Colisão - Garras e Deduções escrita por Vallerie Kriger


Capítulo 5
4. Fábrica, mel e... Cheiro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/443125/chapter/5

– O lobisomem comeu sua língua, Stilinski. – era claro a ironia do mais velho.

– Não. – respondeu finalmente. – Mas aconselho a parar de usar a sua pra higiene, principalmente daquele lugar se é que me entende. Já que isso não é lá muito higiênico. - disse e do outro lado da linha ouviu o som da risada do lobisomem.

– Realmente Stiles. – começou o Hale. – Acho que você seria um ótimo lobisomem. Até me arrependo de não ter te mordido mesmo sabendo que era isso o que você queria, mesmo negando verbalmente.

– Eu prefiro ter minhas pernas quebradas em mil pedaços e ser jogado no mais profundo oceano antes de querer me tornar algo semelhante a você. – pronunciou lentamente e era a mais pura verdade, pois seu coração estava tão calmo como a água de um lago. Visto que depois de tudo que aconteceu nos últimos meses viu que aquilo não era realmente o que queria, tinha inveja dos outros, mas só pelo fato deles conseguirem se defender, e queria se defender com suas próprias forças e não depender de uma força sobrenatural pra isso. – Mas me diga como conseguiu meu numero? Pois que eu saiba, eu nunca o passaria pra um lobisomem de meia idade com síndrome de psicopata.

– Tenho meus contatos, e por isso tenho o número de um adolescente irritantemente tagarela que mais parece uma matraca. No entanto vamos ao ponto Stiles. – pronunciou Peter depois de uns minutos com ironia, sendo que até se surpreendeu um pouco pelo o que o Stilinski dissera antes de fazer seu pequeno comentário a respeito de si, mas pro Hale o adolescente realmente seria um ótimo lobisomem, e a ultima frase dita pelo lobisomem fez Stiles levantar uma das sobrancelhas, um tanto curioso. – Venha até á fabrica abandonada. Agora. – ordenou e logo desligou.

E depois de uns segundos Stiles tirou o celular da orelha e o encarou abismado, enquanto varias perguntas se passavam em sua cabeça, no entanto foi tirado delas quando ouviu uma voz.

– Stiles.

– Sim. – falou ao se virar onde se deparou com um garoto que nunca tinha visto. E o garoto usava um casaco de moletom preto com a estampa de alguma banda de rock e estava com o capuz dela sobre a cabeça e também usava um boné, o que dificultava ver a cor de seu cabelo, vestia uma bermuda preta e um par de tênis, e o mesmo usava um par de óculos de lentes meio acinzentadas que dificultava um pouco ver a cor certa de seus olhos, e este tinha dois piercings no lábio inferior. – Quem gostaria? – completou e não entendeu quando o outro começou a rir. – Mas o que é engraçado! – exclamou um pouco irritado.

– O fato de você não me reconhecer Stiles. – pronunciou o garoto num tom arrogante e foi ai que a ficha caiu pra Stiles que arregalou os olhos.

– Jackson? – perguntou meio incerto.

– Não a sua avó. – respondeu.

– Se bem que minha avó é bem mais simpática, mas ela já esta debaixo de sete palmos de terra, assim como você também deveria estar pra todos que desconhecem o fato “lobisomens”. – pronunciou. – E acho melhor você sair daqui antes que alguém te reconheça e faça um alarde pensando que é algum tipo de fantasma ou espírito. No entanto da onde tirou essa idéia de vestir assim, sei lá, de roqueiro, eu acho. – falou quase num fôlego.

– Bem, não acho que alguém vá me reconhecer, já que você não me reconheceu. – informou. – E a respeito da roupa não vem ao caso. Então vamos?

– Como assim “vamos”? – indagou, era estranho ter uma conversa tão casual com Jackson quando o mesmo não estava sendo arrogante em 99% dela.

– Peter me pediu pra te levar caso não fosse por suas próprias pernas.

– Oh! Entendi. – falou. – E me espanta que você esteja atacando as ordens dele.

