Alguns infinitos são maiores que outros escrita por Vitor Marques


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por ler. Nos vemos nas notas finais o/
E como prometido vou dedicar essa one-shot para Laís Miyoshi, sua linda :3



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Já faziam dois anos e três meses desde a morte do Augustus. Minha vida havia mudado completamente: eu só ficava deitada na cama com o BiPAP ligado e com uma enfermeira disponível vinte e quatro horas por dia. Os médicos mudaram o Falanxifor – o que me manteve viva durante muito tempo – por uma substância encontrada na Noruega.

Isaac viera me visitar poucas vezes e Kate só conversava comigo por mensagens de texto. Papai todo dia chorava baixinho no seu quarto e eu ouvia tudo, pelo fato de minhas paredes serem extremamente finas. Mamãe se fazia de forte, mas por dentro sei que ela também estava destroçada. Ela agora estava trabalhando todos os sábados em outro grupo de apoio formado há cinco meses.

Minha alimentação é feita através de tubos, já que meu organismo não está mais diferenciando o ar do alimento, e isso poderia me fazer mal. Minha respiração, mesmo com o BiPAP não chegava a setenta por cento, e eu só levantava da cama para os banhos semanais.

Vivendo “normalmente” esses dias, senti uma dor no abdome e chamei a enfermeira. Ela me disse que não era nada de mais.

— Talvez seja o tubo de alimentação apenas. — falou e sentou-se ao meu lado. — Isso acontece com freqüência aos pacientes que utilizam o tubo.

Então ela saiu e me deixou sozinha. Meus pais não estavam em casa, e a dor continuava. Algumas alucinações do Gus tomaram minha cabeça e me vi num mundo feito de algodão.

— Gus... Onde estamos? Estou ficando louca? — falei e ele gargalhou.

— Hazel Grace... Você não está ficando louca, você finalmente chegou ao nível superior da vida.

— Eu cheguei ao nível superior da vida? Como assim? — perguntei.

— Nós estamos no céu, Hazel.

— No céu? — perguntei.

— Sim, no céu.

Ele deu um sorriso e me abraçou logo em seguida.

— No fim, você estava errada. — falou e eu o soltei.

— Por quê? — perguntei.

— Alguns infinitos não são maiores que outros, não na maioria das vezes.

— Como assim? Onde eu falei isso?

— Você não falou Hazel...Você apenas pensou.

— Você lê pensamentos? — perguntei e ele riu.

— Sim, eu sei de tudo o que acontece com você, com sua família, com minha família e tudo mais.

— E por que eu estava errada?

— Porque depois que morremos, viemos para cá. E aqui, nós viveremos juntos com todos até o fim, ou seja, nossos infinitos vão ter o mesmo tamanho.

— Você é que está errado.

— Eu? — perguntou. — Estou errado por quê?

— Veja, Gus. Algumas pessoas nasceram no começo e viverão até o fim. Seus infinitos serão enormes. Algumas outras nasceram no meio e viverão até o fim. Seus infinitos serão médios. E o restante nasceu no fim e viverão somente mais um pouco até o fim propriamente dito. Seus infinitos serão pequenos.

— Você continua errada. — retrucou.

— Eu, errada? Por quê?

Ele sorriu mostrando parte dos dentes.

— Ora, você está errada porque eu estou dizendo.

— Augustus... Você é tão... Augustus!

— Hazel, você é tão Hazel.

— Para seu bobo.

— Você que começou.

E por mais que doa dizer, tudo acabou assim. Nunca mais o vi, mas uma coisa eu sei, a culpa é das estrelas, foram elas que decidiram.


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Notas finais do capítulo

Se gostou, não deixe de comentar, favoritar, recomendar e todo o resto. Se não gostou, também :) Aproveite e leia minha outra história (http://fanfiction.com.br/historia/400602/Apenas_Um_Sonho) e minhas outras one-shots que você pode encontrar no meu perfil. Beijo e até a próxima :)