Colisão - Garras e Deduções escrita por Vallerie Kriger


Capítulo 11
10. Caneta, Pasta e... Câmera




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– Posso saber no que esta pensando? – perguntou o Dr. Deaton ao se aproximar da sobrinha que estava sentada do lado de fora da clinica, pois desde que a mesma chegou da fabrica, esta estava um pouco calada.

– Um pouco em tudo... – começou Loren. – Mas principalmente no Mestiço. – afirmou. – O senhor como eu sabe que os Mestiços são uma incógnita do nosso mundo, eles são um cruzamento de duas espécies distintas e não pertencem a nenhum dos dois mundos, e por causa disso os chamamos muitas vezes de instáveis já que o poder deles é como uma bomba relógio que pode muito bem disparar de uma vez só ou então permanecer adormecido. – colocou. – E por causa disso esse Mestiço pode se tornar um perigo para todos, ou então ser usado para algum propósito.

– Você disse que havia um Alpha Humano com ele. – comentou Deaton serenamente e viu sua sobrinha acenar. – Um Alpha tem força suficiente para se impor sobre sua espécie, e eu acho que ele pode ser assim a base desse Mestiço e seu poder, ele deve ser a parte que controla o lado humano dele. – falou. – O que você sentiu vindo do Mestiço? – questionou.

– Suavidade, coragem e benevolência, mas também... – começou e parou por um segundo. – Senti algo a mais nele, uma coisa que não pude definir. Foi como se algo dentro dele se escondesse e ao mesmo tempo quisesse ser encontrado. – pronunciou.

– Sabe Loren animais abatidos possuem o instinto de se esconderem e ao mesmo tempo de quererem ser encontrados por seus semelhantes. Eles se escondem para sobreviver e ao mesmo tempo querem ser achados para o mesmo propósito, a sobrevivência. E creio que esse Mestiço, mesmo sem saber, esta em parte na busca de sua própria sobrevivência, pois eles não são apenas instáveis, eles são resistes. Principalmente a si mesmos. – falou, e Loren sentiu as preocupações dissiparem um pouco de sua mente, pois seu Tio nunca se preocupava com os perigos que cada espécie tinha e poderia causar, ele apenas via a beleza delas e ajudava apenas o necessário deixando o destino seguir sua própria vontade. – Mas você não tinha que ir para um lugar. – disse.

– Claro, eu só estou esperando a Taila terminar de passar essas informações para a Vovó, sabe como ela não gosta de deixar nada para o dia seguinte. – falou dando de ombros.

– Uma coisa que você devia começar a adotar. – disse esta atrás dos dois. – E a Vovó não esta nada contente de que você até agora não ter ligado para ela. – completou.

– Oh Droga! Me esqueci disso. – falou colocando a mão na cabeça um tanto desolada, sua Avó iria lhe dar uma bela bronca afinal ela gostava de sempre ser mantida a parte de tudo.

– Então vamos. – disse Taila balançando as chaves do carro onde Loren se levantou rapidamente.

– Finalmente vou conhecê-lo. – disse animada.

Enquanto isso na aula...

– Com suas próprias duplas e os dois trios que temos hoje. – falou o Prof° Harris, assim que terminou de passar alguns pontos da pratica que fariam no momento. – Gostaria que abrissem seus livros na unidade 8 e escolhessem algum dos experimentos para fazerem, sendo que eles usam água de diferentes maneiras. Vocês tem vinte minutos para fazê-los, montar um relatório com os pontos importes da experiência, me entregarem e me apresentarem antes do final da aula. – completou.

– Que tal erguermos um gelo num barbante. – sugeriu Stiles ao abrir seu livro. – É simples mais complexo ao mesmo tempo. – disse.

– Por mim tudo bem. – disse Lucas sem muita importância.

– Eu posso me encarregar do relatório. – se colocou Danny.

– Então é melhor pegarmos as coisas. – falou Stiles e no mesmo instante olhou para o loiro que não discordou porém também não disse nada além, ele era comunicativo mais ao mesmo tempo era um mar de silencio e sem demora se levantaram para pegar as coisas.

– O que vocês vão fazer Lucas? – uma voz chamou a atenção de Stiles que pegava o gelo no velho frigobar que havia na sala. E quando olhou na direção da voz viu que era o outro novato, o meio-irmão de Lucas.

– Algo com gelo e barbante. – disse o loiro. – E você, Simon?

– Vamos mudar a densidade da água. – disse este.

– Então Simon este é o Stiles. – falou Lucas meio que apresentando os dois.