– É melhor do que ficar o dia todo sem fazer nada, isso quando não estou treinando é claro, já que pra todos eu estou morto e debaixo de uma grossa camada de terra. – afirmou. – Agora vamos. – disse e sem demora pegou no braço de Stiles e começou a guiá-lo/puxá-lo pra fora.

Estava em aula. E era uma aula que compartilhava com Stiles, mas Scott estava meio mergulhado em pensamentos depois da conversa com o detetive, sendo que precisava falar com o amigo que devia, ainda, estar sendo interrogado, no entanto logo sentiu um cheiro familiar e que era característico de Jackson, provavelmente o loiro devia ter vindo falar alguma coisa com Lydia ou mesmo lhe fazer uma visita, entretanto o cheiro dele estava próximo demais do Colégio e automaticamente olhou pela janela, já que sua sala ficava no térreo e perto da entrada e foi ai que viu seu melhor amigo acompanhado por um garoto que nunca tinha visto e que curiosamente tinha o mesmo cheiro de Jackson e Stiles conversava com ele naturalmente como se já o conhecesse, então não esperou nem cinco minutos e ampliou sua audição.

– Você devia ter estacionado mais perto da entrada, Stiles.

– Como se tivesse alguma vaga desocupada perto da entrada, Jackson. E se esta reclamando porque não usa da sua velocidade de lobisomem e vai na frente?

Ficou totalmente abismado ao ouvir o nome do loiro, pois de aparecia aquele garoto não lembrava em nada Jackson. E realmente era ele mesmo, já que duas pessoas não tinham o mesmo cheiro. Entretanto o que mais lhe surpreendeu foi o fato do Whittemore chamar seu melhor amigo pelo primeiro nome, pois era uma coisa que ele nunca fizera antes, apenas com aqueles de seu ciclo fechado de amigos.

– Poderia, mas pro seu conhecimento eu estive correndo e agora estou cansado.

– Oh! Não sabia que lobisomens com super-velocidade ficavam cansados depois de uma corridinha.

– Isso quando queremos.

– Ou quando querem um humano como Chofer.

– Isso também.

Porém o mais estranho era ouvir os dois conversando de uma maneira tão casual, como se fossem amigos há décadas sendo que de cara percebeu que Jackson não estava sendo arrogante. No entanto não gostou muito desse entrosamento entre os dois, não entendia bem o motivo de ficar assim quando Stiles ficava perto ou conversava com alguma pessoa, só se sentia assim.

– Mas vamos logo. Antes que ele resolva ligar pra nos amolar.

– Mas ele te contou algo. Tipo do que se trata?

E antes que pudesse se questionar de quem os dois estavam falando foi surpreendido ao ouvir uma voz alta e em bom som preencher seus ouvidos, quase o deixando surdo, e assim que se recuperou do susto se deparou com o treinador.

– McCall a sua cara de susto foi hilária, mas aconselho a prestar atenção na aula, pois seria muito ruim se o Capitão do time não pudesse jogar novamente.

– Sim Treinador. – afirmou massageando a orelha e assim que o treinador voltou a dar a aula, aproveitou e pegou seu celular e mandou uma mensagem pro amigo.

John estava falando com o Xerife que tinha acabado de ligar.

– ...Certo. Só um minuto Xerife que eu vou informar Sherlock. – disse tirando por uns minutos o aparelho da orelha e antes de abrir a boca o detetive foi mais rápido.

– Não me importo com a condição que a câmera esteja John, só diga ao Xerife para me entregar. – ditou e antes que John dissesse alguma coisa seu celular soou, num típico toque de mensagem que fez Sherlock revirar os olhos antes de pegar o aparelho e ver quem lhe incomodava, sendo que sabia muito bem quem era. E logo John voltou a falar com o Xerife.

“Curtindo a lua-de-mel, irmãozinho.

M.”

“Por que não volta a comer seus doces, Mycroft.

S.”

“Tão espirituoso. O que o nosso querido John achou de viajar no jato? Posso imaginar que ele fez aquele olhar de fascinação ao ver a aeronave por dentro, ele teve ter ficado muito fofo, se eu tivesse visto teria o abraçado tão forte que o sufocaria.

M.”

“Ouse fazer algo assim e se prepare pra ter uma vida curta e da pior forma possível. E não use a palavra nosso antes de mencionar o nome de John.

