War of Thrones - The Last Scion escrita por Lyne Konig


Capítulo 2
Estamos apaixonados


Notas iniciais do capítulo

Hei.. Mais um capítulo de SITM *u*
Como eu disse, o tempo passou. Eles têm 16 anos agora. Espero que gostem.



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Lyanna

– Tem certeza que isso é mesmo necessário? Isso aqui está muito apertado! — Lyanna Stark reclamou mais uma vez do espartilho que estava usando. Ela tinha dezesseis anos e meio. Era branca como a neve, tinha cabelos castanhos ondulados que iam até sua cintura. Seus olhos eram de um castanho dourado brilhante. Não se tinha dúvidas, ela era a versão feminina do pai quando era novo!

– Mas princesa, irá receber seu príncipe hoje. Não quer recebê-lo com roupa de montaria, quer? — Falou a Sacerdotisa da Casa enquanto puxava mais ainda o espartilho. A senhora ainda era nova, tinha quarenta e dois anos, mas era tão bem cuidada que aparentava ter apenas trinta e cinco. Seu cabelo era avermelhado, seus olhos de um verde profundo e tinha mais curvas que uma arena de corridas. Dizia que estava solteira por que queria, mas Lyanna sabia muito bem da paixão que ela nutria escondida por Lorde Arryn, o Protetor do seu príncipe. Seu príncipe. O garoto era lindo, porém era mais encrenqueiro do que um Crowfolder.

– Ele não vai nem prestar atenção no que eu vou estar vestindo, senhorita Clarysse. Aquele menino só pensa em chamar atenção. — Lyanna sabia que não devia falar assim de seu futuro marido, mas o garoto pedia. Quando vinha para o Sul, de quatro em quatro anos, passava mais tempo arrumando encrenca do que prestando atenção na própria noiva. Sim, ela sabia que isso era ciúmes, já que com certeza se apaixonara por aquele arruaceiro maluco do Norte. Também, tem como não se apaixonar por ele? O menino transborda charme e arranca suspiros apaixonados por onde passa. Mas ele não quer nem saber. Seu negócio é com seu cavalo, seu reino e sua noiva. Só que Lyanna ainda não percebeu isso.

– Ai, Clarysse! Doeu. Se eu morrer asfixiada, vou deixar uma carta dizendo que foi tudo culpa sua!

– Que garota birrenta, hein. Mas, se quiser que ele preste atenção em você terá de se arrumar mais quando ele vem aqui.

– Mas eu não quero que ele preste atenção naquilo que eu não sou. Ele sabe que eu sou uma amazona, não uma mulher engomadinha como a mamãe. Além disso, eu sou bonita com qualquer roupa, pois sou parecida com meu pai, e meu pai é lindo em qualquer coisa.

– Ah, menina, isso é verdade.

Depois de estar devidamente vestida, Lyanna se apressou para o hall do castelo, onde receberia Justin, que com certeza estaria montado em seu alazão negro como a noite. Lyanna passara a noite imaginando os dois correndo pelos campos do Sul em seus cavalos negros. Se perguntou se ele passara do mesmo jeito ou estava mais ocupado arrumando encrenca. Ela ainda não sabia como ele seria um rei respeitado no Norte com esse comportamento. Quando o avistou na entrada do portões, pensou que iria desmaiar. Ele estava lindo, como sempre. Seus cabelos castanhos em um topete, que virou moda no Norte, estavam molhados da fina garoa que caia ao fim da tarde. Seus olhos cor de mel estavam com um brilho sorrateiro e seus lábios curvados em um meio sorriso malicioso.

Qualquer garota, na condição em que Lyanna estava — apertada em seu espartilho — teria desmaiado com a simples visão do que parecia o paraíso. Mas Lyanna não daria esse gostinho à Justin. Não com ele sendo tão convencido como era.

– Princesa! Como está? Está tão bela, hoje. Não que não estivesse das outras vezes, é claro. — Falou Jeremy Martin, rei do Norte, alto e esguio, sempre musculoso, parecendo o mesmo que esteve quatro anos atrás, nessa mesma recepção.

– Lorde Martin. É um prazer revê-lo. Estou bem, obrigada. O senhor continua o mesmo. Nem se parece que quatro anos se passaram desde a última vez em que o vi. — Lyanna respondeu, educada.

– Papai tem o poder de rejuvenescer em vez de envelhecer, à cada ano. Pois você mudou bastante, Lyanna. — O príncipe interrompeu a resposta do pai e lançou à Lyanna uma olhada de cima a baixo, com o mesmo sorriso malicioso de chegada.

– Pois bem, vejo que também mudou, Justin. Parece mais atrevido. — Lyanna respondeu.

– Lyanna! Desculpe o atrevimento de minha filha, príncipe Justin. — Falou Robert Stark pela primeira vez.

– Não há problema, Lorde Stark. Eu gosto dela assim. É muito melhor do que ser tímida e deixar seus pensamentos apenas para ela, como minha irmã Myrella.

– Venha, vamos entrar. É verão, mas o vento da noite é como um pedaço de neve na mão. Karyn nos espera lá dentro.

Justin desmontou de seu cavalo com a graciosidade de um pássaro voando. Lyanna esperou Justin. Ela não sabia por quê, mas queria conversar com ele.

– Papai, eu vou com Justin ao estábulo para ele deixar Ventus confortável.

– Boa ideia, meu amor. Estaremos lhes esperando no salão de banquete.

Os Senhores do Norte seguiram Robert para dentro enquanto Justin e Lyanna seguiam em direção aos estábulos.

– Por que disse que viria comigo aos estábulos? — Falou Justin e Lyanna percebeu que ele não estava sendo arrogante, apenas estava confuso.