– É um prazer. – pronunciou Simon estendendo a mão ao humano e Stiles automaticamente percebeu que ele usava uma pulseira muito semelhante a de Lucas, mas logo apertou a mão dele.

– Digo o mesmo. – disse o Stilinski que estranhou o jeito fixo que o moreno de óculos lhe encarava.

De sua carteira Isaac apenas encarava os dois novatos que estavam com Stiles, algo nos dois não lhe agrava muito, principalmente no de óculos. O moreno era do tipo de pessoa que mais não gostava, do tipo que agia de um jeito com algumas pessoas e se comportava de outro com as outras.

– Esse cara é um idiota. – pronunciou tanto para si como para a loira ao seu lado. – Você viu o que ele fez e o que disse quando eu o cumprimentei, ele simplesmente me ignorou e ficou cheio de não me toques como se fosse pegar alguma doença mortal só em apertar a minha mão. E agora ele mesmo estendeu a mão para o Stiles. – falou indignado até que percebeu que Erica parecia muito quieta. – Tudo bem Erica? Você não disse nada desde que os novatos chegaram.

– Há sim. – disse a loira um tanto desajeitada. – Eu só estou cansada. – falou, porém não era isso, estava incomodada pelo tom de voz dos dois garotos novos. Algo na voz deles lhe fazia lembrar dos momentos de dor que passou nas mãos dos Alphas, pois elas tinham algum tipo de semelhança. – “Eles são apenas humanos, e apenas possuem algo semelhante na voz. Eles são Humanos”. – pensou afirmado para si mesma como um mantra enquanto olhava discretamente para onde o loiro e o moreno estavam com Stiles.

– Algum problema Scott? – perguntou Allison ao ver que o namorado olhava para onde Stiles estava. – Nada. Só algumas coisas que parecem estar mudando e eu ainda não me sinto totalmente preparado para elas. – disse e sorriu onde instantaneamente foi confortado pela namorada, já que ainda tinha ciúme.

Sherlock estava na cozinha preparando um pouco de chá, mesmo que quisesse que John fizesse um chá para si, pois tinha que admitir que o dele era muito melhor que o seu. No entanto enquanto fazia o chá ouviu sutis barulhos, como passos se aproximando e ao olhar na direção do som viu ali o seu loiro, e este estava com os cabelos um tanto amassados, porém ele parecia ter trocado de roupa ao acordar e agora usava uma camisa branca e calça de moletom cinza clara.

– O mundo acabou e eu não percebi. – a frase sarcástica que saiu dos lábios de John fora um tanto incomum vindo dele mais era bom ver que ele parecia melhor e era lindo até depois de acordar.

– Você fala como se nunca tivesse me visto fazer chá John. – disse o detetive.

– Isso por que é muito raro você fazer isso em dois dias seguidos. – falou o medico divertido.

– Bela observação. – pronunciou Sherlock. – Mas espero que esteja faminto agora. – falou e ao ouvir aquilo John automaticamente olhou para mesa onde o bolo continuava ali protegido por um pano de prato.

– Com certeza – afirmou e logo se sentou pegando um dos pratos que já havia sobre a mesa onde logo se serviu e no instante seguinte Sherlock colocou uma xícara quente de chá a sua frente e se sentou na cadeira ao seu lado saboreando de seu próprio chá. – Obrigado. – agradeceu pelo chá e sem demora colocou a primeira garfada na boca e foi como se uma explosão de sabor tomasse conta de sua boca, a textura e o sabor estavam ótimos. – Sherlock esta muito bom! – exclamou ao olhar pro detetive, porém automaticamente viu que era encarado por este que lhe olhava até de um jeito diferente. – O que foi? Tem algo na minha cara?

– Nada. – respondeu o detetive sutilmente. – Apenas estou apreciando cada reação sua ao comer o meu bolo. – admitiu, e tal frase fez John perder um pouco da compostura, porém este logo se lembrou do que tinha prometido ao detetive e se ele queria lhe observar o deixaria fazer o que quiser.
– Como você quiser. – a frase pulara de sua boca sem nem pensar, onde sem demora voltou a comer.

A aula tinha acabado para alivio dos alunos e principalmente de um grupo em especial.

– Nossa o Sr. Harris parecia que estava com vontade de tirar nossa pele fora hoje. – comentou Scott.

– Principalmente a minha. – disse Stiles. – Viu a cara que ele fez quando comentou dos nomes nos testes.

– Isso porque você não escreve o seu nome verdadeiro. – comentou Scott. – Porque você não começa a escrevê-lo nos testes assim ele não fica tanto no seu pé.