S.”

“Devia controlar esse ciúme, Sherlock. Bem, tenho trabalho a fazer, e diga à John que mandei um abraço e bem apertado e que espero vê-lo novamente.

P.S: E de preferência com aquele short vermelho.

M.”

Se pensamento matasse, seu irmão naquele momento devia estar caído no chão do Clube Diógenes duro e gelado, Mycroft devia ter conseguido mais verbas pro exercito pra estar de tão, irritante, bom humor.

– Sherlock. – John chamou o detetive depois que o mesmo colocou o celular de volta no bolso. E conhecendo aquela expressão que o mesmo havia feito sabia que a pessoa com quem o detetive estava se comunicando, através de mensagens, era o irmão do mesmo, pois sempre que o amigo falava com Mycroft ficava com uma cara de poucos amigos.

– Me observando, John. – a frase de Sherlock chamou a atenção do medico.

– Como? – questionou.

– Há cinco minutos atrás, você não estava me vendo, mas sim me observando e por causa disso concluiu que eu estava falando com Mycroft. Estou errado? – falou Sherlock que havia se levantado e se aproximado do medico.

– Sim... Oh quer dizer não. – respondeu John preso no olhar amigo, a princípio quando Sherlock se aproximava e lhe encarava era estranho, mas agora era um tipo de comunicação entre os dois, era só um olhar e ambos já sabiam o que o outro estava pensando e o medico gostava disso, pois era uma coisa só deles e de ninguém mais. – E você já sabia disso. – completou e viu Sherlock dar um curto e rápido sorriso. – Então o que Mycroft queria? – perguntou levemente curioso.

– Isso não é importante, John. – disse o detetive se afastando, mesmo que ainda quisesse ficar encarando aquelas duas órbitas verdes. – E a câmera? – perguntou.

– Já está com o Xerife. – informou John.

– Ótimo. – disse Sherlock. – Vamos. – ditou.

Estavam na metade do caminho. Stiles até se surpreendeu por esta num tipo conversa tão casual com Jackson sendo que agora não havia mais aquela antipatia típica, o que mostrava claramente que algumas coisas mudam com o passar do tempo, tinha até contado do detetive pro loiro que ficara um tanto supresso por o mesmo já ter chegado à cidade, e até comentara que Scott podia estar mal dos sentidos pra achar que um humano cheirava como um Alpha.

No entanto logo o som de seu celular chamou sua atenção e mesmo que estivesse atento na estrada usou apenas uma mão pra continuar guiando o jipe e logo pegou o celular do bolso e deu uma rápida olhada, vendo que havia recebido uma mensagem de Scott, e foi ai que se lembrou que tinha combinado de emprestar o jipe pro amigo.

– Oh droga! – exclamou.

– O que foi? – questionou Jackson intrigado.

– Esqueci que tinha combinado de emprestar o jipe pro Scott hoje. – falou e estava pronto pra abrir a mensagem e ver o que o amigo tinha escrito quando seu celular foi tirado de sua mão. – Ei! – exclamou não gostando nada daquilo.

– Você esta dirigindo. – afirmou Jackson abrindo a mensagem sem nenhuma cerimônia. – E não quero correr o risco de ser arremessado pra fora do carro, por você não estar prestando atenção na rua. – disse e ouviu Stiles resmungar: Como se você fosse sofrer algum dano. – E parece que McCall nos viu sair e quer saber se aconteceu alguma coisa. – informou após ler a mensagem.

– Ei! Sua mãe não te ensinou que é feio ler as mensagens particulares dos outros. – disse.

– Sim, mas sabe como é. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. – falou o loiro e Stiles revirou os olhos antes de perceber que Jackson começou a teclar algo em seu celular.

– O que esta fazendo?

– Respondendo, oras. – disse dando de ombros. – Afinal você estava muito ocupado dirigindo. – completou deixando um sorriso de canto se desenhar em seus lábios.

Estava quase no final da aula e Scott estava estranhando que até aquele momento Stiles não havia lhe respondido, pois o amigo nunca demorava muito pra lhe responder, e foi ai que sentiu seu celular vibrar levemente no bolso de sua calça e rapidamente o pegou e abriu a mensagem.