– Quero falar com você. Só com você. — Ela falou com a voz mais suave que conseguia.

Sim, ela estava tentando seduzi-lo. Mas quem se importa, pensou Lyanna. Ele deve ter várias meninas fazendo isso para ele.

Eles já estavam nos estábulos quando Justin quebrou o silêncio confortável que havia entre eles.

– Parece que Ventus está apaixonado por Persephone. Ele foi direto para o curral dela. — Ele falou, observando os dois cavalos se cumprimentando.

– Do jeito que nós devíamos ser. — Lyanna murmurou baixo, mas alto o suficiente para que Justin pudesse ouvir.

– O que queria falar comigo? — Perguntou mudando de assunto.

– Por que você fica agindo de maneira tão infantil comigo? Eu lembro de quando nos conhecemos e éramos pelo menos amigos...

– E eu lembro de quando te vi beijando um menino quando vim da última vez em que vim para o Sul. — Ele falou tão amargurado que parecia que... Ele estava com ciúmes?

– E por que ficou tão preocupado a ponto de começar à agir como uma criança?

– Porque você é minha noiva. Não pode sair por aí beijando alguém que não seja eu.

– Então isso é questão de orgulho? Eu feri seu orgulho e agora desconta me tratando mal. Ótimo noivo que eu arrumei!

– Lyanna... — Ele soava tão vulnerável, pensou ela. – Eu... Eu não quis dizer isso. Eu te amava. Eu te amo. Que merda. Eu te amo, Lyanna. E essa foi a maneira de lidar com meus próprios sentimentos que eu achei. Pensei que se te tratasse mal, eu pararia de me sentir tão mal.

Ele parecia a ponto de chorar. Claramente estava segurando as lágrimas, como Lyanna estava.

– E por que não me falou antes? Você nem sabia se eu não sentia a mesma cois...

– Caramba, Lyanna! Eu tinha doze anos, tinha acabado de dar meu primeiro beijo com a menina que estava apaixonado quando a vejo beijando outro. Como acha que eu me senti?

– Você nem sabe por que eu beijei o menino! Não é como se eu fosse a vadia da história, como você descreveu. — Nessa hora, lágrimas jorravam sem a permissão de Lyanna enquanto ela gritava.

– Então me fale! Fala por que bancou a vadia da história! — Justin também estava chorando, percebeu Lyanna, surpresa.

– Porque eu queria saber se o que senti quando te beijei era o que sentiria quando beijasse outro.

– E era? — Sussurrou ele.

– Não. O que eu senti quando te beijei não foi o que eu senti quando beijei o menino. Com você eu senti que nossos destinos estavam travados, escritos juntos. Merda, eu até pensei que tinha visto nossas linhas da vida se conectando! Eu estava apaixonada por você. Eu percebi isso quando começou a me tratar mal.

– Estava? Quer dizer que tudo que eu fiz desde então teve um efeito contrário? — Perguntou ele claramente arrependido.

– Não, eu ainda te amo, mas eu não posso simplesmente me jogar em seus braços depois de tudo.

Ela se virou e correu. Correu para a biblioteca, onde não precisava passar pelo Salão para entrar. E lá chorou. Tudo o que vinha sofrendo desde os doze anos. Cada mágoa, cada pedaço quebrado de seu coração. Cada palavra dura que Justin lhe disse. Cada dia em que esteve preocupada se seria feliz em seu casamento. E finalmente, por hoje. Chorou por cada minuto que tinha passado ansiando essa visita. Chorou pelo que ele disse. E, então sorriu. Em meio as lágrimas, abriu um sorriso que mudava tudo. Ele a amava. Ele falou isso. Eles se amavam. Se pudesse romper o rancor que sentiu todos esses anos, ela seria feliz. Estamos apaixonados! Pensou. Ela tentaria perdoá-lo. Faria de tudo para ser feliz.

Quando saiu da biblioteca, percebeu com espanto que já era tarde demais para ir para o Salão jantar. Passou para a torre dos quartos, correu pelo Salão e foi para seu quarto. Ao entrar, percebeu com um espanto maior que o primeiro, que Justin estava deitado em sua cama, dormindo como um anjo, agarrando o que se parecia com seu travesseiro, contra o peito, como se fosse sua vida. Ou ela, pensou alegremente.

– Justin? Justin? — Sacudiu-o forte.

Ele acordou meio grogue e quando viu que era ela, se assustou.

– Pensei que tivessem te dado um quarto para dormir, mas nunca imaginei que seria o meu.

– É, anh... Eu não estou aqui para dormir. Queria falar com...

– Eu te perdoo! Por tudo.

– É sério? Que merda! — Resmungou, obviamente irritado. Ela olhou-o tristemente.

– Não é para isso que está aqui? Eu fui dura demais com você e agora me odeia, é isso? — Falou sentindo lágrimas brotarem novamente em seus olhos. Como alguém pode ter tantas lágrimas, pensou ela.

– Não, não é isso. É que agora você estragou todo meu plano de reconquistá-la. — Falou tristemente.

– É isso? Então faremos de novo. Você me reconquista, mesmo eu já estando apaixonada.

– É, isso é bom. Então, princesa Lyanna, amanhã encontre-me na fonte do castelo. Tenho uma surpresa.

E saiu.


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Notas finais do capítulo

É isso! Gostaram? Eu estava muito sentimental quando escrevi esse capítulo.
Comentem por favor, se tem alguém lendo. Isso faz quem tá escrevendo se motivar e escrever mais. Favoritar também ajuda. kkk'
É isso. Espero que estejam gostando.
Beijos,
Lyne.



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