– Nem morto. – afirmou.

– Porque Stiles, o seu nome verdadeiro é tão ruim? – perguntou a ruiva e isso aguçou a curiosidade dos demais.

– Não e sim. – disse. – Ele só não combina comigo. – afirmou e antes que dissesse mais algo uma voz chamou a atenção do grupo.

– Ei gente. – disse Danny ao se aproximar. – Vocês viram o Lucas? – perguntou e viu todos o olharem sem atender até que resolveu complementar a pergunta. – O novato loiro.

– Eu vi que ele e o de óculos foram os primeiros a sair da sala. – comentou Allison.

– Há entendo. – disse o Mahealani que ficou um pouco desapontado.

– Porque essa cara Danny? – perguntou a ruiva e ao olhar para esta viu que ela tinha percebido que tinha se interessado no loiro.

– É porque eu apenas queria devolver a caneta que ele me emprestou. – informou. – Mas eu posso devolver outro dia. – completou. – O que vocês acharam dos novatos?

– Eles tem uma boa aparecia, mas não são do meu nível. – comentou a ruiva divertida.

– No meu ponto de vista eu não tenho nada a comentar. – disse Scott. – Mas você Stiles se entrosou com eles bem rápido. – comentou.

– Como assim? – questionou o Stilinski.

– É porque você é sempre desconfiado e não é muito sociável com quem acaba de conhecer. – disse seu amigo.

– Hum nunca notei isso. – comentou. – Mas até que eles são legais...

– Diga isso de você. – pronunciou Isaac. – Pois o tal do Simon é um imbecil. Ele só faltou entrar numa bolha quando eu estendi minha mão para ele e ficou cheio de não me toques. Não é Erica? – informou e logo se voltou para a loira, porém no mesmo instante viu que novamente tinha cortado Stiles e isso fez com que automaticamente sentisse as maças do rosto esquentarem levemente.

– Hum-hum. – afirmou esta apenas com o som da garganta, sendo que agora se sentia até melhor da aula ter terminado e não mais ouvir as vozes dos novatos.

– Vai ver ele não foi com a sua cara Isaac. – comentou Scott.

– Então somos dois. Pois eu também não fui com a cara dele – disse.

O silencio predominava a sala do Xerife enquanto este lia um dos vários relatórios que estavam sobre sua mesa, sendo que o que lia agora era o mais recente deles. A misteriosa morte de Gerard Argent ou como o Sr. Holmes havia catalogado seria mais certo dizer: o assassinato deste, sendo que ele também havia dito que o garoto Matthew Daehler havia sido assassinado. E juntando esses dois casos com o do garoto Whittemore, via que eram três casos distintos, porém por mais que visse e lesse as informações não conseguia ver cem por cento do que o detetive via, no entanto com as deduções que ele fazia de cada caso conseguia ver e entender o que o Sr. Holmes queria dizer.

– Com licença Xerife. – disse uma voz depois que ouviu sutis batidas na porta e logo viu que era um de seus subordinados.

– Sim. – disse deixando o papel que lia e os pensamentos para lá no momento.

– O Sr. Argent gostaria de falar com o Senhor. – afirmou o policial e ao ouvir tal nome automaticamente a imagem do Argent sentado no sofá olhando fixamente para as chamas da lareira invadiu sua mente e tinha que admitir que a cena em si tinha um ar surreal e melancólico, porém era bela ao mesmo tempo. – Xerife? – a voz de seu subordinado o tirou da onde sua mente havia lhe levado.

– Deixe-o entrar. – disse imediatamente e viu o mesmo sair da porta onde em menos de cinco segundos o Sr. Argent entrou em sua sala e o mesmo ainda usava a mesma camisa branca e os jeans, porém este estava agora com um agasalho preto com detalhes em couro na mesma cor e que fazia as duas peças básicas ficarem em destaque além de o deixar com um ar mais sofisticado, sendo que ele segurava um envelope pardo.

– Espero não estar interrompendo Xerife. – pronunciou o Argent assim que entrou, principalmente ao ver sobre a mesa algumas pastas e documentos. Notando também que o Xerife agora estava com ar cansado, principalmente pelas rugas em seu rosto, mas mesmo com elas o homem a sua frente tinha uma aparência e um ar jovem.

– Claro que não, Senhor Argent. – pronunciou James ao se levantar de sua cadeira onde logo se aproximou do outro. – A sua visita é muito bem vinda. – disse estendendo a mão para cumprimentá-lo e esta logo foi apertada por Chris. – Por que não se senta? – perguntou assim que o toque das mãos foi desfeito.