“Sinto McCall, mas vai ter que pedir o carro emprestado pra outra pessoa. Eu e Stiles temos um compromisso se quer saber, mesmo não sendo da sua conta, é claro.

Jackson.”

Scott leu e releu a mensagem varias vezes, completamente abismado e confuso do porque Jackson estava lhe respondendo e não seu melhor amigo. Algo estava errado ou acontecendo, e Stiles iria lhe explicar direitinho isso, há se ia.

Stiles tinha acabado de estacionar o jipe no terreno da fabrica abandonada perto de um dos portões de acesso, Jackson já havia descido e o Stilinski aproveitou pra tirar a arma que havia conseguido com Allison do porta-luvas, afinal nunca se sabe o que poderia acontecer. E assim que saiu do jipe deu uma bela olhada em volta, da ultima vez que estivera ali, fora na digamos “luta final contra Gerard e Jackson na forma de Kanima”.

– Então onde está Peter? – perguntou ao se aproximar de Jackson, mas logo percebeu que o mesmo parecia um pouco tenso. – Algum problema?

– Alphas. – falou o loiro e Stiles automaticamente colocou a mão sobre a arma que havia colocado na cintura. – E também sinto um cheiro leve de sangue. – informou e de cara percebeu que Stiles estava com a mão em cima de algo em sua cintura, provavelmente a arma que havia conseguido com a Argent. – Mas não precisa se preocupar. Eles não estão mais por aqui. – informou. – No entanto acho que seria bom ficarmos próximos quando entrarmos. – disse e Stiles apenas acenou concordando continuando a deixar a mão por cima da arma e sem demora os dois seguiram pra entrada.

Ao entrar na velha construção Stiles conseguiu sentir o cheiro de sangue que Jackson havia mencionado, mas era um cheiro bastante desagradável. Parecia que algo estava podre ali, e quanto mais adentravam mais o cheiro ficava forte e pior, e tinha sorte de não ter um olfato aguçado, pois com certeza o cheiro ficaria cem vezes mais forte em suas narinas, porem Stiles não percebeu que o loiro estava se colocando um pouco mais a sua frente, meio que protetoramente.

– Bem vindos. – disse Peter assim que viu os dois adolescentes, com um sorriso em seus lábios. – Espero que não se incomodem com o cheiro.

– Como se seu cheiro já não fosse insuportável o suficiente. – pronunciou Stiles. – Estava demarcando território, Peter.

E seu comentário fez Jackson rir.

– Sempre tão engraçadinho, Stiles. – disse Peter nada incomodado.

– Então qual o motivo da minha presença aqui? – questionou o humano.

– Antes de explicar isso. – começou Peter. – Querem ver um velho inimigo nosso?

Sherlock e John tinham retornado pra casa alugada, isso depois de pegarem com o Xerife a câmera e os relatórios do caso Matthew no caminho, sendo que a câmera estava digamos um pouco destruída, pois sem querer o pai do garoto havia a deixado cair, como o Xerife informara pra John, já que Sherlock nem se dignou a sair do jipe preto quando fizeram a parada rápida na delegacia. E agora o detetive estava sentado no sofá da sala encarando cuidadosamente a câmera quebrada, tinha tentado ligá-la, mas nada aconteceu. Buscou algum cartão de memória, mas não encontrou nenhum e nem parecia que o dono usava um, o que indicava que todos os arquivos, quaisquer que fossem, estavam na memória da câmera, porém o detetive sabia muito bem a quem recorrer pra fazer o equipamento voltar o funcionar.

Sentia seu estômago revirar, se soubesse que veria o corpo gélido e meio mutilado de Gerard teria se preparado psicologicamente pra cena em si, que não era das melhores e a visão mais o cheiro desagradável fazia algo querer subir por sua garganta, mas percebeu que uma parte de si não se incomodava tanto com aquilo, se bem que o velho não merecia um fim tão trágico, sendo que nem tivera a oportunidade de lhe devolver os socos que recebera. Mas logo desviou o olhar dali antes que colocasse pra fora tudo que, ainda, estivesse em seu estomago.

