mesmo parecia não entender como havia perdido, já que pelo que Scott lhe contou do encontro de casais que tivera com Jackson e Lydia, o loiro era bom no Boliche.

– Veremos. – pronunciou o Whittemore. – Então até... E boa noite, Stiles. – falou e em menos de cinco minutos partiu, deixando Stiles um tanto incrédulo pelo que tinha ouvido, Jackson tinha lhe desejado uma boa noite, era difícil de acreditar e com certeza quando acordasse pela manhã estaria chovendo canivete, sendo que ainda não tinha se acostumado com essa mudança de comportamento do loiro.

Mas logo foi até a janela e a fechou novamente e sem pressa se sentou na cama e ligou o celular. Pois depois que Jackson havia respondido a mensagem de Scott o mesmo desligou o aparelho e o confiscou o que não gostou muito, e assim que o aparelho ligou novamente se surpreendeu ao ver que tinha recebido mais de vinte mensagens do amigo e isso era até estranho, pois seu amigo sempre que estava com Allison se esquecia de tudo a sua volta, e ao ler as primeiras viu que ele abordava praticamente o mesmo assunto nelas, e então logo o respondeu, reforçaria a saída com Jackson e perguntaria como estava o encontro como se nada tivesse acontecido, mesmo que estivesse. E logo percebeu que tinha recebido uma mensagem do pai lhe reforçando o que já sabia e sem demora o respondeu, falando que já estava em casa e que o mesmo não sabotasse a dieta, e mesmo que quisesse questioná-lo se ele sabia de algo em relação às investigações do detetive era melhor ir com calma e esperar um pouco, pois tinha a leve impressão que o Sr. Holmes sabia que estava muito mais do que envolvido naquilo tudo.

Peter estava em frente ao notebook, algo que fazia praticamente todos os dias e o lobisomem estava lendo os documentos da família. Estava buscando entre eles algo que pudesse ter alguma ligação com as ditas duas letras deixadas pelo Argent, porém até aquele momento não havia encontrado nada, absolutamente nada, tinha começado a ler um novo documento quando ouviu o barulho da porta e sentiu um determinado cheiro, e sabia muito bem quem era.

– Como foi à conversa com o Argent? – questionou irônico sem tirar os olhos da tela do notebook.

– Gostaria que me explicasse se há algum meio de um Alpha encobrir seu cheiro? – a pergunta do sobrinho lhe fez automaticamente tirar o olhar da tela, totalmente abismado.

– Como!- exclamou ainda absorvendo a estranha pergunta.

– Resolvi voltar pra fabrica, depois que falei com o Argent. – começou Derek vendo seu tio lhe olhar e escutar com atenção. – Queria encontrar alguma pista ou rastro, e o melhor seria saber por onde eles vieram. Então automaticamente segui o cheiro deles que me levou para a parte de trás da fabrica, onde a cerca não esta em boas condições e ao passar por ela e dar alguns passos não mais consegui senti-lo.

Por um momento Peter pensou que o sobrinho podia estar doente ou que o Argent havia se aproveitado e o drogado com alguma mistura estranha de wolfsbane, mas vendo que não havia nada afetando seu lado lupino, podia não ser isso. Estava prestes a abrir a boca pra questionar Derek quando algo lhe veio à mente, uma lembrança por assim dizer, uma lembrança de sua adolescência, quando em certo dia conheceu uma determinada pessoa, uma jovem de descendência rara.

– Mostre-me o lugar. – afirmou ficando serio. Tinha que ver com seus próprios olhos pra ter certeza da suposição que vinha em sua mente, é só em pensar nisso fazia algo se entalar em sua garganta.

Derek ouviu o que o Tio dissera e até estranhou um pouco o jeito serio que ele ficou, nem nos momentos mais tensos ele ficava serio daquele jeito, porém no momento não o questionaria sobre aquilo já que sua meta principal era descobrir como os Alphas haviam encoberto seu cheiro.