– Há não é necessário. – informou o Argent de imediato. – Minha visita é rápida, afinal tenho que buscar minha filha. – comentou, sendo que a buscaria pois precisava conversar com esta. – Bem eu vim porque queria me desculpar pelo que fiz, afinal a carteira de meu pai fazia parte da investigação creio eu. E o que fiz é até um crime.

– Não esta tudo bem, e eu compreendo que o senhor não esteja em um bom momento. – disse James compreensivo o que não agradou muito a Chris, afinal não gostava que fosse visto como fraco ou algo do tipo, porém assimilando melhor as palavras do Xerife estas apenas mostravam gentileza e compreensão.

– Obrigado pelas palavras, mas o que fiz não foi certo. – disse Chris. – Mas caso precise de algum documento de meu pai eu trouxe essas copias que achei nas coisas dele. – falou estendendo o envelope que trazia para o Xerife que o pegou automaticamente.

– Agradeço por isso, pois realmente precisávamos de alguns dos documentos dele. – pronunciou sutilmente. – Mas também vou precisar que o senhor assine e redija um pequeno texto relatando o que houve com a carteira, já que eu vou precisar explicar isso posteriormente. – informou calmamente.

– Claro, eu entendo. – pronunciou Chris. – E fico satisfeito que as copias possam ajudar também. – concluiu e viu o Xerife sorrir sutilmente e logo deixar o envelope sobre a mesa.

– Acho que o senhor ficaria mais confortável se sentando para fazer isso. – pronunciou o Xerife com um papel e uma caneta na mão, onde apenas viu o Argent dar um sutil aceno e logo se aproximou e entregou o papel para ele, porém quando ia entregar a caneta esta acabou escorregando de sua mão.

Assim que a caneta parou no chão ambos se abaixaram para pega-la, o que resultou em fazer suas mãos se tocarem, elas já haviam se tocado no aperto de mão, mas agora parecia que havia algo diferente nisso. E quase que imediatamente os olhos azuis do Argent se conectaram aos claros do Xerife, era estranho como aqueles olhos quase da cor do mel lhe puxavam como um imã e por mais que quisesse cortar o contato não conseguia, porém ao mesmo tempo que notava isso sentia o calor da mão dele sobre a sua e era uma boa sensação.

– Oh me desculpe. – pronunciou James cortando os dois contatos, principalmente ao notar como sua mão havia parado sobre a mão do Argent, o que foi um tanto constrangedor e logo se levantou.

– Não tudo bem. – disse o Argent no mesmo instante, também se levantando e este trazia a caneta consigo. Mas também agradecia do contato ter sido quebrado afinal aquilo havia lhe deixado um tanto incomodado, porém não parecia o certo a se dizer.

As conversas continuavam entre o grupo até uma voz chamar a atenção destes.

– Ei! Danny. – disse uma garota de pele morena e cabelos curtos e pretos que corria na direção deles. – Não disse que você me veria antes. – afirmou divertida.

– Por isso que eu nunca duvido do que você fala. – informou até que notou que todos ali só os observavam. – Bem Loren esses são meus amigos... – começou a apresentação. – Lydia Martin, Allison Argent, Scott McCall, Isaac Lahey, Erica Reyes e... Stiles Stilinski. – disse apresentando cada um.

Loren ouviu cada nome em expectativa e não ficou muito supressa em ver a Caçadora entre os Lobisomens afinal sua irmã já tinha contado o que havia acontecido. Como também lhe contou da Humana, taxada de Imune, não que ela fosse realmente imune, mas por causa de sua energia ela já pertencia totalmente ao mundo dos humanos e nada mais poderia tira-la dele, da mesma maneira quando um Lobisomem tem um filho onde este até o final da vida pertenceria ao mundo dos lupinos.

– Nossa a sua camisa é muito legal. – disse esta se aproximando de Stiles. – Você também gosta do Capitão America?

– Gosto. – afirmou Stiles ao ser abordado por aquela garota, ela tinha um estilo bem diferente com aquelas botas e calças justas porém ela parecia ser simpática.

– Então para todos os fins gente. – disse Danny chamando a atenção novamente. – Essa é Loren Hidden uma velha amiga minha e irmã mais nova da Srta. Morrell.

Ao ouvir aquilo todos praticamente encaram Loren, afinal podiam ser irmãs de sangue porém não se pareciam muito e era normal que todos estranharem, principalmente por ser a única dentre toda a família que podia usar o sobrenome Hidden, isso depois de sua avó e o carregaria até os últimos dias de sua vida.