– Então de quem fora a façanha? – perguntou olhando pra Peter que não estava nada incomodado com a cena e o cheiro, um verdadeiro psicopata.

– Alphas. – ele cantarolou. – Foi meio que um presente pra nós e também uma clara intimidação. – falou.

– Notasse. – disse Stiles dando uma olhada rápida no corpo. – Então poderia ir direto ao assunto, pois esse cheiro esta de matar.

– Eu que diga. – comentou Jackson que estava ao lado do mais novo e meio que torcia o nariz, nessas horas ser um lobisomem era uma tortura.

– Vocês parecem duas menininhas frescurentas. – ironizou o mais velho recebendo olhares raivosos dos dois adolescentes. – No entanto Stiles o motivo de ter te chamado é que quero que converse com Derek.

John estava sentado no sofá que ficava à frente da onde estava o detetive e lia alguns dos depoimentos fazendo algumas anotações daquilo que fosse relevante pra depois passar pra Sherlock, mas o medico queria entender porque o amigo encarava com tanta atenção a dita câmera quebrada, provavelmente o detetive estava vendo além de tudo aquilo, pois o olhar dele era sempre amplo e nunca estava conectado a uma única coisa e saber que Sherlock nunca se conectava a nada e logo descartava sem pensar duas vezes deixava o medico incomodado, era como estar sendo sufocado. John até sabia que mesmo sendo considerado como um amigo pelo detetive era fato que uma hora ou outra Sherlock iria lhe descartar, como uma peça que não tem mais utilidade.

– Está pensando em coisas desconexas John. – a voz do detetive tirou o medico dos profundos pensamentos, e quando John olhou pro amigo viu que Sherlock lhe encarava.

– O que quer dizer? – perguntou automaticamente, às vezes se esquecia que Sherlock podia lê-lo como um livro aberto ele só não fazia muito isso, pois sabia o quanto lhe incomodava e John até tinha um pouco de receio em descobrir que Sherlock já devia saber certas coisas de si, seus segredos mais bem guardados.

Sherlock por outro lado ficou quieto, era normal que John se sentisse um pouco inseguro em relação à amizade dos dois, afinal sempre deixava claro que tudo que fosse desnecessário pra si era totalmente descartado, porem John não estava incluso nisso. Então teve uma idéia, e sem dizer nada saiu da sala deixando John um tanto confuso, afinal Sherlock após lhe tirar de seus pensamentos ficou mudo como uma porta e depois foi pra algum lugar da casa.

Stiles ainda assimilava o que Hale mais velho havia dito.

– Como assim você quer que eu fale com Derek? – perguntou minutos depois.

– Quero que o convença a falar com os Argents. – disse Peter e logo completou. – Pois se não notou nosso querido inimigo quis deixar alguma mensagem nos seus momentos finais, mesmo que não tenha conseguido terminá-la.

– E que mensagem seria? – perguntou Jackson.

– Ele só conseguiu fazer as letras G e A. – informou o Hale. – E tanto eu como Derek não sabemos o que elas significam. Eu poderia até pesquisar, porem isso leva tempo. Então seria mais rápido ver se os Argents sabem alguma coisa, afinal ele era o Patriarca deles e também, agora, os Alphas são tanto nossos inimigos como os deles.

– Então você quer que eu convença “o todo poderoso Derek” a fazer um acordo. É isso? – perguntou Stiles depois de passar as mãos nos cabelos, era muita coisa e informação pra um dia só.

– Mais ou menos. – respondeu o Hale.

– Então porque você mesmo não sugeriu isso a ele?

– Veja bem, meu caro Stiles. – começou Peter. - Eu tentei. Porem Derek é um cabeça-dura irrecuperável, sendo que eu ainda não tenho certeza dessa parte. Então é ai que você entra Stiles, pois você é a única pessoa assim que consegue fazer o meu sobrinho parar pra “digamos” pensar. – e tal comentário fez o coração do Stilinski saltar um pulo, passando despercebido por Jackson mais não por Peter. Então Derek o ouvia e se sentiu bem em saber disso, porém logo foi tirado de seus pensamentos pela voz desdenhosa do Hale. – Mesmo que no processo ele acabe ainda mais irritado do que antes. – disse presunçoso e Stiles fechou a cara, sarcasmo era sua defesa e também sua desgraça quando se tratava de Derek. – Então vai cooperar?