John estava terminando seu jantar enquanto Sherlock lia o que havia escrito sobre os depoimentos, geralmente o amigo lhe pediria pra falar tudo, porém estranhou quando o mesmo lhe pediu seu caderno de anotações e começou a ler em silencio e enquanto comia, algumas vezes pegava Sherlock revirando os olhos ou fazendo um som com a garganta como se fosse dizer alguma coisa, porém ele logo ficava quieto de novo.

Sherlock lia cada trecho das anotações de John em silencio, normalmente pediria pro mesmo lhe falar tudo, mas não queria atrapalhar a refeição do amigo, desde que começaram a conviver e passar parte do tempo nos casos que surgiam sempre interrompia as refeições do medico, por causa disso não deixou de notar que desde que John começou a viver consigo, este havia perdido um pouco de peso e não queria que ele adoecesse por não estar se alimentando direito, e isso era o que menos queria, que John adoecesse por sua causa, seria uma coisa que nunca poderia se perdoar, então mesmo que o loiro tivesse escrito algo que não era preciso ou até que já sabia, ficaria quieto e não incomodaria a refeição dele, pois uma boa refeição deve ter uma boa comida e um ambiente tranqüilo.

– Então Sherlock já chegou a alguma conclusão desse caso? – questionou John que estava curioso, desde que chegaram Sherlock não havia feito nenhuma suposição ou mesmo indagou o que poderia ter acontecido.

– Termine de comer. – disse o detetive sem tirar seus olhos do caderno, tinha ouvido a pergunta de John, porém notou que mesmo não havia terminado todo o jantar e de uns meses pra cá tinha notado que o loiro em todas as refeições deixava algo no prato, era como se ele tivesse inconscientemente se programado pra comer o mais pouco possível como se fosse sair a qualquer momento, e também por causa disso é que se policiava pra não incomodar as refeições e garantir que John sempre comesse alguma coisa pelo dia.

John estranhou a frase que saiu da boca do amigo, Sherlock nunca, digamos assim, se preocupava se comia ou não, e todas às vezes nos casos quando paravam num restaurante ou lanchonete ele lhe tirava de lá antes mesmo de poder colocar uma colherada de seu pedido na boca, mas logo olhou pra seu prato vendo que havia deixado quase a metade do que tinha colocado pra comer, no entanto já se sentia saciado.

– Eu já estou satisfeito. – falou ao amigo, e Sherlock suspirou desanimado, aquela era uma afirmação que não era verdadeira, mesmo que John não tivesse percebido.

– John, termine de comer. – pediu encarando o loiro. Aquilo não tinha acontecido de uma hora pra outra, mas sim aos poucos, e quanto mais os meses passavam, mais notava que as porções deixadas pelo loiro iam aos poucos aumentando e do jeito que estava, chegaria uma hora que ele não colocaria mais nada na boca e o corpo dele não tinha uma capacidade mental e física pra suportar a falta de alimento. E era claro que seu irmão havia percebido também, por isso quando ligou pro loiro comentou sobre seu péssimo habito de não comer e que John não deveria seguir por isso, e mesmo que não estivesse apaixonado pelo loiro não o deixaria continuar nesse ciclo.

– Eu já terminei o meu jantar, Sherlock. – pronunciou o medico encarando as duas órbitas azuladas do detetive. – Já estou completamente satisfeito e saciado.