– Culpada. – falou para quebrar aquele clima.

– Vocês são meias-irmãs? – perguntou Allison.

– Oh não. – disse Loren afinal era comum qualquer pessoa pensar que eram meias irmãs, e o sobrenome era sempre o culpado. – Temos o mesmo pai e a mesma mãe. – afirmou. - É só que minha família tem a tradição de dar o sobrenome dos antepassados a quem nasce com essa marca de nascença em forma de Lua crescente ou minguante, isso depende da percepção de cada um. – explicou. E assim que viram a marca todos os demais ficaram um tanto surpresos, afinal a marca era quase perfeita sendo que o que ela representava era algo que afetava parte deles. – Na minha família vemos as Luas Crescente e Minguante como fases de transição. Da calmaria para a tempestade. E da tempestade para a calmaria. – disse passando o dedo serenamente na marca. – Mas isso é coisa de família. – comentou descontraída, afinal tinha ficado um pouco seria antes.

– Tenho que dizer que adorei as suas botas. – comentou Lydia. – Onde comprou?

– Há obrigada. Eu comprei numa pequena loja em Londres, alias há boas lojas lá. – comentou.

– Você é britânica? – perguntou Erica.

– Sou. Mas isso é só por causa que eu nasci lá. – disse. – Bem eu tenho que ir, afinal minha irmã deve estar se perguntando aonde eu fui. – falou. – Gente foi bom conhecer vocês. E Stiles eu realmente amei a sua camiseta depois me diz onde a comprou. E Danny espero te ver no jantar hoje, e é uma ordem. – disse por fim partindo em seguida.

– Dessa sua amiga eu não sabia. – comentou Lydia.

– Apenas uma velha amiga de família. – disse Danny sutilmente sorrindo. – Bem gente tenho que ir. Preciso fazer algumas compras. – afirmou. – Até. – se despediu.

– Até. – disseram os demais para o Mahealani.

– Nossa parece que esse ano só tem gente nova surgindo. – comentou Stiles. – Acho que Beacon Hills esta virando o novo ponto turístico do momento. Venham conhecer e quem sabe ter a cabeça arrancada na cidade dos lobisomens. – ironizou fazendo todos rirem.

– Engraçadinho. – disse Scott enquanto desciam as escadas da porta de saída, porém pararam quando viram quem estava mais a frente onde a Argent automaticamente estranhou.

– Allison porque seu pai veio te buscar? Pensei que fosse para minha casa. – disse a ruiva.

– Eu não sei. Eu tinha dito pra ele que iria para sua casa. – falou. – Eu vou ver o que pode ser e já volto. – informou e automaticamente se afastou dos amigos e foi na direção do pai.

Foi automaticamente que os olhos de Stiles se grudaram na figura do Argent assim que notou a presença do mesmo e viu que este lhe encarou e faz um sutil aceno como se nesse aceno dissesse alguma coisa.

– Isso parece estranho. – comentou Isaac.

– Porque? É só um pai zeloso que quer levar sua preciosa filha para casa em segurança. – comentou o Stilinski e viu todos lhe olharem com expressões estranhas. – Tá, eu disse algo muito brega.

– Mas parece que ele não quer só busca-lá. – disse Erica e nesse momento a Argent se aproximou.

– Gente eu vou ter que ir. – informou. – Meu pai quer conversar comigo. Sabem assuntos de família. – disse.

– Diga ao seu pai que ele vai ter que me compensar por isso. – comentou Lydia divertida, afinal ele estava interrompendo uma programação feminina muito importante.

– Claro. – disse Allison. – Bem até. – falou para os demais e logo se aproximou do namorado lhe dando um selinho. – Tchau.

– Tchau. – falou Scott para esta assim que seus lábios se desgrudaram. E sem demora a Argent voltou aonde o pai estava e entrou no carro deste onde em menos de cinco minutos os dois partiram.

– Bem eu já vou, pois preciso comprar uma nova escova de dentes. – comentou Isaac partindo.

E ao ouvir aquilo Stiles imediatamente se lembrou de algo, mais precisamente do dia anterior já que o objeto fora o que o Doutor Watson compara no mercado, mas não fora só isso que se lembrou.

“– John, você e aquele detetive já tem alguma idéia do que aconteceu com Jackson?... Desculpe se eu estiver perguntando algo que não devia, mas é que eu só um pouco curioso e não consigo me conter em relação a algumas coisas. Meu pai até fica bravo comigo quando fico querendo saber sobre um caso sigiloso.