– Só não prometo nada, e é bom que tenha um bom plano de saúde se ele resolver arrancar minha cabeça, pois eu vou querê-la de volta no lugar. – ditou. – No entanto, não sei se é do seu interesse ou não mais já deixo avisado que o detetive que eu mencionei ontem chegou e já começou a fazer seu trabalho, ele interrogou a mim, Scott, Allison, Lydia e Danny, e realmente o homem é tudo aquilo que eu li no blog, e até mais que isso. No entanto Scott disse que ele tem um cheiro semelhante à de um Alpha ou até igual, eu não sei ao certo porque, pois como sabe sou 100% humano, mas pelo que Scott comentou, ele é totalmente humano também. Então tem como explicar isso?

– Acho que Derek esta negligenciando certos assuntos, por mais simples que eles sejam. – disse o Hale depois de uns minutos deixando intrigados os dois adolescentes.

– Como assim? – questionou Jackson.

– Pra simplificar, todas as espécies possuem seus Alphas, eles podem parecer ter um cheiro parecido, mas não tem, é só que você Jackson e os outros ainda são muito jovens e ainda precisam de mais treinamento e aprendizado pra distinguir. – disse e logo continuou. – E é normal também que alguns humanos tenham esse tipo de cheiro, só que é raro, já que os humanos não têm muita presença e imponência. – disse sorrindo torto pra Stiles, e era certo que o Hale estava tirando uma consigo.

– É bom saber. – pronunciou o Stilinski retribuindo o olhar do Hale, e acabou se esquecendo de mencionar que o detetive já havia ligado Jackson a Matt. – Bem se só isso eu já vou. – informou e antes de dar meia volta à voz do Hale mais velho ecoou em seus ouvidos.

– No entanto Stiles. Acho que não devo lembrá-lo que esse assunto por enquanto não pode sair daqui, e espero que ainda seja bastante inteligente pra não se esquecer disso. – ditou Peter sorrindo.

– Mas encobrir isso até quando? Pois os Argents logo vão descobrir e os outros também, e até meu pai o que vai ser um caso e tanto na delegacia.

– Até Derek dar sua palavra final.

– O que vai ser cinco minutos depois que eu mencionar o porquê do meu assunto com ele. – disse e ouviu os dois lobisomens rirem.

Já havia passado uns vinte minutos desde que Sherlock havia deixado John sozinho na sala e o loiro tinha acabado de ler mais um dos depoimentos daquele grande relatório, parecia até que toda a cidade havia ido assistir o jogo, e logo John esticou um pouco o corpo e coçou os olhos e enquanto fazia isso percebeu alguém parar a sua frente e conhecia muito bem o dono dos sapatos sociais pretos e impecavelmente limpos e quando encarou Sherlock este estava com uma xícara nas mãos e ele logo a colocou a sua frente.

– O que é isso? – perguntou no mesmo instante.

– Chá se não percebeu. – disse o detetive.

– Eu sei que é chá.

– Então porque perguntou o óbvio. – pronunciou Sherlock se contendo pra não rir da cara meio emburrada que John fez por causa de seu comentário. – E antes que pergunte. Eu fiz chá pro meu melhor, único e eterno amigo, pra ele parar de pensar em coisas desconexas, e até absurdas. E então não vai aceitar?

– Obrigado. – disse o loiro sincero e surpreso, e logo pegou a xícara da mão dele, sendo que estava um pouco sem jeito pelas palavras do amigo, não podia evitar afinal quando Sherlock ficava 1% gentil se sentia bem.

– Por nada. – disse Sherlock voltando pro lugar onde estava sentado antes, satisfeito por ver o rosto corado do loiro, era a coisa mais bela que já tinha visto na vida e John não sabia o quão adorável ficava assim.

John a principio sentiu o aroma do chá e logo deu o primeiro gole sentindo o liquido aquecer seu interior com se estivesse sendo abraçado carinhosamente o que lhe trazia uma sensação de paz. O chá estava do jeito que gostava. Quente, saboroso e sem açúcar, porem o loiro não deixou de notar que havia um sutil sabor doce na bebida de tom dourado, um sabor quase imperceptível e que o fazia se sentir até um pouco mais quente, o que lhe fez automaticamente levantar uma das sobrancelhas.