– Não. Você não esta. – pronunciou o detetive serio, mas gentil. – Você inconscientemente acha que esta. Há meses você esta deixando porções nos seus pratos e a cada dia elas vão aumentando, até que chegara uma hora que você não colocara mais nada no estomago e acabara adoecendo por causa disso. – falou e logo se levantou e foi até o loiro que tinha se surpreendido com a observação do amigo e realmente não tinha percebido isso, mas mesmo que quisesse terminar o que havia colocado no prato não sentia fome e logo sentiu o prato ser tirado de seu colo por Sherlock que se sentou a sua frente. – Então, por favor, John termine de comer, não gostaria que o meu amigo ficasse doente. – pronunciou o detetive. – Só um pouco mais. – pediu ajeitando uma colherada e imediatamente a colocou a uma distancia dos lábios do loiro. John estava extremamente surpreso por aquela atitude do amigo, que nem conseguia assimilar direito, ia dizer alguma coisa, porém Sherlock se pronunciou novamente. – Por mim John, só mais um pouco. – pediu o detetive encarando fixamente aquelas duas orbitas verdes vendo ali todos os questionamentos que John fazia sobre seu comportamento e era o mesmo que se perguntava, pois o que estava fazendo era simplesmente um impulso.

John não sabia como agir, olhava para aquelas aquele olhos azuis que lembravam um frio dia de céu nublado, mas que também lhe transmitiam algo cálido, e tentava entender o comportamento do amigo, porem assim que Sherlock se pronunciou novamente foi como se sua mente ficasse branca, nunca tinha ouvido aquele tipo de som vocal sair pelos lábios do amigo, e uma coisa sabia bem, nunca conseguia recusar ou ignorar um pedido dele, que em muitas vezes pareciam mais com ordens, e logo, lentamente e timidamente entreabriu os lábios onde em menos de cinco minutos Sherlock preencheu sua boca com uma colherada da macarronada que havia feito. Sherlock ficou feliz quando percebeu John abrir os lábios e automaticamente levou a primeira colherada até a boca dele e assim que ele mastigou e engoliu, fez o mesmo novamente e faria isso até que ele não quisesse mais, e John até o momento ainda não estava acreditando que Sherlock estava lhe dando comida na boca, era algo que nunca poderia imaginar, nem em pensamentos e muito menos nos seus sonhos mais inusitados ou malucos.

Stiles estava jantando um belo prato de macarronada, era algo que não tinha pensado pra fazer, porém simplesmente fez, e enquanto comia pensava em algumas coisas, até que algo lhe veio em mente ao colocar uma nova grafada na boca. Como seria se Derek lhe desse comida na boca? Não entendeu da onde lhe veio tal pensamento, mas até que gostaria que isso acontecesse e pensando nisso continuou a comer.

Era a sexta grafada de macarronada que dava a John e até aquele momento o loiro comia sem pronunciar uma silaba sequer, e enquanto esperava o mesmo terminar de mastigar percebeu um pouco de molho nos lábios do loiro. Uma parte de si pedia para apenas avisar o loiro, mas outra lhe dizia claramente para limpar aquilo, não sabia o que realmente fazer então ouviu o lado que falava mais alto e sutilmente se aproximou do loiro que já tinha terminado de mastigar e de cara John percebeu sua pequena aproximação e lhe encarou ainda mais do que antes, mas logo levou seus longos e finos dedos pros lábios do loiro limpando o molho e sentindo a textura daqueles lábios que cobiçava tomar e nunca mais largar. John percebeu a aproximação do amigo e estranhou, mas quando sentiu aqueles dedos longos e gélidos em seus lábios sentiu algo percorrer seu corpo de cima a baixo, como se tivesse levado um choque, era algo totalmente estranho, já que nunca tinha sido tocado por outro homem daquela maneira.

– Estava sujo. – ouviu a voz profunda e aveludada de Sherlock e voltou pra realidade, porém novamente seu mundo resolveu parar quando notou que Sherlock lambeu o dedo que usou para limpar os seus lábios.