– Não, tudo bem... Sherlock tem algumas idéias sobre o caso. E neste momento esta focado em um determinado objeto.

– Objeto?... Pode me dizer que tipo de objeto seria?

– Poderia... Porem não posso.”

Ao se lembrar daquilo queria se bater por ter esquecido disso afinal qualquer que fosse o objeto encontrado pelo detetive tinha o pressentimento de que não era algo qualquer e sim algo muito importante.

– Bem acho que também já vou. – falou um tanto apressado. – Preciso garantir que meu pai não esteja comendo porcarias por ai. – comentou e isso era verdade, pois se preocupava com a saúde deste, mas ele também poderia ter alguma informação sobre o objeto. – Então vejo vocês mais tarde. – disse afinal Derek tinha convocado a todos para a tal conversa e rapidamente se dirigiu até seu jipe.

– Ei Stil... – começou Scott, porém o mesmo nem conseguiu terminar pois seu amigo tinha se afastado mais rápido que si próprio quando utilizava de sua velocidade de lobisomem, porém não ficou chateado por isso, pois era sempre melhor surpreender seu amigo.

– Nossa o Stiles se foi como uma bala. – comentou Erica. – Ei Scott o que você ia dizer pra ele? – perguntou curiosa.

– Nada não. – disse dando de ombros porém tinha um sutil sorriso na face.

Peter ainda estava na região onde ficava o lago, isso depois da sua ilustre visitante partir, pois independente de não tê-la sentido se aproximar buscava algum indicio da passagem dela ali e a idéia de saber que não conseguiu sentir o cheiro dela lhe dava raiva. Pois sabia muito bem o que eles estavam usado e isso fazia seu coração se contrair dolorosamente quase ao ponto de se sentir sufocado e por causa disso automaticamente sentiu vontade de ver o Humano novamente e acabou rindo disso e de si próprio.

– Enquanto não perceber... – disse ao pensar no sobrinho. – Todos seremos afetados por você. – completou, afinal a principal ligação de um Alpha com seus Betas era a emocional.

A delegacia não era muito longe do Colégio, era basicamente uns quinze minutos de carro, porém no meio do caminho parou numa barraquinha de lanches naturais e assim que chegou ao local de trabalho de seu pai estacionou e adentrou.

– Olá Sonia. – disse a policial feminina que estava na recepção.

– Há olá Stiles. – falou esta cumprimentando o jovem. – Se esta procurando o seu pai, ele acabou de sair para almoçar. – informou.

– Que falta de sorte a minha, pois eu tinha decidido trazer o almoço dele, principalmente para ele não comer nada muito gorduroso. – disse mostrando decepção. – Mas acho que ele pode comer como lanche da tarde. Eu posso deixar isso na sala dele?

– Claro. – disse a policial e sem demora seguiu pelo corredor até a sala.

Ao entrar na sala Stiles automaticamente deixou o lanche sobre uma pequena mesa que ficava na frente de um sofá de dois assentos e que seu pai muitas vezes usava para descansar nos plantões. E assim que deixou o pacote ali foi até a mesa de trabalho de seu pai, sendo que desde que entrou na sala viu que esta estava amontoada de papeis do mesmo jeito que ele deixava a de casa, mas logo se pós a procurar alguma informação sobre o tal objeto. Entretanto algo logo chamou sua atenção e era uma pasta com informações do corpo de Gerard e nesta tinha algumas fotos, relatos e informações porém o que prendeu sua atenção foi uma das pequenas anotações feitas em uma das folhas, sendo que isso era algo que seu pai sempre fazia para não esquecer ou mesmo deixar nada passar.

– Nossa! Esse detetive é rápido. – disse surpreso, porém logo deixou aquilo de lado no momento e voltou a se concentrar em sua busca.

Havia varias pastas e folhas soltas, porém nada que ainda lhe dissesse sobre o que queria até que vendo as notas deixadas por seu pai na pasta do caso Jackson perdeu o ar, afinal aquilo não tinha passado por sua cabeça e até havia se esquecido daquilo.

– O que pensa que esta fazendo Stiles? – a voz imperativa de seu pai lhe assustou fazendo com que acabasse deixando a pasta cair.

– Pai que susto! – exclamou no mesmo instante. – Não podia bater na porta.

– Que eu saiba essa é a minha sala. – pronunciou o Xerife cruzando os braços olhando seriamente para seu filho.

– Há é, tem razão. – falou Stiles. – Bem eu apenas vim trazer o seu almoço. – disse apontando para a sacola e viu seu pai olhar brevemente para ela e depois voltar o olhar para si.

