I Won't Give Up:

Acordei em um lugar desconhecido com o nariz sangrando e flashes da noite passada vieram a minha cabeça.

Levantei e corri para meu apartamento, olhei em meu celular e xinguei quando vi as sete chamadas perdidas. Suspirei de alivio quando vi que eram de Leonardo, pelo menos Ela não me ligou.

Abri a porta do meu apartamento e fiz uma anotação mental de chamar a faxineira terça. Ouvi um choro vindo de meu quarto e reconheci a voz de imediato “Não pode ser”, pensei. Joguei meu celular no sofá e corri até o barulho, e era Ela.

Ela olhou para mim com lagrimas em seus lindos olhos azuis e correu, se jogando em meus braços. Ficamos abraçados durante alguns segundos e ela se afasta de mim, enxugando as lágrimas perdidas por seu belo rosto.

“Jonhy...” ouço sua voz doce murmurar meu antigo apelido e rio suavemente. Ela olha diretamente em meus olhos e não consigo desviar seu olhar. “Eu gosto de seus olhos, eles me lembram a mais bela das noite” rio em pensamento, como ela pode dizer isso quando seus próprios olhos são os mais belos e intensos que já vi, enquanto os meus são apenas negros, inexpressivos.

“Charlie...” minha voz sai rouca e falhada, nada comparada a voz de minha Charlie. “ Eu senti saudades” digo isso com um pequeno sorriso sincero se formando em meu rosto, e me lembro que não sorrio desse jeito desde que ela foi embora e me deixou sozinho. Esse pensamento faz meu sorriso desaparecer e eu começo a sentir raiva, dela e de mim mesmo, por ainda amá-la .

Ela claramente percebe minha mudança de humor, pois se aproxima com uma expressão hesitante. “Não” digo com uma voz firme, quando na verdade o que eu mais queria fazer era desabar e chorar ali mesmo, mas não podia deixar que ela visse o efeito que tinha sobre mim.

“Por favor...” a voz dela não passa de um sussurro magoado, e por um momento me sinto um monstro e quase a abraço e peço desculpas. Mas lembro que a culpa foi dela, por ter me abandonado, por nunca ter ligado nem mandado noticias...

“Por favor?” rio sarcasticamente enquanto digo o que estava entalado em minha garganta a anos “ Você some por cinco anos e agora chega em minha casa e diz por favor? Sabe de uma coisa?” ela me olha tristemente como se implorasse perdão, mas não deixo ela ver o quanto isso me abala e termino a ultima parte gritando “NÓS NÃO SOMOS MAIS CRIANÇAS E EU NÃO VOU SIMPLESMENTE TE ABRAÇAR E DIZER QUE TE PERDOO COMO SE EU FOSSE SEU CACHORRINHO DE ESTIMAÇÃO. PORQUE QUER SABER? EU NÃO SOU.”

E com essa ultimas palavras saio do quarto e do apartamento, olhando mais uma vez e gravando a imagem do belo rosto de minha Charlotte

Quando olho em seus olhos

É como observar o céu de noite

Ou um belo amanhecer

Eles carregam tanta coisa

E como as estrelas antigas

Vejo que você evoluiu muito

Para estar bem aonde está

Qual a idade da sua alma?