– Sherlock. – começou. – Você por acaso colocou alguma coisa no meu chá? – perguntou calmamente.

– Sim. – afirmou o detetive que agora digitava algo no notebook.

– E o que seria? – perguntou rezando pra que o amigo não tivesse colocado nenhuma substancia estranha ou até mesmo alucinógena.

– Mel. – disse o detetive serenamente, o jeito como Mycroft chamou sua viagem com John lhe dera a idéia de usar um pouco de mel no chá que fez pro amigo, sendo que também porque o mel é um afrodisíaco natural.

Stiles tinha acabado de estacionar na frente da casa dos Hales. Jackson não tinha lhe acompanhado, pois dissera que iria visitar Lydia, mas isso depois que lhe arrastou pro Boliche dizendo que precisavam reforçar a historia de que tinham saído juntos pra se divertirem ou algo assim, a principio não gostou da idéia, pois queria falar logo com Derek, mas ganhar de Jackson foi divertido.

No entanto logo respirou fundo antes de entrar na casa, já que a conversa não seria muito fácil e aceita por parte de Derek é claro, provavelmente o Alpha já sabia que estava ali, mas ao entrar não havia sinal do lobisomem.

– Derek. – o chamou começando a andar pelos cômodos do piso inferior o chamando mais algumas vezes, mas não obteve nenhuma resposta. – Derek, eu sei que pode me ouvir então poderia fazer o favor de aparecer. – e novamente nada. – Derek. – chamou por uma ultima vez, pensando realmente que o Hale não estivesse, mas levou um baita susto quando sentiu uma mão tocar seu ombro e ao virar se deparou com o Alpha. - Oh droga! Não me mate de susto quando for brotar do chão. – exclamou depois de uns segundos, no entanto logo percebeu como Derek estava, os cabelos do lobisomem estavam úmidos e pingavam sobre seus ombros desnudos, já que ele estava sem camisa, e as gotas que caiam de seu cabelo logo começavam a escorrer por seu tronco, e por deus que abdômen, e elas logo se perdiam no tecido da calça jeans preta e justa que ele usava.

Stiles sentia o coração disparar e seu corpo começar a esquentar e querer se animar em um lugar extremamente constrangedor, tinha até se esquecido do porquê de estar ali e nem ligava mais, já vira Derek algumas vezes sem camisa, mas ele assim saindo do banho era novidade.

– Posso saber o que quer comigo que não pode nem esperar que eu termine meu banho. – pronunciou o Alpha naturalmente serio, no entanto havia percebido um cheiro misturado ao do adolescente e que era característico de um lugar, sendo que Stiles estava impregnado com vários cheiros, mas aquele cheiro fez Derek ficar intrigado.

– Conversar. – disse automaticamente e logo completou. - E poderia ter gritado avisando que estava no banho, eu não tenho bola de cristal pra saber. – falou tentando se focar no porque estava ali, mas a visão de Derek naquele estado parecia querer deixar sua mente branca. – E se quiser pode terminar de se arrumar que eu espero. Sem problema alguma. – disse. E mesmo adorando, e muito, a visão de Derek assim seria melhor pra sua saúde mental que ele colocasse uma camisa, pois sua cabeça estava criando e imaginando varias coisas, e bem quentes.

Derek estava estranhando um pouco as reações do adolescente, Stiles parecia mais agitado do que o costume e seu rosto estava corado o que fazia suas sutis sardas ficarem mais em evidencia. Podia sentir o calor que emanava do corpo do menor e que fazia o cheiro dele ficar ainda mais acentuado. Um cheiro doce bastante agradável, e que lhe fez inconscientemente se aproximar do mais novo, fazendo Stiles automaticamente dar alguns passos pra trás até bater com as costas na parede onde em poucos minutos o Alpha levou o rosto pra seu pescoço e aspirou, e foi nesse momento que Stiles se esqueceu de como se respirava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colisão - Garras e Deduções" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.