– Agradeço. Porém pode me dizer o que fazia com essa pasta? – perguntou apontando para a pasta que agora estava próxima aos pés de seu filho.

– Há essa pasta. – disse Stiles se fingindo de desentendido e logo pegou a pasta do chão. – Eu notei que ela parecia que ia cair então resolvi apenas arrumar.

– Que eu me lembre essa pasta estava debaixo daquelas outras. – a voz de seu pai entrou por seus ouvidos lhe deixado sem muitas opções do que dizer, afinal ele sempre sabia muito bem como deixava suas coisas.

– Tá! Eu confesso. Eu fiquei curioso. – admitiu, afinal pela cara de seu pai se continuasse a enrolar no final acabaria sobrando para si.

– Pensei que tivesse deixado claro que não queria que você ficasse mexendo nas minhas coisas do trabalho. – disse seu pai depois de uns minutos e logo este se aproximou da mesa. – Olha filho entendo essa sua curiosidade para tudo. E reconheço que você já me ajudou algumas vezes nos casos, porém agora eu preciso que você se contenha um pouco nessa sua curiosidade... – as palavras ditas por seu pai entraram por seus ouvidos suavemente e ele não precisava dizer mais nada além daquilo, afinal tinha compreendido bem. Principalmente pelo olhar que ele lhe lançava afinal era o mesmo de quando ele foi afastado do cargo.

– Eu entendo pai. – disse. – Bem eu já tenho que ir, preciso fazer as lições. Até. – disse se dirigindo até a saída.

– Stiles. – a voz dele lhe fez parar. – Eu te amo filho.

– Eu também te amo pai. – falou e logo foi até ele e lhe deu uma abraço apertado que logo foi retribuído por seu pai.

Sentir seu filho em seus braços e saber que o que disse não o havia magoado deixou o Xerife aliviado. Stiles por mais que fosse impulsivo para algumas coisas, hiperativo e falasse mais que uma multidão era seu bem mais precioso afinal ele era tudo que lhe restou depois que sua esposa falecerá, e como ele se parecia com ela, principalmente os olhos e se um dia o perdesse como a perdeu não suportaria.

– Pai esta me sufocando. – a voz abafada de seu filho lhe trouxe pra realidade, percebendo assim que o apertava demais no abraço.

– Me desculpe. – disse o soltando e este mesmo um pouco sem ar lhe sorriu, um sorriso tão doce como o da mãe.

Scott estava arrumando algumas coisas numa bolsa quando ouviu um som de motor muito conhecido e automaticamente saiu do quarto e desceu as escadas ao mesmo tempo que uma pessoa abria a porta da frente.

– Há, pensei que iria te surpreender. – falou Melissa assim que entrou.

– Mãe se esqueceu que tenho ouvidos de Lobisomem. – disse Scott e logo se aproximou da mesma e lhe deu um abraço. – Mas pensei que só retornaria no final de semana.

– Bem eu também, mas eu já estava com muita saudade de você. – falou esta. – E é bom que tenha se comportado bem na minha ausência e espero não encontrar nada constrangedor pela casa, principalmente no seu quarto.

– Mãe! – exclamou sentindo as maçãs do rosto esquentarem, será que as mães sempre acham que seus filhos fazem alguma coisa quando saem, se bem que isso era normal, porém nesse caso não havia feito nada.

– Que foi não precisa fazer essa cara, eu sei que essas coisas são normais na sua idade. – disse ela e nessa hora queria um buraco para se jogar e de preferência que ele estivesse cheio de wolfsbane.

O silencio predominava o lugar, e enquanto a mais nova do Pack estava em algum lugar da velha construção, brincando ou ainda colorindo seu caderno de desenho, os mais velhos estavam na parte central do lugar.

– Então Geórgia pensei ter te dito para ir até seu alvo a noite. – disse o garoto de cabelos ônix.

– Meu caro Oliver. Não ia fazer muita diferença ir de dia ou de noite, já que eles estão a um bom tempo sem coveiro. – falou olhando para o garoto. – Mas se quer saber o corpo do garoto não demonstrou nenhum reação. – completou.

Ao ouvir aquilo Oliver não gostou muito pois queria logo encontrá-lo, porém aquela informação também era uma coisa boa já que se o descendente estivesse morto não poderia continuar com seu plano.

– Will. – falou Oliver para o homem que estava ao seu lado. – Poderia tirar o alvo de Geórgia da lista.

