Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 1
Minha História pt. 1


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo e o próximo, serão só um resumo da vida do Aus e da Alls. Ok?

Enjoy



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Acordei com o irritante barulho do despertador nos meus ouvidos. Tirei meu braço debaixo das cobertas quentinhas e joguei o objeto com força na parede, o que causou um baque ensurdecedor.

– Ally! O que foi? Se for bicho eu mato! – Dallas chegou esbaforido em meu quarto.

Ri do seu ato. Ele primeiro olhou para mim, depois para os restos de despertador que tinham no chão.

– Mais um despertador, maninha?

– O que eu posso fazer, se ele não desliga quando eu mando? – Dei uma breve risadinha.

– O próximo você que pague! – Ele juntou os restos de despertador do chão.

Ri novamente e enxotei meu irmão do quarto.

Sentei em minha cama me espreguiçando. Suspirei cansada.

Dallas age como se fosse meu pai. Acho que é porque eu não vivi com um do meu lado. Quando Dallas tinha 15 anos e eu 10, nosso pai nos abandonou. Não sei o porquê e nem quero saber. Só sei que minha mãe, entrou em uma enorme depressão. Ela começou a beber. Ia a tarde beber e voltava bêbada de madrugada. Até que um dia, ela não voltou.

Não sei o que aconteceu. Dallas sempre reprimiu esse assunto.

Vivendo sem pai, sem mãe e somente com um irmão protetor ao extremo.

Bem-vindo a minha vida.

Olhei a hora no meu celular que se encontrava no criado mudo ao lado da cama. Meu Deus! Já é tão tarde assim? E tenho só 15 minutos pra me arrumar!

Corri ao banheiro e tomei um banho rapidamente. Fiz minhas necessidades e escovei os dentes. Vesti um jeans, um suéter vermelho. Coloquei um tênis e escovei os cabelos. Peguei minha mochila, checando se não esqueceria nada. Desci as escadas. Não tomaria café.

Como Dallas teria Motocross hoje, ele não estaria durante o almoço, então eu não precisaria me preocupar com isso.

Saí pela porta, trancando a mesma, e rezando para não chegar atrasada.

Cheguei à escola e entrei na sala de aula. Ok. Consegui entrar na sala antes do Sr. Goulart.

Rapidamente avistei uma baixinha de cabelo encaracolado e um ruivo alto discutindo.

Trish e Dez. Aqueles dois definitivamente não se gostam. Mas só brigam se eu não estou por perto.

– Oi gente! – Cumprimentei sorridente.

– Oi Ally. – Falaram em unis solo e depois se olharam raivosos.

– Só não se matem enquanto eu estiver por perto, ok? – Falei, me sentando em minha carteira e retirando os fones de ouvido da bolsa. Coloquei Bowling for Soup para tocar, bem alto.

Eu sempre fui uma boa aluna. E agora que estamos nos últimos dias, eu só venho receber as notas. Posso dormir e escutar música a manhã inteira.

O resto da manhã foi assim.

Pelo menos até o intervalo.

Quando o sinal bateu, eu e Trish fomos ao refeitório. Dez falou que ia ver um amigo.

Peguei minha bandeja e me servi. Trish, que já estava sentada na mesa, abanou pra mim. Agora vinha o mais difícil.

Para eu chegar até a mesa 9, aonde eu e Trish sempre íamos, eu tinha que passar pela mesa dos esportistas, dos nerds e das líderes de torcida.

Contornei a mesa dos esportistas, me livrando de receber uma bolada de basquete na cara. A dos nerds foi fácil, já que eles nem se mexem quando alguém passa.

Mas o desafio foi a das líderes de torcida.

Por um estranho motivo que eu sei muito bem qual é, Alexia (a Chefe das líderes de torcida) me odeia. Ela já colocou creme de amoras uma vez na minha mochila. E trocou meu suco de melancia por um de morango, sendo que eu sou alérgica a morango.

O motivo para ela me odiar tanto é que o ‘namorado fiel’ que ela tinha há um tempo atrás, o Elliot, me agarrou em uma festa, mas espalhou para todo mundo que eu seduzi ele. Eu nunca nem falei com aquele garoto!

Eu estava passando, e tentando não ser notada pela mesa de vestidos vermelhos e brancos, quando Isabelle, um dos clones de Alexia, jogou um daqueles pompons ridículos na minha frente, fazendo-me cair.

Eu vi macarrão com almondegas, suco de melancia e pudim de chocolate voando em volta de mim. Senti vontade de chorar, e foi o que eu fiz. As lágrimas limparam os meus olhos e quando me levantei, pude ver dezenas de adolescentes rindo e apontando para mim.

O fluxo das lágrimas aumentou.

Sai correndo no mesmo instante. Acho que ouvi alguém falar "Qual é o seu problema?" mas deve ter sido coisa da minha cabeça.

Corri até o banheiro e lavei o meu rosto. Limpei a comida da minha roupa. Essa calça e essa blusa iriam para o lixo, assim que chegasse em casa.

Eu parecia um zumbi, ou alguém foi para uma guerra de comida e perdeu.

Comecei a chorar de novo.

Limpei o máximo possível da minha roupa e fui para a sala. Eu iria embora naquele exato momento.

Depois de um tempo achei um moletom que sempre levo na mochila, só no caso de coisas como as que aconteceram hoje, acontecerem. Coloquei-o. Escrevi um bilhete e coloquei no estojo de Trish e um no estojo de Dez, avisando que fui embora.

Foi fácil sair da escola. Eu só tive que despistar o porteiro de quase 80 anos de idade que é cego de um olho. O que não foi nada difícil.

Rapidamente cheguei em casa. Também, eu vim correndo, literalmente. Precisava daquilo. Precisava nesse momento.

Ainda da calçada, vi que a moto de Dallas não estava lá. Melhor assim. Tomara que ele demore bastante para chegar.

Entrei em casa e nem me lembro se eu tranquei a porta.

Joguei minha mochila na sala e as lágrimas começaram. Mas não lágrimas pelo que aconteceu agora. Lágrimas de uma vida.

Abri a porta e fechei-a rapidamente. Encostei-me na mesma, e deslizei até ficar sentada no chão. Lágrimas e mais lágrimas corriam pelo meu rosto.

Levantei e fui até o banheiro.

Ao deparar-me com o meu próprio reflexo no espelho eu senti vergonha. Vergonha por ser tão idiota a ponto de fazer tudo o que eu faço.

Retirei as roupas sujas de comida e joguei-as em um canto, ficando somente com uma lingerie roxa. Olhei meus pulsos marcados e senti mais vergonha e raiva de mim mesma.

Eu estava sendo forte há muito tempo. Aproximadamente um ano. Olhei para o criado mudo.

Eu precisava agora.

Andei a passos duros até minha cama, sentando-me no chão, ao lado dela. Abri a gaveta e peguei a minha velha amiga. Minha lâmina.

O sangue escorreu.


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Notas finais do capítulo

Eu amo reviews, sabia? ♥

Até o próximo!



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