– Eu já estou cheio Sherlock, e acho que vou tomar um banho. – falou um tanto rápido demais quase atropelando as palavras e rapidamente se afastou do detetive e foi a passos largos até o quarto onde ficaria e quando chegou fechou a porta e se encostou nela, não entendeu o que o levou a ter essa atitude mais a atitude de Sherlock lhe deixou extremamente constrangido, ainda não tinha compreendido totalmente aquele comportamento dele e duvidava que um dia conseguiria então era melhor tomar um banho e ver se a sensação quente e constrangedora abandonava seu corpo, além de comprovar se realmente estava no mundo real, pois ser alimentado na boca pelo amigo e vê-lo lamber o dedo de uma forma ousada era como se tivesse parado num mundo paralelo, e rapidamente rumou pro chuveiro.

Sherlock não tinha notado seu ato até que John finalmente se pronunciou e partiu pra seu quarto. Realmente não tinha percebido que havia levado o dedo até os lábios e sentido o gosto do molho com algo a mais que com certeza devia ser o gosto de John, fora novamente levado por um impulso de seu corpo que desejava de todas as formas ter John. Ficar com John. E amá-lo até não poder mais. Tinha que admitir que seu corpo estava ganhando de sua mente quando o assunto era John e se continuasse assim haveria uma hora que seus impulsos ficariam mais fortes, se é que já não estavam.

Stiles estava lavando a louça do jantar como a do café da manhã quando sentiu um tipo de constrangimento lhe tomar quando pensou novamente em Derek sem camisa, mais diferente da sensação que sentiu em seu quarto essa era diferente, mais intensa e de algum modo confusa.

– Tá vendo o quanto você me afeta, Derek. – pronunciou irônico ao nada olhando a vasta vegetação que ficava mais a frente. Algum dia quem sabe não diria aquilo na cara do próprio Alpha e pensando e falando nele, se perguntava o que o mesmo estaria fazendo no momento.

Ao chegarem à fabrica, Derek levou o Tio até o local onde o cheiro de alguma forma sumia. A principio Peter olhou para todos os lados com um olhar um tanto cético, depois se baseando no cheiro dos Alphas seguiu até o ponto que o cheiro desaparecia onde automaticamente, naquele ponto, se abaixou e buscou algum vestígio, mas tudo que encontrou ali foram folhas secas, raízes e a terra fofa e úmida e se lembrava bem que dois dias atrás havia chovido, e qualquer coisa que estivesse ali à chuva com certeza havia levado, porem mesmo assim aquilo, barreira ou outra coisa assim, não iria desaparecer dessa forma e logo se lembrou de um modo pra fazê-la aparecer e comprovar o que suspeitava.

– E então? – questionou o Alpha que queria logo saber o que estava acontecendo.

Peter ouviu o questionamento do sobrinho, porem não o respondeu e logo tirou do bolso da calça um isqueiro onde automaticamente o acendeu e o soltou no ponto onde o cheiro desaparecia, Derek automaticamente viu o que o tio havia feito e antes que pudesse tomar qualquer atitude, pois sabia bem o que iria acontecer quando o fogo entrasse em com aquelas folhas secas era certo que aquilo desencadeia um incêndio, porem quando o isqueiro caiu não aconteceu nada por longos segundos, mas logo formas de chamas começaram a surgir pelo ar sem nem tocarem o chão diretamente e elas logo se estenderam tanto pra esquerda como pra direita, seguindo um tipo de linha reta, porem as chamas não tinham a cor do fogo elas eram de um tom de verde, de um verde meio fluorescente. E para Peter aquelas chamas eram a comprovação que não queria e que fazia a bola em sua garganta ficar maior, sendo que logo as chamas desapareceram.

– Mas o que é isso? – perguntou Derek surpreso e sem entender o que estava ocorrendo ali. Sendo que estava incomodado por aquelas chamas. Desde o que ocorreu com sua família nunca mais se sentiu muito bem perto do fogo e até se perguntava como Peter não parecia incomodado por elas já que ele havia tido por duas vezes o corpo queimado.

– Isso meu caro sobrinho. – começou o mais velho. – É o resultado do sangue de uma Veela.

Derek automaticamente absorveu o que o tio dissera um tanto surpreso e confuso. Pelo que sabia as Veelas haviam sido dizimadas pelos caçadores há séculos, e isso estava nos registros de sua família, como de outras espécies e até dos caçadores podia dizer.