E sem dizer nada o homem se dirigiu a um pequeno painel que estava na parede e que tinha algumas fotos e informações onde riscou a foto de um garoto e enquanto fazia isso duas pessoas chegaram na sala, sendo um garoto loiro e outro moreno.

– Olha Simon parece que a lista diminuiu. – disse o loiro.

– Vejam só os garotos maravilhas. – disse Geórgia sarcástica. – Então como foi brincar de escolinha?

– Pensei que o lugar fosse mais divertido. – falou Lucas se sentando num velho sofá que havia na sala. – Mas pelo menos isso funcionou. – começou olhando para pulseira em seu pulso. – Ficamos ao lado dos Betas do Hale e eles nem se deram conta.

– E o humano que fica com eles? – questionou Geórgia com interesse afinal era sempre divertido conhecer o ponto mais fraco de um Pack.

– Nada de especial. Normal como todos os outros. – disse Lucas.

– Ele ainda não tem a marca. – pronunciou Simon que estava calado até o momento.

– Isso o deixa ainda mais insignificante. – disse Geórgia sarcástica.

– Vocês os localizaram? – a voz imponente de Oliver chamou a atenção dos três Alphas, e sua pergunta estava voltada para os dois irmãos.

– Sim. – falou Simon. – Temos aula conjunta com um deles, e o outro não o vimos hoje mas parece que ele faz parte do time de Lacrosse. – informou afinal tinha visto algumas fotos mais recentes do time na galeria dos troféus, quando passaram por estas.

– E o Avalon percebeu vocês? – questionou Oliver, afinal além dos Caçadores e dos membros dos Hiddens a cidade também era habitada por um Avalon, o que fazia com que sua meta estivesse bem traçada, afinal quando um Avalon e um Hidden se juntavam direta ou indiretamente era sempre para guardar algo ou alguém.

– Pra mim ele não percebeu e foi bastante amigável. – falou Lucas dando de ombros.

– Porém isso é questão de tempo. – comentou Simon suavemente chamado a atenção dos demais. – Pois o sangue da Veela não vai nos encobrir por muito tempo do Avalon e dos Hiddens, afinal eles não são movidos pelo olfato como nós e podem nos perceberem de outra maneira e creio que eles já devem saber muito bem o porque de estarmos aqui.

Oliver ouviu aquilo com atenção, porém não se abalou.

– Pelo menos não vai ser a primeira vez que mato um Avalon e Hidden. – falou indiferente, nada ia ficar no seu caminho.

Derek tinha acabado de acordar e instantaneamente percebeu que a casa estava silenciosa, o que lhe dizia claramente que não havia ninguém ali. Pelo que sabia Isaac devia ou estava saindo do Colégio aquela hora, Jackson devia estar em uma de suas caminhas e seu Tio sabe-se lá aonde. No entanto logo se levantou, porém se sentia um pouco diferente era como se sentisse um tipo de alivio no peito, como se algo estivesse bem em algum lugar, o que era uma estranha sensação para si no momento, afinal não havia nada por agora que o deixasse aliviado mais sim preocupado, e cada decisão que tomasse ou deixasse de tomar fazia sua preocupação aumentar, entretanto logo se dirigiu ao pequeno banheiro do quarto e abriu a torneira da pia, jogando uma boa quantidade de água no rosto e quando se encarou no espelho a única coisa que viu foi a si próprio, entretanto notou algo grudado em seus lábios e quando tirou deles viu que era uma pequena pétala vermelha e de alguma forma ela lhe trazia uma sensação meio familiar, mas antes que seus pensamentos se voltassem mais para a pétala ouviu ao longe um som de motor muito conhecido e automaticamente secou o rosto e desceu para o andar de baixo um tanto curioso, pois o sol ainda não tinha se posto e todos apareceriam a noite.

E assim que saiu da casa não demorou dez minutos para o jipe azul surgir e dele sair o Stilinski mais agitado que o normal.

– Derek. – ouviu a voz dele lhe chamar. – A câmera... Ele tem a câmera, o detetive de alguma forma a conseguiu. A encontrou. – ele pronunciou porém não entendeu o que ele estava querendo realmente dizer.

– Eu entenderia melhor se fosse mais claro. – falou.

– Lembra que Jackson se gravou dormindo para comprovar se realmente iria se tornar um lobisomem na lua cheia, e nisso acabou gravando a transformação dele em Kanima. – disse depois de respirar, colocando melhor as palavras, pois parecia que como si Derek também havia se esquecido disso. – Pois bem... Eu descobri hoje que o detetive conseguiu a câmera.


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