– Como pode dizer que isso é o resultado do sangue de uma Veela se elas já estão extintas há séculos? – questionou.

– Enganasse. – afirmou Peter. - Uma única Veela sobreviveu. – disse e sentiu algo cálido preencher seu peito e logo viu que seu sobrinho iria lhe questionar e rapidamente continuou. – E eu a conheci na minha adolescência, onde a mesma me contou um segredo de sua espécie. Como sabe as Veelas são as únicas assim que conseguem encobrir seu cheiro para não serem descobertas, porém o sangue de uma Veela pode ser usado para encobrir um determinado cheiro, ou então cheiros, para isso o sangue deve ser extraído antes do ultimo suspiro dela. – afirmou e meio que apertou a mão num punho, não queria acreditar que os Alphas soubessem daquilo, mas as provas ali mostravam justamente isso.

– Porem como só o cheiro dos Alphas é encoberto? – perguntou Derek a cada momento as coisas pareciam ficar mais complexas.

– Acho que se lembra da barreira que Stiles fez na boate com pó da tramazeira. – disse. – É quase o mesmo procedimento, mas assim que a barreira é feita devesse pingar uma gota do seu sangue nela, assim a sua essência é totalmente encoberta.

– Se o intuito de pingar uma gota de sangue na barreira é encobrir o seu cheiro então como podemos sentir o cheiro deles na fabrica? – questionou o Alpha.

– Meu caro sobrinho, pensei que só em relação ao amor você fosse devagar e quase indiferente. – falou sarcástico, se lembrando do dia que resolveu aparecer na frente do sobrinho depois de ter ressuscitado ou algo assim, e da conversa que teve com o mesmo. E ao ouvir aquilo o Alpha não gostou nada, podia não ter deixado mais ninguém se instalar em seu coração, porem não era indiferente a esse sentimento, mas depois do que houve a sua família a raiva era a única coisa que havia dentro de si, que o havia feito ainda continuar de pé, ainda correndo sem conseguir parar, e mesmo que a causadora da morte de sua família estivesse morta a raiva ainda continuava dentro de si, era como se esse sentimento fosse uma lembrança, uma marca permanente e eterna, que sempre o lembraria daquilo que ocorreu. – O principal intuito de uma barreira... – a voz de seu Tio o tirou dos profundos pensamentos. – É impedir algo ou alguém, seja de sair ou mesmo proteger, então basicamente o cheiro deles ficou preso dentro da barreira.

– E como se quebra essa barreira? – perguntou serio.

– Com o sangue de um mestiço. – disse Peter automaticamente. – Com o sangue de um meio Humano e meio Veela pra ser mais exato. No entanto nas relações de Veelas com humanos, 99% de seus filhos nascem totalmente Humanos e apenas 1% nascem Mestiços e como as Veelas estão totalmente extintas agora será como caçar uma agulha num palheiro, sendo que muitos desses Mestiços que nasceram podem ter morrido muito jovens, pois seus corpos podem não suportar seu lado Veela. – informou, mesmo que não parece aquilo em sua garganta estava maior sendo que comprovar sua suposição fez com que seu coração se comprimisse, mas logo se lembrou de uma coisa, pois queria acabar com aquele assunto que estava lhe incomodando. – No entanto não sei se Stiles te disse, mas o Detetive que o pai de Jackson contratou chegou hoje.

– Isso não me interessa. – falou Derek automaticamente sua principal preocupação no momento era com a ameaça dos Alphas e como protegeria seu Pack.

– Interessa meu caro sobrinho, pois esse Detetive. Esse humano... – começou Peter. – É mais um Alpha que devemos nos preocupar. – falou e viu Derek estreitar os olhos. – Ou então nos mantermos atentos em seus movimentos... – disse com um sorriso presunçoso.


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